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FÓRUM – DESAFIOS DO MAGISTÉRIO. “ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: questões e provocações da atualidade”. INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática”. Dione Lucchesi de Carvalho. Prapem – FE/Unicamp.
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FÓRUM – DESAFIOS DO MAGISTÉRIO “ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: questões e provocações da atualidade” INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Dione Lucchesi de Carvalho Prapem – FE/Unicamp Por que uma educadora matemática foi incluída em fórum de discussão com este título? As pesquisas sobre o ensino de Estatística fazem relembrar a importância desta área de conhecimento para a constituição das outras áreas.Ressurge um paradoxo! Paralelamente, agravando a sensação “paradoxal”... • Convite – Ação Educativa e Inst. Paulo Montenegro: INAF (hab. mat.) • Leituras sobre “numeracy” para indicar “o conhecimento e as habilidades requeridas para manejar efetivamente as demandas matemáticas nas diversas situações” (ILSS – International Life Skill Survey)
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” INAF: habilidades matemáticas (segundo e quarto) Habilidade matemática é “a capacidade de mobilização de conhecimentos associados à quantificação, à ordenação, à orientação, e a suas relações, operações e representações, na realização de tarefas ou na resolução de situações-problema”(INAF, 2002, p. 6). 2000 pessoas de 15 a 64 anos: (5) níveis de escolaridade (1) local de moradia (6) perfil de distribuição étnica (2) condições de urbanização (7) perfil de distribuição de gênero (3) níveis socioculturais (4) níveis econômicos 36 tarefas de complexidade variada Situações propostas oralmente Suportes: calendário, cédulas e moedas, folhetos de propaganda, jornal, mapa Instrumentos de medida:relógio, fita métrica, régua Respostas comunicadas oralmente ou com recursos gestuais (produção escrita: anotar um número de telefone) Dispunham de:lápis, papel, calculadora
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Questionário para levantamento: (1)do histórico familiar dos entrevistados (2) histórico educacionaldos entrevistados (3) das práticas de leitura dos entrevistados em diversas esferas da vivência social e pessoal (4) das práticas de cálculo dos entrevistados em diversas esferas da vivência social e pessoal (5) do próprio julgamento dos entrevistados sobre sua capacidade de leitura (6) do próprio julgamento dos entrevistados sobre sua capacidade de cálculo
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Níveis de Alfabetismo em matemática Analfabetismo matemático: não resolver tarefas (1) e (2) do nível 1 Nível 1 de alfabetismo matemático:resolver as tarefas (1) de leitura de preços (2) anotar o número de telefone ditado pelo entrevistador (3) ver horas em relógio de ponteiros (4) medir um comprimento com fita métrica (5) verificar num calendário em que dia da semana cai certa data
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Nível 2 de alfabetismo matemático: resolver as tarefas (1) leitura de números, independentemente da ordem de grandeza (2) ler e comparar preços (3) contar dinheiro e fazer troco (4) resolver situações envolvendo operações usuais, de adição e subtração, com valores em dinheiro (5) resolver situações envolvendo a multiplicação desde que não conjugada com outras operações (6) identificar a existência da proporcionalidade direta entre preço e quantidade (7) de proporcionalidade inversa entre o número de prestações e o valor da prestação
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Nível 3 de alfabetismo matemático: resolver as tarefas (1) resolver problemas que demandam a execução de uma série de operações (2) resolver problemas de cálculo proporcional (se o metro de fita custa R$ 2,00, quanto custará 80 cm?) (3) que demandam familiaridade com algumas representações gráficas como mapas, tabelas, gráficos Fonte das tabelas: www.ipm.org.br ou www.acaoeducativa.org
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Os INAFs (segundo e quarto) não informam sobre: • A inteligência das pessoas. • O desempenho escolar das pessoas. • A atitude dos os entrevistados (fazem ou não fazem, julgam que fazem bem o que fazem mal) • O tipo de procedimento dos entrevistados Algumas reflexões sobre as informações dos quatro INAFs(reflexões/escolhas de uma professora): • A escolaridade influi:“a conclusão do Ensino Fundamental poderia ser considerada como escolaridade mínima para se alcançar um nível básico de alfabetismo funcional em matemática” (INAF, 2004, p.11). Exemplos: 1o. 80% com mais de 8 anos de escolaridade – níveis 2 e 3 2o. 40% com mais de 4 e menos de 8 anos de escolaridade – nível 1 ou menos
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” • Só as pessoas com nível superior conseguem 70% de acerto na leitura de gráficos e tabelas – os mais jovens têm melhor desempenho que os mais velhos e as classes A e B que as demais [A escola pode [deve?] ensinar outras linguagens]. • E o uso da calculadora na escola? As “pessoas que declararam ter incorporado a calculadora em sua prática diária [...] alcançaram níveis mais altos de alfabetismo funcional, contrariando o mito que o uso da calculadora ‘impede a pessoa de pensar’” (INAF, 2004, p. 18). • As pessoas avaliam que são melhores leitoras e escritoras do que demonstra seu desempenho no teste; e julgam que terão pior desempenho nas práticas referentes às habilidades matemáticas do que demonstram ao realizar as tarefas do teste. Por que será? Esses tipos de estudo contribuem!
INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional) – a leitura “matemática” Dispor de um quadro detalhado e constantemente atualizado de informações sobre as habilidades, demandas e os desejos da população brasileira é fundamental para a composição de argumentos que rompam as resistências e a proposição de políticas e estratégias que vençam as dificuldades na construção de um projeto educativo democrático e eficaz para o Brasil (INAF, 2004, p.20, grifo nosso). Mas para transformar nossos paradoxos em contradições, além de pesquisas e reflexões, há necessidade de uma atuação profissional conjunta entre muitos parceiros... Outras pesquisas: - continuar os próprios indicadores - entrevistar pessoas que estão em níveis de alfabetismo não esperado para sua escolaridade ou sua classe social - entrevistar pessoas que participaram de cursos para uso de calculadora ...