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Principais Doenças do Cafeeiro. Doenças Fúngicas Ferrugem do café  ( Hemileia vastatrix Berk . & Br ). Importante em regiões de altitudes médias entre 400-600m (perdas de produção). Agente causal: Hemileia vastatrix Ocorrência: todo mundo.
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Doenças Fúngicas • Ferrugem do café (HemileiavastatrixBerk. & Br). • Importante em regiões de altitudes médias entre 400-600m (perdas de produção). • Agente causal: Hemileiavastatrix • Ocorrência: todo mundo.
No Brasil foi encontrada em Itabuna - BA, em 1970 (vinda da África através de correntes aéreas). 1971: constatada em todos os estados cafeicultores do Brasil e, mais tarde no Paraguai. Perdas significativas na produção: até 50% em anos de alta carga no café arábica.
SintomasGerais • Aparecem nas folhas na forma de pústulas, de cor alaranjada. • Face inferior: essas pústulas são formadas de uredósporos do fungo. • Faces superiores: manchas cloróticas, de formato coincidente com as pústulas da página inferior.
- Ocorre desfolhas precoces, precisando de até dois ciclos de cultivos para a recuperação, período acompanhado de baixa produção.
Sintomas iniciais: varia em função da temperatura, suscetibilidade da planta e idade das folhas, ocorrendo, em média, entre 7 a 15 dias após a penetração do fungo e infecção dos tecidos das folhas. - Aparecimento da esporulação na face inferior das folhas ocorre geralmente uma semana mais tarde.
Folhas adultas: a colonização é dificultada pelas características dos tecidos no limbo foliar. • Lavouras: o sintoma mais característico é a desfolha das plantas (abscisão), o que pode retardar o desenvolvimento e definhar as plantas, comprometendo, assim, a produção.
Desfolha antes do florescimento: interfere no desenvolvimento dos botões florais e na frutificação. • Desfolha durante o desenvolvimento dos frutos: poderá ocorrer à formação de grãos anormais e defeituosos.
Etiologia - Hemileiavastatrix é parasita obrigatório (sobrevivência se dá somente em tecidos vivos, não havendo vida saprofítica de solo). Produz dois tipos de esporos: uredósporos teliósporos
Disseminação: - área para outra: vento; - planta para planta: a água (agente mais eficiente). EX: Uma gota caindo numa lesão libera imediatamente os uredósporos que podem se elevar até 30 cm da lesão.
Germinação do uredósporos: desenvolve-se tanto em ar úmido quanto em água (presença de água na forma líquida, uma condição muito favorável ao processo).
- Temperatura: 24ºC é ótima para esta fase. - A germinação e penetração devem se processar imediatamente após a inoculação, porque, uma vez molhado, o esporo perde sua viabilidade se for novamente seco.
- Produção de um ou mais pró-micélios (poros situados geralmente na extremidade do uredósporo). - O pró-micélio é incapaz de penetrar diretamente pela cutícula; desenvolve-se sobre a folha, ramificando-se até encontrar um estômato, por onde penetra para a câmara subestomática, através da formação de um órgão especial chamado apressório.
Germinação dos esporos: ocorre melhor à temperatura na faixa 21 a 23ºC, devendo haver presença de água no estado líquido e ausência de luz EX: sistema adensado apresenta condições mais favoráveis à ferrugem em relação ao plantio tradicional.
Durante o ciclo produtivo anual do café, há períodos mais ou menos favoráveis à ferrugem. Inverno e primavera: devido às condições climáticas e a menor suscetibilidade das folhas à penetração do fungo, a doença se mantém sobre controle. Dezembro: este quadro se inverte e a ferrugem inicia a infestação nas folhas novas.
Janeiro: a infecção evolui geometricamente atingindo a infestação máxima no outono (se não for feito o controle). • Este quadro pode variar de acordo com o ano e a região cafeeira. • A maior presença de inóculo da safra anterior poderá aumentar a infestação no ciclo produtivo.
Controle - Deve observar o efeito da carga pendente sobre o grau de ataque de Hemileiavastatrix. • Porque a desfolha provocada pelo patógeno repercute de maneira direta na produção do ano seguinte, reduzindo a níveis baixos ou muito baixos os rendimentos na produção.
Anos de alta produção (maior enfolhamento), a doença evolui rapidamente, podendo atingir níveis superiores a 50% de infecção. • Anos de baixa safra (baixo enfolhamento), a doença atinge níveis mais baixos.
Recomendação de se efetuar uma pulverização quando a infecção tiver atingido 20 ou 30%. • Controle da ferrugem: • Variedades resistentes • Fungicidas protetores e/ou sistêmicos.
Alguns fatores analisados para efetuar recomendações de controle: • Período mais favorável à doença: dezembro a abril; • Carga pendente: afetará a suscetibilidade da planta;
Clima: poderá mudar o período crítico de infestação; Percentual de infestação; Densidade de plantio; Nível tecnológico do produtor.
Fungicidas preventivos: são quase sempre a base de cobre. • Existem diversas formulações comerciais, além de caldas que podem ser preparadas na propriedade. • Ex: calda bordalesa, o fungicida mais antigo.
Os fungicidas cúpricos devem ser aplicados a partir de novembro-dezembro até março-abril, com intervalo de 30 a 45 dias. • O início das aplicações deve ser feito logo no início do ataque, com no máximo 5% de folhas atingidas (amostrar 12 pl/ha).
