Passeio pela saúde dos rins de Guarulhos: diagnóstico, ferramenta de informação ou de reforço?

1. Passeio pela saúde dos rins de Guarulhos: diagnóstico, ferramenta de informação ou de reforço? Tzanno-Martins CB; Guaraldo SA; Stein-Ramos GM; Silva JAB; Biavo BMM; Uezima CBB; Mello A; Ribeiro Jr E; Martins JPLB

2. INTRODUÇÃO: • Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial sofre de Doença Renal Crônica (DRC), considerando que a população de Guarulhos é de 1 milhão e 300 mil pessoas, 130 mil podem ter DCR, dessas aproximadamente 600 encontram-se em tratamento de terapia renal substitutiva (fase V). Sendo assim, um número considerável de munícipes pode estar nas fases II,III e IV da DRC. A informação sobre a DRC e o encaminhamento ao atendimento médico para diagnóstico são fundamentais para a prevenção e tratamento. Dessa forma, o Centro Integrado de Nefrologia (CINE), realizou com o apoio da Prefeitura Municipal de Guarulhos e a Universidade de Guarulhos (UnG), em 2009 o 1º Passeio pela saúde dos rins de Guarulhos, que se repetiu no ano de 2010, no qual o lazer e a atividade física foram estimulados, juntamente com distribuição de material informativo ou ações de promoção da saúde.

4. OBJETIVO: • Alertar a população, opinião pública e gestores de saúde sobre a Doença Renal Crônica (DRC) e seus fatores de risco, informando e vinculando a promoção da saúde com a prática de atividade física.

5. MÉTODOS: • O 1º Passeio pela saúde dos Rins (2009), no Bosque Maia (Guarulhos), com a participação de apenas 68 pessoas. Neste dia, além do passeio pelo Bosque em comemoração ao Dia Mundial do Rim, foi distribuído material informativo do Projeto “Previna-se” (SBN). Em 2010, com a colaboração da Secretaria de Esportes de Guarulhos, que nos auxiliou na divulgação do evento e na infra estrutura, ampliamos a ação, assim, além da distribuição do material “Previna-se”, montamos uma mini campanha de atendimento aos participantes, onde eram cadastrados e passavam pelo circuito de atendimento, composto por: aferição de Pressão Arterial (PA), antropometria, cálculo de Índice de Massa Corpórea (IMC), escala de auto-imagem, avaliação médica e encaminhamento social (se necessário) para unidade básica de saúde ou convênio médico. Após passar pelo circuito os participantes formavam um grupo para iniciar o passeio, composto por: aquecimento, caminhada e volta à calma. Uma palestra interativa foi realizada ao término do passeio sobre o Dia Mundial do Rim, a importância da prevenção da DRC, os principais fatores de risco e esclarecimento de dúvidas.

6. RESULTADOS: • Verificamos que a parceria com a Secretaria de Esportes ampliou a divulgação do evento. Elevamos o número de participantes de 68 (2009) para 237 (2010). O número maior de participantes permitiu um mapeamento da população de Guarulhos que compareceu naquele dia. Verificamos que a maioria era do sexo feminino (84%). A idade variou de 10 à 87 anos (média de 53 anos), sendo a maioria da raça branca (56%). Quanto a massa corporal encontramos 1% com baixo peso, 13% eutróficos, 24% com sobrepeso e 20% obesos. Sendo que desses 14% apresentavam um elevado risco de desenvolver doenças cardiovasculares e 43% um risco muito elevado. Além disso, 2% informaram ser diabéticos e 14% possuíam histórico de diabetes na família. Seis por cento tinham conhecimento de serem hipertensos tendo 33% histórico familiar. Quanto a DRC, 15% informaram ter parentes próximos com essa patologia. Realizamos 107 encaminhamentos (45%). Distribuímos 480 kits informativos, o que revela que quase metade das pessoas, mesmo tendo a oportunidade de avaliar sua saúde sem custo, não a fez.

7. CONCLUSÃO: • A parceria com o setor público foi proveitosa e deve ser estimulada. A distribuição de material informativo não é suficiente para sensibilizar o público frente a DRC. A divulgação atraiu um público, já ciente, em parte de sua condição de saúde. Ações mais abrangentes e includentes são necessárias para alertar sobre os riscos da DRC.

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: • Guedes DP, Anira dos Santos C, Lopes CC. Estágios de mudança de comportamento e prática habitual de atividade física em universitários. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2006; 8 (4): 5-15.