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Aleitamento Materno Nilcéia Peclat Lessa Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF. Introdução. Programação genética da espécie humana para a prática da amamentação . A partir do século XX : declínio da amamentação por influências sócio-culturais .
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Aleitamento Materno Nilcéia Peclat Lessa Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Introdução • Programação genética da espécie humanapara a prática da amamentação . • A partir do século XX: declínio da amamentação por influências sócio-culturais. • Alimentação com fórmulas: maior experimento não controlado envolvendo a espécie humana. Resultado final ? Ignorado. Transformações genéticas têm ritmo muito mais lento que as culturais. • Resgate da amamentação: início na década de 70, devido às conseqüências nefastas como diarréia, desnutrição, IVAS, da mortalidade materna, abandono e maus-tratos. • Situação no Brasil: de acordo com a última pesquisa: 96% de puérperas iniciam amamentação. Duração mediana - 7 meses Duração médica exclusiva - 01 ano
Fisiologia da Lactação • Gestação: estrogênio, progesterona, prolactina e lactógeno placentário contínuo desenvolvimento alvéolo-lobular da glândula. • Saída da placenta progesterona produção de leite. • Manutenção da produção de leite depende da prolactina e do esvaziamento mamário. • Sucção: liberação da prolactina (adenohipófise) e da ocitocina (neurohipófise)
Fisiologia da Lactação • Reflexo da Prolactina decorre, obrigatoriamente da sucção. • Reflexo da Ejeção: (descida do leite) tem, também componente psicossomático, podendo ser inibido pelo stress ou dor e estimulado pela visão ou choro do bebê. • Apojadura ocorre entre 2 dias a 1 semana. Sucção + freqüente apojadura + precoce
Vantagens do Aleitamento • Aspectos Nutricionais • Melhor digestibilidade: < carga soluto, presença de lipase, protease e amilase. • Melhor relação lactoalbumina/caseina • (caseina LH : 30%. LV: 82% • Predomínio de lactoalbumina e ausência de lactoalbumina (altamente alergênica). • Baixa quantidade de fenilalamina e tirosina. (metabolização limitada no RN) e presença de taurina. • Alto teor de ácidos graxos de cadeia longa (7 a 8 x > que LV) (essenciais ao desenvolvimento do SNC e retina) • Maior quantidade colesterol desenvolvimento de sistemas enzimáticos que previnem arteriosclerose na idade adulta. • Ferro: melhor absorvido. • Cálcio: Melhor absorção (relação Ca/P + adequada 2:1)L. Vaca > concentração Ca - excretado na forma de palmitato.
Vantagens do Aleitamento • Aspectos Imunológicos • L.H tem + 4 mil células de defesa/mm³, nos 1ºs 15 dias (semelhante à concentração sérica) • Contém macrófagos, linfócitos, lactoferrina, lisossoma, fator bífido, IgG, IgM, IgA. • Mãe em contato com patógenos da unidade - produz Ac específico que transmite pelo leite. • ECN é 6 vezes mais freqüente em bebê que tomam fórmulas. • O Leite de mãe de prematuro tem 5 vezes mais acetilhidroxilase - PAF, portanto metaboliza o fator ativador plaquetário que atua na fisiopatologia da ECN). • L.H acelera maturação intestinal - flora normal sobrepujando a patógena.
Desenvolvimento • Meta-análise de 1999 (Andeson e col) - melhor performance intelectual em crianças amamentadas, sugerindo uma proporcionalidade entre ingesta de L.H e QI (presença de derivados de ácidos linoleíco e linolênico - AA e DHA). Técnica Aleitamento • Objetivo Final: nutrição efetiva com máximo de conforto, relaxamento e prazer para a díade mãe-filho. • Período Pré-Lácteo: hipogalactia fisiológica. Não usar complementos, exceto quando há risco de distúrbios metabólicos. • Reflexo Busca e Apreensão: • IG 30 s - lento e imperfeito • IG 32 s - rápido e incompleto • IG 34 semanas - rápido, completo e duradouro.
Técnica Aleitamento • Reflexo Sucção • Reflexo deglutição • Coordenação sucção-deglutição-respiração presente em torno de 34 s de IG. • “Pega” - deve abranger parte ou toda a aréola. • Sinais de “pega” incorreta: • Bochechas encovadas • Ruídos da língua • Mamilos achatados ao sair da boca • Dor e/ou fissuras mamilares • Postura - bebê na horizontal e “barriga com barriga”. • Duração - livre demanda • “Leite Fraco” - queixa freqüente e improcedente.
Situações Especiais • Bebês prematuros, doentes ou com mal-formação - ordenha para manter lactação • Trauma mamilar - corrigir “pega” e postura • Importante causa de desmame • Mamilos planos ou invertidos - “Assistência 24h”. • Ingurgitamento mamário: falha na auto-regulação da lactação. Surge entre 3-5 dias pós-parto. • Mastite - geralmente por Stafilo aureus, quando há fissuras. Usar ABT precocemente. • Não contra-indica amamentação • Presença sangue no leite - hemorragia ductal na fase inicial da apojadura. É transitório. • Não contra-indica amamentação
Situações Especiais • Cirurgia de redução de mamas - Estudo de Coorte: “Ao final do 1º mês 29% das mulheres com cirurgia prévia amamentavam exclusivamente, em contraste com 77% das mulheres sem cirurgia prévia. • Acompanhamento rigoroso - não há como predizer a necessidade ou não de complementação dietética. • Mães com Doenças Infeciosas: • HIV - não amamentar (risco contaminação 14%) • Tuberculose: OMS - amamentar / AAP - amamentar, após 2 semanas do início do tratamento, se forma contagiosa. • Obs: vacinar o RN com BCG após quimioprofilaxia por 6 meses • Hepatite A - amamentar • Hepatite B - Amamentar. Fazer imunoglobulina + vacina nas primeiras 12 horas.
Situações Especiais • Mães com Doenças Infeciosas: • Hepatite C - amamentar. Sem evidências de transmissão • CMV - amamentar. Para PT considerar pasteurização do leite ordenhado. • Toxoplasmose - amamentar. • Mães em uso de drogas • Evitar sempre que possível • Recomendar ingesta imediatamente após a mamada. • Observar o bebê: erupções cutâneas, cólicas, sonolência, agitação, etc. • Fumo e Álcool - amamentar (benefício maior que risco) • Compostos radio-ativos - interromper o aleitamento por período = a 5 meias-vidas do composto. • Drogas contra-indicadasformalmente:Anfetamina, fenilbutasona, atropina. Ergotamina, lítio, anti-cancerígenos.
Atitudes que favorecem o Aleitamento O Sucesso do aleitamento é tanto maior quanto mais precocemente se iniciarem as medidas facilitadoras. Elas devem começar no pré-parto. Melhor será quando se iniciar na comunidade, através de uma mudança cultural, quando nossos personagens ainda são crianças, futuros pais e/ou profissionais de saúde. Declaração conjunta da OMS - UNICEF em 1989, visando proteger, apoiar e promover a amamentação, através dos dez passos que os serviços materno-infantis devem seguir: 1. Ter uma norma escrita sobre o aleitamento materno, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde. 2. Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar essa norma. 3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno. 4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto. 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos. 6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico. 7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia. 8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda. 9. Não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio. 10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento materno, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.