AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E BACTERIOLÓGICA DE POÇOS RASOS

1. Jorge Teixeira Prof. = 8 m São José Tancredo Neves Coroado Zumbi dos Palmares Armando Mendes Figura 1. Mapa da Zona Leste da Cidade de Manaus. AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E BACTERIOLÓGICA DE POÇOS RASOS "CACIMBAS" DA REGIÃO LESTE DA CIDADE DE MANAUS (AM). Hillândia Brandão da Cunha1;Sergio Roberto Bulcão Bringel1 1Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA RESUMO No. 418 INTRODUÇÃO No Brasil, estima-se que 50% das cidades são abastecidas por água subterrânea. Na Amazônia, apesar de ser uma região privilegiada em recursos hídricos seja pela quantidade como pela qualidade, a utilização da água subterrânea apresenta vantagens práticas e econômicas em relação a água superficial [1]. Manaus, com cerca de 2 milhões de habitantes enfrenta problemas de abastecimento de água e poluição localizada em diversos igarapés. A cidade de Manaus vem passando, nos últimos 25 anos, por um período de grande desenvolvimento devido à instalação da Zona Franca , o que gerou um intenso fluxo de imigração e um exagerado êxodo rural. Atraídos pelas ofertas de emprego, essas pessoas começaram a instalarem-se afastadas do centro da cidade, nas chamadas invasões, onde a rede de saneamento é muito precário e em alguns locais, principalmente na Zona Leste de Manaus, é inexistente. Esse problema social leva as pessoas a procurarem outras opções como, furarem poços de maneiras inadequada e cacimbas não higienizadas. Um terço do abastecimento de água em Manaus é de água subterrânea. Porque, à medida em que a cidade se expande, não há como levar água potável. As pessoas, então perfuram, fazem poços. Para tanto, é de fundamental importância que os poços sejam constrúídos atendento a critérios técnicos de engenharia. OBJETIVO O presente trabalho teve como objetivo avaliar, através de análises físico-química e bacteriológica as águas dos poços rasos “cacimbas” da Zona Leste da cidade de Manaus-AM, a fim de avaliar a potabilidade da água desses poços para fins de consumo humano [4]. MATERIAL E MÉTODO O presente estudo foi realizado em seis bairros(Coroado, São José I, Jorge Teixeira, Tancredo Neves, Zumbi dos Palmares, e Armando Mendes) da Zona Leste da Cidade de Manaus (Figura 1). A área está compreendida entre os paralelos 2º24’ ao norte e 2º50’ ao sul e os meridianos 59º37’ a leste e 60º05’ a oeste. O acesso à área se dá através da estrada André Araújo, bairro do Aleixo. O Solo da área é da Formação Alter do Chão. Foram coletadas amostras de água de poço dos seis bairros estudados entre outubro de 2001 correspondente ao período seco a maio de 2003 correspondente ao período chuvoso. As amostras foram acondicionadas em garrafas de polietileno previamente limpas com HCl 10%. Foram analisados os parâmetros temperatura com auxilio de um termômetro, pH por potenciometria, turbidez por turdimetria e condutividade por condutimetria com equipamentos específicos. As análises de alcalinidade em HC03-, dureza em mg de CaC03/l, DQO, Ca2+, Mg2+ foram realizadas por titulometria, Na+ e K+ por fotometria de chama, NO32-, NO22-, Cl- e NH4+ por espectrofotometria ótica. ÁREA DE ESTUDO RESULTADOS E DISCUSSÃO • Com o desenvolvimento da pesquisa, verificou-se que os únicos poços com características potáveis são os poços mais profundos, acima de oitenta metros, estando de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde - OMS, levando em consideração os padrões físico-químico, químico e bacteriológico. • Os poços rasos (cacimbas) apresentam parâmetros físico-químico e químicos bastante diferenciados, destacando-se dois poços no bairro Jorge Teixeira, na rua dos Girassóis, que apresentaram indícios de poluição por apresentam altos teores de nitrito e nitrato estando fora dos padrões recomendado pela OMS, destaque também para o bairro do Coroado que apresentou teores baixos em alguns parâmetros como o cálcio, magnésio e dureza, apresentando-se assim como uma água classificada pobre em nutrientes Tabela 1. Análises Físicas e químicas dos poços de 6 bairros da Zona Leste de Manaus. 1 Limite de detecção do método para nitrito <0,005% [1] Limite de detecção do método para cálcio <0,02% 3 OMS - Organização Mundial da Saúde – PORTARIA 518/2004 MS. Referências [1] Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Básico e de Controle de Poluição das Águas - CETESB.1973. Operação e Manutenção de E.T.A. Editora do Governo doEstado de São Paulo. Vol. No.2, 649p. [2] Tancredi, A. C. F. N. 1996. Recursos hídricos subterrâneos de Santarém – PA. Tese de Doutorado na Universidade Federal do Pará – Centro de Geociências, 146p. [3] Tucci, C. 1993. Hidrologia - Ciclo Hidrológico. Editora da Universidade- EDUSP, 35 – 40p. [4] LEGISLAÇÃO CONSULTADA – Portaria 518 de 25 de março de 2004. Tabela 2. Análises bacteriológicas dos poços de 6 bairros da Zona Leste de Manaus.