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CARTILHA MULHERES DO

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CARTILHA MULHERES DO

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Presentation Transcript


    1. CARTILHA MULHERES DO Eleições 2008

    2. Objetivo Com esta cartilha queremos facilitar o processo de participação das mulheres na política. Ela deverá servir de subsídio para a formação de lideranças, especialmente no caso das mulheres candidatas ao legislativo e ao executivo nas próximas eleições.

    3. Relações Sociais de Gênero Historicamente as mulheres têm vivido em situação de desigualdade e subordinação em relação aos homens. Isso tem se refletido nas relações sociais, no sistema político, na economia e na cultura. Esta desigualdade sempre foi tratada como “natural”, como imutável e tem sido uma das formas de manter a opressão sobre as mulheres. Como se fosse próprio do ser mulher, ser subordinada.

    4. Sexo x Gênero Para falarmos das relações entre homens e mulheres utilizamos o conceito de gênero. Queremos com isso afirmar que essas relações são uma construção social, isto é, não estão determinadas biologicamente. Nosso objetivo é diferenciar sexo - ser macho ou fêmea, tal como dado pela natureza - da construção social da masculinidade e da feminilidade. A definição de masculino e feminino está associada ao que cada sociedade, em cada momento histórico, define como próprio de homens e mulheres. A construção de gênero se dá em todas as esferas da sociedade: econômica, política, social e cultural.

    5. A divisão sexual do trabalho Esse processo se expressa na divisão sexual do trabalho que, em nossa sociedade, se articula com a idéia de que existe uma esfera pública e uma privada. A esfera pública costuma ser associada aos homens, ao trabalho produtivo, aos direitos e à igualdade. A esfera privada, por outro lado, é considerada o lugar das mulheres, da domesticidade, do afeto e da intimidade. Na prática, sabemos que não existe essa separação, mas sim que homens e mulheres estão nas duas esferas, embora cada qual a partir do que é considerado seu lugar.

    6. Gênero como categoria de análise As relações sociais de gênero podem ser contextualizadas conforme as classes sociais, as raças/etnias, as faixas etárias, as religiões e os momentos históricos. É possível analisarmos qualquer aspecto da sociedade a partir da noção de gênero. Quando olhamos o mercado de trabalho, por exemplo, observamos que os salários das mulheres são menores, que sua qualificação profissional é avaliada de forma diferente e que a presença maciça das mulheres neste mercado está nos chamados “guetos femininos”, sensivelmente mais desvalorizados.

    7. O cuidado com os filhos No caso do cuidado com os filhos, vemos que é comum as mulheres deixarem de trabalhar, enquanto com os homens isto não ocorre. Esse exemplo também mostra como podemos a partir da idéia de gênero analisar um determinado aspecto da realidade. O mesmo exercício poderia ser feito para analisarmos a composição do poder governamental em nosso país.

    8. Mulher e Poder O feminismo, construído a partir da organização autônoma das mulheres, permitiu compreender que a entrada das mulheres no mundo público é profundamente marcada pela divisão sexual do trabalho. Mesmo ampliando sua participação, as mulheres não conseguem entrar nos espaços de poder e decisão. Isso acontece nos vários espaços da sociedade, inclusive nas organizações da classe trabalhadora, tais como os movimento sindical e os partidos políticos. Na verdade, ocorre uma exclusão das mulheres dos postos de direção, seja na empresa, no partido ou no parlamento.

    9. A vida partidária Na vida partidária as mulheres ainda se defrontam com a ausência de políticas específicas para minimizar a opressão de gênero, que vai desde a ausência de creches, os horário inadequados das reuniões, as dificuldades de acesso à formação política, entre outros. Estes são alguns dos elementos que fazem com que os espaços de atuação política, em particular os espaços partidários e do movimento operário, se caracterizem por um ambiente hostil às mulheres.

    10. No Partido dos Trabalhadores Essa dinâmica não foi diferente no PT. Porém, como um setor feminista fez parte dos grupos que constituíram o partido desde seu início, esse debate sempre foi travado em seu interior. Realizou-se um processo de organização das mulheres no interior do partido, o que também se expressou numa intervenção no movimento de mulheres. Esse processo permitiu que nosso partido fosse pioneiro em várias propostas políticas em relação às mulheres, cujo maior exemplo foi o estabelecimento de cotas na direção.

