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Parto Prematuro. Profa. Melania Amorim UFCG Universidade Federal de Campina Grande 26/5/2011. Abordagem baseada em evidências. Parto Prematuro. DEFINIÇÃO Parto pré-termo (OMS, 1972)
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Parto Prematuro Profa. Melania Amorim UFCG Universidade Federal de Campina Grande 26/5/2011 Abordagem baseada em evidências
Parto Prematuro DEFINIÇÃO Parto pré-termo(OMS, 1972) • Interrupção da gestação antes de 37 semanas completas, ou seja, menos de 259 dias, contados a partir do primeiro dia do último período menstrual
1.700.000 partos – América Latina 51 maternidades, 1985 – 2003 Total de partos 90% 10% TERAPÊUTICO RPM Mortalidade perinatal TPP 80% 20% Barros, Velez Mdel, Obst Gynecol 107(5):1035, 2006 Parto Prematuro
Parto Prematuro CLASSIFICAÇÃO De acordo com a idadegestacional: • Pré-termotardio = 34 a 36 semanas • Pré-termomoderado = 32 a 34 semanas • Muitopré-termo = <32 semanas • Extremamentepré-termo= <28 semanas
Parto Prematuro CLASSIFICAÇÃO De acordo com o peso aonascer: • Baixo peso – < 2500g • Muitobaixo peso – < 1500g • Extremamentebaixo peso – < 1000g
Parto Prematuro IMPORTÂNCIA • 1a. causa de morte neonatal precoce (2/3) • incidência de SDRN – 70% 30 semanas • morbidade: icterícia, DM, HPIV, ECN, DPC • mortalidade no primeiro ano de vida • Seqüelas em longo prazo:paralisia cerebral, retardo do desenvolvimento, retinopatia e outras repercussões
Prematuridade Morbidade Imediata Longo prazo • Paralisia cerebral • Distúrbios convulsivos • Cegueira, surdez • Déficit cognitivo • Vínculo mãe-fiho • Separação familiar • SDRN • HPIV • DBP • Enterocolite necrosante • Sepse
Neonatal mortality by gestational age US national center for health statistics data 1995-1997 US nonhispanic white residents Alexander, AR, Kogan, M, Bader, D, et al. Pediatrics 2003; 111:e61.
Parto Prematuro FATORES DE RISCO • História obstétrica: PP anterior, abortamento • Estresse: baixo nível SE, solteiras, ansiedade, depressão, eventos funestos • Fadiga ocupacional • Distensão uterina excessiva: gestação gemelar, polidrâmnio • Fatores cervicais: comprimento cervical, IIC, cirurgias prévias
Parto Prematuro FATORES DE RISCO • Infecções: IST (chlamydia, gonorréia, tricomoníase), vaginose bacteriana, doença periodontal, ITU) • Patologia placentária: placenta prévia, DPPNI, história de sangramento genital • Fatores fetais: anomalias fetais, RCF • Fatores genéticos: polimorfismos – fatores inflamatórios
Parto Prematuro FATORES DE RISCO • Tabagismo • Abuso de substâncias • Baixo nível educacional • Pré-natal inadequado • Extremos de idade materna • Extremos de peso (baixo peso, obesidade)
Parto Prematuro História obstétrica e risco de PP Mercer, BM, Goldenberg, RL, Moawad, AH, Meis, PJ, et al. The preterm prediction study: effect of gestational age and cause of preterm birth on subsequent obstetric outcome. Am J Obstet Gynecol 1999; 181:1216-20
Parto Prematuro História obstétrica e risco de PP McManemy, J, Cooke, E, Amon, E, Leet, T. Recurrence risk for preterm delivery. Am J Obstet Gynecol 2007; 196:576-80
Parto Prematuro PATOGÊNESE • Ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal materno ou fetal • Infecção • Hemorragiadecidual • Distensãouterinapatológica
Parto Prematuro EVIDÊNCIAS • PREDIÇÃO • DIAGNÓSTICO • PREVENÇÃO • TRATAMENTO DO PARTO PREMATURO
Parto Prematuro DIFICULDADES • Doença de múltiplas apresentações e etiologia multifatorial, com interação de fatores de risco • Estudos confundindo associações e fatores causais • Inconsistências no diagnóstico • Inexistência de consenso quanto à prevenção e tratamento
Parto Prematuro PREDIÇÃO MARCADORES CLÍNICOS • ÍNDICES OU ESCORES • PARTO PREMATURO PRÉVIO • SANGRAMENTO GENITAL • MONITORIZAÇÃO DAS CONTRAÇÕES UTERINAS • MODIFICAÇÕES CERVICAIS (TOQUE)
Parto Prematuro RISCO DE RECORRÊNCIA Iams and Berghella. Care for women with prior preterm birth. Am J Obstet Gynecol 2010; Aug;203(2):89-100.
