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A evolução do desenho infantil. Pedagoga: Gislene Dutra. História do desenho. Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século passado e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então.
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A evolução do desenho infantil Pedagoga: Gislene Dutra
História do desenho • Os primeiros estudos sobre a produção gráfica das crianças datam do final do século passado e estão fundados nas concepções psicológicas e estéticas de então. • É a psicologia genética que impõe o estudo científico do desenvolvimento mental da criança
Realismo fortuito • Começa por volta dos 2 anos e põe fim ao período chamado rabisco. • A criança que começou por traçar signos sem desejo de representação e descobre por acaso uma analogia com um objeto e passa a nomear seu desenho.
2- Realismo fracassado • Geralmente entre 3 e 4 anos tendo descoberto a identidade forma-objeto, a criança procura reproduzir esta forma. • Tenta reproduzir o que existe.
Realismo intelectual • Estendendo-se dos 4 aos 10-12 anos, caracteriza-se pelo fato que a criança desenha do objeto não aquilo que vê, mas aquilo que sabe. • Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista ( perspectivas ).
Realismo visual • É geralmente por volta dos 12 anos, marcado pela descoberta da perspectiva e a submissa às suas leis, daí um empobrecimento, um enxugamento progressivo do grafismo que tende a se juntar as produções adultas. • Imita o que o adulto desenha. Decora formas e enriquece na estética. • Na maioria das vezes deixa de lado a representação por meio do desenho.
Estágio vegetativo motor • Por volta dos 18 meses, • O traçado e mais ou menos arredondado, conexo ou alongado e o lápis não sai da folha formando turbilhões. • A criança desenha círculos
Estágio representativo: • Entre dois e 3 anos, • Caracteriza-se pelo aparecimento de formas isoladas, a criança passa do traço continuo para o traço descontinuo, • Pode haver comentário verbal do desenho.
Estágio comunicativo • Começa entre 3 e 4 anos, se traduz por uma vontade de escrever e de comunicar-se com outros. • Traçado em forma de dentes de serra, que procura reproduzir a escrita dos adultos.
Garatuja • Faz parte da fase sensório motora ( 0 a 2 anos) e parte da fase pré-operacional (2 a 7 anos). • A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. • A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente.
Garatuja pode ser dividida em... • Desordenada: movimentos amplos e desordenados. Com relação a expressão, vemos a imitação "eu imito, porém não represento". Ainda é um exercício.
Garatuja pode ser dividida em... • Ordenada: movimentos longitudinais e circulares; coordenação viso-motora. A figura humana pode aparecer de maneira imaginária, pois aqui existe a exploração do traçado; Interesse pelas formas (Diagrama).
Pré- Esquematismo • Dentro da fase pré-operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. • Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relacionados entre si. • Aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido à vínculos emocionais.
Pré- Esquematismo • A figura humana, torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. • Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. • Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos".
Esquematismo • Faz parte da fase das operações concretas (7 a 10 anos). • Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. • Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo.
Esquematismo • Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. • Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra.
Realismo • Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. • Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. • No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. • Na figura humana aparece o abandono das linhas.
Realismo • As formas geométricas aparecem. • Maior rigidez e formalismo. • Acentuação das roupas diferenciando os sexos. • Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. • Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras existiram.
Pseudo-Naturalismo • Estamos na fase das operações abstratas (10 anos em diante) • É o fim da arte como atividade espontânea. • Inicia a investigação de sua própria personalidade. • Aparece aqui dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico ( expressão subjetividade) • No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo).
Pseudo-Naturalismo • Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. • A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. • Uma maior conscientização no uso da cor, podendo ser objetiva ou subjetiva. • A expressão aparece como: "eu represento e você vê" Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra.
De 1 a 3 anos • É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controle motor, a criança ignora os limites do papel e mexe todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. • As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página. • No final dessa fase, é possível que surjam os primeiros indícios de figuras humanas, como cabeças com olhos
De 3 a 4 anos • Já conquistou a forma e seus desenhos têm a intenção de reproduzir algo. • Ela também respeita melhor os limites do papel. Mas o grande salto é ser capaz de desenhar um ser humano reconhecível, com pernas, braços, pescoço e tronco.
De 4 a 5 anos • É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, varia no uso das cores, buscando um certo realismo. • Suas figuras humanas já dispõem de novos detalhes, como cabelos, pés e mãos, e a distribuição dos desenhos no papel obedecem a uma certa lógica, do tipo céu no alto da folha.
De 4 a 5 anos • Aparece ainda a tendência à antropomorfização, ou seja, a emprestar característicashumanas a elementos da natureza, como o famoso sol com olhos e boca. • Esta tendência deve se estender até 7 ou 8 anos.
De 5 a 6 anos • Os desenhos sempre se baseiam em roteiros com começo, meio e fim. • As figuras humanas aparecem vestidas e a criança dá grande atenção a detalhes como as cores. • Os temas variam e o fato de não terem nada a ver com a vida dela são um indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo
De 7 a 8 anos • O realismo é a marca desta fase, em que surge também a noção de perspectiva. Ou seja, os desenhos da criança já dão uma impressão de profundidade e distância. • Extremamente exigentes, muitas deixam de desenhar, se acham que seus trabalhos não ficam bonitos.
Como podemos perceber a linha de evolução é similar entre os pesquisadores, mudando com maior ênfase o enfoque em alguns aspectos.
O importante é respeitar os ritmos de cada criança e permitir que ela possa desenhar livremente, sem intervenção direta, explorando diversos materiais, suportes e situações.
Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes buscamos interpretar os seus desenhos, devemos porém lembrar que a interpretação de um desenho isolada do contexto em que foi elaborado não faz sentido.
É aconselhável, ao professor, que ofereça às crianças o contato com diferentes tipos de desenhos e obras de artes, que elas façam à leitura de suas produções e escutem a de outros e também que sugira a criança desenhar a partir de observações diversas (cenas, objetos, pessoas) para que possamos ajudá-la a nutrisse de informações e enriquecer o seu grafismo. Assim elas poderão reformular suas idéias e construir novos conhecimentos.
Enfim, o desenho infantil é um universo cheio de mundos a serem explorados!
LUQUET, G.H. Arte Infantil. Lisboa: Companhia Editora do Minho, 1969.MALVERN, S.B. "Inventing 'child art': Franz Cizek and modernism" In: British Journal of Aesthetics, 1995, 35(3), p.262-272.MEREDIEU, F. O desenho Infantil. São Paulo: Cultrix, 1974. NAVILLE, Pierre. "Elements d'une bibliographie critique". In: Enfance, 1950, n.3-4, p. 310. Parsons, Michael J. Compreender a Arte. Lisboa: Ed. Presença, 1992.PIAGET, J. A formação dos símbolos na Infância. PUF, 1948 RABELLO, Sylvio. Psicologia do Desenho Infantil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1935.READ, HEBERT. Educação Através da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1971.RIOUX, George. Dessin et Structure Mentale. Paris: Presses Universitaires de France, 1951.ROUMA, George. El Lenguage Gráfico del Niño. Buenos Aires: El Ateneo, 1947. REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Ministério da Educação e do Desporto, secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.