    11. A política de cotas A proposta de cotas se deu a partir da constatação de que a resistência à participação política das mulheres nas instâncias de direção não pode ser quebrada sem uma política consciente, que se desdobre em propostas concretas, para garantir que as mulheres não sejam barradas em sua participação política plena. São várias as experiências em que apenas a mobilização e a organização das mulheres não foram suficientes para reverter o quadro de exclusão das mulheres das direções. Só a partir da obrigatoriedade de cotas é que podemos reverter essa situação.

    12. O papel do Estado Enquanto propositor e articulador de políticas públicas, o Estado não é e nunca foi neutro. Ao contrário, buscou a manutenção do poder masculino e reforçou as desigualdades entre os sexos, fortalecendo um modelo de sociedade excludente. A grande maioria dos governos, nos seus diferentes níveis, não assume como sua a responsabilidade de elaboração de políticas de igualdade entre homens e mulheres, como, por exemplo, a socialização do trabalho doméstico ou o cuidado com as crianças e idosos. A lógica tem sido a de manter a estrutura da sociedade como está, deixando para as mulheres essas responsabilidades, mesmo que às custas de sua cidadania.

    13. As mulheres como protagonistas Considerar as mulheres como cidadãs plenas e como sujeito de direitos, exige que o Estado modifique a sua visão tradicional de família. Esta visão ultrapassada pressupõe a permanência da mulher em casa, no papel de âncora da vida cotidiana e de socializadora dos indivíduos. Se a democracia é um sistema político com caráter inclusivo, podemos questionar a legitimidade de uma sociedade que exclui metade da população das possibilidades de representação e que ignora suas necessidades, deixando de elaborar medidas concretas que possibilitem a melhoria de suas condições de vida. As atuais concepções dominantes sobre democracia e o papel do Estado mantêm ainda o desencontro entre as políticas públicas e as necessidades das mulheres. Dessa forma, esta é uma lógica que mantém as mulheres no mundo doméstico e considera-as basicamente em sua identidade de mães. No espaço público as mulheres têm sido tratadas somente como quem solicita ações comunitárias, algumas vezes até como beneficiárias das políticas públicas, mas, raramente como sujeitos capazes de protagonizar processos políticos.

    14. A luta das mulheres e proposta de mudança Em 2002 fez 70 anos que as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. Na luta pelo direito de votar as mulheres já viam a possibilidade de ocuparem cargos legislativos como fundamental para mudanças na sua condição de vida. A partir de 1975 houve uma profunda reorganização do movimento de mulheres. Elas emergiram como sujeitos políticos em um momento de profundas transformações no Brasil, em meio à luta contra a ditadura e pela redemocratização do país. Isso fez com que, já no início dos anos 80, o movimento de mulheres tivesse construído uma plataforma de reivindicações, fazendo com que elas passassem a ser vistas como um setor específico na sociedade brasileira. Para os partidos políticos se colocou a necessidade de ter respostas às mulheres enquanto um segmento social.

    15. Ainda há muito por fazer De uma forma geral, podemos afirmar que na década de 80 essa organização do movimento de mulheres, com sua visão feminista, passou a reivindicar e exigir do Estado políticas públicas voltadas para as mulheres. Foi essa pressão e presença permanente do movimento de mulheres o que assegurou que as propostas fossem minimamente incorporadas. Sabemos, entretanto, que isto ainda se dá de forma insatisfatória, sem uma alteração significativa na forma de exercer o poder político e sem a garantia do pleno exercício dos direitos das mulheres.

    16. O que queremos Nós queremos construir uma nova ordem nas relações entre homens e mulheres, sem os preconceitos de gênero, raça e etnia, baseada na igualdade como marca de uma sociedade plural e democrática. Uma nova sociedade que não se sustente na subordinação e dependência das mulheres em relação aos homens, mas em relações sociais mais justas e democráticas.

