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Parnasianismo: A forma pela forma . Parnasianismo: contexto. O Parnasianismo surge na França, na década de 1860 . Parnasianismo: aspectos formais. Monte Parnaso, situado na antiga Delfos, próximo a Corinto. Apólo. Parnasianismo: aspectos formais.
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Parnasianismo: contexto O Parnasianismo surge na França, na década de 1860.
Monte Parnaso, situado na antiga Delfos, próximo a Corinto. Apólo
Parnasianismo: aspectos formais Segue, nos próximos slides, uma análise detalhada do soneto, sua forma, que ajudam a esclarecer sua escolha como forma perfeita para os parnasianos.
Estudo comparativo: soneto Desenvolvido no sul italiano, durante a Renascença, formatado a partir da didática da “Poética” de Aristóteles. É uma das formas mais utilizadas de poesia no Ocidente . Escolhida como a “forma perfeita” para o Parnasianismo, por seu detalhismo de versos, rimas e metrificação. Busque Amor novas artes, novo engenho,Para matar-me, e novas esquivanças,Que não pode tirar-me as esperanças,Que mal me tirará o que eu não tenho. Olhai de que esperanças me mantenho!Vede que perigosas seguranças!Que não temo contrastes nem mudanças,Andando em bravo mar, perdido lenho. Mas, conquanto não pode haver desgostoOnde esperança falta, lá me escondeAmor um mal que mata e não se vê; Que dias há que na alma me tem postoUm não sei quê, que nasce não sei onde,Vem não sei como, e dói não sei porquê. Camões, classicista (séc. XVI) "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.“ Bilac, parnasiano (séc. XIX). Tese ou proposição Desenvolvimento da tese contraposição ou antítese Fecho de ouro ou Síntese • Não há tema de preferência para o soneto, mas é considerado no Classicismo uma fôrma “grave”, portanto não deve ser aplicado aos temas satíricos. • A dialética platônica (tese, antítese e síntese) é uma influência do pensamento neoplatônico sobre essa forma de poesia.
Estudo comparativo: soneto italiano • O soneto é sempre composto de 14 versos (dois quartetos e dois tercetos).. • Cada verso é formado de 10 sílabas poéticas (contudo, os acentos nas sílabas tônicas podem variar): Busque Amor novas artes, novo engenho, APara matar-me, e novas esquivanças, BQue não pode tirar-me as esperanças, BQue mal me tirará o que eu não tenho. A Olhai de que esperanças me mantenho! AVede que perigosas seguranças! BQue não temo contrastes nem mudanças, BAndando em bravo mar, perdido lenho. A Mas, conquanto não pode haver desgosto COnde esperança falta, lá me esconde DAmor um mal que mata e não se vê; E Que dias há que na alma me tem posto CUm não sei quê, que nasce não sei onde, DVem não sei como, e dói não sei porquê. E Camões, classicista (séc. XVI) "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo APerdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, B Que, para ouvi-las, muita vez desperto AE abro as janelas, pálido de espanto... BE conversamos toda a noite, enquanto BA via láctea, como um pálio aberto, ACintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, B Inda as procuro pelo céu deserto. ADireis agora: "Tresloucado amigo! CQue conversas com elas? Que sentido DTem o que dizem, quando estão contigo?“ C E eu vos direi: "Amai para entendê-las! EPois só quem ama pode ter ouvido DCapaz de ouvir e de entender estrelas.“ E Bilac, parnasiano (séc. XIX)
Parnasianismo no Brasil O Parnasianismo chega ao Brasil na década de 1870. Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac: a trindade do parnaso brasileiro.
Olavo Bilac – O príncipe dos poetas Biografia Olavo Bilac - jornalista, poeta, inspetor de ensino, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. Dedicou-se desde cedo ao jornalismo e à literatura. (...) Fundou vários jornais. É o autor da letra do Hino à Bandeira.
Profissão de Fé Le poète est ciseleur,Le ciseleur est poète.Victor Hugo. [Tradução livre: O poeta é ourives/ O ourives é poeta.] (...) Invejo o ourives quando escrevo:Imito o amorCom que ele, em ouro, o alto relevoFaz de uma flor.(...)Por isso, corre, por servir-me,Sobre o papelA pena, como em prata firmeCorre o cinzel. Corre; desenha, enfeita a imagem,A idéia veste:Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagemAzul-celeste. Torce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfim,No verso de ouro engasta a rima,Como um rubim.(...) Porque o escrever - tanta perícia,Tanta requer,Que oficio tal... nem há notíciaDe outro qualquer.(...) Caia eu também, sem esperança,Porém tranqüilo,Inda, ao cair, vibrando a lança,Em prol do Estilo!
A Um Poeta Longe do estéril turbilhão da rua,Beneditino, escreve! No aconchegoDo claustro, no silêncio e no sossego,Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o empregoDo esforço; e a trama viva se construaDe tal modo, que a imagem fique nua,Rica, mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplícioDo mestre. E, natural, o efeito agrade,Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade,Arte pura, inimiga do artifício,É a força e a graça na simplicidade. (Tarde, 1919.)
Raimundo Correia – O poeta das pombas Biografia Raimundo Correia (R. da Mota de Azevedo C.), magistrado, professor, diplomata e poeta, nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio brasileiro São Luís, ancorado na baía de Mogúncia, MA, e faleceu em Paris, França, em 13 de setembro de 1911. Em 1883, publicou as Sinfonias, onde se encontra um dos mais conhecidos sonetos da língua portuguesa, “As pombas”. Este poema valeu a Raimundo Correia o epíteto de “o Poeta das pombas”, que ele, em vida, tanto detestou. (...) Em 22 de fevereiro de 1892, foi nomeado diretor da Secretaria de Finanças de Ouro Preto. Na então capital mineira, foi também professor da Faculdade de Direito.
As Pombas Vai-se a primeira pomba despertada...Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenasDe pombas vão-se dos pombais, apenasRaia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortadaSopra, aos pombais de novo elas, serenas,Ruflando as asas, sacudindo as penas,Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam,Os sonhos, um por um, céleres voam,Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam,Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,E eles aos corações não voltam mais... (Sinfonias, 1883.)
Biografia Alberto de Oliveira (Antônio Mariano A. de O.), farmacêutico, professor e poeta, nasceu em Palmital de Saquarema, RJ, em 28 de abril de 1857, e faleceu em Niterói, RJ, em 19 de janeiro de 1937. Alberto de Oliveira
Vaso Grego Esta de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de aos deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendiaEntão, e, ora repleta ora esvazada,A taça amiga aos dedos seus tinia,Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira,Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordasFinas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga liraFosse a encantada música das cordas,Qual se essa voz de Anacreonte fosse. (Sonetos e poemas, 1886.)