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A importância da família no tratamento do uso abusivo de drogas.

A importância da família no tratamento do uso abusivo de drogas. EDINEUSA GOMES GUEDES DE PAIVA COORDENADORA REGIONAL DO AMOR-EXIGENTE DIRETORA DO DEPAD/SEMTAS-NATAL/RN. POR QUE A FAMÍLIA É IMPORTANTE PARA O TRATAMENTO?.

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A importância da família no tratamento do uso abusivo de drogas.

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  1. A importância da família no tratamento do uso abusivo de drogas. EDINEUSA GOMES GUEDES DE PAIVA COORDENADORA REGIONAL DO AMOR-EXIGENTE DIRETORA DO DEPAD/SEMTAS-NATAL/RN

  2. POR QUE A FAMÍLIA É IMPORTANTE PARA O TRATAMENTO? A família é fundamental para o sucesso do tratamento da dependência química. Pensar que tudo se resolverá a partir de uma internação ou após algumas consultas médicas é uma armadilha que não polpa a mais sincera tentativa de tratamento. A dependência é um problema que se estruturou aos poucos na vida da pessoa. Muitas vezes, levou anos para aparecer. Todos podem ajudar: o patrão, os amigos, os vizinhos, mas o suporte maior deve vir da família. As chances de sucesso do tratamento pioram muito quando a família não está por perto.

  3. Veja porque a família é tão importante: • O dependente muitas vezes não tem a noção completa da gravidade do seu estado; • O dependente sente a necessidade de 'se testar', expondo-se a situações de risco para ver se seu esforço está valendo a pena; • O dependente sente dificuldades em organizar novas rotinas para sua vida sem as drogas; • A família no tratamento mostra que o diálogo ainda existe.

  4. O que pode atrapalhar a participação da família no tratamento? • O dependente sabe mais sobre drogas do que a família; • A família fica sem saber qual a sua função; • 3) A família já tinha problemas muito antes da droga aparecer. 4) A família culpa o dependente ou se culpa; 5) Falta uma figura neutra. A família no tratamento significa buscar um novo elo entre os seus membros. Um novo casamento, uma nova criação dos filhos, uma nova imagem do pai e da mãe. O caminho novo a seguir é incerto e por isso sujeito a erros Tratar o dependente não se resume à busca pela abstinência. É também a construção de um novo estilo de vida. Para o dependente e para a família.

  5. COMO TRABALHAR A FAMÍLIA? A inclusão da família no tratamento de dependentes químicos tem sido consideravelmente estudada, no entanto, não existe um consenso sobre o tipo de abordagem a ser utilizado, dentre as várias propostas. Quatro modelos teóricos têm dominado a conceitualização das intervenções familiares em dependência química: o modelo da doença familiar; o sistêmico e o comportamental. O modelo de doença familiar,considera o alcoolismo ou o uso nocivo de drogas como uma doença que afeta não apenas o dependente, mas também a família. Esta idéia teve origem nos Alcoólicos Anônimos, em meados de 1940,

  6. Mais recentemente, estudos têm focado que a doença do alcoolismo manifesta sintomas específicos nas esposas e companheiros de dependentes químicos, dando origem ao conceito de co-dependência Este modelo envolve o tratamento dos familiares sem a presença do dependente (Grupos de Al-Anon; NARANON), que consiste em grupos de auto-ajuda com o objetivo de entender os efeitos do consumo de álcool e drogas por parte dos dependentes nos familiares e como reparar o que a convivência com um dependente faz na família, seguindo os princípios do AA. A produção científica é limitada neste tipo de abordagem. No entanto, as intervenções familiares baseadas neste modelo são muito comuns em programas de tratamento em dependência química e produzem forte impacto na opinião pública.

  7. O modelo sistêmicoconsidera a família como um sistema, em que se mantém um equilíbrio dinâmico entre o uso de substâncias e o funcionamento familiar. Em meados de 1970 a 1980, este modelo passou a exercer grande influência entre profissionais de saúde no tratamento da dependência química. Na perspectiva sistêmica, um dependente químico exerce uma importante função na família, que se organiza de modo a atingir uma homeostase dentro do sistema, mesmo que para isso a dependência química faça parte do seu funcionamento e muitas vezes, a sobriedade pode afetar tal homeostase. Pesquisas sobre esta abordagem têm mostrado efeitos benéficos na interação familiar e conseqüentemente no comportamento aditivo.

