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CÉLULAS-TRONCO: Uma reflexão

CÉLULAS-TRONCO: Uma reflexão. O Livro dos Espíritos – Allan Kardec Reprodução Assistida à Luz do Espiritismo – Durval Ciamponi - Edições FEESP

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CÉLULAS-TRONCO: Uma reflexão

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Presentation Transcript


  1. CÉLULAS-TRONCO: Uma reflexão O Livro dos Espíritos – Allan Kardec Reprodução Assistida à Luz do Espiritismo – Durval Ciamponi - Edições FEESP Clonagem à luz do espiritismo – Wlademir Lisso, Dra. Solange S. de Camargo (USP), Profa. Síntia Iole Nogueira (UNIFESP/EPM) e Durval Ciamponi – Edições FEESP CLONAGEM – Da ovelha Dolly às células-tronco – Lygia da Veiga Pereira – Editora Moderna Artigo “Clonagem e células-tronco” - Dra. Mayana Zatz – Conferência feita pela autora no Instituto de Estudos Avançados da USP no dia 19 de maio de 2004

  2. GENOMA – A receita da vida • O “genoma” de um ser vivo é simplesmente uma grande receita, ou um grande manual de instruções de “como fazer este ser vivo”, e se forma quando um óvulo é fecundado por um espermatozóide, no caso dos animais. •  Essas instruções são chamadas de genes. • Os genes são compostos de um elemento bioquímico chamado DNA. • O genoma do ser humano possui aproximadamente 30 mil genes.

  3. CLONAGEM • “CLONE”: do grego klón, “broto”. Conjunto de indivíduos originários de outros por multiplicação assexual (divisão, enxertia, apomixia, etc.), segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2a. edição. • A CLONAGEM é um mecanismo comum de propagação da espécie em plantas ou bactérias. • De acordo com Webber (1903) um clone é definido como uma população de moléculas, células ou organismos que se originaram de uma única célula e que são idênticas à celula original. Ex.: Bactéria: ser vivo composto por uma única célula, que se divide, reproduzindo-se de forma assexuada, produzindo dois descendentes geneticamente idênticos. • Um clone é um ser geneticamente idêntico a outro.

  4. CLONAGEM • Em humanos, os clones naturais são os gêmeos idênticos que se originam da divisão de um óvulo fecundado. • Os primeiros sucessos da clonagem de animais foram obtidos com sapos na década de 1950. • A técnica utilizada foi a transferência de núcleo. • Os clones não se desenvolviam além da fase de girino. • Somente nos anos 1960 foram gerados clones de sapos que chegavam à idade adulta, a partir de células do intestino de sapos adultos. • Na década de 1980 foi desenvolvido um método para geração de clones alternativo à transferência nuclear – a bipartição de embriões.

  5. CLONAGEM • Em 1997, um grupo escocês, liderado pelo cientista Ian Wilmut, anunciou a geração do primeiro animal clonado a partir de células de um animal adulto, a famosa ovelha Dolly. • Ela foi gerada pelo método de transferência nuclear, mas com pequenas modificações que fizeram o experimento funcionar em animais. • Uma célula da mama de uma ovelha de seis anos foi fundida a um óvulo de outra ovelha, cujo núcleo, contendo seu genoma, havia sido eliminado – ou seja, um óvulo sem material genético nenhum. • Um choque elétrico foi utilizado para fundir aquela célula ao óvulo vazio, simulando a fecundação e induzindo esse óvulo a iniciar o desenvolvimento, se dividindo em duas células, quatro, e assim por diante.

  6. CLONAGEM • A grande revolução da Dolly, que abriu caminho para a possibilidade de clonagem humana, foi a demonstração, pela primeira vez, de que era possível clonar um mamífero, isto é, produzir uma cópia geneticamente idêntica, a partir de uma célula somática diferenciada. • Para entendermos porque esta experiência foi surpreendente, precisamos recordar um pouco de embriologia. • Todos nós já fomos uma única célula, resultante da fusão de um óvulo e um espermatozóide. Esta primeira célula já tem no seu núcleo o DNA com toda a informação genética para gerar um novo ser. • Logo após a fecundação, ela começa a se dividir: uma célula em duas, duas em quatro, quatro em oito e assim por diante.

  7. CLONAGEM • Pelo menos até a fase de oito células, cada uma delas é capaz de se desenvolver em um ser humano completo. Estas células são chamadas de TOTIPOTENTES. • Na fase de oito a dezesseis células, as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células internas que vai originar o embrião propriamente dito. • Após 72 horas, este embrião, agora com cerca de cem células, é chamado de BLASTOCISTO. • É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina.