    17. O papel dos municípios Os governos municipais do PT têm desenvolvido políticas voltadas para o combate à desigualdade das mulheres, através da criação de organismos executivos que têm como objetivo articular e coordenar ações em todas as secretarias. A subversão da lógica discriminatória em relação às mulheres e a criação desses mecanismos de intervenção e participação nas políticas públicas para as mulheres determinam o caráter inovador dos governos municipais do PT.

    18. As Coordenadorias Especiais da Mulher Até esse momento existem diferentes experiências de secretarias, coordenadorias e assessorias. Em vários municípios o organismo criado ainda não corresponde à proposta discutida pela Secretaria de Mulheres do PT. Entendemos, entretanto, que trata-se de um processo em que nossa tarefa é seguir o debate e contribuir para avançar nessa construção através de nossa articulação interna. A proposta de que sejam criadas Coordenadorias Especiais da Mulher (ou Secretarias Especiais da Mulher), ligadas ao gabinete do(a) Prefeito(a) ou Governador(a), demonstra claramente nosso compromisso. As Coordenadorias têm dotação orçamentária própria e estatuto de secretaria, participam das instâncias de poder e decisão, e atuam como um mecanismo articulador e formulador das políticas de gênero. Um espaço rico e importante para a troca de experiências e, especialmente, de articulação das políticas públicas voltadas para as mulheres. Reforçamos, desse modo, a importância das políticas municipais incorporarem as questões de gênero, raça e etnia.

    19. O desafio das Coordenadorias As Coordenadorias devem, assim, manter o diálogo permanente com a sociedade, com os grupos e movimentos de mulheres e com as diferentes formas de participação popular e democratização da gestão. O desafio das Coordenadorias é criar e implementar, em parceria com as demais secretarias, políticas concretas que alterem a qualidade e as condições de vida das mulheres, incidindo no combate às desigualdades entre mulheres e homens e construindo nas administrações um novo referencial e uma nova perspectiva de políticas públicas que levem em conta a perspectiva de gênero.

    20. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres O Presidente Lula cumprindo compromisso de campanhaque vinha assumindo com as mulheres desde 1989 criou logo no primeiro dia do seu governo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com status de Ministério e diretamente ligada à Presidência da República. A SPM tem elaborado nesses período de governo uma agenda marcada pela articulação com diversos outros Ministérios, como o da Justiça, o da Saúde e o da Previdência Social, começando assim a por em prática as diversas propostas constantes no programa de governo do Presidente. Estes são alguns exemplos das ações da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres em andamento:

    21. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Em parceria com o Ministério da Saúde: Elaboração de acordo que fixa as condições para a promoção do debate nacional sobre direitos sexuais e reprodutivos; Assinatura do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal; Formulação de políticas e diretrizes, e elaboração de documentos técnicos de incorporação de aspectos de interesse da saúde da mulher.

    22. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

    23. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Em parceria com a Secretaria Extraordinária da Segurança Alimentar e Combate à Fome: Privilégio no atendimento às famílias que têm a mãe como responsável pela gestão do orçamento familiar; Participação no Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA).

    24. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

    25. Os eixos de intervenção Para implementar políticas públicas voltadas para a construção da igualdade, alguns eixos de intervenção devem orientar nossas ações de governo: Ampliar a autonomia pessoal e a auto-sustentação das mulheres, rompendo com o círculo de dependência e subordinação econômica e pessoal; Alterar a situação da divisão sexual do trabalho doméstico e da responsabilidade com o cuidado dos filhos e da família, o que significa que o Estado tem que assumir a socialização e o cuidado de todos os cidadãos e cidadãs, e não apenas as mulheres; Assegurar o exercício dos direitos reprodutivos e sexuais e o direito à saúde integral, através de políticas públicas que auxiliem na construção da autonomia e do direito à sexualidade e à livre orientação sexual ; Combater todo tipo de violência e discriminação, em especial a violência sexual e doméstica, além da discriminação por orientação sexual; Fortalecer e ampliar os mecanismos de participação popular e maior presença das mulheres nos espaços de poder e de decisão.

