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Problemas de Aprendizagem Lourdes Ap. Rodrigues de Carvalho Pedagoga/ Psicopedagoga Local: Faculdade Santa Marina 02/ Junho/ 2005. Aprimore o lado positivo das pessoas.
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Problemas de Aprendizagem Lourdes Ap. Rodrigues de CarvalhoPedagoga/ PsicopedagogaLocal: Faculdade Santa Marina02/ Junho/ 2005
Aprimore o lado positivo das pessoas Contam que uma vez, numa carpintaria, realizou-se uma estranha assembléia. Foi uma reunião de ferramentas, para acertar suas diferenças. O martelo assumiu a presidência, mas os participantes não permitiram, dizendo que ele teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e além do mais, passava todo tempo golpeando. O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, alegando que ele dava voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas, por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Reclamava que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos. A lixa acatou a decisão, mas sugeriu que teriam de expulsar o metro, que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fosse o único perfeito. Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quanto a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão. Foi então que o serrote tomou a palavra e disse: “Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não vamos nos fixar em nossos pontos fracos, mas concentremos em nossos pontos fortes”. A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas e o metro era preciso e exato. Viram-se então como uma equipe, capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria pela oportunidade de trabalharem juntos.
É fácil apontar as diferenças, qualquer um pode fazê - lo. O difícil é trabalhar com elas. Concentra-se nas possibilidades de cada um.
Definições SINTOMA: Inibição, medo do conhecimento, sinal de descompensação; APRENDER: Saber fazer; APRENDIZAGEM: Aquisição em função da experiência;
Definições CONHECIMENTO: É compreender e distinguir as relações necessárias dos contingentes, atribuir significados as coisas no sentido mais amplo da palavra, ou seja, levar em conta não só o atual e o explícito, mas o passado, o possível e o implícito; DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: Podemos considerar um sintoma, no sentido de que aprender não configura um quadro permanente.
Jean Piaget – Modelo Cognitivo A aprendizagem se produz pelo que o sujeito abstrair nas interações com o objeto. Dificuldade de aprendizagem – quando o sujeito não consegue construir etapas necessárias e seqüencialmente organizadas do desenvolvimento.
Emília Ferreiro – Modelo Construtivista Parte da teoria Piagetiana e busca novos caminhos para o entendimento da construção da aprendizagem. Dificuldade de aprendizagem estão presentes quando não existem uma correta organização, imobilizando todo um grupo de processos de desenvolvimento.
Lev Vygotsky – Modelo Sócio – Interacionista O desenvolvimento cognitivo das crianças é, inicialmente determinado por processos biológico seguido por interações sociais, que influenciam no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Dificuldade de aprendizagem – a criança não interage com o meio dificultando o aprender
Jorge Visca – Modelo Multidisciplinar Concebe a aprendizagem como uma construção intrapsíquica, como continuidades genéticas – estruturais do sujeito e das circunstâncias do meio. Dificuldade de aprendizagem – tem-se quatro obstáculos:
Epistêmico: nível de construção da estrutura cognitiva para a apreensão da realidade. Epistemofílico: vínculo afetivo que o sujeito estabelece com objetos e situações de aprendizagem. Etiológico: causas de ordem biológica e psicológica. Funcional: quando nenhum obstáculo se enquadra nos itens anteriores.
Sara Pain – Modelo Multidisciplinar Para a autora a aprendizagem depende da articulação de fatores externos e internos do sujeito. Dificuldades de aprendizagem – referem-se as situações difíceis enfrentadas pelas crianças. SUJEITO: - INTERNO: BIOLÓGICO E DESEJO - EXTERNO: MEIO SOCIAL
Dislexia Definição: A dislexia é um dos muitos distúrbios de aprendizagem. É um distúrbio específico da linguagem, de origem constitucional, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no processo fonológico. Essas dificuldades na decodificação de palavras simples não são esperadas em relação à idade. Apesar de instrução convencional, adequada inteligência, oportunidade sociocultural e ausência de distúrbios cognitivos e sensoriais fundamentais, a criança falha no processo da aquisição da linguagem com freqüência, incluindo ai os problemas de leitura, aquisição e capacidade de escrever e soletrar.
Sintomas mais comuns: • Desempenho inconstante; • Demora na aquisição de leitura e da escrita; • Lentidão nas tarefas de leitura e escrita, mas não nas orais; • Dificuldade com os sons das palavras e, conseqüentemente, com a soletração; • Escrita incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; • Dificuldade em associar o som e símbolo; • Dificuldade com rima e aliteração; • Discrepância entre as realizações acadêmicas, as habilidades lingüísticas e o potencial cognitivo;
Sintomas mais comuns: • Dificuldade em associação, como, por exemplo, associar os rótulos aos produtos; • Dificuldade para organização sequencial, por exemplo, tabuada, meses do ano, etc. • Dificuldade em nomear objetos e tarefas; • Dificuldade com cálculos mentais; • Persistência no mesmo erro, embora conte com ajuda profissional.
