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ENFª. MARILENE GONÇALVES FRANÇA (PESQUISADORA – NEAD)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDO SOBRE O ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS. MODELOS DE TRATAMENTOS. ENFª. MARILENE GONÇALVES FRANÇA (PESQUISADORA – NEAD). INTRODUÇÃO. Histórico - Problemas com álcool e outras drogas datam da antiguidade;

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  1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE NÚCLEO DE ESTUDO SOBRE O ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS MODELOS DE TRATAMENTOS ENFª. MARILENE GONÇALVES FRANÇA (PESQUISADORA – NEAD)

  2. INTRODUÇÃO • Histórico - Problemas com álcool e outras drogas datam da antiguidade; - O tratamento especializado (Séc. XIX); • Dependência química: processo complexo e multidimensional; • Propostas de tratamento diversificadas; • Modelo moral Modelo psicossocial Modelo médico

  3. PSICOTERAPIAS DEFINIÇÃO • É um tratamento psicológico cujo objetivo é modificar pensamentos, sentimentos e comportamentos-problema, criando um novo entendimento dos pensamentos e sensações responsáveis pela dificuldade ou problema observado. Wood (2003) apud Pechansky (2006)

  4. PSICOTERAPIAS PRINCIPAIS TIPOS DE PSICOTERAPIA • Entrevista Motivacional • Intervenção Breve • Psicoterapia Dinâmica • Prevenção de Recaída • Terapia de Família

  5. ENTREVISTA MOTIVACIONAL

  6. PSICOTERAPIAS ENTREVISTA MOTIVACIONAL Conceito de Motivação • “ Estado de prontidão ou de avidez para a mudança” (PROCHASKA; DICLEMENTE, 1992). • É a probabilidade de que uma pessoa se envolva, continue e adira a uma estratégia específica de mudança (JUNGERMAN; LARANJEIRA, 2002).

  7. PSICOTERAPIAS Conceito de Entrevista Motivacional • É um estilo de aconselhamento diretivo, centrado no cliente, com intuito de incentivar a mudança de comportamento, ajudando-o a explorar e resolver sua ambivalência. Rollnick e Miller (1985) apudJungerman e Laranjeira (2002)

  8. PSICOTERAPIAS Princípios da Entrevista Motivacional • Ambivalência: relutância em fazer algo, associado à experiência de um conflito psicológico para decidir entre dois caminhos diferentes. • Prontidão para a mudança: baseada no modelo de “Estágios de Mudança” de Prochaska e DiClemente (1982).

  9. PSICOTERAPIAS “ESTÁGIOS DE MUDANÇA”

  10. PSICOTERAPIAS

  11. PSICOTERAPIAS Princípios da Entrevista Motivacional • Expressar empatia • Desenvolver discrepância • Evitar confrontação • Lidar com a resistência do paciente • Fortalecer a auto-eficácia do paciente

  12. PSICOTERAPIAS Estratégias da Entrevista Motivacional • Aconselhamento • Remoção de barreiras ao tratamento • Fornecimento de opções de escolha • Desestímulo ao uso da substância • Prática de empatia • Fornecimento de feedback • Esclarecimento dos objetivos • Ajuda ativa

  13. PSICOTERAPIAS Considerações Finais • A aderência do dependente ao tratamento depende de sua motivação; • Incentivar a mudança de comportamento do paciente, ajudando-o a explorar e resolver sua ambivalência; • Aplicada nas fases iniciais do tratamento; • Indicada para pacientes com alto nível de negação sobre seus problemas.

  14. INTERVENÇÃO BREVE

  15. PSICOTERAPIAS INTERVENÇÃO BREVE Introdução • Foi proposta, inicialmente, como uma abordagem terapêutica para usuários de álcool, em 1972, no Canadá, por Sanchez-Craig e colaboradores. (DE MICHELI; FORMIGONI, 2006)

  16. PSICOTERAPIAS Objetivo da Intervenção Breve • Ajudar no desenvolvimento da autonomia das pessoas, atribuindo-lhes a capacidade de assumir a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas. • Identificar a presença de um problema, motivar o indivíduo para a mudança de comportamento e sugerir estratégias para que esta mudança possa acontecer, podendo ser utilizada para:

  17. PSICOTERAPIAS Objetivo da Intervenção Breve -Prevenir ou reduzir o uso de SPAs e os problemas associados. - Orientar, de modo focal e objetivo, sobre os efeitos e conseqüências relacionadas ao consumo abusivo.

  18. PSICOTERAPIAS • A Intervenção Breve está relacionada à prevenção primária ou à secundária; • A Intervenção Breve pode durar desde 5 minutos (orientação breve) até 15 a 30 minutos, devendo ser focal e objetiva. • O melhor uso da Intervenção Breve se dá entre usuários de risco ou pacientes que fazem uso nocivo, não sendo necessariamente ideais para pacientes dependentes (MARQUES; FURTADO, 2004).