    26. As ações prioritárias de governo Trabalho, profissionalização e auto-sustentação das mulheres: Promover programas de geração de renda e estimular a sua organização através de cooperativas e auto-gestão; Investir na formação profissional das mulheres, garantindo a igualdade de acesso a programas de qualificação profissional que não reproduzam o confinamento nas profissões ditas femininas, ampliando sua presença em todas as áreas; Investir na capacitação profissional das mulheres e estimular a sua organização através de cooperativas e auto gestão; Trabalhar o combate às desigualdades salariais no serviço público e propor ações que objetivem a aplicação da legislação sobre isonomia salarial; Realizar campanhas educativas e de divulgação dos direitos conquistados na legislação;

    27. As ações prioritárias de governo Trabalho, profissionalização e auto-sustentação das mulheres: Ampliar a educação e alfabetização de mulheres jovens e adultas, em condições que possibilitem sua participação; Realizar, junto ao funcionalismo público, campanhas contra a discriminação no trabalho e o assédio sexual, propondo medidas de controle e punição pelo executivo; Apoiar as mulheres vítimas de todo e qualquer tipo de discriminação; Considerar como critérios para a contratação de empresas privadas pelas prefeituras, o cumprimento da legislação relativa às creches, ausência de atos discriminatórios contra mulheres e o desenvolvimento de programas para sua promoção, inclusive com políticas de ações afirmativas.

    28. As ações prioritárias de governo Divisão sexual do trabalho doméstico: Assegurar instituições sociais que garantam a possibilidade da divisão do trabalho doméstico e da responsabilidade com a educação dos filhos e com o cuidado com a família, tais como creches em horário integral, política de alimentação em creches e escolas, ampliação do número de vagas na rede pública, etc; Realizar campanha educativa nas escolas e demais instituições públicas sobre a divisão das tarefas domésticas; Assegurar que nos materiais de propaganda da administração de governo não se reproduza a divisão sexual do trabalho tradicional; Incentivar, através de medidas normativas, legislativas e fiscais a implantação destes projetos; Divulgar a existência desses serviços.

    29. As ações prioritárias de governo Saúde da mulher: Assegurar o atendimento integral à saúde da mulher em todas as fases de sua vida, com garantia de qualidade dos serviços e respeito às usuárias; Realizar, em parceria com a Secretarias Municipais de Saúde, campanha de combate e prevenção ao câncer de mama e de útero, garantindo o acesso a exames periódicos sendo realizados nas diversas regiões do município; Implantar, nas unidades de saúde do município, o atendimento de planejamento familiar e direitos reprodutivos; Criar, incentivar e contribuir para o trabalho dos Comitês de Mortalidade Materna, contribuindo para a redução da mortalidade materna no município; Criar a agenda da mulher para um atendimento e acompanhamento mais adequado nas diferentes fases da vida; Capacitar os(as) profissionais da saúde para o atendimento às mulheres vítimas de violência sexual e/ou doméstica nas unidades de saúde e assegurar que os dados sejam registrados para o acompanhamento e o monitoramento pelo município; Assegurar os exames de anemia falciforme; Implantar o atendimento ao aborto legal nos hospitais municipais, incluindo a formação dos profissionais e ampliando a assistência humanizada e de qualidade para os casos de aborto inseguro.

    30. As ações prioritárias de governo Violência contra a mulher: Promover a prevenção da violência contra a mulher através de campanhas sócio-educativas e do estímulo à estruturação de redes comunitárias de solidariedade entre as mulheres; Promover a assistência integral às mulheres que sofrem de violência doméstica e sexual, ampliando e estruturando serviços especializados de atendimento; Promover a intersetorialidade na assistência integral às mulheres através da estruturação da Rede de Apoio que integre as áreas de educação, saúde, geração de emprego e renda, assistência social, habitação, justiça e cidadania. É fundamental que as usuárias tenham acesso garantido aos programas sociais da Prefeitura;

    31. As ações prioritárias de governo Violência contra a mulher: Garantir o atendimento na casa abrigo e conforme a realidade do município estabelecer consórcios em conjunto com cidades vizinhas; Formação e capacitação dos servidores públicos, em particular na área de saúde e segurança, para o reconhecimento, atendimento e encaminhamento adequados das mulheres vítimas de violência; Implantar o centro de referência da mulher; Melhoria do sistema de iluminação pública nas regiões periféricas a fim de dar mais segurança às mulheres, coibindo possíveis agressões sexuais.