  8. CLONAGEM • As células internas do blastocisto vão originar as centenas de tecidos que compõem o corpo humano. Estas células são chamadas de células tronco embrionárias PLURIPOTENTES. • A partir de um determinado momento, estas células somáticas – que ainda são todas iguais – começam a diferenciar-se nos vários tecidos que vão compor o organismo: sangue, fígado, músculos, cérebro, ossos, etc. • Os genes que controlam esta diferenciação e o processo pelo qual isto ocorre ainda são um mistério. • O que se sabe é que uma vez diferenciadas, as células somáticas perdem a capacidade de originar qualquer tecido.

  9. CLONAGEM: Células-Tronco • As CÉLULAS-TRONCO são células encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo. • Ao contrário das demais células do organismo, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação celular, e por isso podem dar origem a diferentes tecidos no organismo. • Além disso, as células-tronco têm a capacidade de auto-replicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.

  10. O processo de clonagem reprodutiva • A grande notícia da Dolly foi justamente a descoberta de que uma célula somática de mamífero, já diferenciada, poderia ser reprogramada ao estágio inicial e voltar a ser totipotente. • O óvulo, quando fecundado, tem mecanismos, ainda desconhecidos, para reprogramar o DNA de modo a tornar todos os seus genes novamente ativos, o que ocorre no processo normal de fertilização. • As experiências demonstram que esta reprogramação dos genes, para o estágio embrionário, o qual originou Dolly, é extremamente difícil.

  11. Clonagem Reprodutiva • A clonagem não é eficiente, pois para gerar um clone bovino é preciso fazer em média cem transferências nucleares. Destas, de 30 a 40% dos embriões sobreviverão para serem transferidos para uma barriga de aluguel. • No final de nove meses, com alguma sorte, nascerá um único bezerro saudável. • O custo desse bezerro é extremamente elevado, pois mais de 15 vacas devem ser tratadas com hormônios, a fim de que cada uma receba dois embriões clonados. • Atualmente, a principal aplicação comercial da técnica de clonagem é a geração de animais transgênicos, que podem produzir elementos de interesse comercial, como a insulina ou o bioferro.

  12. Clonagem reprodutiva: problemas • A maioria dos clones morre no início da gestação • Os animais clonados têm defeitos e anormalidades semelhantes, independentemente da célula doadora ou da espécie • Essas anormalidades provavelmente ocorrem por falhas na reprogramação do genoma • A eficiência da clonagem depende do estágio de diferenciação da célula doadora

  13. Clonagem Reprodutiva • A reprodução de mamíferos pela clonagem é um processo absolutamente inexistente na natureza: somos programados para reproduzir a partir dos nossos óvulos e espermatozóides. • Durante milhões de anos de seleção natural e evolução, as células adquiriram características específicas de acordo com suas funções no organismo.

  14. CLONAGEM TERAPÊUTICA • Se, em vez de inserirmos em um útero o óvulo cujo núcleo foi substituído por um de uma célula somática, deixarmos que ele se divida no laboratório teremos a possibilidade de usar estas células – que na fase de blastocisto são pluripotentes – para fabricar diferentes tecidos. • Na clonagem terapêutica, serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação no útero. • Em 2004, um grupo de cientistas coreanos, conseguiu que, em um total de 242 óvulos, 25% se dividissem e chegassem ao estágio de blastocisto, capazes de produzir linhagens de células-troco pluripotentes.

  15. Clonagem Terapêutica • Esta técnica teria a vantagem de evitar rejeição, se o doador fosse a própria pessoa. • Mas também tem as suas limitações, pois o doador não poderia ser a própria pessoa quando se tratasse de alguém afetado por doença genética. • Uma grande questão em aberto diz respeito à reprogramação dos genes que poderiam inviabilizar o processo, dependendo do tecido ou órgão a ser substituído. • É uma tecnologia que ainda necessita de muita pesquisa antes de ser aplicada no tratamento clínico.

