210 likes | 485 Views
CRONOLOGIA DOS PERÍODOS LITERÁRIOS DA LITERATURA BRASILEIRA. Era Clássica. Era Moderna. Quinhentismo. Seiscentismo. Neoclassicismo. 18 3 6 - 1881. ROMANTISMO. Produção e Principais Autores. Necessidade de auto afirmação da pátria Cresce o sentimento de nacionalismo
E N D
CRONOLOGIA DOS PERÍODOS LITERÁRIOS DA LITERATURA BRASILEIRA Era Clássica Era Moderna Quinhentismo Seiscentismo Neoclassicismo
18 3 6 - 1881 ROMANTISMO Produção e Principais Autores • Necessidade de auto afirmação da pátria • Cresce o sentimento de nacionalismo • Busca do passado histórico: criação de um herói nacional • Exaltação da natureza pátria (extensão da pátria) • prolongamento do poeta e do seu estado emocional • A classe social utilizava-se da estética para se expressar, adquirir voz e • status intelectual • Formação de um novo público: literatura torna-se mais popular • Sentimentalismo: valorização dos sentimentos, das emoções pessoais • Subjetivismo: mundo interior • Surgimento do romance • Consolidação do teatro Autor Obra Público
18 3 6 - 1881 ROMANTISMO Produção e Principais Autores: Poesia 1836 Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães • 1ª geração • Nacionalista • Gonçalves de Magalhães • Araújo de Porto Alegre • 2ª geração • Mal-do-século / Ultra-Romântica • Álvares de Azevedo • Casimiro de Abreu • Junqueira Freira • Fagundes Varela • 3ª geração • Condoreira • Castro Alves • Tobias Barreto • Sousândrade
18 3 6 - 1881 ROMANTISMO Produção e Principais Autores: Prosa 1844 A Moreninha Joaquim Manuel de Macedo • Romance Histórico • Romance Urbano • Romance Indianista • Romance Sertanejo ou Regionalista José de Alencar Manuel Antônio de Almeida Bernardo Guimarães Frankilin Távora Visconde de Taunay Gonçalves de Magalhães José de Alencar Martins Pena • Teatro Romântico
História A ascensão da burguesia européia é um processo que se inicia com o Mercantilismo, nos séculos XVI e XVII, passando pela Revolução Inglesa, de 1688, pela Independência Americana, de 1776, e atingindo o seu o momento culminante na Revolução Francesa, de 1789. Na França sobretudo, a derrocada da aristocracia permite não apenas a extinção dos privilégios seculares, mas também o fim das barreiras rígidas entre as classes sociais. Um novo sentido de vida, baseado na livre iniciativa, exalta a audácia, a competência e os méritos pessoais de cada indivíduo, independentemente de seus títulos e seus antepassados. A era do Liberalismo está em seu auge e com ela um conjunto notável de mudanças na história do Ocidente. O primeiro efeito favorável da vitória burguesa para a literatura reside no artigo onze da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão: "A livre comunicação dos pensamentos e opiniões é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão pode portanto falar, escrever, imprimir livremente." Como afirma um historiador, "cada francês é agora um escritor em potencial, todas as Bastilhas acadêmicas caem por terra e uma aventura da palavra escrita está acontecendo." Autor Público Obra
Outro efeito importante resulta do esforço de alfabetização empreendido pelos revolucionários. Todo cidadão precisa ter acesso à leitura, até para conhecer as proclamações do novo regime. Assim irá surgir um novo público leitor, mais diversificado e numeroso, já sem nenhuma identificação com a arte neoclássica da aristocracia cortesã. Este público consome livros de forma intensa. E os escritores, até então dependentes do mecenatismo, vêem que podem sobreviver apenas com a venda de suas obras, agora transformadas em mercadoria de larga aceitação. Certos números ainda hoje impressionam: num só dia, em Londres, Lord Byron vende dez mil exemplares do seu romance O corsário; jornais que publicam romances em fascículos, como La presse, em Paris, conseguem mais de duzentos mil assinantes. Walter Scott, Victor Hugo e outros fazem fortuna com seus direitos autorais. A consciência da liberdade propicia ao artista um duplo sentimento: - O de euforia, por não ter mais de se sujeitar à vontade individual de protetores da nobreza. - O de medo, por ser agora um produtor para o mercado que, muitas vezes, desconhece. Além disso, sua confusão aumenta porque ele exalta o caráter quase que sagrado da obra de arte no exato momento em que ela perde toda a sacralidade e começa a fazer parte do reino dos negócios. Sol dos InsonesSol dos insones! Ó astro de melancolia!Arde teu raio em pranto, longe a tremular,E expões a treva que não podes dissipar:Que semelhante és à lembrança da alegria!Assim raia o passado, a luz de tanto dia,Que brilha sem com raios fracos aquecer;Noturna, uma tristeza vela para ver,Distinta mas distante-clara-mas que fria!
