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1. Transtornos de Ajustamento Definição
A característica essencial de um Transtorno de Ajustamento é o desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais significativos em resposta a um ou mais estressores psicossociais identificáveis, dentro de um período de 3 meses. A importância clínica da reação é indicada por um acentuado sofrimento, que excede o que seria esperado, dada a natureza do estressor, ou por um prejuízo significativo no funcionamento social ou profissional (ou acadêmico).
Epidemiologia
Aparentemente são comuns;
As estatísticas epidemiológicas variam amplamente, em função da população estudada e dos métodos de avaliação utilizados;
Porcentagem de indivíduos em tratamento ambulatorial de saúde mental varia de 5 a 20%;
Os indivíduos mais desfavorecidos em suas circunstâncias de vida experimentam uma alta taxa de estressores, podendo estar em maior risco para o transtorno;
Não há diferença entre os sexos;
Ocorrem em qualquer faixa etária.
2. Transtornos de Ajustamento Subtipos:
Com relação ao tipo de sintoma:
Com Humor Depressivo: quando as manifestações predominantes são sintomas tais como humor deprimido, tendência ao choro ou sensações de impotência.
Com Ansiedade: quando as manifestações predominantes são sintomas tais como nervosismo, preocupação ou inquietação.
Misto de Ansiedade e Depressão: quando a manifestação predominante é uma combinação de depressão e ansiedade.
Com Perturbação da Conduta: quando a manifestação predominante é uma perturbação da conduta na qual existe violação dos direitos alheios ou de normas e regras sociais importantes, adequadas à idade (por ex., vadiagem, vandalismo, direção imprudente, lutas corporais, descumprimento de responsabilidades legais).
Com Perturbação Mista das Emoções e Conduta: quando as manifestações predominantes são tanto sintomas emocionais (por ex., depressão, ansiedade) quanto uma perturbação da conduta.
Inespecificado: este subtipo deve ser usado para reações mal-adaptativas (por ex., queixas somáticas, retraimento social, inibição profissional ou acadêmica) a estressores psicossociais.
Quanto ao tempo:
Agudo: persistência dos sintomas por menos de 6 meses.
Crônico: persistência dos sintomas por 6 meses ou mais. Por definição, os sintomas não podem persistir por mais de 6 meses após o término do estressor ou de suas conseqüências. O especificador de duração Crônico, portanto, aplica-se quando a duração da perturbação é superior a 6 meses, em resposta a um estressor crônico ou a um estressor de conseqüências prolongadas.
3. Transtornos de Ajustamento Etiologia
Estressor psicossocial
Variação cultural, etária e interpessoal
Problemas com o grupo de apoio primário
Problemas relacionados ao ambiente social
Problemas educacionais
Problemas ocupacionais
Problemas de moradia
Problemas econômicos
Problemas com o acesso aos serviços de cuidados à saúde
Problemas relacionados à interação com o sistema legal/criminal
Outros problemas psicossociais e ambientais
4. Transtornos de Ajustamento Quadro Clínico e Diagnóstico
Desenvolvimento de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a um estressor (ou múltiplos estressores), ocorrendo dentro de 3 meses após o início do estressor (ou estressores).
Esses sintomas ou comportamentos são clinicamente significativos, como evidenciado por qualquer um dos seguintes quesitos:
sofrimento acentuado, que excede o que seria esperado da exposição ao estressor
prejuízo significativo no funcionamento social ou profissional (acadêmico)
A perturbação relacionada ao estresse não satisfaz os critérios para outro transtorno mental.
Os sintomas não representam Luto.
Cessado o estressor (ou suas conseqüências), os sintomas não persistem por mais de 6 meses.
Diagnóstico Diferencial
Categoria residual
Comorbidades
Diagnóstico nos transtornos de personalidade
Transtorno de Ajustamento X Transtorno de Estresse Pós-Traumático X Transtorno de Estresse Agudo
5. Transtornos de Ajustamento Tratamento
Estratégias psicoterapêuticas:
Terapia de orientação psicodinâmica
Terapia comportamental
Terapia de apoio
Grupo
Individual
Aconselhamento
Assistência concreta, objetivando reduzir a exposição ao estressor, quando possível.
Medicamentoso:
Avaliar adequadamente o benefício do uso de medicações tranquilizantes, visando reduzir ansiedade, melhorar qualidade do repouso, controlar comportamentos disruptivos.
Benzodiazepínicos:
Diazepam (Valium®) 5-10 mg V.O.
Lorazepam (Lorax®) 1-2 mg V.O.
Antidepressivos tricíclicos:
Amitriptilina (Tryptanol®) 25 mg V.O.
Clomipramina (Anafranil®) 10-25 mg V.O.
Neurolépticos:
Olanzapina (Zyprexa®) 2,5 mg V.O.
Haloperidol (Haldol®) 1-2,5 mg V.O.
Clorpromazina (Amplictil®) 25-100 mg V.O.