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A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO NA ESCOLA ESTADUAL “ DR. JONES DOS SANTOS NEVES ” – BAIXO GUANDU/ES. AUTORA DO TCC: MIRÍAN TEODORO RAMOS [1] ORIENTADORA DO TCC: Drª Lígia Arantes Sad [2].
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A EVASÃO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM ESTUDO NA ESCOLA ESTADUAL “DR. JONES DOS SANTOS NEVES” – BAIXO GUANDU/ES AUTORA DO TCC: MIRÍAN TEODORO RAMOS [1] ORIENTADORA DO TCC: DrªLígia Arantes Sad[2] [1] Profª de Ciências/Biologia da Rede Pública do Estado de Minas Gerais e do Estado do Espírito Santo, especialista em Educação Ambiental. mirian_tramos@hotmail.com [2]Profª pesquisadora em Educação Matemática, nos programas de Pós-Graduação em Educação da UFES e do Mestrado de Educação em Ciências e Matemática do IFES - Vitória - ES. sadli@terra.com.br Gráfico 1: Fatores que interferiram para o não término dos estudos em idade própria 1. INTRODUÇÃO O histórico da EJA no Brasil demonstra a presença constante das relações sociais de poder que sempre oprimiram as classes operárias e influenciaram diretamente no currículo, com a difusão de um conhecimento que não atende aos interesses e necessidades da demanda da EJA. A evasão escolar na Educação de Jovens e Adultos/EJA na Rede Estadual de ensino do nosso município de Baixo Guandu - ES, não é um fato isolado, é um problema nacional que vem afetando todos os Estados e Municípios brasileiros e se torna um problema de responsabilidade nacional. Arroyo (2006) lembra bem a responsabilidade da escola e a importância de se conhecer os alunos. Ele afirma: “Penso que a reconfiguração da EJA não pode começar por perguntar-nos pelo seu lugar no sistema de educação e menos pelo seu lugar nas modalidades de ensino. (...) O ponto de partida deverá ser perguntar-nos quem são esses jovens e adultos, o que precisam e a que vieram”. (ARROYO, 2006, p.22). Esta modalidade de ensino sempre esteve vinculada a um processo de exclusão social que se perpetua até os dias atuais, pois, as políticas públicas ainda não conseguiram assegurar um ensino voltado para a instrumentalização do aluno, com desenvolvimento dinâmico de uma aprendizagem dotada de significância para estes alunos. Fonte: Entrevistas realizadas no período de junho a julho de 2011 3.2. Análise dos Resultados B Há a necessidade de se estabelecer um perfil do aluno mais aprofundado, a tomada da realidade em que está inserido como ponto de partida das ações pedagógicas, o repensar dos currículos com metodologias e materiais didáticos adequados às suas necessidades e a formação de professores condizentes com a especificidade da EJA. (SOARES, 1999, p. 37). Dos 50 alunos pesquisados, 34% precisaram abandonar os estudos para ajudar a família, 24% constituiu família (em alguns casos - gravidez precoce), 22% para buscar a estabilidade financeira própria, já que a família não possuía boa situação econômica, e os demais 12% alegaram a falta de incentivo familiar argumentando que decidiram parar de estudar e os pais não opuseram resistência. A distância da escola também influencia já que 4% disseram ser esta a causa que motivou a evasão. Quanto à reprovação, 4% dos alunos que frequentam o Ensino Médio alegaram não se dar bem nas disciplinas de Física e Química. (Gráfico 1). Procurando entender essa questão, e, pela ordem em que aparecem, acreditamos tratar-se do fato de que estas disciplinas são as que menos diretamente têm a ver com o entorno social ou aparente significância para os alunos. 2. metodologia O trabalho foi realizado em dois momentos: para a parte teórica, foi feita uma pesquisa bibliográfica com fins de reflexão e fundamentação, e para a parte prática, foi feita uma pesquisa empírica, de cunho etnográfico. Nas entrevistas, o instrumento utilizado para coleta de dados foi em forma de questionário, e envolveu as respostas de 50 alunos, dos 63 questionários distribuídos. O estudo voltou-se principalmente para a coleta de dados referente as causas da evasão e às condições socioeconômicas dos alunos na EEEFM Dr. Jones dos Santos Neves de Baixo Guandu/ES. Para o embasamento teórico nos valemos das contribuições de: Freire (2001), Arroyo (2006); Bittencourt (2004), Oliveira (2004), Santos (2003), Soares (1999), Teodoro (2003) e documentos oficiais. 