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2º Seminário sobre Competitividade no setor de Transformação

2º Seminário sobre Competitividade no setor de Transformação. Plástico e Pré -Sal Carlos Alberto Lopes 03/09/2012. Agenda. Competitividade das resinas: nafta x etano A influência do “ shale gas ” norte-americano Impacto no Brasil A geopolítica mundial em eteno/polietileno muda

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2º Seminário sobre Competitividade no setor de Transformação

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  1. 2º Seminário sobre Competitividade no setor de Transformação Plástico e Pré-Sal Carlos Alberto Lopes 03/09/2012

  2. Agenda • Competitividade das resinas: nafta x etano • A influência do “shalegas” norte-americano • Impacto no Brasil • A geopolítica mundial em eteno/polietileno muda • O Brasil tem vocação para a Petroquímica? Quais as Vantagens Competitivas? • Panorama atual das cadeias produtivas ampliadas. • O Pré-Sal e a disponibilidade de matéria-prima • O Brasil pode ser líder nessa Indústria?

  3. Competitividade das resinas: nafta x etano Discussão interminável...

  4. Competitividade nafta x etano • Atualmente, cerca de 35% do eteno mundial é obtido em crackers de etano; • Esse percentual se manterá até 2016, devido ao crescimento da disponibilidade nos EUA; • A Ásia, que é carente de gás natural e etano, crescerá com crackers a nafta; • A disponibilidade da matéria-prima é a chave. Fonte: IHS, World PetrochemicalConference, 2012 • O Etano é sempre mais competitivo para produzir eteno em países com abundância de gás natural (etano), como Médio Oriente e, atualmente, Estados Unidos; • Mas os cracker de cargas liquidas produzem propeno, aromáticos e derivados C4, o que assegura a sua rentabilidade (e necessidade...).

  5. Competitividade nafta x etano • Para eteno, o etano é preferível, claramente: • Maior margem; • Menor risco em caso de depressão do mercado (maior capacidade de “resistência”); • Mas “plástico” não é só polietileno... • E por essa razão, continuará a existir um equilíbrio na competitividade petroquímica para as várias cargas. Fonte: IHS, World PetrochemicalConference, 2012 • Para outros tipos de carga (por exemplo, propano/butano), a discussão é mais delicada, e acabará dependendo muito de fatores regionais. Este tipo de carga é considerada alternativa à nafta (crackers flexíveis), mas não ao etano; • Elas se viabilizarão em função de conjunturas locais, que determinarão a existência de preços “favorecidos”.

  6. A influência do “shalegas” norte-americano Impacto no Brasil e no Mundo

  7. A nova petroquímica norte-americana • Os Estados Unidos lideraram por muitos anos a exportação de resinas, principalmente polietilenos, e foram perdendo gradualmente a competitividade, devido à escassez (e consequente alto preço) de gás natural e etano; • Se essa tendência se tivesse mantido, o EUA teriam se convertido em importadores líquidos! Fonte: Chemical Week, 11/06/2012 • Mas a partir de 2006, tanto o preço de gás natural quanto o de etano (Referências Henry Hub/ MontBelvieu) começam a cair e, literalmente, a indústria petroquímica americana “renasce”; • A Tabela mostra que está sendo implantada uma capacidade de 11.200 milhões de t, em novos projetos e ampliações de crackers de etano; • Esta mudança radical se deveu à exploração bem sucedida do “Shalegas”.

  8. O “ShaleGas” Norte Americano • A falta de gás natural e a dependência energética de outros países, levaram os Estados Unidos a um esforço no desenvolvimento de tecnologia de exploração de reservatórios de gás natural não convencional (Shale, Tight e Coalbed); • Este esforço, muito bem sucedido, começou a mostrar seus resultados em 2005/2006, com a oferta de gás natural abundante e barato; • A partir dessa época, o preço de GN HH “descola” do preço de petróleo, passando a viabilizar todas as indústrias a partir de C1 (fertilizantes) e C2 (eteno/polietileno); • O Preço de etano MB (único referencial internacional) segue o de GN e “despenca”!!! Elaboração: Gas Energy

  9. ShaleGas nos Estados Unidos • As reservas americanas de “shalegas” são enormes e em grande progresso; • A EIA (Annual Energy Outlook 2012) estima existirem recursos recuperáveis nos EUA da ordem de 481,7 tcf (trilhões de pés cúbicos) apenas em “Shale” não associado, e o consumo atual (2010) foi de 24,2 tcf; • Esta nova oferta permitiu a redução drástica da importação GNL pelos EUA, e seu preço no mercado mundial desabou para os níveis atuais, inferiores a US$ 3/MBtu MATÉRIAS-PRIMAS ALTERNATIVAS

