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FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO humanizada 2012
CASO CLÍNICO REA, 21 anos, primigesta, tempo de amenorréia (TA) de 39 semanas e 2 dias, ultrassonografia de 1º trimestre corrigida compatível com TA, realizou pré-natal sem intercorrências, sorologias não reagentes, tipagem sanguínea A+. Há 4 horas iniciou com dor em cólica no baixo ventre. Refere boa movimentação fetal, nega perdas vaginais. Ao exame PA: 110 x 70 mmHg P: 98bpm Feto longitudinal, apresentação cefálica, dorso à esquerda Dinâmica uterina: 3 contrações/45 a cada 10 minutos BCF: 140/140bpm Toque: centrando, fino, amolecido, curto, 4cm de dilatação HD: CD:
Estudo da mecânica do parto FETO OBJETO TRAJETO BACIA CONTRAÇÃO UTERINA MOTOR
Parto eutócico resulta equilíbrio dos três fatores FETO OBJETO BACIA TRAJETO CONTRAÇÃO UTERINA EUTÓCIA = parto evolução normal EU: Normalidade Tokos: parto MOTOR
ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais • Atitude fetal • Relação entre as partes fetais (flexão generalizada) Ovóide córmico Ovóide fetal Ovóide cefálico
ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais • Situação fetal • Relação entre os maiores eixos longitudinais fetal e materno MÃE Transversa Longitudinal Oblíqua
ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais • Apresentação fetal • Polo fetal que se apresenta ao estreito superior da pelve • óssea materna MÃE Transversa Longitudinal Córmica Cefálica Pélvica
ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais APRESENTAÇÃO CEFÁLICA DEFLETIDA FLETIDA(o) 1º grau bregma 2º grau naso 3º grau mento
fontanela lambdóide sutura sagital sutura lambdóide sutura coronal fontanela bregmática sutura metópica ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais • Posição fetal • Relação do dorso fetal com o lado D ou E materno • Variedade de posição • Relação entre pontos de referência fetais e maternos Sacro - S Acrômio - A
ESTÁTICA FETAL Relações materno-fetais • Variedade de posição • Relação entre pontos de referência fetais e maternos Posterior – P Transverso – T Anterior – A
Principais diâmetros do crânio fetal • TRANSVERSAL • Biparietal • Bitemporal • Bimalar • VERTICAL • Submento-bregmático • ÂNTERO-POSTERIOR • Occipito-mentoniano • Occipito-frontal • Suboccipito-frontal • Suboccipito-bregmático
Trajeto – canal de parto • Trajeto mole • Segmento uterino inferior • Colo uterino • Vagina • Região vulvo – perineal • Trajeto duro • Bacia óssea materna
BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO Tipos de bacias • Ginecóide: muito bom - Espinhas ciáticas normais • Andróide: ruim - As espinhas ciáticas são muito proeminentes • Antropóide: aumenta a incidência de variedades de posição posterior e obliqua. • Platipelóide: insinuação diâmetros transversos
BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO • Estreito Superior • Diâmetros AP • • Conjugada anatômica (11cm) • • Conjugada obstétrica (10,5cm) • • Conjugada diagonal(12cm) • Diâmetros transversos • Diâmetros oblíquos
BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO ESTREITO SUPERIOR
BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO ESTREITO MÉDIO (importante) • Diâmetro biciático (10,5 cm) Zero De Lee • Incisura sacro-ciática
Planos de De Lee BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO ALTURA DA APRESENTAÇÃO
BACIA COMO TRAJETO CANAL DE PARTO ESTREITO INFERIOR (saída bacia) • Conjugada exitus (9,5 – 11,5 cm) • Diâmetro transverso (bituberoso) • Arcada púbica
ÚTERO COMO MOTOR CONTRAÇÃO • Tônus • Intensidade • Frequência • Coordenação Tríplice Gradiente Descendente
Contratilidade uterina TRÍPLICE GRADIENTE DESCENDENTE
CONTRATILIDADE UTERINA Evolução ciclo gravídico-puerperal
CONTRATILIDADE UTERINA • FUNÇÕES: • Dilatação do istmo e colo • Descida e expulsão fetal • Secundamento • Prevenção hemorragias
CONTRATILIDADE UTERINA sem • MECANISMOS DE REDUÇÃO DO FLUXO SANGUÍNEO ESPAÇO INTERVILOSO • Compressão vasos intramiometriais • Compressão grandes vasos (aorta e vasos ilíacos) com
MECANISMO DE PARTO • Movimentos exercidos pelo feto sob ação das contrações uterinas ao transitar pelo canal de parto, permitindo sua adaptação às dificuldades do trajeto • Feto é o móvel/objeto que percorre o trajeto (bacia), impulsionado pelo motor (contração)
TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO • Insinuação (encaixamento) • Flexão • Descida • Rotação interna • Deflexão e desprendimento cefálico • Rotação externa • Desprendimento da cintura escapular e restante do corpo
Mecanismo de parto: Insinuação • Passagem do maior diâmetro da apresentação fetal através do estreito superior da bacia materna • Cabeça insinuada: ponto de referência fetal em plano 0 de De Lee
Mecanismo de parto: Insinuação (flexão) • Flexão cefálica ântero – posterior resultante da pressão axial da contração uterina sobre o feto • Acavalgamento dos ossos do crânio flete para apresentar menor diâmetro para bacia
Mecanismo de parto: Insinuação • Assinclitismo: movimentos de flexão lateral da cabeça • Um osso parietal atravessa o estreito superior antes do outro
Mecanismo de parto: Descida • Tempo que se inicia com o trabalho de parto e termina com a expulsão fetal • Sincrônico com o primeiro e terceiro tempo • Movimento de espira descendente da cabeça fetal
Mecanismo de parto: Descida • Orientação do diâmetro ântero – posterior da cabeção fetal (sutura sagital) com o diâmetro AP da bacia materna • Rotação traz o ponto de referência fetal para junto do púbis materno (anterior)
Mecanismo de parto: Rotação interna • Grau de rotação: varia de acordo com a variedade de posição • -variedades direita: rodam sentido horário • -variedades esquerdas: rodam sentido anti-horário roda para colocar occipcio no pube e fazer hipomóclio
Mecanismo de parto: Insinuação da cintura escapular • Penetração das espáduas no estreito superior da bacia • Redução do diâmetro da cintura escapular por meio do aconchego dos ombros • Progride em espiral juntamente com o pólo cefálico • O dorso fetal mantém-se a 45o da linha de orientação
Mecanismo de parto: Despreendimento cefálico • Locação do suboccípicio no subpúbis materno • Hipomóclio: movimento de deflexão da cabeça fetal para sua expulsão • Retropulsão coccígea
Mecanismo de parto Rotação externa • Movimento de restituição da cabeça (espontâneo) • retorno do occípicio fetal para o lado materno em que se encontrava antes da rotação interna • Rotação interna das espáduas • a cintura escapular ocupa o diâmetro AP da bacia
Mecanismo de parto Desprendimento da cintura escapular • Apoio do ombro anterior no subpúbis • Movimento de flexão lateral do tronco • Desprendimento do ombro anterior • Movimento de flexão desprende ombro posterior • Restante do feto: sem resistência ao nascimento
Fases clínicas do parto Trabalho de parto: processo fisiológico cujo objetivo é expulsar o feto da cavidade uterina • Momento cercado de atenção e apoio clínico e psicológico à parturiente e seus familiares • Ambiente hospitalar: assegurar as melhores condições de assistência médica à mãe e ao recém-nascido • Preparação para o parto tem início no pré-natal • Bom relacionamento com a equipe
FASES CLÍNICAS DO PARTO • Período preparatório • Dilatação • Expulsão • Dequitação • Quarto período Friedman, 1954
FASES CLÍNICAS DO PARTO Período preparatório • Período premonitório ou preliminar • Antecede diagnóstico de trabalho de parto (2sem) • Descida fundo uterino (2 a 4 cm) • Melhora respiração • Pioram dores lombares • Modificação contrações e preparo do colo • Perda tampão mucoso NÃO CONFUNDIR COM FASE LATENTE DILATAÇÃO
DIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO • Contrações dolorosas e rítmicas, com tríplice gradiente descendente, duas em 10 minutos (1 hora) • Modificação do colo uterino • Primigesta: colo apagado e dilatado 2 cm • Multigesta: colo semiapagado e • dilatado 3 cm • Formação da bolsa das águas • Perda tampão mucoso
DIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO • Diagnóstico diferencial entre trabalho de parto verdadeiro e falso trabalho de parto • Contrações irregulares, que melhoram com repouso • Sem alteração do colo • Evitar internação precoce, intervenções desnecessárias e estresse familiar • Reavaliação da gestante em 1 – 2 horas
FASES CLÍNICAS DO PARTO Período de Dilatação • Inicia com as modificações do colo devido as contrações efetivas e termina com a dilatação completa • Abertura diafragma cérvico- segmentário (canal de parto) • Diferenças entre primíparas e multíparas • Mecanismo do parto
Fases clínicas do parto: período de dilatação Primigesta x Multigesta
CONTRATILIDADE UTERINA Dilatação resulta da tração das fibras longitudinais do corpo que se encurtam durante as contrações Mecanismos de dilatação cervical