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Professor Edley. www.professoredley.com.br. Idade Média. Período e Conceito Iniciamos agora o estudo de um período que ficou tradicionalmente conhecido como Idade Média .
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Professor Edley www.professoredley.com.br
Idade Média • Período e Conceito • Iniciamos agora o estudo de um período que ficou tradicionalmente conhecido como Idade Média. • Esse período abrange cerca de Um Milênio de HistóriaEuropéia Ocidental. Dependendo das interpretações dos historiadores, os marcos do Início e do Fim desse período variam bastante. • Dentre os Marcos Iniciais costuma-se apontar datas como: • – 392 d.C. – Oficialização do Cristianismo e; • – 476 d.C. – Deposição do Último Imperador Romano. • Dentre os Marcos Finais os historiadores apontam datas como: • – 1453 – Tomada de Constantinopla pelos Turcos e; • – 1492 – Chegada de Colombo às América.
Idade Média • Foram muitas as transformações culturais, econômicas e políticas ocorridas no longo período Medieval. Por isso, os historiadores também propuseram subdivisões para a Idade Média. • Entre estas periodizações vamos destacar as seguintes: • – Alta Idade Média • Que se estende do Século V ao Século X; • – Baixa Idade Média • Que se estende do Século XI ao Século XV. • Durante muito tempo, o Período Medieval, foi representado como uma “Idade das Trevas” • Uma época escura, no qual teria havido na Europa Ocidental um retrocesso nas atividades intelectual, artística e econômica. • Como surgiu esse conceito de Idade Média? • Vejamos uma explicação:
Idade Média • Um PedagogoAlemão chamado Christoph Keller, em latim Cellarius (1638-1707), consagrou a divisão da história Ocidental em Antiga, Medieval e Moderna. • Consagrou também a idéia que se generalizou sobre o Período Medieval. • Keller ou Cellarius escreveu três manuais: • – 1685 - História Antiga; • – 1688 - História da Idade Média; • – 1696 - História Nova. • Idade Média segundo Keller estende-se da época do Imperador Constantino em324, até a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos em 1453. • Se em vez da primeira data, adotarmos a da tomada de Roma pelo chefe Germânico Odoarco, em 476, teremos a periodização corrente das Escolas. • Keller fixou também a idéia de que o Período intermediário entre a Antiguidade e a Época Moderna nada produziu de importante. • Foi um período não só Estéril, mas de Retrocesso: “A Idade das Trevas”
Idade Média • Atualmente, ainda encontramos considerável parcela de pessoas que associam o termo Medieval à idéias de retrocesso, intolerância, intransigência, imobilismo, obscurantismo. • Essas imagens e esses valores não correspondem à realidade demonstrada em números e pesquisas de historiadores que descortinam uma incrível variedade de produções culturais – artística, científica, tecnológica – no Período Medieval. • No entanto, historiadores como Jérôme Baschet apontam para a imagem da Idade Média como tendo sido objetos de disputas emocionais entre aqueles que a defendem e os que a criticam de forma sarcástica. • A Idade Média não é nem o Buraco Negro da história ocidental, nem o Paraíso Perdido. • É preciso renunciar ao Mito Tenebroso tanto quanto ao Conto de Fadas.
Germanos • Migrações e Invasões • Os Povos Germânicos dividiram-se em vários grupos, com grandes diferenças culturais entre si. • Eram: Anglos, Saxões, Visigodos, Ostrogodos, Vândalos, Francos, Suevos, • Burgúndios, Lombardos, Alamanos e Hérulos, entre outros. • As poucas informações que temos sobre esses povos no período em que ainda viviam fora do Império Romano vêm de textos escritos pelos próprios Romanos e de Fontes Arqueológicas.
Germanos • Organização Socioeconômica • A Organização Social dos Germanos baseava-se na família, tendo no Pai a figura central, que exercia Poder sobre Esposa e Filhos. • Os Líderes, escolhidos para chefiar os soldados nas guerras, deram origem aos Reis e ao Poder Hereditário. • A Sociedade Germânica era hierarquizada, com uma aristocracia que possuía a maior parte das terras, uma camada de homens livresguerreiros e por fim os escravos. • O Direito era Consuetudinário – Costumeiro, isto é, as Leis não eram Escritas, mas baseadas no Costume.
