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A presença da Virgem Mãe de Cristo figura nos escritos dos primeiros cristãos, como nas venerandas fórmulas de fé. Ela é recordada em antigos textos concernentes ao Batismo e à Eucaristia. Outros indícios são o grafito da saudação do Anjo Gabriel a Maria encontrados nas escavações de Nazaré (II-III sec.), as figuras encontradas nas catacumbas romanas, a oração do Sub tuum praesidium ("Sob a vossaproteção”)(III século).
Para os Padres da Igreja dos primeiros séculos é indispensável referir-se à Maria para compreender a pessoa de Cristo: Aquele que se fez carne criou para si o prodígio de uma Virgem Mãe. Não faltou nunca na Igreja a pregação da encarnação de Cristo no seio da Virgem, e ao mesmo tempo também a sua memória litúrgica, tornada explícita desde o século IV, na festividade do Natal, primeira festa também da Mãe de Deus.
Ao reconhecimento de tal dignidade de Mãe de Deus no Concílio de Éfeso em 431, seguiu-se no Oriente e no Ocidente, um florescimento cultual para com Maria. A sua memória se estendeu aos dias anteriores e seguintes ao Natal, amadurecendo em muitas Igrejas uma festa em honra da Virgem Mãe. Maria, Mãe de Jesus Cristo e de seus discípulos, tem estado muito perto de nós, tem nos acolhido, tem cuidado de nós, sob sua maternal proteção.
Temos pedido a ela, como mãe, perfeita discípula e catequista da evangelização, que nos ensine a ser filhos em seu Filho e a fazer o que Ele nos disser (CfJo 2,5). A virgem Maria é a imagem esplêndida da conformidade do projeto da Santíssima Trindade que se cumpre em Cristo.
Desde a sua Concepção Imaculada até sua Assunção, recorda-nos que a beleza do ser humano está toda no vínculo do amor com a Trindade, e que a plenitude de nossa liberdade está na resposta positiva que lhe damos.
Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lágrimas, um olhar entranhável a uma imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma alegria singela.
Também encontram a ternura e o amor de Deus no rosto de Maria. Conhecendo sempre melhor Maria, tornamo-nos mais semelhantes ao Filho de Deus que se fez homem no seu seio. A Virgem de Nazaré teve uma missão única na historia da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu Filho até seu sacrifício definitivo.
Do alto da cruz, Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que brota diretamente da hora pascal da sua morte. “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19, 27). Perseverando junto aos apóstolos a espera do Espírito Santo (cf. Atos 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente.
Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários. Fala-nos o Papa Bento XVI: ”Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha, é para nós escola de fé destinada a nos conduzir e a nos fortalecer no caminho que conduz ao encontro com o criador do céu e da terra. Permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, envia a nós a partir do alto”.
Texto – Dom Geraldo Majella Agnelo – Música – Ave Maria – Demis Roussus Imagens – Google – Formatação – Altair Castro 10/04/2011