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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO. ANTIBIÓTICOTERAPIA. Manual de Antibióticos. Macrolídeos Os macrolídeos são ATBs com atividade bacteriostática por inibir a síntese protéica bacteriana.
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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ANTIBIÓTICOTERAPIA
Manual de Antibióticos Macrolídeos Os macrolídeos são ATBs com atividade bacteriostática por inibir a síntese protéica bacteriana. Os macrolídeos apresentam atividade contra Gram-positivos, Gram-negativos e anaeróbios. Por apresentar concentração intracelular em várias células, como o macrófagos, podem tratar infecções provocadas por patógenos intracelulares.
Eritromicina Utilizam-se eritromicina básica, estolato de eritromicina, estearato de eritromicina, etilssuccinato de eritromicina, gluceptato de eritromicina e lactobionato de eritromicina. A eritromicina básica ainda é empregada em soluções tópicas no tratamento do acne, em oftalmologia, nas conjuntivites bacterianas, na prevenção das conjuntivites gonocócicas e por clamidia em RNs.
MECANISMO DE AÇÃO A eritromicina, como todos os macrolídeos, tem ação bacteriostática. Também apresenta ação contra espiroquetas (treponemas e leptospiras), ricketsia, campilobacter, micoplasma, ureaplasma (uretrites), legionela, clamidia, gardnerela, actinomicetes e cólera. Apresenta atuação moderada sobre anaeróbios, porém Bacteroides fragilis é resistente. Os Gram-negativos do grupo das enterobactérias e pseudômonas são resistentes à eritromicina. Resistência de S. aureus e S. epidermidis e estreptococos (viridans e pneumoniae) à eritromicina vem sendo observada.
Farmacocinética e Metabolismo A eritromicina é metabolizada no fígado, e sua excreção ocorre por via biliar. Passando ao intestino, é eliminada nas fezes. Na gestação, não se evidenciaram efeitos nocivos para a mãe ou feto com a eritromicina. É excretada pelo leite materno em até 50% dos níveis plasmático. Na gestante, evita-se o estolato pela possibilidade de efeitos adversos para o fígado.
INDICAÇÃO É a 1° opção da terapêutica específica da coqueluche, difteria, legioneloses e infecções por micoplasma. Excelente eficácia nas infecções genitais e pélvicas (uretrites, colpites, anexites, prostatites) por clamidias e ureaplasma.
INDICAÇÃO A eritromicina é indicada nas infecções em que se utiliza a penicilina. É o ATB de escolha em pacientes com hipersensibilidade à penicilina. Empregada com bons resultados nas infecções estreptocócicas da faringe, pele e pneumocócicas e estreptocócicas.
INDICAÇÃO Têm sido indicada na sífilis sem envolvimento neurológico; porém, na sífilis da gestante, não oferece segurança no tratamento da infecção fetal. Utilizada como droga alternativa (alérgicos e penicilina) para profilaxia da endocardite em pacientes que vão se submeter a procedimentos dentais.
Interações Medicamentosas e Efeitos Colaterais Os efeitos colaterais GI são os mais freqüentes. Icterícia e ↑ de enzimas hepáticas têm sido relatadas com o emprego do estolato de eritromicina.
Azitromicina ·Obtida a partir da eritromicina, também denominado como azalida, para distingui-lo dos demais macrolídeos. Esta variação molecular resultou num ATB com ↑ espectro, com níveis teciduais ↑ e mantidos por tempo prolongado.
MECANISMO DE AÇÃO ·A azitromicina tem ação bacteriostática. O espectro de ação é semelhante ao da eritromicina, diferenciando-se desta por ter espectro mais amplo, principalmente para Gram-negativos. Mesmo nos patógenos onde a eritromicina tem boa atividade, como em moraxela, legionela, neisseria, a azitromicina é melhor, sendo muitas vezes mais ativa contra hemófilos.
É ativa contra Gram-positivos e Gram-negativos, assim como contra clamidia, micoplasma, treponemas e micobactérias. Considerada o macrolídeo mais eficaz contra a toxoplasmose, é particularmente ativa contra gardnerela.
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA Deve-se ingeri-la com o estômago vazio, pois o uso concomitante de alimentos e antiácidos ↓ sua biodisponibilidade em 50%, razão pela qual deve-se toma-la 1h antes ou 2h após a refeição.