  19. PSICOTERAPIAS Princípios da Intervenção Breve • Triagem inicial do uso de SPAs (AUDIT, ASSIST, DUSI e T-ASI). • Informar os pacientes avaliados sobre o resultado do questionário e sobre a faixa de risco em que se encontram, para serem devidamente acompanhados:

  20. PSICOTERAPIAS

  21. PSICOTERAPIAS • Elementos essenciais ao processo de Intervenção Breve: Feedback Responsability Advice Menu Emphatic Self-efficacy (DI MICHELI; FORMIGONI, 2006)

  22. PSICOTERAPIAS

  23. PSICOTERAPIAS

  24. PSICOTERAPIAS Dicas para uma boa Intervenção • Criar um ambiente de apoio • Evitar o uso de rótulos • Fazer perguntas abertas • Fazer Escuta Reflexiva • Prestar atenção à comunicação não-verbal do paciente (DI MICHELI; FORMIGONI, 2006)

  25. PSICOTERAPIAS Considerações Finais • A Intervenção Breve identifica a presença de um problema, motiva o indivíduo para a mudança de comportamento e sugere estratégias. • Indicada para usuários de risco ou que fazem uso nocivo; e para incentivar pessoas dependentes a aceitarem o encaminhamento para serviços especializados no tratamento de SPAs.

  26. TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

  27. PSICOTERAPIAS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL • Teoria Cognitiva: a dependência química resulta de um conjunto complexo de interações (cognições, emoções, comportamentos, relacionamentos sociais, aspectos biológicos , influências culturais), que se relacionam entre si influenciando os comportamentos dos indivíduos. (BECKER; ALFORD, 2000; ALFORD, NOCROSS, 1991 apud SILVA; SERRA, 2004)

  28. PSICOTERAPIAS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL • Terapia Cognitiva: busca reestruturar as cognições disfuncionais e dar flexibilidade cognitiva no momento de avaliar situações específicas, a fim de possibilitar o indivíduo a adotar estratégias cognitivas para perceber e responder ao real de forma disfuncional (SILVA; SERRA, 2004). • O comportamento é secundário à maneira como o indivíduo pensa sobre si mesmo e sobre o seu papel no mundo (CAPOTE; RAMOS, 2002).

  29. PSICOTERAPIAS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL • Teoria Comportamental: a dependência química tem seu foco nas Teorias de Aprendizado Social – Condicionamento Clássico e Aprendizagem Instrumental. (CARROL, 2002 citado por SILVA; SERRA, 2004)

  30. PSICOTERAPIAS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL • Terapia Comportamental: o comportamento adaptativo pode ser mudado, independente do “insight”. (CAPOTE; RAMOS, 2002)

  31. PSICOTERAPIAS TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL • Enfatiza a existência de um pensamento disfuncional a fim de produzir modificações nas crenças e no pensamento que influencia na melhora do humor e do comportamento, ao mesmo tempo, que busca sensibilizá-lo a pensar sobre si mesmo e sua atuação no mundo. (LISBOA; SOUZA, 2005)

  32. PSICOTERAPIAS Pressuposto da Terapia Cognitivo-Comportamental • A dependência é vista como um comportamento apreendido, passível de ser mudado através da participação do indivíduo nesse processo de mudança. (CAPOTE; RAMOS, 2002)

  33. PSICOTERAPIAS Objetivo da Terapia Cognitivo-Comportamental • Sinalizar ao paciente a relação entre o seu pensamento, emoção e sua ação em relação às substâncias psicoativas, identificando as diferentes funções dessas substâncias na sua vida.

  34. PSICOTERAPIAS Estratégias da Terapia Cognitivo-Comportamental • Reestruturação cognitiva • Treinamento de habilidades comportamentais • Modificação dos hábitos de vida

  35. PSICOTERAPIAS O Tratamento a partir da Terapia Cognitivo-Comportamental • Identificar os sinais desencadeadores de comportamentos e exercitar o aprendizado de estratégias de soluções de problemas. • Compreender as crenças do paciente em relação ao uso da SPA, discutir com ele a validade das mesmas e propor mudanças no estilo de vida.