Germanos • A Religião era Politeísta, e as Divindades eram associadas aos elementos da natureza – raio, trovão, vento, sol, etc. • Os Sacerdotes tinham, além da função religiosa, o Poder de punir os criminosos e o Dever de manter a ordem durante as Assembléias da Comunidade. • A Economia dos Germânicos, que se tornaram sedentários poucos séculos antes de invadir o Império Romano, baseava-se na caça, na criação de animais e na agricultura. • Cultivavam, por exemplo, trigo, cevada, centeio, além de plantas cujas fibras eram usadas na tecelagem.
Germanos • Fluxos dos Germanos no Império Romano • Estudiosos distinguem Dois Grandes Momentos no processo de penetração dos Germânicos nos domínios do Império Romano: o das Migraçõese o das Invasões. • Migrações • A fase das Migrações – Séculos II e III – correspondem ao período em que as populações germânicas deslocaram-se em grande escala para os territórios do Império Romano de Forma Pacífica, por meio de acordos com o próprio Governo de Roma – que lhes reservou terras para se estabelecer. • Muitos dos Guerreiros Germânicos ingressaram no Exército de Roma, e alguns de seus chefes chegaram a atingir postos de comando. • Ocorreu, assim, certa “germanização” do Exército Romano. • Os Germânicos foram integrando-se à Sociedade Romana também por meio do Casamento.
Germanos • Invasões • A fase das Invasões – Séculos IV a VI – correspondem ao período em que os Germanos penetraram no Império Romano de forma Violenta. • Um dos principais motivos que desencadearam as invasões foi o Avanço dos Hunos – povo oriundo provavelmente da Ásia Central – nos territórios dos diversos Povos Germânicos. • Vindos da Ásia, os Hunos derrotaram primeiramente os Ostrogodos, em 375, e logo depois atacaram os Visigodos. • Para escapar ao ataque dos Hunos, o chefe dos Visigodos, com a permissão do Imperador RomanoValente, entrou com seu povo nos domínios de Roma. • Milhares deles atravessaram o Rio Danúbio e se refugiaram no Império.
Germanos • Posteriormente, os próprios Visigodossaquearam e pilharamaldeias e Cidades Romanas, acelerando as Invasões. • Em 455, os Vândalos, também Povo Germânico, Invadiram e SaquearamRoma durante 15 dias. Depois, incendiaram a cidade e capturarammilhares de Romanos. • Finalmente, em 476, Rômulo Augusto, último Imperador Romano, foi deposto por Odoacro, chefe de outro Povo Germânico, os Hérulos. • Conforme vimos, esse episódio ficou conhecido como a Queda do Império Romano do Ocidente e é tido, tradicionalmente, como: • O Marco Divisório entre a Antiguidade e a Idade Média.
Germanos • Formação dos Reinos Germânicos • Com as Migrações e Invasões Bárbaras, e a dissolução do Império Romano do Ocidente, diversos Povos Germânicos estabeleceram-se em diferentes regiões da Europa Central. • Nessas regiões, a Vida Social transformou-se bastante, embora várias características Romanas tenham se mantido. Observe: • A Produção Econômica conservou prática Romanas já conhecidas pelos Germânicos que haviam sido incorporados ao Exército; • As Cidades perderam parte de sua importância econômica para a Área Rural; • A Religião Cristã dos Romanos foi adotada por boa parte dos Germânicos;
Germanos • O Latim foi preservado, principalmente na linguagem escrita, mas em muitas regiões predominaram as línguas de origem Germânicas, como o Inglês, Alemão, Holandês, etc. • Nas áreas de Forte Influência Romana, formaram-se as LínguasNeolatinas, como Francês, Português, Espanhol, Italiano, entre outras. • As quais, como todas as Línguas, continuam em processo de transformação até os dias de hoje. • Quanto à Organização Política, houve muitas mudanças. Os Romanos viviam em um Império Centralizado e Hierarquizado. • Essa Unidade Política Romana opunha-se à Pluralidade das Sociedades Germânicas. por volta do Século VI, os germanos já haviam organizado novos reinos nos territórios ocupados. • A maioria desses reinos, porém, teve vida curta. Apenas os Francos conseguiram Estruturar-se e expandir seus domínios.