Parto Prematuro RISCO DE RECORRÊNCIA Iams and Berghella. Care for women with prior preterm birth. Am J Obstet Gynecol 2010; Aug;203(2):89-100.
Parto Prematuro PREDIÇÃO MARCADORES LABORATORIAIS A) SECREÇÃO CERVICAL • Fibronectina fetal (FDA) • SENSIBILIDADE: 89% • ESPECIFICIDADE: 86% • Prolactina • Alfafetoproteína • Interleucinas (1, 6, 8) • -hCG • Nitritos e Nitratos
Parto Prematuro FIBRONECTINA FETAL • Glicoproteína estável encontrada na interface materno-fetal da junção cório-decidual • Papel relevante na implantação e na manutenção da integridade da junção • Secreção cérvico-vaginal contém fibronectina na gestação inicial e próximo ao TP • Concentrações habitualmente baixas no 2º. e no 3º. Trimestres • Marcador lógico da ameaça ou do real TPP
Expressão Normal da Fibronectina segundo a Idade Gestacional Intervalo livre Fibronectina Fetal (ng/mL) Idade Gestacional (semanas) Adaptado de Garite e cols., Contemp Obstet Gynecol, 1996 PORCENTAGEM DE PARTO < 35 SEMANAS SEGUNDO A DOSAGEM QUANTITATIVA DE FNF CÉRVICO-VAGINAL ÀS 24 SEMANAS CUSTO TOTAL DE INTERNAÇÕES POR TPP Ponto de corte: 50ng/mL % Parto Prematuro Espontâneo ANO SEM FNF ANO COM FNF Maior valor de FNF cervical/vaginal às 24 sem. Goepfert: Am J Obstet Gynecol, 183(6):1480-1483, 2000 FIBRONECTINA FETAL
FIBRONECTINA FETAL TESTE RÁPIDO
Parto Prematuro Honest et al. Accuracy of cervicovaginal fetal fibronectin test in predicting risk of spontaneous preterm birth: systematic review. BMJ. 2002 August 10; 325 (7359): 301.
Parto Prematuro Honest et al. Accuracy of cervicovaginal fetal fibronectin test in predicting risk of spontaneous preterm birth: systematic review. BMJ. 2002 August 10; 325(7359): 301.
Parto Prematuro FIBRONECTINA FETAL • COCHRANE REVIEW (BAXTER, 2011) • Fetal fibronectin testing for reducing the risk of preterm birth • 5 ECR = 474 mulheres • O conhecimento do resultado da fibronectina reduziu a taxa de PP abaixo de 37 semanas, mas não abaixo de 34 semanas • Evidências insuficientes para recomendar o exame na prática clínica diária
Parto Prematuro Baxter Jason K. Fetal fibronectin testing for reducing the risk of preterm birth. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
Parto Prematuro PREDIÇÃO MARCADORES LABORATORIAIS B) SANGUE MATERNO • Interleucinas – 6 e 8 • Interferon-gamma • CRH (Hormônio Liberador de Corticotropina) • Proteína C Reativa C) SALIVA • * Estriol * (FDA)
Parto Prematuro PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL • Comprimento do colo < 4 cm (20 semanas) – elevado valor preditivo • PERCENTIL 50 (24 SEMANAS) = 3,5cm • Modificações cervicais (escore cervical) • Diâmetro ântero-posterior • Dilatação • Afunilamento • USG dinâmica (contrações uterinas)
Parto Prematuro USG TRANSVAGINAL
Parto Prematuro USG TRANSVAGINAL Comprimento do colo Afunilamento – Dilatação
Parto Prematuro PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL • Correlação inversa entre comprimento cervical e frequência de parto prematuro • Elevado valor preditivo negativo • Risco aumentado de parto prematuro (colo <2,5cm 28-30 semanas)
Parto Prematuro COMPRIMENTO CERVICAL (USG) X PARTO PREMATURO Iams et al. NEJM 1996; 334: 567-573
Parto Prematuro USG TRANSVAGINAL X PARTO PREMATURO Iams et al. NEJM 1996; 334: 567-573
Parto Prematuro PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Pontos de corte • 18 mm – máximo valor preditivo positivo • 30 mm – máximo valor preditivo negativo LEITICH H, BRUMBAUER M, KAIDER A, et al: Cervical lengthanddilationof theinternal os detectedby vaginal ultrasonography as markers for preterm delivery: A systematicreview. Am J ObstetGynecol 181:1465, 1999.
