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1. Memorial do Convento Capítulo VI
2. Pág. 59: Saramago faz uma crítica àqueles que se apropriam indevidamente do trabalho dos agricultores, pois nem sempre os que trabalham a terra beneficiam desse trabalho.
Pág. 60: ´´…riso/lágrima…desafogo/ânsia…alívio/susto…as contradições das histórias contadas por João Elvas a Baltasar, que não são mais que as contradições da nossa vida.
Pág. 60: « De riso murcho souberam os ministros a notícia, de riso amarelo largaram os soldados as armas e os cavalos, mas foram altas e estridentes as gargalhadas do vulgo (…).»
Uma gradação ascendente do “riso”, para demonstrar as diferentes emoções quando, em Lisboa, as pessoas pensavam que estavam a ser invadidas pelos franceses, mas afinal era uma frota de bacalhau que chegava.
3. Pág. 61: Baltasar, após este episódio recorda a guerra, mas lembra-se de Blimunda e da dificuldade em descobrir qual a cor dos seus olhos a ponto de essa ser “uma guerra em que anda com a sua própria memória”.
Pág. 62: O padre Bartolomeu, o Voador, diz a Baltasar que D. João V “o distingue com a sua estima e protecção” pelo que acredita o ajudará - Baltasar não compreende o facto do padre ser amigo do rei, conhecer a mãe de Blimunda e não interceder por ela aquando da sua condenação pelo Santo Ofício.
Pág. 62: Saramago faz a comparação entre a vida de Baltasar e de Bartolomeu Lourenço: “ambos a mesma idade, vinte e seis anos, (…), porém são duas diferentes vidas,”
Baltasar: trabalho (a começar) e guerra ( acabada)
Bartolomeu: nasceu no Brasil e veio para Portugal com quinze anos, evidenciando grandes dotes de memória, e forma que todos na corte acreditavam ser ele um jovem muito prometedor.
4. Pág. 63: Bartolomeu Lourenço explica porque lhe chamam o ´´voador´´, dizendo que aquilo que faz mover o homem é a necessidade, dando-lhe o exemplo do gancho que ele tem no braço e terminando com uma referência a uma das reflexões de Camões n’Os Lusíadas: “assim como o homem, bicho da terra, se faz marinheiro por necessidade, por necessidade se fará voador,”
Pág. 65:”Tens dormido com ela, Vivo lá, Repara que estão em pecado de concubinato, melhor seria casarem-se, Ela não quer, eu não sei se quereria se um dia destes volto para a minha terra e ela prefere ficar em Lisboa, para quê casar,” – este par torna-se um símbolo da transgressão.
Baltasar pergunta ao padre porque é que Blimunda comia o pão antes de abrir os olhos , o padre responde-lhe que esse é um grande mistério e que voar é uma coisa muito simples se comparada com Blimunda.
Pág. 66/67: Bartolomeu Lourenço e Baltasar vão a S. Sebastião da Pedreira ver o projecto da passarola.
5. Pág. 68: O padre pede a Baltasar para o ajudar na construção da passarola; Baltasar fica estupefacto, pois considera-se um ignorante a quem só ensinaram a matar e, na sequência desse ofício, ficou sem a mão esquerda, logo será ainda mais difícil essa ajuda ao padre. O padre Bartolomeu não concorda dizendo que Baltasar é muito capaz.
Pág. 69: O padre diz que “Deus é maneta” e fez o universo, logo Baltasar também é capaz de construir a passarola.