    32. As ações prioritárias de governo Educação, habitação e transporte: Garantir que as escolas discutam amplamente as questões de gênero, raça/etnia, deficiência física e homossexualidade, com capacitação de professoras/es para trabalhar esses aspectos; Trabalhar na formação de educadores(as) na perspectiva de gênero, para que estes(as) estabeleçam uma visão crítica frente ao material didático; Implementar junto com a Secretaria Municipal de Saúde, o trabalho de educação sexual nas escolas; Realizar projeto com crianças e adolescentes, tornando-as multiplicadoras, sobre DST/AIDS e gravidez não planejada; Reforçar a importância de instituições sociais como creches, restaurantes e lavanderias comunitárias, além de assegurar a titularidade da moradia em nome da mulher; Assegurar o atendimento à demanda de moradia para as mulheres vítimas de violência doméstica; Assegurar a acessibilidade nos transportes públicos a todos as(os) cidadãs(os), levando-se em conta as especificidades da mulher .

    33. As ações prioritárias de governo Cultura, Esporte e Lazer: Realizar um conjunto de ações com o objetivo de conscientizar sobre o preconceitos veiculados através de vários agentes e produtos; Ampliar os espaços e as atividades de lazer dirigidos às mulheres, respeitando as diferentes faixas etárias; Pensar, junto com a Sec. de Planejamento, os espaços públicos com características que permitam a convivência entre as mulheres; Tratar a mulher como agente da construção cultural da cidade; Resgatar as mulheres que fizeram a história das cidades em diferentes áreas de atuação; Utilizar os espaços públicos livres como áreas de lazer e recreação, com equipamentos adequados às crianças.

    34. As ações prioritárias de governo Participação Popular: Realizar a formação permanente das mulheres para ocuparem os espaços de decisão e incentivar a participação das mulheres nos conselhos municipais na perspectiva de construção de políticas de gênero; Capacitar as mulheres para a compreensão do orçamento público e da articulação com as políticas setoriais; Ampliar os espaços de participação das mulheres, criando comitês para contribuir na gestão municipal; Realizar atividades culturais e de formação nas datas do calendário feministas; Realizar conferências municipais de políticas públicas para as mulheres com o objetivo de construir o plano de igualdade do município.

    35. As ações prioritárias de governo Comunicação: Fazer página na Internet da coordenadoria de mulheres um espaço permanente de informação e debates sobre a questão da mulher; Ter um boletim informativo das ações e discussões importantes para as mulheres e fazer com que este chegue até a maioria delas; Elaborar materiais de comunicação e visibilidade dos trabalhos da coordenadoria, garantindo a articulação com as demais secretarias e assegurando unidade de ação do governo; Promover campanhas publicitárias que busquem eliminar discriminações e abordagens estereotipadas sobre a mulher.

    36. Os compromissos dos(as) candidatos(as) Apresentamos a seguir, de forma resumida, 13 pontos com os quais os(as) candidatos(as) petistas eleitos(as) devem se comprometer. É essencial que na ação cotidiana de vereadores(as) e prefeitos(as), estejam presentes propostas e reivindicações dos movimentos sociais e do movimento de mulheres. É importante também analisar a lei orgânica dos seus municípios para avaliar que tipos de propostas devem ser apresentadas nas diferentes áreas de atuação: Punir as manifestações de discriminação de cor, orientação sexual, idade e estado civil contra as mulheres, da cidade e do campo, em diferentes setores da sociedade;

    37. Os compromissos dos(as) candidatos(as) Apoiar e incentivar iniciativas para que o trabalho doméstico e o cuidado com as crianças deixem de ser "obrigação" das mulheres e sejam responsabilidade também dos homens e de toda a sociedade; Propor a criação de creches e pré-escolas para todas as crianças até os sete anos e vagas nas escolas para todas as crianças a partir dos 7 anos; Exigir a implantação de assistência integral à saúde da mulher, em todas as fases de sua vida; Garantir que as mulheres possam decidir se querem ou não ter filhos e que tenham o direito ao atendimento à saúde e à educação sexual;

