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Um dos mais belos túmulos que se encontra no Cemitério Pére Lachaise é o de Pierre Abélard e Héloïse, protagonistas de um trágico romance interrompido na Paris medieval do século XII. (AVANÇAR C/O MOUSE).
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Um dos mais belos túmulos que se encontra no Cemitério Pére Lachaise é o de Pierre Abélard e Héloïse, protagonistas de um trágico romance interrompido na Paris medieval do século XII. (AVANÇAR C/O MOUSE)
Conhecidos como os amantes imortais, Heloísa e o filósofo Pedro Abelardo foram vítimas da rigidez da época medieval, que proibia o relacionamento entre professor e aluna. Sem conseguirem controlar a paixão que os arrebatou, tornaram-se amantes e seus encontros na fase mais secreta da relação, aconteciam em claustros ou sacristias e adjacências de igrejas, únicos locais que Heloisa podia freqüentar sozinha, a despeito da culpa que o ato de se amarem em solo sagrados lhes provocava.
Antes de se conhecerem, Abelardo havia sido transferido e nomeado professor pela Escola da Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não-cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica. Ainda assim foi o mais ilustre filósofo e teólogo do séc. XII, e escreveu “A Dialética”, obra de Lógica mais influente até o final do séc. XIII em Roma, onde foi usada como manual escolar.
Há versões variadas sobre o primeiro encontro. Segundo alguns, Heloísa, que já ouvira falar sobre Abelardo e se interessava por suas teorias polêmicas, tentou se aproximar dele através de seus conhecidos no meio acadêmico. Segundo outra versão, Abelardo tornou-se amigo do Cônego Fulbert , tio e tutor de Heloísa, que o aceitou como o mais novo professor de sua sobrinha, hospedando-o em sua casa, em troca das aulas noturnas que ele lhe daria.
A despreocupação de Fulbert em relação à convivência dos dois baseava-se no fato de que na época os mestre e educadores eram celibatários e castos. Além disso havia a sagrada lei da hospitalidade que impediria Abelardo de trair a confiança de seu anfitrião. Mas em pouco tempo as aulas passaram a ser ansiosamente aguardadas por ambos e, contando com a confiança de Fulbert, passaram a ficar a sós. Fulbert ia dormir, e a criada retirava-se para o quarto ao lado.
Em alguns meses, conheciam-se bem, e a ânsia de ficarem juntos só aumentava. Um dia Abelardo tirou o cinto que prendia a túnica de Heloísa e os dois se amaram apaixonadamente. A partir desse momento, negligenciaram os estudos, passando a viver em função do amor que sentiam um pelo outro.
Carta de Abelardo a um amigo: “Sob o pretexto de estudar, entregávamos inteiramente ao amor. As lições nos propiciavam esses tête-à-tête secretos que o amor anseia. Os livros permaneciam abertos, mas o amor mais do que nossa leitura era o objeto dos nossos diálogos; trocávamos mais beijos do que proposições sábias. Minhas mãos voltavam com mais freqüência a seus seios do que a nossos livros. O amor mais freqüentemente se buscava nos olhos de um e outro do que a atenção os dirigia sobre o texto”
Ao mesmo tempo Sibyle, a criada mais amiga, adoeceu e uma outra serva que a substituíra encontrou uma carta de Abelardo dirigida a Heloísa, e a entregou a Fulbert, que imediatamente o expulsou. No entanto isso não foi suficiente para separá-los.
Heloísa preparou poções para seu tio dormir e, com a ajuda da criada Sibyle, Abelardo foi conduzido a outro local, que passou a ser o ponto de encontro dos dois. Uma noite, porém, alertado por outra criada, Fulbert acabou por descobri-los.
Heloísa foi espancada, e a casa passou a ser cuidadosamente vigiada. Mesmo assim o amor dos dois não diminuiu, e eles continuaram a se encontrar nas cercanias de igrejas, onde Fulbert julgou erroneamenteque a sobrinha ainda podia freqüentar sem vigilância.
Heloísa acabou engravidando, e para evitar escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, situada no interior da França. Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados de sua irmã e voltou a Paris, mas não agüentou a solidão que sentia, longe da amada, e resolveu falar com Fulbert, para pedir seu perdão e a mão de Heloísa em casamento. Surpreendentemente, Fulbert o perdoou e concordou com o casamento.
Ao receber as boas novas, Heloísa, deixando o filho Astrolábio com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia. Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem trocar alianças ou um beijo diante do sacerdote. (Catedral Notre-Dames – interior)
O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert dera a ela. Amargando cólera desde a primeira descoberta sobre os dois, Fulbert resolveu dar vazão ao desejo de vingança e tomou uma decisão atroz. Contratou dois carrascos e pagou-os para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril.
Após essa tragédia, Abelardo e Heloísa jamais voltaram a se falar. Desesperados com o ocorrido, considerando-o um castigo por sua profanação dos locais sagrados, encontraram como única fuga o ingresso na vida monástica.
Ela entrou para o convento de Santa Maria de Argenteul, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias de melhora de Abelardo iam surgindo. Para tentar amenizar a dor que sentiam, passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Viam-se, mas não se falavam; apenas trocavam cartas.
Segundo algumas versões, Heloísa teria dito ao amado, que seria uma freira, mas não por amor a Deus, e sim para poder vê-lo de quando em quando. De qualquer forma o fato mais marcante é a força moral de Heloisa, determinada a não pertencer a qualquer outro homem que não Abelardo. (Ao lado “O Voto de Heloisa” de Pedro Américo Museu Nacional de Belas Artes – RJ)
Sua dedicação é corroborada por diversas cartas, onde ela confessa amar a Abelardo acima de qualquer coisa e somente cumprir as obrigações religiosas como prova de amor ao seu amante terreno, que lhe houvera pedido para entrar em um convento.
Carta de Heloísa a Abelardo: “É certo que quanto maior é acausa da dor, maior se faza necessidade de para elaencontrar consolo, e esteninguém pode me dar, além de ti.Tu és a causa de minha pena,e só tu podes me proporcionar conforto.Só tu tens o poder de me entristecer,de me fazer feliz ou trazer consolo."
Carta de Abelardo a Heloísa: "Fujo para longe de ti,evitando-te como a um inimigo,mas incessantementete procuro em meu pensamento.Trago tua imagem em minha memóriae assim me traio e contradigo,eu te odeio, eu te amo."
Abelardo construiu uma escola-mosteiro ao lado da escola-convento de Heloísa. Continuaram a ver-se, sem se falar, apenas trocando cartas apaixonadas. Abelardo morreu com 63 anos. Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem, e faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa de suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo.
Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo, para ali depositarem Heloísa, encontraram seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando sua chegada. Até hoje namorados depositam flores frescas no túmulo de Abelardo e Heloisa.
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://slidescoreoesia.com TEXTO: INTERNET IMAGENS: GOOGLE SOM: “LIEBESTOD” (MORTE DE AMOR) DE “TRISTÃO E ISOLDA” DE R. WGNER QUEM DESEJAR RECEBER E-MAILS EM SUA CAIXA POSTAL ESCREVA PARA clmadeira22@yahoo.com.br COLOCANDO EM ASSUNTO:RECEBER SLIDES