Assim, o Romantismo coincide com a democratização da arte, gerada sobretudo pela Revolução Francesa, tornando-se a expressão artística da jovem sociedade burguesa. Victor Hugo afirma que o Romantismo nada mais é que o liberalismo em literatura. De fato, o movimento mantém uma relação viva e contraditória com a nova realidade. Filho da burguesia, mostra-se ambíguo diante dela, ora a exaltando, ora protestando contra seus mecanismos, conforme observaremos ao estudar-lhe as características. Surgimento Nas últimas décadas do século XVIII, o Romantismo já está mais ou menos anunciado pelas obras do filósofo Rousseau, especialmente por sua teoria do "bom selvagem", e pelo movimento Sturm und Drang, (Tempestade e Ímpeto),constituído, nos anos de 1770, por jovens alemães, que valorizam o folclórico, o nacional e o popular em oposição ao universalismo clássico. Também a publicação de Os cantos de Ossian, pelo inglês Macpherson, em 1760, torna-se uma referência fundamental para os futuros românticos. Na verdade, Macpherson promove uma grande fraude literária, pois escreve um conjunto de textos em prosa rítmica dizendo serem traduções de uma obra perdida do legendário poeta medieval - de origem gálica - Ossian. Apesar do embuste, o livro apresenta forte apelo emotivo e abre duas das mais valorizadas tendências românticas: o culto pelo antigo, em especial pela Idade Média, e o gosto pela prosa poética.
No entanto, a antecipação mais genial de um novo espírito de época - centrado no exagero da faculdade imaginativa e no transbordamento das paixões - ocorre em 1774, com a publicação, sob forma epistolar (cartas), do romance Os sofrimentos do jovem Werther. Seu autor, Goethe, então com apenas vinte e quatro anos, produzirá um dos maiores comoções já ocorridas na história literária. O romance de Goethe é imediatamente traduzido para outros idiomas e obtém uma calorosa recepção, em especial do público jovem. A obra desencadeia, como se fosse um tipo de epidemia, incontável onda de suicídios na Europa, sempre causados pela identificação entre os fatos da narrativa e as paixões não correspondidas dos leitores. A questão adquire tamanha dramaticidade que alguns governos acham por bem proibir a circulação do Werther. Porém o romance já havia se tornado o símbolo dos novos tempos sentimentais e subjetivos.
“Ela não vê, não sente que está a preparar o veneno que nos há de matar a ambos...E eu degusto com toda a volúpia a taça em que ela me oferece a morte! O que significa aquele ar de bondade com que tantas vezes olha para mim...Tantas vezes... Não, não são tantas vezes, algumas apenas...Mas e a complacência com que me aceita as expressões produzidas por um sentimento do qual já não sou mais senhor, a compaixão que sente por tudo aquilo que tenho de suportar e se pinta de rugas em sua fronte?...” Esse trecho é do livro que mudou minha vida, me inspirou, me levou a escrever uma peça de teatro com meu melhor amigo, me fez vencedora do Festival de Teatro da escola, me fez mais romântica. E Werther, de todos os personagens com quem me afeiçoei, vc é meu adorado, o mais amado! O que se mais assemelha à mim... Esse trecho saiu do livro “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de Johann Wolfgang Von Goethe, famoso por esta e muitas outras obras, como Fausto.