Francos • A Construção de um Império • Na Formação e Expansão do Reino Franco atuaram Soberanos de Duas Dinastias: a Merovíngia, que governou do Século V ao Século VIII, e a Carolíngia, que governou nos Séculos VIII e IX. Vejamos cada uma delas. • Merovíngios • A organização política dos Francos em um Reino teve inicio em meados do Século V, com a unificação de suas diversas tribos. • Clóvis é considerado um dos Unificadores dos Francos, tendo reinado entre 482 e 511. Ele seria Neto de Meroveu, o lendário fundador da Dinastia Merovíngia, cuja real existência é incerta. • Em seu Governo, Clóvis prometeu a expansão dos domínios do Reino Franco e, mais tarde, converteu-se ao Catolicismo, fazendo de seu Reino um forte aliado da Igreja Católica. • Clóvis teve vários sucessores, mas a partir de 639 a Dinastia Merovíngia entrou em Crise. Em grande parte, as funções do Rei eram desempenhadas por um Alto Funcionário da Corte – o Prefeito do Palácio, também chamado de Mordomo do Paço.
Francos • Um desses Prefeitos do Palácio foi Carlos Martel. • Que governou de 714 a 741 e conquistou prestígio, entre outros motivos, por ter Comandado o Exército franco que deteve o avanço dos Muçulmanos sobre a Europa, na Batalha de Poitiers em 732. • Carolíngios • Após a morte de Carlos Martel, seu Poder Político foi herdado por seu filho Pepino, o Breve. • Em 751, Pepino destronou o último Rei Merovíngio e fundou a Dinastia Carolíngia, que governou nos Séculos VIII e IX. • Pepino foi reconhecido pelo Papa como Rei dos Francos. • Em troca, lutou conta os Lombardos, Povo Germânico que ameaçava • o Poder da Igreja Católica. • Vitorioso, Pepino doou ao Papa as terras que conquistou no Reino da Itália. • Formou-se, então, o Patrimônio de São Pedro, • que se tornou o Estado da Igreja Católica.
Francos • Formação do Império Carolíngio • Após a morte de Pepino, sucedeu-se no trono seu filho Carlos Magno, que governou durante 46 anos, de 768 a 814. • Em seu governo, os Francos submeteram diversos povos germânicos e conquistaram um vasto território, constituindo o Império Franco ou Carolíngio. • Com isso Carlos Magno adquiriu considerável poder na Europa Central, chegando a receber do papa Leão III o título de Imperador do Novo Império Romano do Ocidente, em 800. • Pretendia-se reviver a antiga Unidade do Mundo Ocidental, agora sob o comando de um Imperador Cristão. • Além disso, a Igreja Católica desejava a proteção de um • SoberanoCristão que possibilitasse a • Expansão do Cristianismo.
Império Carolíngio • O Governo de Carlos Magno • O Império Carolíngio não tinha uma Capital Fixa. Sua sede era o lugar onde se encontrava o Imperador e sua Corte. • Em geral, Carlos Magno permanecia por mais tempo na cidade de Aquisgrã, em seu palácio com fontes de águas termais – quentes. • Organização Administrativa • Para administrar o vasto Império, Carlos Magno estabeleceu uma série de normas escritas, conhecidas como Capitulares, que funcionava como Leis. • Essas normas reuniam os Usos e Costumes do Império. • Carlos Magno contou também com o auxílio de inúmeros Funcionários e Nobres, como os Condes – responsáveis pelos condados, e os Marqueses – responsáveis pelos territórios situados nas fronteiras do Império, isto é, as Marcas.
Império Carolíngio • Esses Nobres tinham a função de convocar e organizar as tropas, cobrar tributos e zelar pela manutenção de estradas e pontes, entre outras tarefas. • Assim, os Nobres passaram a exercer também o Poder Local. • Muitas vezes, Condes e Marqueses recebiam essas terras do Imperador em beneficium, ou seja, num sistema em que podiam desfrutar das terras doadas em troca da Fidelidade e da Prestação de Serviços – principalmente obrigações militares– ao Monarca. • Havia também os Missi-dominici, inspetores do Rei que viajavam pelo território para controlar as atividades dos diversos Administradores Locais.
Império Carolíngio • Renascimento Carolíngio • Guerreiro audacioso, Carlos Magno dedicou-se principalmente às atividades militares, permanecendo analfabeto até a idade adulta. • Como administrador, no entanto, preocupou-se em promover o Desenvolvimento Cultural do Império Franco. • Assessorado por intelectuais, Carlos Magno estimulou a abertura de Escolas e Mosteiros, e protegeu artistas. • Esse estímulo – que abrangeu as letras, as artes plásticas e a educação, alcançando grande vigor em meados do Século IX – é chamado pelos historiadores de Renascimento Carolíngio ou Renascença Carolíngia. • Além de incentivar a produção cultural, o Renascimento Carolíngio contribuiu para a preservação e transmissão da cultura da Antiguidade Clássica, ao promover a tradução e a cópia de Manuscritos Antigos. • Grande parte do conhecimento que temos hoje da Literatura da Antiguidade Greco-Romana deve-se ao trabalho de cópia dos Escribas desse período.