Maiores dificuldades encontradas no disléxicos: • organização temporal, ritmo lento; • atraso na fala; • lateralidade; • disgrafia; • seqüência lógica • consciência fonológica
Maiores dificuldades encontradas no disléxicos: • leitura, fonemas e logatomas • leitura de textos • copia • escrita espontânea • ditado • dificuldade com outros idiomas
Memória É a capacidade humana de armazenar o conhecimento adquirido por nós em nossas relações com o meio ambiente. É a capacidade de aprender coisas novas, correlaciona-las com as informações já guardadas e tirar novas conclusões, que serão lembradas depois. Memória de curto prazo é um sistema que simultaneamente manipula e armazena a informação enquanto ainda é necessário.
Processamento Auditivo Processar a informação via sentido da audição exige que os sons sejam detectados e interpretados, isto é, que os estímulos sejam recebidos pelo Sistema Periférico e codificados neuralmente e, portanto transformados em representações internas que serão analisadas e integradas pelo Sistema Auditivo e Córtex. (Damásio, 1996)
Queixas Comuns: ouço, mas não entendo; meu filho só ouve quando quer; ele é muito desatento; ele fala errado; ele vai mal na escola. Manifestações Comportamentais: dificuldade para entender em lugares ruidosos; dificuldade para entender palavras de duplo sentido (piada, ironia); problemas de fala; dificuldade para memorizar regras da língua; dificuldade de compreender o que lê; desajustamento social. Audição: Som: receber – reagir – analisar – interpretar.
Desordem do Processamento Auditivo: A desordem do processamento auditivo pode ser alguma quebra em um dos muitos conjuntos de habilidades que são necessárias para lidar com informações auditivas, incluindo, mas não se limitando a atenção, memória, cognição e audição. Atenção Seletiva: É a capacidade de focar seletivamente o estímulo de interesse e ignorar os estímulos competitivos irrelevantes, limitando assim a quantidade de informação a ser processada.
Discriminação: é a habilidade de detectar diferenças entre os padrões de estímulos sonoros: freqüência, intensidade e duração. Está presente desde o nascimento. Memória: É o processo que permite armazenar, arquivar informações acústicas para recupera-las quando houver necessidade; Importante no processo de comunicação temporal dos fonemas.
Decodificação: Inabilidade de integrar eventos sonoros do ponto de vista acústico; Reconhecimento de sons isolados, sílabas ou palavras ouvidas; apresenta alteração nas habilidades de localização da fonte sonora, fechamento e figura – fundo; Atenção seletiva. Codificação: Inabilidade de integrar informações sensoriais auditivas com outras não auditivas; Apresentam dificuldade na habilidade de figura – fundo; Reconhecimento de padrões gestálticos da palavra e frase; Dificuldade para compreender regras de linguagem; Tarefas que incluam mais de uma modalidade; Dificuldade musical.
Não – verbal; Reconhecer contornos acústicos extraindo assim os aspectos da prosódia da fala como ritmo e acentuação; Inabilidade musical; Provável alteração no Hemisfério Direito.
Discalculia Dificuldade de aprendizado ligada à matemática, desordem de desenvolvimento que atinge as habilidades matemáticas. Manifesta-se como a falta de habilidade em lidar com números, símbolos matemáticos e operações matemáticas. Em alguns indivíduos, a dificuldade não se resume apenas na falta de entendimento da matéria, mas também na dificuldade em assimilar a representação gráfica de números (trocas, inversões e omissões) e de símbolos usados na matemática.
Características: • dificuldade na memória de curto prazo (prejuízos nas adições e subtrações); • dificuldade na memória de longo prazo (prejuízos na tabuada e na evocação de algoritmos de operações matemáticas básicas); • dificuldade para formar imagens mentais dos problemas matemáticos.
Bath e Knox (1984 e 1986): Minhocas (quantitativo) Grilos (qualitativo)
Disgrafia Os transtornos de escrita infantil que entram na categoria de disgráficos podem afetar a simbolização ou a forma da letra. De acordo com Giordano, existem dois tipos de disgrafia: disgrafia disléxica e disgrafia caligráfica. A disgrafia disléxica é a alteração simbólica da linguagem escrita como conseqüência das dificuldades disléxicas da criança.
