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A exuberante diferença da mulher. “Tome a mesma mulher aos 20 e depois aos 50 anos”.
E N D
“Tome a mesma mulher aos 20 e depois aos 50 anos”. Num segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro. Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem.
Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20. Só que é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher depois do 50. Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma e com seu homem.
Depois dos 50, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e com o seu cheiro cíclico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível. Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo-astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gostar do jeito que ela é, que vá procurar outra.
Ela só quer quem a mereça. Depois dos 50, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar o que não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos, tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Mas, sobretudo, gosta do melhor de si mesma. E tem gestos mais delicados e elegantes. Depois dos 50, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar.
E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não fica menos inconstante. Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa, nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, depois dos 50, ela já sabe lidar com este aspecto peculiar da condição feminina.
E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingem e a quem mais estivesse por perto, irremediavelmente. Aos 20, a mulher tem espinhas. Depois dos 50, tem pintas. Encantadoras pintas... que só sabem mesmo onde terminam, uns poucos e sortudos escolhidos. Sim, aos 20, a mulher é escolhida. Depois dos 50, é ela quem escolhe.
Não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata. A mulher depois dos 50, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Depois dos 50, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada.
Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes. Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade. Aos 20 anos, ela rói unha. Depois dos 50, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece também alguma coisa com os cílios, o desenho das sobrancelhas.
O jeito de olhar fica mais glamuroso, mais sexualmente arguto. Depois dos 50, quando ousa no quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque. Quando dá o bote, é pra liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra sua força na hora certa e de modo sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor, antes de chegar o ponto de precisar exibí-lo.
Consegue o que pretende sem confrontos inúteis. Sabiamente, goza de prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher. Se você, mulher, anda preocupada porque não tem mais 20 anos, ou porque ainda não tem, mas percebeu que eles não vão durar para sempre, fique tranqüila. É precisamente, a partir dos 50, que o jogo começa a ficar bom!
Texto: Adriano Silva, 31 anos, diretor da Redação da Revista Superinteressante. Formatação: Vera Lúcia de Siqueira verinhaescorpios@bol.com.br Reiniciar Sair