  36. PSICOTERAPIAS O Tratamento a partir da Terapia Cognitivo-Comportamental • É necessário a formação de um vínculo terapêutico adequado, para o desenvolvimento do tratamento. • Regras básicas do tratamento, definidas com o paciente, na primeira sessão:

  37. PSICOTERAPIAS • O objetivo e a proposta do tratamento • A abstinência durante as sessões de atendimento • O horário, o local e a duração do tratamento • O consentimento e a disponibilidade do paciente para o tratamento • O sigilo de informações • Orientações em relação ao seguimento do processo (CAPOTE, RAMOS, 2002)

  38. PSICOTERAPIAS Considerações Finais • A dependência é vista como um comportamento apreendido, passível de ser mudado através da participação do indivíduo nesse processo. • Busca ajudar o paciente a expressar seus sentimentos, crenças e valores para auxiliá-lo na mudança de comportamentos e na aquisição de novos hábitos de vida.

  39. PSICOTERAPIA DINÂMICA

  40. PSICOTERAPIAS PSICOTERAPIA DINÂMICA Características • É uma tentativa de compreender os elementos psicológicos relacionados ao início ou à manutenção do uso de SPAs pelo indivíduo. • Utiliza-se de técnicas originárias da psicoterapia psicanalítica para desenvolver com o indivíduo um aumento da sua capacidade de compreensão de si e de seu mundo interno. • Enfatiza a importância da relação intersubjetiva como instrumento e meio de trabalho.

  41. PSICOTERAPIAS Objetivos da Psicoterapia Dinâmica • levar o paciente à manutenção da vida abstinente da SPA e a aquisição ou recuperação de mecanismos psicológicos que ficaram disfuncionais ou não foram devidamente desenvolvidos em função da sua dependência.

  42. PSICOTERAPIAS Proposta da Psicoterapia Dinâmica • 1º Momento: promover a abstinência usando o vínculo terapêuticoquebrar a rotina compulsiva da substância; • 2º Momento: a abstinência é o ponto de partida da relação subjetivareconhecer sua dependência; • 3º Momento:Aceitação de um nova leimelhoria da qualidade de vida,ressoaliazação e reelaboração dos papéis; • 4º Momento:Distanciamento do terapeuta e promoção da liberdade levar o indivíduo a independência.

  43. PSICOTERAPIAS Considerações Finais • Busca compreender conflitos psicológicos que levam ao uso de SPAs; • Centrada no estilo de relacionamento interpessoal do dependente através da utilização de drogas; • Indicada para pacientes com condições de compreensão psicológica.

  44. PSICOTERAPIA FAMILIAR

  45. PSICOTERAPIA PSICOTERAPIA FAMILIAR Definição de família “A família é um sistema semi aberto, com regras, costumes e crenças, em constante troca com meio social. Assim, a família transforma e é transformada pelo ambiente. Isto é , o que acontece com um membro da família afeta a todos os demais; assim como o que ocorre na família influência todos os seus membros” (MINUCHIN, 1997; ANTOLFI, 1998).

  46. PSICOTERAPIA PSICOTERAPIA FAMILIAR Introdução • Desenvolveu-se nos Estado Unidos, na década de 1950, e tem como premissa aquilo que acontece com um indivíduo da família atinge todos os demais direta ou indiretamente. • Sua proposta é tratar o sistema como um todo e não apenas o indivíduo. (SILVA, 2006)

  47. PSICOTERAPIAS PSICOTERAPIA FAMILIAR A Importância do Tratamento da Família do Dependente Químico • Adoecimento da família; • Apoio que o dependente precisa para se reestruturar; • Entender a dinâmica familiar frente a realidade da adicção; • Interferência do processo de reestruturação nas relações familiares

  48. PSICOTERAPIA FAMILIAR Aspectos Abordados na Psicoterapia Familiar • Acolhimento • Atendimento à família no momento em que procuram o tratamento; • Acompanhamento da família: instrumento terapêutico complementar a assistência; • Motivação da família para o tratamento; • Resgate da autonomia de cada membro da família, da competência familiar, do treino de novas habilidades. • Reestruturação dos padrões disfuncionais e busca de novos padrões mais funcionais.

  49. PSICOTERAPIA FAMILIAR Estratégias Utilizadas na Psicoterapia Familiar • Primeira sessão: avaliação inicial; metas em relação à abstinência da SPA; objetivos do tratamento; contrato terapêutico. • Seguimento: tratar de temas como: presença da SPA no sistema; orientação em relação às recaídas; efetividade; comunicação; tarefas; defesas e as crenças. • Trabalhar a ambivalência do cônjuge e dos filhos

  50. PSICOTERAPIA FAMILIAR Considerações Finais • Esta terapia demonstra a importância do acolhimento, das orientações à família e a sua motivação, para a efetividade no tratamento. • A presença da família e a realização de uma abordagem familiar, contribui na adesão do paciente ao tratamento. • A família como alvo eficaz da intervenção, enquanto organismo dinâmico e poderoso para influenciar e manter as mudanças.

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