A disgrafia caligráfica afeta não a capacidade de simbolização e sim a forma das letras e a quantidade da escrita em seus aspectos perceptivo-motores. Tem – se definido este tipo de disgrafia como disgrafia motora. A disgrafia disléxica afeta o conteúdo da escrita. Os erros desse tipo de disgrafia são similares aos cometidos na escrita pela criança disléxica:
omissão de letras, sílabas ou palavras; • confusão de letras com som semelhante; • confusão de letras com orientação simétrica similar; • inversão ou transposição da ordem das sílabas; • inversão de palavras ou paragrafia escrita; • agregação de letras e sílabas; • uniões e separações indevidas de sílabas, palavras ou letras.
A disgrafia motora ou caligráfica afeta a qualidade da escrita, afetando o grafismo em seus aspectos grafomotores. As manifestações desse tipo de disgrafia são: • Transtornos da forma das letras; • Transtornos do tamanho das letras; • Deficiente espaçamento entre as letras dentro de uma palavra, entre as palavras e entre as margens; • Inclinação defeituosa das palavras e das margens;
Ligamentos defeituosos entre as letras que formam a palavra; • Transtorno da pressão ou colorido da escrita, por excesso ou por falta; • Transtornos da fluidez e do ritmo da escrita; • Transtorno da direção (direcionalidade) dos giros da escrita das letras; alterações tônicas – posturais na criança.
DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Atenção: é a habilidade de tornar consciente um determinado estímulo. Definição: é a dificuldade demonstrada pelo individuo, em se concentrar em uma determinada tarefa, por um período de tempo considerado normal para sua idade e estado de desenvolvimento, além da presença de uma evidente dificuldade no controle de impulsos.
Características da desatenção: • Não prestar atenção a detalhes, cometendo erros por descuido; • Dificuldade na concentração em tarefas ou jogos agradáveis; • Estar no mundo da lua; • Dificuldade para seguir instruções ou regras; • Desorganização com matérias e tarefas; • Evitar atividades que exijam esforço mental continuado; • Perder coisas importantes; • Distração fácil com coisas alheias ao que esta fazendo; • Esquecer compromissos e tarefas. -
Características da hiperatividade: • Ficar remexendo com as mãos e ou pés quando sentado; • Não parar sentado por muito tempo; • Pular correr excessivamente em situações inadequadas; • Ser muito barulhentos para jogar ou diverti-se; • Ser muito agitado; • Falar demais; • Responder as perguntas antes de terem sido terminadas; • Ter dificuldade de esperar a vez; • Intrometer-se em conversas ou jogos com outros.
O Urso Burro(Rubem Alves) Certa vez, dois ursos que caíram numa armadilha e foram levados para um circo. Um deles, com certeza mais inteligente que o outro, aprendeu logo a se equilibrar na bola e andar no monociclo, o seu retrato começou a aparecer em cartazes e todo o mundo batia palmas: “Como é inteligente”. O outro, burro, ficava amuado num canto, e, por mais que o treinador fizesse promessas e ameaças, não dava sinais de entender. Chamaram o psicólogo do circo e o diagnóstico veio rápido: “É inútil insistir. O Q.I. é muito baixo...”
Ficou abandonado num canto, sem retratos e sem aplausos, urso burro, sem serventia... O tempo passou. Veio a crise econômica e o circo foi à falência. Concluíram que a coisa mais caridosa que se poderia fazer aos animais era devolve-los às florestas de onde haviam sido tirados. E, assim, os dois ursos fizeram a longa viagem de volta. Estranho que em meio a viagem o urso tido pôr burro pareceu ter acordado da letargia, como se ele estivesse reconhecendo lugares velhos, odores familiares, enquanto que seu amigo de QI alto brincava tristemente com a bola, último presente.
Finalmente, chegaram e foram soltos. O urso burro sorriu, com aquele sorriso que os ursos entendem, deu um urro de prazer e abraçou aquele mundo lindo de que nunca se esquecera. O urso inteligente subiu na sua bola e começou o número que sabia tão bem. Era só o que sabia fazer. Foi então que ele entendeu, em meio as memórias de gritos de crianças, cheiro de pipoca, música de banda, saltos de trapezistas e peixes mortos servidos na boca, que há uma inteligência que é boa para circo. O problema é que ela não presta para viver. Para exibir sua inteligência ele tivera de se esquecer de muitas coisas. E este esquecimento seria sua morte.
Bibliografia NICO, Maria Ângela e IANHEZ, Maria Eugênia – Nem sempre é o que parece – Alegro – 2002 LOFIEGO, Jaquelinne Lanza – Disgrafia – Editora Revinter – 1995 PEREIRA, Liliane Desgualdo e SCHOCHAT, Eliane – Processamento Auditivo Central – Editora Lovise – 1997 SCHWARTZMAN, José Salomão – Transtorno de déficit de atenção – Editora Mackenzie – 2001 SCOZ, Beatriz – Psicopedagogia e realidade escolar – Petrópolis, 1996 PAIN, Sara – Diagnóstico e tratamento dos problemas de Aprendizagem – Artes Médicas, 1992
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