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“O adulto e idoso no período perioperatório: dimensões físicas, cognitivas e afetivas”. Profa Dra Márcia M. F. Zago EERP/USP - 2009. CONCEITO DE CIRURGIA. Latin chirurgiae : trabalho com a mão. Conceito de Cirurgia.
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“O adulto e idoso no período perioperatório: dimensões físicas, cognitivas e afetivas” Profa Dra Márcia M. F. Zago EERP/USP - 2009
Conceito de Cirurgia • é uma especialidade médica que usa técnicas operativas manuais e instrumentais sobre o corpo do paciente para investigar e/ou tratar uma condição patológica tal como doença ou lesão, para ajudar a melhorar a função corporal ou a aparência, ou por uma outra razão (Towsend, Beauchamp, Evers; 2006)
Conceito de cirurgia • Cirurgia é uma tecnologia médica consistindo em uma intervenção física sobre os tecidos corporais. • Como regra geral, um procedimento é considerado cirúrgico quando envolve corte dos tecidos corporais do paciente ou fechamento de uma ferida aberta. • Todas as formas de cirurgia são consideradas “procedimentos invasivos”. (Towsend, Beauchamp, Evers; 2006)
Conceito de cirurgia • A cirurgia é caracterizada por três tempos principais: • Diérese: divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada • Hemostasia: interrupção do sangramento • Síntese: fechamento dos tecidos (Towsend, Beauchamp, Evers; 2006)
Instrumento ???? O BISTURI
CENÁRIO CIRÚRGICO: Enfermagem Cirúrgica • Experiência cirúrgica:PERÍODOPERIOPERATÓRIO • Pré-operatório • Mediato • Imediato • 2) Intra-operatório • 3) Pós-operatório • Imediato (CRA) • Mediato (enfermaria) • Tardio (domicílio) Atribuições do enfermeiro
PRECEITOS DA ENFERMAGEM CIRÚRGICA • Embora algumas cirurgias sejam consideradas procedimento pouco traumáticos, elas são sempre “uma experiência de estresse” para o paciente e a família
Preceitos da Enfermagem Cirúrgica • É importante compreender o controle interno do organismo (homeostasia) e o controle externo (intervenções médicas e de enfermagem), na experiência da cirurgia • como a anestesia e a cirurgia afetam a homeostase • como a necessidade de cirurgia, as crenças e valores afetam o equilíbrio biopsicossocial • como as intervenções médicas e de enfermagem podem ajudar o indivíduo a superar o caos fisiológico e psicossocial
ESTRESSE “É o estado produzido por uma alteração no meio ambiente do indivíduo (interno e externo) que é percebido como desafiador, ameaçador ou lesivo para o equilíbrio dinâmico da pessoa, e que exige que o indivíduo reaja” (Selye, 1976; Smeltzer & Bare, 2004) ESTÍMULO OU AGENTE AGRESSOR OU ESTRESSOR “É um estímulo que provoca o estresse; é diferente para cada pessoa, é diferente para cada situação; é interno ou externo ao indivíduo” orgânico, físico, psicológico.
AGENTES ESTRESSORES QUE AFETAM A PESSOA ADULTA DOENTE E/OU HOSPITALIZADA BIOFÍSICOS, QUÍMICOS E PSICOSSOCIAIS • hospitalização • dependência • exposição do corpo • diagnóstico • imagem corporal • hipóxia • hipovolemia • hipo/hipertensão • álcool • drogas • infusão venosa • infecções • dor • imobilização • drenos
O Resultado do Estresse -Adaptação fisiológica ao estresse é a capacidade do organismo em manter um estado de relativo equilíbrio ou de homeostase – SNC (hipófise) • 1)Respostas fisiológicas ou neuro-endócrinas • 2) Respostas psicossociais (habilidades cognitivas e comportamentais)
1- AS RESPOSTAS FISIOLÓGICAS OU NEURO-ENDÓCRINAS AO ESTRESSE
Frente a um estímulo de estresse • O organismo responde (fisiológicamente): • A) Resposta local – Síndrome de adaptação local - SAL • B) Resposta somática – Síndrome de adaptação geral – SAG (Seley, 1976)
AS RESPOSTAS FISIOLÓGICAS AO ESTRESSE OU MECANISMOS DE FISIOLÓGICOS DE ADAPTAÇÃO A) SÍNDROME DE ADAPTAÇÃO LOCAL – SAL: • o corpo produz respostas locais como: a coagulação do sangue, a resposta do reflexo à dor (remoção reflexa de um membro), a resposta inflamatória estimulada pelo trauma ou incisão e a acomodação do olho à luz. • Características das respostas da SAL: - são localizadas e de curto prazo; • SAL é a resposta inflamatória com o objetivo de proteger os tecidos lesados de outras alterações e “encorajar” o reparo da lesão
B) SÍNDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO – SGA • É a resposta fisiológica de todo o corpo ao estresse. Envolve vários sistemas corporais, principalmente o sistema nervoso autônomo, e por isso é denominada RESPOSTA NEURO-ENDÓCRINA A SGA CONSISTE DE TRÊS FASES: • b.1- reação de alarme • b.2- fase de resistência • b.3- fase de exaustão
METABOLISMO • CATABOLISMO • ANABOLISMO HORMÔNIOS CATABOLIZANTES HORMÔNIO ANABOLIZANTE • Catecolaminas – ACTH • Cortisol • Glucágon Insulina
As respostas neuro-endócrinas ao estresse “Alteração de hormônios para aumentar o estoque de energia” Hipófise identifica um estressor Estresse é reduzido O hipotálamo secreta CRH (horm.liberador de corticotropina) O CRH estimula a hipófise a secretar ACTH (horm adrenocorticotrófico O processo metabólico de carboidratos, gordura e proteína, é estimulado pela secreção do cortisol para aliviar os efeitos do estresse. O ACTH estimula o córtex da supra renal (parte externa da glândula) a produzir glicocorticóides (cortisol) Caindo na corrente sangüínea, o cortisol aumenta o metabolismo de carboidrato, gordura e proteína. Carboidrato: aumenta a taxa de glicose no sangue Gordura: aumenta a requisição de ácidos graxos para produção de energia Proteína: Aumenta a requisição de aminoácidos para produção de energia e reparo de tecidos (em caso de ferimentos).
b.1- REAÇÃO DE ALARME • 4- SN simpático e medula adrenal • Epinefrina FC consumo de O2 glicemia acuidade mental norepinefrina fluxo sg para o músculo esquelético PA • 1- Hipotálamo • 2- Hipófise posterior • ADH reabsorção de água débito urinário 3- Hipófise anterior • ACTH córtex adrenal Cortisol gliconeogênese catabolismo de proteína catabolismo de gordura Aldosterona reabsorção de sódio reabsorção de água débito urinário excreção de potássio
b.1 - Reação de alarme Mecanismos compensatórios internos e externos Níveis hormonais voltam ao equilíbrio “Adaptação ou homeostase” b.2 – Fase resistência manutenção estressores ou surgimento de novos estressores “MORTE” b.3 – Fase exaustão
2- AS RESPOSTAS PSICOLÓGICAS E COMPORTAMENTAIS AO ESTRESSE
2- AGRESSORES PSICOLÓGICOS E SOCIAIS • Medo • Ansiedade Respostas emocionais e comportamentais
2 – respostas emocionais • ANSIEDADE • “é um agressor - é um sentimento de apreensão por uma fonte não reconhecida” • A ansiedade ocorre em toda a fase perioperatória • As experiências e o conhecimento cultural sobre as situações podem acentuar a ansiedade • Classificação em níveis: moderada, severa e pânico
2 – respostas emocionais • MEDO • “O MEDO TAMBÉM É UM AGRESSOR QUE PODE INTERFERIR NA PERCEPÇÃO DA SITUAÇÃO” – • É ESPECÍFICO • Medo e ansiedade eliciam respostas neuro-endócrinas
AS RESPOSTAS AOS AGRESSORES PSICOLÓGICOS E SOCIAIS • ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO (COPING) • são os esforços cognitivos e comportamentais envolvidos na solução de problemas em situações percebidas como desafiadoras para a pessoa, e que elicia recursos mentais adaptativos • são fundamentais para o processo de lidar com situações de crise, como a doença, a hospitalização e a cirurgia
2.c – respostas comportamentais: enfrentamento • AS ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO • Estratégias focalizadas no problema • Busca por informação • Busca traçar objetivos concretos e reais • Identificação das respostas alternativas • Estratégias focalizadas na emoção • Busca por significados • Exemplos: choro, recusa, fuga, barganha, agitação, etc
finalidades: • a) proteger a personalidade da pessoa • b) satisfazer as necessidades emocionais • c) manter a sensação de equilíbrio • d) reduzir a ansiedade e o medo