  8. O modelo comportamentalbaseia-se na teoria da aprendizagem e assume que as interações familiares podem reforçar o comportamento de consumo de álcool e drogas. O princípio é que os comportamentos são apreendidos e mantidos dentro de um esquema de reforçamento positivo e negativo nas interações familiares. Este modelo tem propiciado a observação de alguns padrões típicos observados nas famílias, tais como: reforçamento do beber como uma maneira de obter atenção e cuidados; amparo e proteção do dependente de álcool quando relata conseqüências e experiências negativas decorrentes do hábito de beber. Vários estudos referentes a este modelo descreveram desfechos melhores e redução na utilização da substância de abuso

  9. A abordagem cognitiva-comportamental, mescla técnicas da escola comportamental e da linha cognitiva. Esta abordagem reza que o afeto e o comportamento são determinados pela cognição que a família tem a cerca da dependência química, sendo esta cognição disfuncional ou não. O foco é reestruturar as cognições disfuncionais através da resolução de problemas, objetivando dotar a família de estratégias para perceber e responder as situações de forma funcional.

  10. Características Presentes em Famílias de Dependentes Químicos O impacto que a família sofre com o uso de drogas por um de seus membros é correspondente as reações que vão ocorrendo com o sujeito que a utiliza. Este impacto pode ser descrito através de quatro estágios pelos quais a família progressivamente passa sob a influência das drogas e álcool:

  11. Na primeira etapa, é preponderantemente o mecanismo de negação. Ocorre tensão e desentendimento e as pessoas deixam de falar sobre o que realmente pensam e sentem. • 2. Em um segundo momento, a família demonstra muita preocupação com essa questão, tentando controlar o uso da droga, bem como as suas conseqüências físicas, emocionais, no campo do trabalho e no convívio social. Mentiras e cumplicidades relativas ao uso abusivo de álcool e drogas instauram um clima de segredo familiar.

  12. 3. Na terceira fase, a desorganização da família é enorme. Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis, servindo de facilitadores. As famílias assumem responsabilidades de atos que não são seus, e assim o dependente químico perde a oportunidade de perceber as conseqüências do abuso de álcool e drogas 4. O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, podendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em todos os membros. A situação fica insustentável, levando ao afastamento entre os membros gerando desestruturação familiar.

  13. O que fazer? Como ajudar? Inicialmente a disponibilidade dos membros será um fator relevante para um bom encaminhamento, no entanto nem sempre isso é possível. Por isso algumas intervenções que antecedem este processo são favoráveis, como atendimentos individuais às esposas ou pais e/ou intervenções de orientação e suporte. É através do atendimento familiar que os membros passam a receber atenção não só para suas angústias, como também começam a receber informações fundamentais para a melhor compreensão do quadro de dependência química, e conseqüentemente melhora no relacionamento familiar

  14. Orientação Familiar em Dependência Química Experiência ambulatorial da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. MÉTODO: O atendimento no Grupo de Orientação Familiar ocorrem semanalmente, com duração de 75min, com 6 a 7 sessões estruturadas, dependendo da necessidade do grupo. SESSÃO 1: CONTRATO E QUEIXA; SESSÃO 2: ABORDAGEM DA EMOÇÕES – Razões que levam ao uso e comportamentos indicativos; SESSÃO 3: MODELO DE ESTÁGIOS DE MUDANÇA – Proposto por Prochaska e Diclemente (Pré-contemplação; Contemplação; Preparação; Ação; Manutenção e Término.

  15. SESSÃO 4: O QUE FAZER PARA AJUDAR E COMPORTAMENTOS A SEREM EVITADOS; SESSÃO 5: INFORMATIVA: SESSÃO 6: PLANO DE AÇÃO PARA CADA CASO. • PODEMOS TRABALHAR COM: • Grupos de Pares; • Grupos de Multifamiliares; • Psicoterapia de Casal; • Psicoterapia Familiar; • Grupos de Mútua e Auto-Ajuda (ALANON; NARANON e AMOR-EXIGENTE).

  16. Por que acredito na proposta do Amor-Exigente • É uma proposta de educação destinada a pais e orientadores, como forma e prevenir e solucionar problemas com seus filhos; • No Brasil já está funcionado há 25 anos; • Mais de 1.000 grupos espalhados pelo País, atendendo em média a 60.000 pessoas por semana; • O Amor-Exigente encoraja a pessoa a agir, em vez de só falar; constrói a cooperação familiar e comunitária; desencoraja a agressividade, a violência.

  17. EM NATAL: • Funcionando há 10 anos; • Com uma equipe de profissionais atuando VOLUNTARIAMENTE; • Vários resultados positivos na família e com os dependentes químicos. • NOSSO ENDEREÇO • Rua: Mor Gouveia, 2530 – Lagoa Nova • FONES: 3615 4341 – 3615 4342 • E-mail: eggpaiva@yahoo.com.br • SITE: www.amorexigente.org.br • PROGRAMA DE TV: Todas as segundas-feiras às 8 horas da manhã – REDE VIDA

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