INDICAÇÕES A azitromicina é indicada nas infecções respiratórias (sinusite, faringite, bronquite, PN) e dermatológicas causadas por estreptococos, estafilococos, pneumococos, hemófilos, moraxela, Bordetella pertussis, clamidia, micoplasma e legionela. Apesar da indicação, tem-se relatado ineficácia deste macrolídeo no tratamento das infecções respiratórias.
É eficaz contra vários patógenos que causam DSTs. Tem indicação promissora no tratamento da toxoplasmose.
INTERAÇÕES E EFEITOS COLATERAIS Deve-se evitar a administração conjunta com antiácidos pois esta associação ↓ absorção da azitromicina. É uma droga bem-tolerada e os efeitos colaterais são pouco freqüentes, de pequena intensidade e geralmente GI.
Claritromicina É macrolídeo semi-sintético derivado da eritromicina. Como todo macrolídeo, apresenta atividade bacteriostática, tendo seu espectro de ação semelhante ao da eritromicina. Sua potência é maior que a da eritromicina contra pneumococos, estafilococos e estreptococos.
Clamidia, moraxela, micoplasma e legionela são particularmente sensíveis à claritromicina. Mostra-se ativa contra N. gonorrhoeae, Bacteroides fragilis e outros anaeróbios. Tem maior ação que a eritromicina contra hemófilos. Age contra Mycobacterium leprae, M. avium - intracellularae, H. pylori e Toxoplasma gondii.
INDICAÇÕES A claritromicina tem indicação nas infecções das vias aéreas superiores e inferiores. Tem sido usada em faringite, amidalite e sinusite causadas por estreptococos, pneumococos e hemófilos. Em infecções pulmonares causadas por micoplasma, legionela e clamidia, tem indicação especial. Em infecções dermatológicas, como impetigo, furunculose, celulites e eczema, causadas por estreptococos e estafilococos, tem sido utilizada com bons resultados.
Apresenta atividade clínica contra H. pylori, toxoplasmose e micobacterioses (Mycobacterium avium-intracellularae). No tratamento de Mycobacterium leprae, tem apresenta resposta clínica adequada.
Roxitromicina É um macrolídeo semi-sintético, derivado da eritromicina. Apresenta propriedades ATBs semelhantes às da eritromicina, diferenciando-se desta por sua meia vida prolongada. É ativa contra Gram-positivos e Gram-negativos. Portanto, tem ação contra estreptococos, pneumococos, estafilococos, corinebactérias, listeria, clostridios, gonococos, meningococos e anaeróbios da boca e orofaringe. É ainda ativa contra clamidia, legionela, campilobacter, Bordetella pertussis e moraxela. Tem demonstrado atividade contra Toxoplasma gondii e não tem ação contra Bacteroides fragilis.
INDICAÇÕES ·Tem como principais indicações as infecções respiratórias altas (sinusite, faringite) e baixas (bronquite e PN) e em infecções de pele (piodermite). Apresenta bons resultados nas infecções odontogênicas agudas. Age contra clamidia, micoplasma, ureaplasma, com eficácia comprovada nas uretrites não-gonocócicas. Boa potência de ação contra legionela e nas diarréias por Isospora belli.
Glicopeptídeos ·Os glicopeptídeos são ATBs constituídos por grandes estruturas moleculares cíclicas e complexas. Têm como mecanismo de ação sua fixação à membrana citoplasmática das bactérias sensíveis, alterando sua permeabilidade seletiva e interferindo na biossíntese dos peptidoglicanos, constituintes da parede celular. Em virtude do tamanho e complexidade de sua molécula, não atravessam com facilidade a barreira hematoencefálica e são resistentes à enzimas proteolíticas. Por serem substâncias atípicas para a parede intestinal, não são absorvidos VO. Pertencem a este grupo de ATBs: vancomicina, teicoplanina.
VANCOMICINA ·Age sobre Gram-positivos, gonococos e alguns anaeróbios, porém é especificamente indicada como opção de tratamento de infecções estafilocócicas resistentes aos b -lactâmicos e demais ATBs. Constitui também droga de escolha em alérgicos a penicilinas ou em infecções por enterococos e pneumococos resistentes às penicilinas. Por via oral, é uma alternativa na colite pseudomembranosa.