  10. “Janelas” de Gás Natural Não Convencional; • O progresso nos últimos 3 nos de produção de “shaleoil” é explosivo (já alcança 700 mil bld em 2012 e deve chegar a 2,5 milhões bld em 2020); • O shalegas associado, está sendo, na verdade, o grande responsável pelo “desabamento” da cotação HH; está sobrando gás natural nos Estados Unidos.... Fonte: DrillingInfo

  11. Progressão da exploração do ShaleOil - EUA 2nd “wave” occurs in early 2010, core area’s quickly leased up, slowing land rush by the end of 2010 First “wave” of leasing in 2008, mostly in oil /wet gas phase Slow movement in 2007 into more “oily” area’s Low natural gas prices pushes companies further into oil window Early leasing in Gas rich area’s Mexico Matérias-primas Alternativas

  12. O ShaleGas nos EUA afeta o mercado mundial de gás e GNL A oferta de Shalegas nos EUA em volumes expressivos e preços competitivos reduziu drasticamente a expectativa das importações de GNL, criando excedentes mundiais da oferta.... e consequente redução de preços Evolução das Projeções de Importações de GNL nos EUA Fonte: EIA, Annual Energy Outlook 2011 e 2005 MATÉRIAS-PRIMAS ALTERNATIVAS

  13. O Shale Gas nos EUA afeta o mercado mundial de gás e GNL ........ e consequente redução de preços no mercado interno EUA Evolução das Previsões de Preço de Gás Natural nos EUA (Henry Hub) Fonte: EIA, Annual Energy Outlook 2009, 2010, e 2011. MATÉRIAS-PRIMAS ALTERNATIVAS

  14. O que muda na petroquímica com o "Shalegas"?  • A precificação de gás natural no mundo vai mudar, sendo influenciada pela maior disponibilidade nos EUA e em outras regiões; • A tendência é que o preço de gás no mundo se “desatrele” do preço do óleo (Europa e Ásia), como aconteceu nos EUA: até que nível? Essa é a primeira grande incógnita... • Mas o preço Henry Hub (referencial EUA) não se manterá no nível atual: deverá subir: até que nível? Essa é a segunda grande incógnita... • Porquê vai subir? A maior parte do shalegas não associado é rentável para preços entre 4 e 6 US$/MBtu: na cotação atual, é inviável. A menos que os EUA exportem gás e permitam uma subida de preço, parte substancial dos pequenos e médios produtores vai quebrar. Será que os EUA vão aceitar essa situação? • A globalização dos mercados acabará encontrando um equilíbrio inter-regional adequado? Henry Hub de 5 ou 7 US$/MBtu? O que muda na petroquímica com o "Shalegas"? 

  15. O que muda na petroquímica brasileira com o "Shalegas"?  • O shalegas (gás não convencional) brasileiro (Bacia do São Francisco) será valioso para a matriz energética brasileira e para a interiorização do uso do gás e poderá contribuir para a redução do custo de energia em petroquímica, mas poderá encontrar alguma dificuldade como fonte de matéria-prima no curto prazo. • A competitividade americana vai ser mais forte em commodities petroquímicas, e o Brasil sentirá esse efeito. Provavelmente, será mais um fator de pressão na balança comercial; • Por outro lado, o atual nível de preço de gás natural no Brasil pode não se sustentar, devido à nova disponibilidade trazida pelo Pré-sal: efeito da mudança da “falta” de gás para a “sobra”!! O que muda na petroquímica com o "Shalegas"? 

  16. A geopolítica mundial em eteno/polietileno muda E também na Cadeia de C1...

  17. A geopolítica mundial em eteno/polietileno muda • Muda o PADRÃO DE COMPETITIVIDADE, em resumo: • Aumento tremendo da competitividade da petroquímica norte-americana com base em gás natural (C1, C2 e C3); • Redução de preço do de gás natural na Europa, Ásia (especialmente Japão); • Brasil será pressionado na sua petroquímica do C1 e C2, porque é pouco competitivo neste novo ambiente; • o gás do Pré-sal pode ser uma alternativa de mitigação ou de aumento de competitividade – se for bem aproveitada! O que muda na petroquímica com o "Shalegas"? 

  18. O Brasil tem vocação para petroquímica? Quais as Vantagens Competitivas?

  19. O Brasil tem vocação para Petroquímica? • Não há País desenvolvido sem uma Indústria Petroquímica! Os produtos petroquímicos são produtos de massa, eles fazem parte do conceito do IDH: é a pluralidade da Química! • A vocação de um País tem duas grandes origens: • naturais, inerentes da região geográfica (por exemplo, grande disponibilidade de matéria-prima); • artificias, quando criadas por mecanismos de Governo, visando a estruturação competitiva dessa Industria para abastecimento do mercado (principalmente o doméstico). • O Brasil vocacionou a sua indústria petroquímica pelo mecanismo artificial (não tinha matéria-prima nem tecnologia), alicerçando seu desenvolvimento num forte mercado interno; • A matéria-prima (nafta) era quase toda importada (o Japão também tem este modelo) e as indústrias produtoras instaladas eram protegidas contra importações por alíquotas elevadas e controle de preços; O Brasil tem vocação para Petroquímica?

