170 likes | 446 Views
Sociologia. Prof. Everton da Silva Correa. Apresentando Norbert Elias. https://www.facebook.com/Prof.EvertonCorrea. Norbert Elias. (Breslau, Alemanha, 22 de junho de 1897 – 1º de agosto de 1990). Biografia e bibliografia.
E N D
Sociologia Prof. Everton da Silva Correa
Apresentando Norbert Elias https://www.facebook.com/Prof.EvertonCorrea
Norbert Elias (Breslau, Alemanha, 22 de junho de 1897 – 1º de agosto de 1990)
Biografia e bibliografia Ainda que sua obra só tenha recebido atenção a partir da década de 1970, Norbert Elias é hoje considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Além de O processo civilizador (1939), Norbert Elias escreveu outros trabalhos de grande destaque, como por exemplo A sociedade de corte (1969), O que é sociologia? (1970) e A sociedade dos indivíduos (1987).
As sociedades reveladas Em todos os estudos e escritos de Norbert Elias predomina uma convicção: A de que as manifestações culturais, artísticas, culinárias, as maneiras de lidar com o sofrimento e com a alegria, tudo isso revela muito sobre as sociedades. Diante de uma manifestação como o esporte, por exemplo, ele se fez a seguinte pergunta.
“Que espécie de sociedade é esta onde as pessoas, em número cada vez maior, e em quase todo o mundo, sentem prazer, quer como atores ou espectadores, em provas físicas e confrontos de tensões entre indivíduos ou equipes, e na excitação criada por estas competições realizadas sob condições onde não se verifica derrame de sangue, nem são provocados ferimentos sérios nos jogadores?” ELIAS, Norbert; DRUNNING, Eric. A busca da excitação. Lisboa: Difel, 1992.
Jogo entre as seleções do Brasil e da Suécia durante a Copa do Mundo de 1958, Suécia.
A seu ver, uma atividade como o esporte, que emociona multidões, também acaba sendo reveladora do tipo de cultura e de sociedade que a incentiva e a incorpora em seu cotidiano. Trata-se de uma sociedade em que os intensos sentimentos coletivos que o esporte provoca são contidos por regras, normas e freios, sem os quais o próprio esporte e a própria sociedade sucumbiriam.
Também a morte, na visão de Elias, é reveladora. As sociedades não lidaram sempre da mesma maneira com a morte, nos diz ele, porque ela não se reduz a um acontecimento biológico e natural. Acompanhar as mudanças no trato da morte nos revela muito, portanto, sobre as mudanças que as sociedades sofreram em seus costumes.
Por exemplo, As sociedades urbano-industriais criaram um ritual de morte particular: Separaram a morte do ambiente doméstico. Os doentes terminais vão para o hospital, e o velório, assim como o enterro, não é mais feito em casa.
Mas nem sempre foi assim. Na Idade Média, a morte era mais presente e familiar – cabia aos parentes cuidar no próprio lar de seus velhos enfermos –, e ao mesmo tempo mais coletiva.
O livro em que Elias trata desse tema chama-se A solidão dos moribundos Em referência ao isolamento daqueles que estão no final da vida, são apartados de suas famílias e de seus casas, e entregues à tecnologia hospitalar e médica.
Elias é um sociólogo instigante, que compreendeu a sociedade como resultado de muitos processos, movimentos do corpo e da alma, manifestações as mais diversas. Onde menos esperamos, lá está a sociedade sendo revelada, parece nos dizer ele em cada um de seus escritos.
Entre seus livros, grande parte dos quais já foi publicada no Brasil, um o tornou mais conhecido: O processo civilizador. Talvez nessa obra em dois volumes esteja sua tese fundamental.
Principalmente no primeiro deles, Intitulado Uma história dos costumes, Elias acompanha em detalhe a história das maneiras, dos hábitos das pessoas, grupos e sociedades. A história dos costumes, nos diz ele, é uma boa pista para sabermos como a sociedade se pensa, se movimenta e é percebida.
FIM BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca. Tempos modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. p. 168.