·Não age contra Gram-negativos, micobactérias e fungos. Resistência a este ATB vem sendo observada em Enterococos faecalis, Enterococos faecium, Staphylococcus haemolyticus e Staphylococcus epidermidis.
INDICAÇÕES · As principais indicações são infecções estafilocócicas graves em alérgicos a penicilinas e cefalosporinas, e infecções causadas por estafilococos resistentes. Portanto, infecções pneumônicas, osteomielites, septicemias, celulites, abscessos, meningoencefalites e endocardites estafilocócicas são as mais preconizadas.
INDICAÇÕES • Em doentes com endocardites estafilocócicas com próteses intracardíacas, em endocardites por Streptococcus viridans (ou estreptococos ou enterococos) ou outras doenças de evolução bastante grave recomenda-se a associação de vancomicina com rifampicina e aminoglicosídios objetivando efeito sinérgico. Em granulocitopênicos febris, recomenda-se vancomicina associada a cefalosporinas antipseudômonas e aminoglicosídios.
INTERAÇÕES E EFEITO COLATERAL Não se deve aplicá-la IM por produzir irritação e dor no local da aplicação. Um efeito colateral freqüente devido à sua infusão rápida é a Sindrome do homem vermelho (prurido, eritema, congestão, angioedema do pescoço e tórax, choque). No entanto, os efeitos adversos mais importantes são nefrotoxicidade e ototoxicidade, que podem levar à insuficiência renal e à surdez permanente.
TETRACICLINAS As tetraciclinas constituem grupo de ATBs de largo espectro. Na prática utilizam-se as tetraciclinas de curta duração (tetraciclina) e as de longa duração (doxiciclina, minociclina). Todas as tetraciclinas têm o mesmo espectro, mecanismo de ação, efeitos colaterais e resistência cruzada.
MECANISMO DE AÇÃO As tetraciclinas têm ação bacteriostática, inibindo a síntese protéica. Pela boa difusão no interior das células, são ATBs de ótima ação contra bactérias intracelulares.
As tetraciclinas podem ser utilizadas em infecções causadas por estreptococos do grupo A, estafilococos, pneumococos, Gram-positivos e Gram-negativos e espiroquetoses, apesar de não serem ATBs de 1° escolha nessas situações. Também podem ser utilizadas como 2° opção no tratamento de malária por P. falciparum e na amebíase, por E. histolytica.
FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO É na farmacocinética que as tetraciclinas apresentam suas diferenças. Sua absorção é prejudicada quando ingerida com leite, hidróxido de alumínio, Ca, Mg e Fe.
FARMACOCINÉTICA E METABOLISMO As tetraciclinas também são eliminadas no leite em quantidade correspondente a 20-90% da concentração do plasma. Apesar disto, não se contra indica a amamentação pois, quando em contato com o Ca do leite, formam complexos insolúveis que não são absorvidos VO.
INDICAÇÕES As tetraciclinas são indicadas para micoplasma. São usadas nas infecções por clamidia (psitacose, linfogranuloma venéreo, tracoma). As tetraciclinas, especialmente a doxiciclina e minociclina, têm sido utilizadas no tratamento da acne, pois apresentam ótima ação sobre Corynebacterium acnes. Também têm sido empregadas em brucelose, cólera, peste e uretrites não-gonocócicas. Outras indicações: ITUs, bronquites, DIP, prostatite, como opção para alérgicos à penicilina.
INDICAÇÕES E EFEITO COLATERAL Antiácidos contendo Ca, Mg ou Al, sulfato ferroso, cimetidina e bicarbonato de sódio ↓ absorção VO das tetraciclinas. São relacionadas a superinfecções do trato digestivo, com diarréia por crescimento excessivo ou colite pseudomembranosa por C. difficile. Reações cutâneas de hipersensibilidade, como lesões eritematosas, maculopapulares e fotossensibilidade, podem ocorrer.
INDICAÇÕES E EFEITO COLATERAL Não se deve usa-las em gestantes, pois causam deformidades ósseas e dentárias no feto. Infiltração gordurosa do fígado, levando ao coma hepático e à morte é referida. É desaconselhável o uso em crianças ↓ 8 anos por provocar escurecimentos nos dentes, podendo ser associado à hipoplasia do esmalte. O escurecimento permanente não ocorre nos adultos.