    38. Os compromissos dos(as) candidatos(as) Reivindicar atendimento obrigatório na rede pública de saúde para os casos de aborto previstos em lei e tomar iniciativas para ampliar a legislação sobre o direito de interrupção da gravidez não desejada; Promover políticas que visem à profissionalização das mulheres e assegurem o seu acesso e permanência no mercado de trabalho, sem restrições de profissões ou cargos; Fiscalizar o cumprimento dos direitos trabalhistas para todas as mulheres trabalhadoras, domésticas e rurais, entre eles o direito ao emprego para as mulheres gestantes, casadas e com filhos; Denunciar e lutar contra todas as formas de violência contra as mulheres;

    39. Os compromissos dos(as) candidatos(as) Incentivar a criação de centros de atendimento jurídico e psicológico às mulheres, que devem trabalhar com funcionários especialmente preparados e, preferencialmente, mulheres; Combater o preconceito sexual e racial nas escolas, na educação e nos livros didáticos; Criar um organismo do poder executivo (Secretaria ou Coordenadoria, de acordo com a realidade local) que tenha poder e atribuições para formular, executar e coordenar, com outras instâncias locais, políticas que promovam o fim da discriminação e a igualdade entre mulheres e homens na sociedade brasileira. Garantir os direitos para as mulheres na área da habitação;

    40. Os erros que não podemos cometer Os(as) candidatos(as) petistas devem evitar em suas campanhas determinados ERROS que são comuns quando se trata de falar sobre questões de gênero. Apresentamos alguns a seguir: Mulher não é minoria. As mulheres são cerca de 51% da população e do eleitorado. Tratá-las como minoria é expressão de uma visão de mundo da dominação branca e masculina. As mulheres são 41,9% da população que trabalha fora. Lembre-se disso quando for falar na classe trabalhadora, dos(as) trabalhadores(as) em geral, dos problemas nos locais de trabalho. Lembre-se: a dona-de-casa também é trabalhadora. Sua jornada é 3 ou 4 horas mais longa, diariamente, do que a de um trabalhador comum. Um trabalho pesado e nunca reconhecido. Respeitar as mulheres e as donas-de-casa é também não tratá-las com o estereótipo de donas-de-casa.

    41. Os erros que não podemos cometer Um aspecto central da opressão das mulheres é a violência e o abuso de seu corpo. O corpo da mulher não é material de propaganda. Esta é uma luta decisiva do movimento de mulheres. Respeite e apóie essa luta. Faz parte de manter a opressão das mulheres tratá-las como seres incapazes, que não têm condições de decidir sobre suas próprias vidas e que, por isso, sempre precisam da orientação do pai, do marido, do chefe, do namorado. Não reforce esta situação. As mulheres não nasceram apenas para ser mães. Aliás, várias não são e não vão ser. São seres integrais com vontades, direitos, interesses, aspirações de vida e profissionais distintas. Cuidar das crianças não é obrigação das mulheres. A educação das crianças é responsabilidade do pai, da mãe e da sociedade.

    42. Os erros que não podemos cometer Lembre-se que a sociedade é feita de homens e mulheres quando for escolher as fotos, ilustrações e textos de seu material de campanha. Respeitar as mulheres é também reconhecer sua opressão específica. E isso não significa desqualificá-las, como pensam alguns. As questões das mulheres são questões sociais. Lutar pelas reivindicações das mulheres é parte fundamental da luta por uma sociedade justa, democrática, igualitária. E faz parte de nosso projeto socialista. A linguagem expressa, muitas vezes, os preconceitos e discriminações mais fortes da sociedade. Fale para mulheres e homens, para negros e brancos. Você não precisa usar linguagem e expressões machistas para ser popular. Linguagem popular não quer dizer, como pensam alguns, machista e de mau gosto.