Parto Prematuro PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL Problemas para rastreamento • Baixa sensibilidade e especificidade em populações de baixo risco para PP • Populações de alto-risco (maior acurácia) – o que fazer? • Papel incerto das intervenções antenatais
Parto Prematuro PREDIÇÃO AVALIAÇÃO CERVICAL (USG) USG TRANSVAGINAL • USO EM GESTANTES DE ALTO-RISCO • Repouso • Intervenções para reduzir a prematuridade (ECR) • USO NA “AMEAÇA DE PARTO PREMATURO” • Definição das indicações de tocólise
Parto Prematuro PREDIÇÃO COCHRANE REVIEW (Berghela et al., 2011) USG TRANSVAGINAL • 5 ECR = 507 mulheres • Conhecimento do resultado da USG reduz o risco de PP antes de 37 semanas (semsignificânciaestatística) • Evidênciasinsuficientespararecomendar o examenapráticaclínicadiária • Novaspesquisassãonecessárias
Parto Prematuro • Berghella Vincenzo, Baxter Jason K, Hendrix Nancy W. Cervical assessment by ultrasound for preventing preterm delivery. In: The Cochrane Library, Issue 5, 2011
Parto Prematuro PREDIÇÃO FIBRONECTINA + USG • Comprimento Cervical < 25mm: sensibilidade=75%, especificidade=63%, VPP=24% e VPN=94% • Fibronectina >50ng/ml: 63%, 81%, 33% e 93% • Uso seletivo de fibronectina com colo curto (entre 1,6 e 3,0cm): 67%, 81%, 36% e 94% SCHMITZ et al. Selective use of fetal fibronectin detection after cervical length measurement to predict spontaneous preterm delivery in women with preterm labor. Am J Obstet Gynecol. 2006 ;194(1):138-43.
Parto Prematuro SCHMITZ et al. Selective use of fetal fibronectin detection after cervical length measurement to predict spontaneous preterm delivery in women with preterm labor. Am J Obstet Gynecol. 2006 ;194(1):138-43.
Parto Prematuro DIAGNÓSTICO • Segurança quanto à idade gestacional • Contrações dolorosas, palpáveis, em torno de 30” e ocorrendo pelo menos 4 vezes a cada 30’ • Evidência de mudança na posição, consistência, comprimento e/ou dilatação do colo • Elementos diagnósticos adjuvantes: fibronectina fetal e US transvaginal Lamont RF. International Preterm Labour Council. Evidence-based labour ward guidelines for the diagnosis, management and treatment of spontaneous preterm labour. J Obstet Gynaecol. 2003 Sep;23(5):469-78.
USG NO PARTO PREMATURO Avaliação de líquido amniótico Avaliação de morfologia fetal e “maturidade” Diagnóstico de alterações placentárias ou uterinas Avaliação do colo uterino Parto Prematuro
USG NO PARTO PREMATURO Avaliação de colo uterino: Medida limite para excluir diagnóstico de TPP: 30 mm Ótimo valor preditivo positivo para TPP: 20 mm Comprimento cervical < 20mm NÃO confirma TPP Comprimento cervical > 30mm AFASTA TPP Parto Prematuro Murakawa e cols., 1993; Iams e cols., 1994; Gomez e cols., 1994; Timor e cols., 1996; Crane e cols., 1997; Leitich e cols., 1999
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Os marcadores fibronectina fetal e US são mais úteis para excluir do que para confirmar TPP, em pacientes com sintomas A associação de marcadores pode: Reduzir tratamentos desnecessários e hospitalização em casos de dúvida diagnóstica Permitir a instituição de medidas terapêuticas em casos de pouca expressão clínica, permitindo melhor resultado perinatal Parto Prematuro
Parto Prematuro PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA PREVENÇÃO DAS SEQUELAS EVITAR OU POSTERGAR O PARTO PREMATURO EVITAR O TPP
Parto Prematuro PREVENÇÃO DO PARTO PREMATURO INTERVENÇÕES PRÉ-NATAIS • TRATAMENTO DE INFECÇÕES • REPOUSO • CIRCLAGEM CERVICAL • PROGESTERONA • INIBIÇÃO DO TRABALHO DE PARTO PREMATURO
Parto Prematuro TRATAMENTO DE INFECÇÕES • VAGINOSE BACTERIANA • TRICOMONÍASE • CHLAMYDIA, GONORRÉIA • INFECÇÃO URINÁRIA
Parto Prematuro VAGINOSE BACTERIANA COCHRANE REVIEW (MCDONALD et al., 2011) • 15 ECR – 5888 mulheres • Antibioticoterapia – eficaz para o tratamento da vaginose bacteriana • O tratamento não reduziu significativamente o risco de parto prematuro nem de RUPREMA • Houveredução dos casos de partoprematuroemmulherestratadas antes de 20 semanas