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Sociologia. Prof. Everton da Silva Correa. Curar e adestrar, vigiar e punir (parte I). https://www.facebook.com/Prof.EvertonCorrea. Nau dos insensatos. BOSCH, Hieronymus . Nau dos insensatos , c. 1490. Óleo sobre madeira, 58 x 33 cm.
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Sociologia Prof. Everton da Silva Correa
Curar e adestrar, vigiar e punir(parte I) https://www.facebook.com/Prof.EvertonCorrea
Nau dos insensatos BOSCH, Hieronymus. Nau dos insensatos, c. 1490. Óleo sobre madeira, 58 x 33 cm. A alegoria da “nau dos insensatos” surgiu no final da Idade Média e teve uma de suas mais famosas expressões artísticas no quadro de Bosch, que nele faz uma profunda crítica aos costumes da época, denunciando a fragilidade dos princípios religiosos e a devassidão presente em todos os grupos sociais.
Michel Foucault se voltou para o momento de transformação em que as instituições do Antigo Regime cederam o lugar a sistemas de organização inéditos. Seu interesse se voltou, sobretudo, para as condições de surgimento de novos saberes – ciências com a biologia, a economia política, a psiquiatria e a própria sociologia – e novos dispositivos disciplinares. A influência progressiva desses novos saberes e a multiplicação desses dispositivos por toda a sociedade levaram, segundo ele, à consolidação de um modelo peculiar de organização social: as “sociedades disciplinares” dos séculos XIX e XX.
Vigiar e punir A emergência desse novo formato de arranjo social, com suas lógicas de controle e penalização, constitui o tema central de uma das obras mais conhecidas de Foucault, que tem o sugestivo título Vigiar e punir: nascimento da prisão.
Nesse livro, ele nos mostra como, a partir dos séculos XVII e XVIII, houve o que chama de um “desbloqueio tecnológico da produtividade do poder”. Esse desbloqueio teria permitido o estabelecimento de procedimentos de controle ao mesmo tempo muito mais eficazes e menos dispendiosos. E isso ocorreu não apenas nas prisões, mas também em várias outras instituições, onde a vigilância dos indivíduos é constante e necessária.
Exclusão http://www.youtube.com/watch?v=yToCfy13jrc
Asilo Asilo na ótica de Van Gogh (1853-1890) internado em 1888 com parte da orelha amputada, dois anos antes do seu suicídio em julho de 1890. Os diagnósticos cogitados na época foram alcoolismo, psicose, epilepsia.
No Antigo Regime... Durante o Antigo Regime havia critérios que permitiam identificar os indivíduos que eram capazes de se submeter às normas – os “normais” – e os que, incapazes de respeitá-las, deveriam receber como castigo a exclusão da vida em sociedade. Nesse grupo dos que eram afastados do convívio com os outros encontravam-se aqueles considerados “loucos”, “maus”, “doentes” ou “monstros” – qualquer um que apresentasse “desvio de conduta”.
A “nau dos insensatos” Ao longo da Idade Média, todos os que fossem tidos como “dementes” eram confinados na chamada “nau dos insensatos”; todos os criminosos eram condenados à pena de morte; quaisquer tipos de “deformados” eram recolhidos aos mosteiros; e os que sofriam de males físicos eram levados a hospitais que na verdade eram “depósito de doentes”.
Michel Foucault se inspirou nessa imagem para escrever a introdução de sua História da loucura. Assim como as naus dos insensatos da Idade Média, o saber psiquiátrico seria um mecanismo radical de exclusão, cuja maior expressão seriam os manicômios. A alegoria da nau foi tomada por ele como símbolo de uma cultura – a ocidental – marcada pela não aceitação dentro do corpo social daqueles tidos como loucos.
Manicômio http://www.youtube.com/watch?v=kwTa7ztjAbY
Questão • O que diferencia as sociedades pré-modernas das sociedades modernas no tocante ao tratamento dado às pessoas consideradas “anormais”? (25 linhas)
FIM Referência: BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca (coord.). Tempos modernos, tempos de sociologia. São Paulo: Editora do Brasil, 2010. p. 85-86.