Livros Preciosos • No texto abaixo, o Historiador da Arte Kenneth Clark fala do seu encantamento com os livros produzidos no Renascimento Carolíngio. • Como chefe de um Império que se estendia da Dinamarca ao mar Adriático, Carlos Magno armazenou tesouros – jóias, camafeus, marfins, sedas preciosas – provenientes de todo o mundo conhecido. • Mas o que ele nos deixou de mais importante foram os livros, não só os textos, como também as ilustrações e as encadernações. • Nunca houve livros tão maravilhosos quanto para aqueles feitos para a biblioteca da corte ou para serem enviados de presente para toda Europa Ocidental. • Muitas das ilustrações são calcadas em modelos bizantinos ou do fim da Antiguidade cujos originais se perderam. • Naquela época, os livros eram tão preciosos que recebiam as mais ricas e trabalhadas encadernações. Muitas delas consistem em uma placa de marfim com borda incrustada de ouro e pedras preciosas. • Algumas sobreviveram intactas, sobretudo o marfim, já que o ouro e as pedras preciosas foram roubados.
Império Carolíngio • Fragmentação do Império Carolíngio • Depois da morte de Carlos Magno, em 814, seu filho Luís I, o Piedoso, assumiu o poder. Apesar de uma série de problemas políticos, como a excessiva influência do Clero sobre o Rei, o Império ainda se manteve unido. • Com a morte de Luís I, em 840, seus três filhos – Carlos, Luís e Lotário– passaram a Disputar o Poder, travando um desgastante conflito interno. • Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, eles estabeleceram a Paz, dividindo entre si o Território Carolíngio. • A divisão do Poder Real entre os filhos de Luís I foi acompanhada de crescente independência e autonomia dos Administradores Locais.
Invasões nos Séculos IX e X • O Isolamento Europeu • A partir do Século IX, depois de um longo período sem invasões externas, o território da Europa começou a sofrer novos ataques nas frente Leste, Norte e Sul. Vejamos: • O Leste • Foi invadido pelos Magiares – Húngaros – grupo étnico de origem Asiática, que se lançaram em ataques periódicos a vilas, mosteiros e propriedades rurais. Por fim, os Magiares se estabeleceram na região dos Cárpatos, onde fundaram um Reino – Hungria – e foram Cristianizados; • O Norte • Sofreu a invasão dos Vikings – Escandinavos – que realizaram freqüentes ataques de pirataria e pilhagem a diversos locais do litoral europeu; • O Sul • Houve a penetração dos Muçulmanos – ou Sarracenos – que conquistaram parte da Península Ibérica e empreenderam sucessivos ataques de pilhagem à Península Itálica.
Invasões nos Séculos IX e X • Com a insegurança provocada pelas invasões, os Europeus Ocidentais procuraram se proteger, buscando refúgio no campo. • Houve, então, um enfraquecimento do Poder Central dos antigos Reinos Germânicos, ao mesmo tempo em que o poder dos Senhores Locais se fortalecia. • O comércio foi dificultado pela insegurança reinante e pelo bloqueio das estradas e do Mar Mediterrâneo. • Nesse período, a proliferação de Castelo pelos Campos é impressionante. • As Autoridades Eclesiásticas e os Senhores Locais estão geralmente na origem desse movimento espontâneo, cuja finalidade consiste em organizar uma defesa eficaz contra as Invasões Normandas, Sarracenas e Húngaras. • Contudo, a construção de Castelos Fortificados prosseguia bastante para além da primeira metade do Século X, enquanto a ameaça de incursões inimigas tende a desaparecer. • Essas condições provocaram significativas transformações no modo de vida das sociedades européias e a formação de um Novo Sistema Social, Político e Econômico, característico da Idade Média, que os historiadores chamaram de Feudalismo.
Referência Bibliográfica • COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 1 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010. • PINSK, Jaime. As Primeiras Civilizações – São Paulo, Atual, 1984. • FRANCO JR., Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente – São Paulo, Brasiliense, 1999. • CLARK, Kenneth. Civilização – São Paulo, Martins Fontes, 1980. • Wikipedia.org
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