  20. O Brasil tem vocação para Petroquímica? • O desenvolvimento do mercado interno acabou alavancando as diversas cadeias produtivas ampliadas, que criaram uma base estrutural desenvolvida e integrada. A retroalimentação das Cadeias permitiu o crescente investimento no setor, desenvolvendo e consolidando, assim, a Vocação; • Atualmente, com as descobertas do Pré-sal, o País começa a mostrar um outro pilar natural na sua vocação, pois passa ter diante de si a matéria-prima, complementando o mercado interno; • Portanto, ao examinar as Cadeias Produtivas Ampliadas e as novas perspectivas, nós não temos dúvida: O Brasil criou e tem vocação para a Indústria Petroquímica! MAS.... O Brasil tem vocação para Petroquímica?

  21. O Brasil tem vocação para Petroquímica? • Mas essa vocação é como uma muda de planta: precisa ser cuidada e tratada!!!! • Devemos recordar que, no Mundo globalizado, a grande maioria dos produtos petroquímicos é “tradable”, os preços são feitos pelo mercado mundial (o Brasil não é “price-maker”) e a competitividade precisa ser perseguida; • A Vocação só é mantida quando existe competitividade e liderança, e por isso será sempre preciso que se mantenha a paridade internacional de preços. O Brasil tem vocação para Petroquímica?

  22. O Pré-Sal e a disponibilidade de matéria-prima: o Brasil pode ser líder nessa Indústria? Panorama atual das cadeias produtivas ampliadas.

  23. Cadeia Produtiva Ampliada do Gás Natural Desde a extração “onshore” ou “offshore”, o gás antural passa por etapas de processamento, purificação e fracionamento, até á produção do “buildingblock”, o eteno.

  24. Balanço Oferta x Demanda de GN – Caso Base Oferta flexível (importação de GNL + importação da Bolívia sem “off-take”) atendem o despacho da térmicas a gás. A Oferta inflexível tende a ser maior que a demanda no “Base case”

  25. O potencial de etano no Pré-sal • O GN no Pré-Sal é predominantemente associado, e com elevado conteúdo de líquidos; • Se todo o etano do Pré-Sal e do “pós-sal” fosse separado nas UPGN’s de Caraguatatuba (Rota 1), Cabiúnas (atual e futura Rota 2) e Comperj (futura Rota 3), existiria matéria-prima para novos crackers competitivos com carga de etano; POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE ETANO (mil t/a) • No entanto, as UPGN existentes e planejadas tem limitações: • A UPGN de Caraguatatuba é de Absorção refrigerada e não foi projetada para separar etano (para separar etano, a tecnologia deve ser de Turbo-expansão): • Cabiúnas: as ampliações em curso (Rota 2 ) são também de Absorção Refrigerada e não separaram etano

  26. Descompasso na precificação.... • Mas existe uma questão complexa, como sempre: preço!!! • O Etano é usualmente precificado pelo referencial norte americano MontBelvieu (MB), que é influenciado pelo referencial de gás natural Henry Hub (HH); • Com a redução drástica dos preços HH de gás natural nos Estados Unidos, o preço de etano “despencou” e hoje está muito abaixo do preço de gás natural no mercado doméstico brasileiro: A disponibilidade de matéria-prima estará dependente da precificação futura de GN no Brasil;

  27. O Brasil pode ser líder nessa Indústria?

  28. Em resumo, o Brasil pode ser líder em Petroquímica? • O Brasil possui um forte mercado interno, que é hoje uma vantagem competitiva natural; • O nosso País sempre teve uma vocação exportadora extrativista (café, soja, laranja, minérios, etc.), mas agora passa a ter condições de se tornar igualmente exportador de produtos com valor agregado; • No entanto, o Brasil não é um “price-maker” de produtos e precisa, por isso, buscar a paridade de preços internacionais;

  29. Em resumo, o Brasil pode ser líder em Petroquímica? • O Brasil não deve cair na “Dilema Holandês”, se deseja ser líder em petroquímica: • Não existe liderança sem Matéria-prima competitiva e • A agregação de valor requer desenvolvimento e fortalecimento da Cadeia Produtiva Ampliada; • Mas devemos ter muito presente que TODOS os Países desenvolvidos possuem uma Indústria Petroquímica bem estruturada. Na verdade, a petroquímica é um dos pilares do desenvolvimento sustentável!

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