    43. Vencendo as dificuldades A primeira dificuldade já estamos rompendo: ter mulheres candidatas. Em geral, ao tomar essa decisão muitas mulheres enfrentam conflitos e inseguranças. Insegurança de como conseguir apoio financeiro, de como conquistar apoiadores(as), de como ser uma boa candidata, etc. Por isso, é preciso levar em conta que o aprendizado como candidata depende da preparação de cada uma, de sua experiência como liderança. Só à medida que mais mulheres têm essa experiência é que se terá um acúmulo para que outras mulheres possam incorporar essa experiência. Quando aumenta o número de mulheres candidatas e eleitas, outras também podem se identificar e ver como uma possibilidade para si. Através de nossa experiência de auto-organização como mulheres aprendemos que, quanto mais coletivo é o trabalho, mais poderemos vencer barreiras e ter força como grupo de mulheres. Daí ser extremamente importante que as candidaturas de mulheres organizem coletivos de apoio que discutam e decidam todo o processo. Do mesmo modo, é fundamental a articulação com a Secretaria de Mulheres do PT.

    44. Dicas para a organização da campanha Organizar a campanha através de um grupo de apoio ou coordenação que tome as decisões coletivamente; Ter um planejamento definindo divisões de tarefas e realizar avaliações periódicas a partir das quais se possa rever e readequar o planejamento; Ter um programa definindo qual é a sua plataforma. Se possível, definir alguma prioridade que se torne sua marca de campanha; Definir ações através das quais possa trabalhar suas dificuldades e se sentir mais segura; Procurar entrar em contato com a Secretaria de Mulheres do seu estado ou município. Isso potencializa a campanha e pode contribuir para a organização das mulheres no partido.

    45. Dicas para uma boa comunicação Procurar participar de debates em programas de rádio. Além de ser o veículo de comunicação mais presente no dia-a-dia das mulheres, o rádio é também um dos meios mais utilizados para divulgar preconceitos contra o PT. Antes de qualquer fala procure anotar os pontos mais importantes que deseja ressaltar. Quando for entrevistada, independente da pergunta, não deixe de abordar os assuntos de interesse das e dos ouvintes e os temas de sua plataforma. Ou seja, para responder qualquer pergunta comece sempre por questões concretas e de conhecimento do público ouvinte relacionando com os temas mais gerais. Ao tirar fotos para a campanha leve sempre em conta o contraste da cor da roupa x cor da pele. Isto faz diferença.

    46. Montando um grupo de apoio O primeiro passo é formar um grupo de mulheres interessadas e buscar um lugar para se reunir regularmente. Pode ser a casa de uma das integrantes do grupo, um bar, ou montar uma sede para o comitê de mulheres da sua candidatura. É fundamental que na sede do comitê tenha materiais da candidata e também do candidato(a) a prefeito(a). Se for possível, o próprio comitê pode produzir algum material.

    47. As atividades de um Comitê de Mulheres Afixar faixas indicando que no local funciona um Comitê da candidata; Fazer uma lista de pessoas que podem ajudar nas atividades do dia-a-dia da campanha, no dia da eleição, para fazer "boca de urna" e também para fiscalizar as apurações. Anote o nome, endereço e um telefone para contato. É sempre útil ter um cadastro; Entrar em contato com o Comitê Geral da campanha para pegar materiais de propaganda; Distribuir boletins, adesivos, faixas, cartazes para as amigas, vizinhas, colegas de trabalho ou da escola; Promover reuniões, festas, bazares e outras atividades da campanha; Escrever cartas e ligar para amigas e parentes para divulgar a campanha;

    48. As atividades de um Comitê de Mulheres As mulheres que participam do comitê podem ceder seus muros para fazer a propaganda da vereadora e do majoritário(a), colocar faixa na casa ou apartamento e adesivo no carro ou colar cartazes nos locais que freqüenta; Promover a exibição de vídeos de temas relacionados às mulheres e debates; Elaborar folhetos sobre algum tema que seja importante para as mulheres junto às quais trabalha. E utilizar nesses materiais o símbolo das mulheres do PT e a cor lilás; Promover visitas e mutirões de visita no bairro, com ou sem a candidata. O contato pessoal é extremamente importante. E é o que mais convence as eleitoras; Participar de atividades organizadas pelas mulheres e das atividades gerais da campanha, levando para essas atividades a bandeira das mulheres do PT.

    49. Vereadores/as

    50. Prefeitos/as do PT (por eleições)

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