4. CONCLUSÃO A EJA, ao longo dos anos, foi vista como uma medida educacional compensatória e de pouca relevância no cenário educacional. Contudo, a passos lentos, mas, gradualmente, a visão distorcida dessa modalidade de ensino, começa a ganhar nova nitidez em seus contornos. Essa nova visão pode ser percebida pela valorização da educação do grupo pesquisado, sobretudo, quanto à possibilidade de melhor inserção social, prosseguimento dos estudos e melhoria profissional. A EJA da EEFM “Jones dos Santos Neves” tem um número significativo de alunos e apesar da evasão que a escola enfrenta, assim como em termos do cenário nacional, está no momento sem avistar solução a curto prazo. São muitas as razões que interferem para que ela aconteça e nem todas foram exploradas nesta pesquisa. Enfim, a discussão sobre uma melhor qualidade educacional e a contenção da evasão escolar dos jovens e adultos da EJA, é vasta e complexa, não podendo ser alocada, tão somente, para o âmbito das políticas públicas, para as escolas ou para os professores e muito menos para os alunos. Contudo, exige o compromisso urgente de todos que acreditam no caráter transformador da educação e se preocupam com o elevado número de os jovens e adultos marcados pelo estigma da evasão. 3. Resultados e discussão 3.1. Análise dos Resultados A O Censo Escolar de 2007 revelou que no Brasil havia 4.975.591 alunos na modalidade de ensino da EJA, em cursos presenciais no ensino fundamental e médio (MEC/INEP). Estes dados representavam um respeitável contingente quanto à demanda de alunos matriculados. Entretanto, segundo dados do censo do INEP/MEC, há uma queda nas matriculas efetivas, em relação aos anos anteriores, de - 14,9 (741.363), totalizando 4.234.956 matrículas em 2010 (tabela 2). Do total, 2.837.420 (67%) estão no ensino fundamental e 1.397.535 (33%) no ensino médio. Comparando os dados do INEP com os do IBGE o Brasil tem uma população de 57,7 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não frequentam escola e que não têm o ensino fundamental completo. Teodoro (2003), afirma que o país “é uma imensa região marcada por profundas assimetrias e desigualdades econômicas e sociais, regionais e étnicas, com um considerável e histórico atraso na construção da escola para todos” (TEODORO, 2003, p. 138). aGRADECIMENTOS A DEUS que está acima de tudo em minha vida. Agradeço à meus familiares que, compreenderam meus momentos de ausência, em especial a meu esposo pela divisão das responsabilidades do dia-a-dia que fortaleceram meus momentos de estudo, a todos os professores e tutores do IFES que me ajudaram nessa caminhada e com carinho especial a minha orientadora a Profª. Lígia Arantes Sad. A vocês, o meu muito obrigado. REFERÊNCIAS ARROYO, M. G. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. IN: SOARES, L.; GIOVANETTI, M. A. G. de C.; GOMES, N. L. (Orgs.). Diálogos na educação de jovens e adultos – 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo Escolar 2010: MEC/Inep/Deed - Sinopse da Educação Básica. Disponível em portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task. Acesso em 5 de julho de 2011. SOARES, Leôncio. Diálogos na educação de jovens e Adultos. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. TEODORO, A. Globalização e educação: políticas educacionais e novos modos de governação. São Paulo: Cortez, 2003. Fonte: MEC/Inep/DEED Notas: 1) O mesmo aluno pode ter mais de uma matrícula. 2) Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar. 3) Não inclui alfabetização de jovens e adultos. 4) Não inclui matrículas na EJA integrada à educação profissional de nível fundamental e médio.