O termo romântico figura desde o início do século XVIII, no vocabulário francês com o valor de romanesco, isto é, referente ao gênero narrativo chamado romance. No entanto, a partir de 1780, as palavras romanesco (de romance) e romântico (aplicado à paisagens e estados de espírito) se separam nitidamente. Já o termo Romantismo - que indica o período artístico, com o sentido de anti-clássico - parece ter surgido na Alemanha, expandindo-se, em seguida, pelo resto do mundo. Nos primórdios do século XIX - favorecido pelas grandes mudanças políticas e culturais na Europa, o estilo e as visões românticas de mundo sedimentam-se com as obras dos Irmãos Schlegel na Alemanha, Coleridge e Wordsworth na Inglaterra, Madame de Stäel e Chateaubriand na França. Importante frisar que o Romantismo não é um movimento exclusivamente literário. Suas manifestações dão-se também em larga escala na música, através das obras de Beethoven e sua intensa monumentalidade; de Tchaikovsky, mestre da melodia e da angústia romântica; e de compositores que buscaram as raízes nacionais e populares, como Grieg (Noruega), Dvórak (República Tcheca), Granados (Espanha), etc. Surgem os concertos para o grande público. A ópera - reunindo música e teatro - populariza-se espetacularmente através de Verdi (Itália) e Wagner (Alemanha). Também nas artes plásticas, o espírito romântico triunfa. Nas pinturas de Géricault, Delacroix e Turner, entre outros, enfatiza-se o emocionalismo, os contrastes violentos de luz e sombra, a distribuição intensa das cores. O Romantismo constitui-se assim como uma poderosa e verdadeira revolução artística que modifica para sempre a cultura ocidental.
Géricault Turner Delacroix
Características 1. INDIVIDUALISMO E SUBJETIVISMO A ideologia burguesa centra-se nas liberdades (expressão, iniciativa, concorrência) do novo homem e nas infinitas chances de auto-realização do indivíduo. O Romantismo, reflexo da nascente ordem social, centra-se na glorificação do particular, do singular, do íntimo, daquilo que diferencia uma pessoa de outra. O individualismo e o subjetivismo parecem ser faces distintas da mesma moeda, no caso o eu. 1.1 O eu vitorioso A primeira face é a do triunfo, da capacidade do indivíduo de alçar-se sobre a mediania e de afirmar arrogantemente suas ambições e desejos. Por isso, ninguém seduz tanto a alma romântica como Napoleão. Sua incrível trajetória - da pobreza juvenil à chefia de um grande império - serve de modelo e lembrança. Trata-se do maior exemplo de individualismo nos primeiros tempos burgueses e é celebrado por uma incrível quantidade de artistas que com ele se identificam, inclusive alguns brasileiros.
Quando um personagem de Balzac, o jovem provinciano Rastignac, (sem origens ilustres, sem renda e sem trabalho fixo) sobe na única elevação de Paris e contempla a mais importante cidade do mundo de então e, por fim, declara que vai conquistá-la, ele está afirmando o poder do indivíduo e suas espetaculares chances de triunfo e mobilidade social. Está afirmando também a potencialidade napoleônica que uma sociedade sem barreiras oferece a qualquer rapaz ambicioso. Este orgulho da força individual gera a falta de pudor com que o romântico expõe a sua personalidade. Além de jamais esquecer a própria alma, ele faz questão de revelá-la em toda suas dimensões, transformando cada leitor em um confidente. Ou seja, a obra de arte é um meio pelo qual indivíduos particulares falam a outros indivíduos particulares.
1.2 O “gênio” Não raras vezes, a própria figura do poeta é divinizada. Ele se torna a expressão do "gênio", ou seja, encarna um ser diferente, tocado pelos deuses (ou demônios) da inspiração, que o levam à criação artística. Com freqüência, o destino da grandeza criadora é a "maldição", quer dizer, um sentir-se acima ou abaixo dos critérios estabelecidos do bem e do mal. O "maldito" em geral abandona a vida em sociedade, através de uma solidão voluntária, premido pela sensação de incomunicabilidade em meio a criaturas comuns. 1.3 O eu oprimido Porém, a alma romântica conhece uma outra face do individualismo, a do eu opresso, esmagado pela solidão e pela brutalidade do mundo. Isso ocorre em um segundo momento, quando os artistas se dão conta tanto da impossibilidade de uma nova experiência napoleônica, quanto da mediocridade da burguesia pós-revolucionária, voltada apenas para a acumulação de capital. Uma espessa melancolia se apossa dos corações, e por todos os lados vê-se o lado sombrio e inútil da existência. Ao sentir que os seus vínculos com o mundo foram rompidos, os artistas arrojam-se no próprio eu, numa espécie de compensação. Um eu incômodo, estranho, que ameaça ora com o caos, ora com o êxtase, um eu que afirmam orgulhosamente e, ao mesmo tempo, um eu angustiado, infantil, incapaz de transformar o mundo. Daí que quase toda a literatura romântica seja o grito de subjetividades que confessam a si mesmas: seus sonhos, projetos, medos e sofrimentos.
