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Crescimento da inadimplência e sua relação com o aumento de fraudes em seguros. PALESTRA DO MEIO DIA 24/04/2013. Carlos Barros de Moura.
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Crescimento da inadimplência e sua relação com o aumento de fraudes em seguros PALESTRA DO MEIO DIA 24/04/2013 Carlos Barros de Moura
A inadimplência em 2011 teve a maior alta dos últimos nove anos: cresceu 21% por cento em relação a 2010. As dívidas que mais aumentaram foram as chamadas dívidas não-bancárias, aquelas feitas diretamente com lojas, financeiras ou concessionárias públicas, com alta de 35,3% em 2011. Depois, vieram as dívidas feitas com o banco, como cartão de crédito, empréstimos consignados e financiamentos de carros, com alta de 18,6% em 2011, segundo dados da Serasa Experian. O forte endividamento do consumidor, crescente desde 2010, foi o principal fator responsável pelo aumento da inadimplência também em 2012, que cresceu 15% em 2012 na comparação com 2011. Cada devedor tem em média quatro dívidas que não conseguiu pagar e 60% deles já devem mais do que o total de suas rendas. Segundo a Serasa, o maior comprometimento da renda dos brasileiros se concentra nos cartões de crédito, cheque especial e financiamentos de carros e casa própria.
Em 2011, a inadimplência sobre financiamentos para compra de veículos (CDC pessoa física) bateu novo recorde, atingindo 5%, segundo a Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras)
Perfil do inadimplente • De acordo com estudo realizado em 2012 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), sob encomenda da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a maioria (70%) dos endividados está na faixa entre 25 e 49 anos e pertence ao sexo feminino (52%). Dos consumidores inadimplentes no país 47% têm renda familiar entre R$ 906 e R$ 2,2 mil mensais e compõem a chamada classe C, apontou estudo.
Causas da inadimplência - Contínuo incentivo ao crédito A concessão de crédito à pessoa física subiu 18%, em 12 meses, até setembro de 2012. Enquanto em janeiro de 2005, 4,6% da renda mensal dos brasileiros era gasta com o pagamento de juros aos bancos, em setembro de 2012, o percentual avançou para 7,6%, apesar da Selic ter caído de 18,25% para 7,25%. No mesmo período, o endividamento total anual das famílias, em relação à renda de 12 meses, saiu de 18,3% para 44,3%.
- Financiamento imobiliário Em janeiro de 2009, o volume total das dívidas das famílias em relação a um ano de renda correspondia a 32,15%. Em abril de 2012, o percentual ficou em 43,3%. Ao ser retirado desse cálculo, o endividamento das famílias com o financiamento habitacional passou de 27,2%, em janeiro de 2009, para 31,2%, em abril de 2012, de acordo com o Banco Central. - Falta de planejamento e de educação financeira Dados mostram que o rendimento médio do brasileiro aumentou para R$ 1,7 mil em dez anos. Isso atrelado a baixas de impostos para certos produtos, como os carros ou eletrodomésticos da linha branca, e à facilidade de crédito, com os consignados, cria um ambiente mais propício para a criação de dívidas. Nível de endividamento em relação ao salário Nas famílias norte-americanas, por exemplo, o nível de endividamento com relação à renda é de quase 120%. Nas dinamarquesas, é de mais de 300%. No Brasil, este nível está perto de 50%. O que pode tornar este aumento de crédito ruim para os orçamentos familiares, além da falta de educação financeira, são os altos juros e prazos de pagamento baixos.
SEGUROS - Consumo de seguros pela classe C De acordo com um estudo do Serasa Experian, membros da classe C consumiram 41,3% das ofertas do mercado de seguros para automóveis no Brasil em 2011. Em 2008, este número era 29,1%, o que representa um crescimento de mais de 40% em três anos. A evolução histórica entre 2008 e 2011 mostra que grupos das classes mais altas perderam representatividade no período. Este mesmo grupo de maior poder aquisitivo, que tem buscado proteger seu patrimônio, representam maior numero de inadimplentes.
- Inadimplência por região De acordo com dados da CNseg, apresentados em maio de 2012, a região Norte é a que apresenta maior nível de inadimplência nas operações de crédito, com taxa de 4,1%, englobando pessoas físicas e jurídicas. Na sequência, aparece a Região Nordeste, com 3,9% e a Centro-Oeste, com 3,4%. Já os menores índices do país ficam com as regiões Sudeste e do Sul, ambas com 2,9%. O Norte é também a região que lidera a expansão da contratação de crédito, com alta de 6,2%. Em seguida aparecem o Sul (4,6%), Centro-Oeste (4,4%), Norte (4,2%) e Sudeste (3,6%). .
FRAUDES EM SEGUROS Até 2010, segundo pesquisa da CNSeg, os sinistros com suspeita de fraude representavam 9,1% do valor total de sinistros, sendo 8% abaixo do percentual médio observado em 2004-2008. Já as fraudes detectadas e as comprovadas foram, respectivamente, de 1,8% e 1,4% do valor dos sinistros em 2010, sendo 2% acima e 2% abaixo dos percentuais médios correspondentes em 2004-2008. Nesse período, a entidade apurou também significativa queda do índice geral de propensão à fraude contra seguros no Brasil que caiu de 41% em 2004 para 24% em 2010.
Mas, a partir de 2011, o número de casos de fraudes aumentou, coincidindo com o período do aumento de inadimplência do consumidor. Segundo pesquisa da CNseg, de cada dez indenizações pagas por seguradoras no Brasil, pelo menos uma está relacionada à fraude. Em 2011, as seguradoras pagaram R$ 14 bilhões em indenizações. Deste total, R$ 1,3 bilhão tinham suspeitas de fraudes. Um estudo da CNSeg revela quais são os estímulos às fraudes no seguro.
Visão do mercado Em estudo mais recente (outubro de 2012) realizado pela CNSeg a participação das fraudes em todos os ramos. Indicadores de Fraude Prêmio Ganho
- Experiência de outros mercados A crise econômica na Europa trouxe à tona o aumento da fraude em seguros. Em Portugal, uma pesquisa revelou que mais de 10% dos inquiridos admitiram serem mais capazes de recorrer a este tipo de práticas agora, do que seriam há três anos atrás. Também a Association of British Insurers comunicou que a fraude em seguros subiu 10% no passado ano. (http://www.novabase.pt/pt/Liga/press-zone/ArtigosOpiniao/Pages/Fraude-em-seguros-aumenta-em-tempo-de-crise.aspx)
Conclusão Esta pesquisa comprovou que tanto a inadimplência como a fraude em seguros vêm aumentando. Porém, não existem estudos que comprovem a relação entre o aumento de fraude e a inadimplência. Diversas seguradoras foram consultadas, bem como corretores de seguros e empresas de sindicância, mas não houve retorno algum. Entretanto, pela análise dos números que comprovam o endividamento das famílias e, no mesmo período, também o aumento de fraudes, é possível concluir que existe uma relação.
MUITO OBRIGADO Carlos Barros de Moura, BarrosDeMoura & Associados, Corretagem de Seguros Ltda. Tel 11 3115 3232 carlos@barrosdemoura.com.br www.barrosdemoura.com.br www.barrosdemoura.blogspot.com A member of Willis Commercial Network