  16. CÉLULAS-TRONCO: Outras fontes • Por todos os motivos anteriormente apresentados, a grande esperança, no curto prazo, para terapia celular, vem da utilização de células-tronco de outras fontes. • CÉLULAS-TRONCO ADULTAS: • Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea, sangue, fígado) de crianças e adultos. Elas são responsáveis pela regeneração parcial que nossos órgãos sofrem ao longo da nossa vida. • A quantidade é pequena e, após algum tempo, perdem sua capacidade de se dividir e de se diferenciar. • Ainda não se sabe em que tecidos são capazes de se diferenciar, mas estudos recentes vem demonstrando que estas células são mais maleáveis do que se imaginava.

  17. CÉLULAS-TRONCO: Outras fontes • CORDÃO UMBILICAL e PLACENTA: • Pesquisas recentes vêm demonstrando que o sangue do cordão umbilical e da placenta são ricos em células-tronco. • Porém, também ainda não se sabe qual é o potencial de diferenciação dessas células em diferentes tecidos. • Se estas pesquisas proporcionarem os resultados esperados, esta será uma notícia fantástica, porque não envolveria questões éticas. • Experiências recentes já demonstraram que o sangue do cordão umbilical é o melhor material para substituir a medula em casos de leucemia. • Seria interessante criar com urgência bancos de cordão públicos, à semelhança dos bancos de sangue, a fim de solucionar o problema de compatibilidade entre as células-tronco do cordão doador e do receptor.

  18. CÉLULAS-TRONCO: Outras fontes • CÉLULAS EMBRIONÁRIAS: • Se as células-tronco de cordão não tiverem a potencialidade desejada, a alternativa será o uso de células-troco embrionárias obtidas de embriões não utilizados que são descartados em clínicas de fertilização. • As células-tronco embrionárias possuem um imenso potencial terapêutico para as mais diversas doenças humanas. • As pesquisas sustentam a esperança humana de encontrar tratamento, e talvez até mesmo cura, para doenças que até pouco tempo eram consideradas incontornáveis, como diabetes, esclerose, infarto, distrofia muscular, Alzheimer e Parkinson. • O princípio é o mesmo, por exemplo, do transplante de medula óssea em pacientes com leucemia, método comprovadamente eficiente. As células-tronco da medula óssea do doador dão origem a novas células sanguíneas sadias.

  19. A Lei da Biossegurança • A lei de biossegurança traz no seu artigo 5o. as regras para obtenção dos embriões humanos, a seguir transcritas: • “Art. 5o. É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizadas no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições: • I - Sejam embriões inviáveis; ou • II – Sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento. • § 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores. • § 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa. • § 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica no crime tipificado no art. 15 da Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.”

  20. Aspectos éticos: Quando começa a vida? • No momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo? • Quando o óvulo fecundado adere à parede do útero? • Quando aparecem as primeiras terminações nervosas que resultarão no cérebro? • “Pode suceder que esse debate desague numa perplexidade: é impossível dizer quando a vida começa” – Ministro Carlos Ayres Britto, relator do processo sobre a Lei de Biossegurança.

  21. Aspectos éticos • A concepção do ser humano é um processo e não um momento. Existem muitos fatores que se interagem: a vontade dos pais e a do reencarnante; a ação dos Espíritos, colaboradores na ligação da alma no corpo, atuando ou escolhendo entre as diferentes opções oferecidas pela matéria, a que melhor atenda às necessidades evolutivas da alma que vai nascer. • Na Reprodução Natural, todo o processo segue a matemática da natureza. Por isto, de modo geral, se diz que a concepção do ser humano se dá no momento da fecundação. • Na Reprodução Assistida, o zigoto é criado fora do claustro materno, num meio ambiente que não é o natural, mantido na dependência do livre-arbítrio do médico e do casal. • Como agem os Espíritos nestas duas condições para ligarem a alma ao embrião?

  22. Considerações Finais • O tema é polêmico, controverso e delicado, mas não pode nos impedir de seguir a orientação do Espírito da Verdade: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”. – ESE – Cap. VI – Item 5 • Em nossos atos e palavras devemos lembrar sempre do ensinamento de JESUS: “Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um segundo as suas obras” – MT 16:27

  23. Observações: • Os textos e figuras desta apresentação foram extraídos do livro “CLONAGEM – Da ovelha Dolly às células-tronco” – Lygia da Veiga Pereira – Editora Moderna e do Artigo “Clonagem e células-tronco” - Dra. Mayana Zatz – Conferência feita pela autora no Instituto de Estudos Avançados da USP no dia 19 de maio de 2004. • O texto referente ao item “Aspectos éticos” foram extraídos do livro “Reprodução Assistida à Luz do Espiritismo” – Durval Ciamponi - Edições FEESP.

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