2. SENTIMENTALISMO Os sentimentos tornam-se mais importantes do que a racionalidade. A existência só adquire sentido, se guiada e desenvolvida sob o seu domínio. Eles são sob medida da interioridade de cada pessoa, medida de todas as coisas. Negar-se à expressão sentimental significa ser insensível e estúpido. 3. UM NOVO SENTIDO DO AMOR Os românticos - em suas obsessões sentimentais - terminam indiscutivelmente por criar um novo significado para as paixões humanas. A expressão "amor romântico" ainda hoje é comum e indica profundidade, intensidade, delicadeza e até desmedida do afeto. 4. CULTO À NATUREZA Um dos elementos mais importantes da estética romântica, a natureza exerce profundo fascínio sobre os escritores do período, que vêem nela a antítese da civilização que os oprime. Encontrar-se com a natureza significa encontrar-se consigo mesmo, significa alargar a sensibilidade. Todos os elementos naturais têm significação poética: as horas do dia, as estações do ano, o sol a lua, a tormenta, a correnteza, o mar, a montanha, a floresta e o campo. Essas paisagens múltiplas compõem um magnífico espetáculo e, de alguma maneira, traduzem os dramas humanos. A natureza se humaniza ou se diviniza. Seus fenômenos servem para indicar estados de espírito e sentimentos, tornando-se, muitas vezes, um prolongamento do eu: a sensação de desalento pode ser traduzida pela tempestade ou pelas sombras do crepúsculo, a angústia de um alma solitária pelo rugir do oceano, etc. Mas a natureza é também a confidente para as horas melancólicas e a amante desencadeadora de inspirações. Sublinhe-se, enfim, que a natureza funciona também no Romantismo como uma mãe que protege o filho dos desconcertos do universo.
5. FORMAS DE EVASÃO A inconformidade do artista romântico com o "mundo cruel" leva-o a uma série de procedimentos de fuga. Já que a sociedade não quer escutá-lo ou não sabe compreendê-lo, já que ele está perdido numa realidade incômoda e brutal, já que sua sensibilidade não possui força para mudar o destino, resta-lhe apenas a tentativa de escapar. A) Sonho e fantasia A evasão mais comum dá-se através do princípio da fantasia. O poeta devaneia, cria universos imaginários, onde encontra a luz e a alegria que a sociedade burguesa não lhes oferece. O sonho não é apenas a fonte obscura e misteriosa que alimenta a criação artística, mas uma forma de resposta à hostilidade do mundo. Novalis declara isso textualmente: "O sonho me parece uma vala de proteção contra a vulgaridade da vida." Álvares de Azevedo transita continuamente entre os níveis concretos da vida social e as fantasias de sua subjetividade atormentada, sem escapar do dilaceramento que esta divisão sonho-realidade lhe causa: “Vinte anos! derramei-os gota a gota Num abismo de dor e esquecimento... De fogosas visões nutri meu peito... Vinte anos!... não vivi um só momento!(...) Eu sonhei tanto amor, tantas venturas, Tantas noites de febre e d'esperança. Mas hoje o coração desbota, esfria, e do peito no túmulo descansa!”