- Número de aplicações: depende da carga da lavoura, podendo ser quatro em lavouras de carga alta até duas quando a carga é baixa. Não se deve exceder o número de 4 aplicações, pois pode haver desequilíbrios com ácaros e bicho mineiro.
- Vantagem : baixo preço. - Desvantagem: é a necessidade de maior número de aplicações, o que pode ser mais difícil se a lavoura for adensada. - Além disto, eles não podem ser usados se a doença já se encontra instalada (mais de 5% de folhas atacadas).
Fungicidas sistêmicos foliares: pertencem ao grupo dos triazóis e tem a capacidade de serem absorvidos pelas folhas, translocar e eliminar o fungo (atuam preventivamente), podendo ser aplicados mesmo quando a doença se encontra instalada.
- Pulverização: ocorrer quando no máximo 20 % das folhas estão atacadas (amostrar 12 pl/ha), o que ocorre por volta de janeiro-fevereiro. Uma segunda aplicação pode ser necessária cerca de 45 a 60 dias após a primeira.
Fungicidas granulados sistêmicos • Formulação granulada para aplicação via solo (triazóis). • Aplicados geralmente através de matracas próximos às raízes do cafeeiro. • No solo são absorvidos pelas raízes e se translocam por toda a planta, protegendo-a do ataque da ferrugem.
- Devem ser aplicados preventivamente em novembro-dezembro para que possa haver tempo para o produto translocar, estando ativo no período mais favorável a ferrugem.
Vantagens: o longo período residual e a facilidade de aplicação, principalmente em lavouras muito fechadas. • Desvantagens: são o alto custo e a necessidade de umidade no solo para serem absorvidos e translocados. • Eles não permitem o manejo da doença, sendo aplicados mesmo naqueles anos em que a doença poderia não ser problemática.
- Conforme as condições climáticas do ano pode ser necessária uma pulverização suplementar com sistêmicos foliares para complementar o efeito dos fungicidas granulados.
Frequente utilização de fungicidas: • à seleção de fungos patogênicos resistentes. • Utilização de fungicidas mais potentes e de doses maiores gera contaminações de ambientes (águas, solos, ar) e deixando até resíduos em alimentos.
Contaminação por fungicidas, seja ela direta ou indireta, provoca sérios danos à saúde dos seres humanos.
Cercospora ou Mancha-de-olho-pardo • Agente causal: Cercosporacoffeicola • Ocorre nas condições de viveiros e na fase inicial de transplantio no campo, quando as lavouras são localizadas em solos com baixa fertilidade, causando intensa desfolha.
EX: Café Conilon • Cercosporacoffeicola: sua intensidade é muito variável, em função dos clones que formam as variedades e das condições climáticas, tendo maior importância na fase de viveiro, em que as plantas muitas vezes não se desenvolvem. • - Alta intensidade, pode ocorrer perdas elevadas nas mudas, pois provoca desfolha e “atrasa” sua saída para o campo.
Sintomas - Os principais sintomas são manchas circulares , de coloração parda com centro branco ("olho de pombo"), circundado por um halo amarelado.
Frutos: as manchas são amarronzadas e aparecem durante a fase de maturação na parte exposta ao sol, estendendo-se no sentido polar do fruto.
- Grãos: tornam-se chochos e caem antes da colheita. • Ocorre ainda o apressamento da maturação dos frutos. • A doença predispõe, ainda, o cafeeiro à "Seca dos Ponteiros".
Etiologia • Agente causador: Cercosporacoffeicola. • Ordem Moniliales • Família Dematiaceae • Produz conídios septados e agrupados nas lesões, de ambos as faces da folha, sendo facilmente disseminados para outras folhas ou plantas vizinhas.
Tubo germinativo do fungo penetra nas folhas através das aberturas naturais, principalmente na face superior das folhas ou diretamente pela cutícula. • Frutos: quando ocorre a infecção, o fungo coloniza os tecidos e pode atingir as sementes.
DisseminaçãodoPatógeno • - folha para folha pelo vento. • Perpetuação da doença: através de conídios (esporos assexuados) vivendo no solo e em plantas atacadas. • Infecções são favorecidas por fatores nutricionais???
Aplicação de nitrogênio e fósforo aumentam a incidência da doença, enquanto o potássio diminui levemente. • Plantas com deficiência de magnésio favorecem o desenvolvimento do patógeno. • Faltam, entretanto, mais experimentos que correlacionem estes fatores à doença, no cafeeiro. • Pode-se afirmar, contudo, que plantas bem nutridas em NPK, resistem mais à doença.
Controle – se verifica em viveiros e em campo. • Viveiro: substratos ricos diminuem a incidência da enfermidade. • Fungicida • Adubos foliares podem ser adicionados.
A aplicação de cobre em viveiro parece reduzir o tamanho das mudas que vão para o campo em comparação com as que não recebem o cobre.
Campo: • Cafezais adultos: aplicar fungicida • O controle deve coincidir com a fase de pré-maturação dos frutos.
Mancha-manteigosa (Colletotrichum spp.) Sintomas Folhas: ocorrem pequenas manchas de aspectos oleoso, de bordas bem definidas, normalmente com 1 a 3 mm de diâmetro, que podem coalescer e necrosar os tecidos do limbo foliar. Ramos: os sintomas necróticos podem evoluir no sentido descendente, ocorrendo lesões nos nós.