O ENFRENTAMENTO É ESPECÍFICO PARA CADA PESSOA E PARA CADA SITUAÇÃO Estratégias de enfrentamento Comportamentos adaptativos Comportamentos não adaptativos RESPOSTAS NEURO-ENDÓCRINAS → FASE DE EXAUSTÃO
Fatores que influenciam as respostas ao estresse • Número de agressores simultâneos • Condições fisiológicas e emocionais da pessoa antes da cirurgia • Experiência prévia ao agressor • Tipo, intensidade e duração do agressor
SUPERAÇÃO DO ESTRESSE PELO INDIVÍDUO • Recursos internos (condição física e psicológica e estratégias de enfrentamento) Intervenções de enfermagem • Recursos externos (apoio familiar e social) – permissão dos familiares no ambiente
PRECEITOS EM CIRURGIA “ Toda cirurgia é uma situação de estresse pois, provoca reações orgânicas e psicossociais que se tornam agressores primários, secundários e associados, podendo levar o organismo à condição de exaustão”
*CONSIDERAÇÃO: OS PROCEDIMENTOS PERIOPERATÓRIOS • FINALIDADE: reduzir as complicações pós–operatórias que poderão potenciar o estresse cirúrgico • Pré-operatório: jejum, tricotomia, exercícios respiratórios, sondagens, exames, punção venosa, enema intestinal e outros • Intra-operatório: posicionamento do paciente, anestesia, intubação orotraqueal, bisturi elétrico, temperatura da SO e outros • Pós-operatório: jejum/restrição alimentar, sondas, infusão venosa, imobilização no leito, aparelhos, drenos, planejamento da alta e outros
OS PROCEDIMENTOS PERIOPERATÓRIOS • São realizados para favorecerem a adaptação físico-psicossocial • Porém, podem ser agressores e potencializar o estresse cirúrgico e dificultar a passagem da fase de resistência para a de adaptação, levando o organismo a evoluir para a fase de exaustão.
AS FASES DA SAG NA CIRURGIA 1- Agressores primários da cirurgia que desencadeiam a reação de alarme • Agressores psicossociais: medo e ansiedade (agressores psicológicos) • eliciados pela concordância em submeter-se à cirurgia e a realização de procedimentos preparatórios para a cirurgia (início no pré-operatório): exames, hospitalização Início da SAG
1- Agressores primários da cirurgia que desencadeiam a reação de alarme b) Agressor físico → SAL + SAG
1- Agressores primários da cirurgia que desencadeiam a reação de alarme Incisão cirúrgica • Lesão de tegumentos protetores • Lesão celular • Lesão vascular • Lesão de órgãos – parcial ou total, temporária ou permanente
2 - Agressores secundários (são conseqüências dos primários)
3- Agressores associados (não específicos à cirurgia) • Anestesia (redução da ansiedade, medo e do metabolismo, depressão sistema respiratório, redução débito cardíaco) • Alteração do ritmo alimentar: jejum (pré, intra, pós) • Imobilização no pós-operatório • Perdas hidro-eletrolíticas extra-renais (drenagens, vômitos) • Procedimentos invasivos (punção venosa, drenos) • Dor • Condições de risco: drogas, doenças intercorrentes como: diabete, hipertensão, desidratação, desnutrição e outras • Grupos Risco:idosos e crianças (sistema imunológico) • Agressores psicológicos: tempo de hospitalização, medo da dor, necessidade autocuidado, continuidade tratamento, alta, alteração da imagem corporal e outros.
b.1 - Reação de alarme Mecanismos compensatórios internos e externos Níveis hormonais voltam ao equilíbrio “Adaptação ou homeostase” b.2 – Fase resistência manutenção estressores ou surgimento de novos estressores “MORTE” b.3 – Fase exaustão
FASES METABÓLICAS NA EXPERIÊNCIA CIRÚRGICA - SGA • Fase Catabólica • Fase Anabólica
a) Fase Catabólica: duração de 1 a 7 dias de PO • Sinais e sintomas: • balanço calórico negativo: consumo energia, ingestão, peso • diurese • ferida: edema traumático, inflamação – temp 36 a 37,50 C • glicemia • FC, PA, FR • peristaltismo • apetite, palidez, indisposição, sonolência: fadiga
b) Fase anabólica: entre o 70 e100 dia PO (se não houver presença de novos agressores) • secreção dos hormônios normalizada • retorno atenção, cognição, libido • restauração massa corporal – até em 6 meses