B) O "mal do século" O "mal do século" é uma "enfermidade moral" e não física. Resulta do tédio ("ennui", "spleen"), mas não do tédio comum (enfado diante da chatice da vida). A concepção romântica aponta para um aborrecimento desolado e cínico, que ressalta tanto a falta de grandeza da existência cotidiana quanto o vazio dos corações juvenis. Estes acreditam ter vivido todas as paixões e ter experimentado todos os abismos. C) O culto do passado Em contraponto ao presente insatisfatório, o romântico encontra constantemente no passado ideais sublimes e valores modelares. Essa afirmação do tempo pretérito dá-se em dois planos: - Passado histórico: textos sobre a vida na Idade Média. - Passado individual: textos sobre a infância e a adolescência dos escritores. Esta mitificação daquilo que já transcorreu obedece, geralmente, a uma tendência de fuga da realidade, pois tanto o mundo medieval como o mundo infantil representam o paraíso perdido, uma época de ouro na qual as criaturas seriam felizes. Pela nostalgia de um tempo que sequer os autores conheceram - caso do passado histórico - nega-se o presente, hostil e causador de sofrimentos. Sublinhe-se apenas que, em certos países jovens ou que emergem de movimentos libertadores, o gosto pelo passado histórico não se apresenta como fuga, e sim como fundamentação da nacionalidade. Também o retorno saudoso à infância toma a forma de uma inconformidade com a vida presente, conforme podemos ver neste fragmento Casimiro de Abreu: “Ah! minha infância saudosa Que me mostravas à mente, Neste viver inocente, Tão verdejante e florida, A longa estrada da vida Que é toda tão escabrosa!”
6. LIBERDADE ARTÍSTICA A arte clássica sempre esteve sujeita a normas, padrões e modelos. Durante o Romantismo, em decorrência da liberdade de expressão alcançada pela sociedade burguesa, todas as receitas de conteúdos e de escrita das obras são destruídas. Abole-se as fronteiras entre os gêneros: em um mesmo texto admite-se o cômico e o trágico, o sublime e o grotesco, etc. "Ao martelo com as regras" - grita Victor Hugo no prefácio de sua peça Cromwell, em 1827, indicando que nem os temas, nem as estruturas de composição, nem os estilos devem responder a esquemas rígidos e pré-fixados. Ao contrário, devem nascer espontaneamente, de acordo com o propósito individual de cada criador. A partir de agora, qualquer um elabora objetos artísticos, obedecendo apenas aos estímulos de sua interioridade. Talvez seja esta a característica mais importante da arte romântica, postulado que se radicalizaria na arte moderna. Estejamos conscientes, entretanto, de que a liberação romântica é parcial, pois permanecem inibições, repressões e cacoetes estilísticos que quase se transformaram em novas regras de bem escrever. A aventura da liberdade total se daria apenas no século XX.
O ESTILO ROMÂNTICO Estilisticamente, o Romantismo apresenta alguns princípios elementares: - A expressão artística (a exemplo da temática) é um processo resolvido mais pela inspiração do que pela pesquisa formal. Daí a impressão de descuido e excesso que muitos textos do período nos deixam. - Na poesia, há grande variedade métrica, de ritmos e de rimas, indicando a liberdade de composição que os autores experimentam. - O uso intenso de adjetivos, em função de sua força expressiva e de seu poder de qualificar uma numerosa gama de sentimentos. Os adjetivos - segundo os românticos - ampliam ao máximo a conotação emotiva das palavras, fixando tonalidades e nuanças da natureza e das paixões humanas. Com o tempo, alguns desses vocábulos tornam-se verdadeiros lugares-comuns: doce, cálido, mimoso, infeliz, fatal, puro, cândido, celestial, etc. - A freqüente utilização de metáforas, hipérboles e outras figuras tanto na poesia quanto na prosa, aproximando (até certo ponto) um gênero de outro. No campo simbólico, predominam imagens extraídas de fenômenos naturais, normalmente grandiosos: florestas, correntezas. tempestades, tufões, etc. - A abundância de interjeições e exclamações , criando um tom de exaltação retórica.
No conjunto, a linguagem romântica deixa a impressão de grandiloqüência, ênfase declamatória e busca do sublime. Ainda no século XIX, ela seria atacada por realistas, parnasianos e mesmo por simbolistas. Entretanto, sua destruição -- como fórmula expressiva -- aconteceria somente com as vanguardas artísticas do século XX, que instaurariam o domínio da linguagem coloquial.