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Relação Homem-Natureza. Dra. Susane Chang. Introdução. Ao longo da história a relação entre o homem e o seu meio foi item de fundamental importância na chamada luta pela sobrevivência . Quando os alimentos se esgotavam naquele lugar, ele se mudava.
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Relação Homem-Natureza Dra. Susane Chang
Introdução • Ao longo da história a relação entre o homem e o seu meio foi item de fundamental importância na chamada luta pela sobrevivência. Quando os alimentos se esgotavam naquele lugar, ele se mudava. • Atualmente: as sociedades se preocupam em extrair da natureza as suas demandas de consumo. A biologia, a química a genética e a agronomia são alguns dos campos onde os usos da natureza são exaustivamente desenvolvidos. Ao se analisar mais profundamente o sentido da palavra “lugar”, pode-se classificá-la como sendo “o produto das relações humanas, entre homem e natureza, tecido por relações sociais produzindo a identidade, é o mundo do vivido, onde se formulam os problemas”. (CARLOS, 1996).
Não é possível controlar a natureza de maneira absoluta; o homem precisa contar com a regularidade de determinados ciclos naturais que nem sempre acontecem de forma previsível. Com o surgimento da agricultura a mais de 10.000 anos atrás, o ser humano foi aprendendo a entender os ciclos da natureza e a conviver em comunidade, começando a se prevenir dos períodos de frio, de seca e de escassez de alimentos. Não se extraía apenas o que seria utilizado imediatamente, aprendia-se a estocar e armazenar, de planejando e prevenindo para o futuro.
Dependência do homem com a natureza: crenças religiosas. • Elementos da natureza como deuses ou representantes de alguma divindade. • Civilização egípcia e oração do Nilo (sustentação da vida no Egito): “Salve, tu, Nilo! / Que te manifestas nesta terra / E vens dar vida ao Egito!”. • Rio Nilo era capaz de dominar a própria natureza. Nesse aspecto, podemos destacar os versos que dizem “Tu fazes viver todo o gado... Nenhum pássaro pousa nas colheitas... Tu crias o trigo, fazes nascer o grão”.
No decorrer da evolução humana, quando o homem diz ter se tornado civilizado, ocorreu o seu desprendimento com o lugar e formularam-se ideias das quais os recursos naturais eram bens infinitos. • A utilização indiscriminada dos recursos naturais tornou o ser humano causador de grandes impactos ambientais, gerando o desequilíbrio na cadeia da vida, consequentemente, causando o colapso e a quebra do sistema.
O desequilíbrio ambiental causado pelo homem ocasionou a eliminação de espécies e até mesmo a dizimação de populações. Segundo CÂMARA (2000 p.178), este desequilíbrio ambiental pode ser classificado através de seis modalidades: - destruição de habitat; - caça, pesca ou matança deliberada em larga escala; - introdução de predadores ou competidores; - introdução de elementos patogênicos; - poluição; - extermínio decorrente de extinções anteriores ou extinção em cascata. • Devido a estas degradações ambientais a biodiversidade planetária vem sendo colocada em risco. Quatro macro ameaças à sobrevivência de várias espécies podem ser destacadas: - destruição, fragmentação, e degradação de habitat; - exploração predatória; - introdução de espécies exóticas e - aumento de pragas e doenças (PRIMACK, 1995, p.66).
Problema ecológico: técnico e ético. • Literatura no campo da Ética ambiental: identifica o antropocentrismo como um dos elementos responsáveis pela devastação ambiental. • René Descartes (1596 – 1650): antropocentrismo que influenciou fortemente a educação moderna. Ser humano como “ Senhores e possuidores da natureza”. Antropocentrismo: postura que prega que o ser humano é o centro de tudo.
Grun, 2002: Livros continuam sugerindo que “humanos são a referência única e exclusiva para tudo mais que existe no mundo”. • Século XVII: Ciências Pós-cartesianas - objetificação e fragmentação da natureza – visão mecanicista. • Naes, Sessions, Fox (1995): Ecocentrismo – reintegração do homem com a natureza – alternativa ao antropocentrismo.
Solução para crise ecológica • Postura holista, viva, orgânica • Filosofia holista: visa integrar homem à natureza como solução para crise ambiental; seres humanos seriam parte da natureza Problemas éticos e epistemológicos: estaríamos de tal modo “integrados” à natureza que não seria possível fazer distinção – problema pra conservação ambiental.
Filosofia hermenêutica: tudo deve der entendido a partir do individual, e o individual a partir do todo – distinção entre homem e natureza, propiciando alteridade da natureza. • Atual relação homem-natureza: “inimigos”. Conflito de interesses (natureza X desenvolvimento econômico). Solução (!): “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”!
Atualmente, o ser humano, segundo MARTIN (2002, p.177), “está vivenciando a “redescoberta do lugar”, que revela a totalidade sistêmica entre a sociedade humana e a natureza, estando associado à busca de estratégias e meios sustentáveis de atender às necessidades das pessoas ou do próprio capital”. • A exploração dos recursos de forma acelerada causa a perda da biodiversidade e, consequentemente, em longo prazo, perda na qualidade de vida. Através de uma perspectiva humanística de valorização da pessoa humana, onde o sujeito é responsável pelo seu próprio destino, surge o conceito de Desenvolvimento Local.
Desenvolvimento local visa à promoção da vida e satisfação plena das necessidades fundamentais da comunidade. Para que haja efetiva qualidade de vida e manutenção da mesma, deve haver equilíbrio na utilização dos recursos, principalmente os naturais, para que a cadeia não se rompa e seja mantido o seu fluxo contínuo e sustentável.
Na tentativa de aliar crescimento econômico e a proteção ambiental, surge na década de 1950/1960 a economia ambiental, que estabeleceu uma ponte entre a economia e a ecologia. Mais tarde surgiu a teoria econômica do desenvolvimento e o meio ambiente, que receberia o nome de Desenvolvimento Sustentável. • Em 1987, as Nações Unidas definiram o conceito de desenvolvimento sustentável: o desenvolvimento deve ser suportável, viável e durável, portanto, um desenvolvimento que atenda às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras.