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1. REPRESSÃO E IDEOLOGIA NO FUNCIONALISMO PÚBLICO:UM ESTUDO DE CASO Glauco Oscar Ferraro Pires
Belo Horizonte – Minas Gerais
10 de junho de 2008
3. Visão Geral Trata-se de estudo de caso
conduzido através de entrevistas, questionário e observações
cuja interpretação dos dados se deu através de matriz teórico-metodológica da Economia Política do Poder (Teoria Crítica e Psicossociologia)?
objetivando compreender a relação entre as formas (objetivas e subjetivas) de controle e as relações de trabalho
4. Objeto de Estudo Coordenação da Receita do Estado (Receita Estadual do Paraná)?
1.042 auditores fiscais
Administração Central
10 Delegacias Regionais
39 Agências da Receita
26 Postos Fiscais
Trabalho interno e externo
Sistema TAF
5. Metodologia Tradição dialética
relação fenômeno e essência; aproximação precária
Coleta de dados
primários: entrevistas semi-estruturadas; questionário psicossocial; observação direta
secundários: normas de procedimento, leis, resoluções, projetos de treinamentos, Notifisco, entre outros.
triangulação de dados
Tratamento dos dados
análise de conteúdo (entrevistas,treinamentos e Notifiscos)?
6. Base Teórico-Empírica Estado
MILIBAND (1972); POULANTZAS (1980)?
Burocracia
LAPASSADE e LOURAU (1972); TRAGTENBERG (1977); MOTTA (1979, 1981a); FARIA (1985a)?
Controle
BRAVERMAN (1974); FOUCAULT (1987); PAGÈS et al. (1987); ENRIQUEZ (1990); MOTTA (2000); FARIA (2004)?
7. A Pesquisa – Controle Disciplinar Controle Disciplinar
sustenta-se em um sistema de normas (expressas ou não, ou seja, manifestas ou ocultas) que define as punições e recompensas a que estão sujeitos os funcionários infratores
estimula comportamentos “adequados” (disciplinados) – eis o caráter manipulatório do controle disciplinar
8. A Pesquisa – Controle Disciplinar Controle Disciplinar
constitui parte de um sistema de gestão, “fabricando” indivíduos e moldando-os de acordo com os interesses de manutenção do status quo
é estabelecido “de cima para baixo”, refletindo o interesse dos grupos dominantes, e não da coletividade dos membros da organização, e portanto o poder disciplinar é instaurado para sustentar a clivagem dirigente-dirigido, mantendo-a e atuando no sentido de reforçar a submissão dos subalternos.
9. A Pesquisa – Controle Disciplinar Controle Disciplinar
sistema formal: LC 92/02 e a Lei 6.174/70
sistema “informal” de punições e recompensas (geladeira, pelourinho)?
10. A Pesquisa – Controle Disciplinar Controle Disciplinar
micropenalidades
isolamento
alocação em trabalhos difíceis de produzir quotas
carga de trabalho (alta/baixa)?
alocação em trabalhos torpes (PF e Volantes)?
alocação em trabalhos indesejados
remoções
submissão, imaginário do medo, socialização/mortificação do eu
dificulta mobilizações coletivas
11. Controle Disciplinar – o Real Falando
12. Controle Disciplinar – o Real Falando
13. Controle Disciplinar – o Real Falando
14. A Pesquisa – Controle Ideológico Controle Por Transmissão Ideológica
campo privilegiado da ideologia
serve-se de mecanismos formais e informais de inculcação de valores nos funcionários
atuam no consciente e inconsciente dos indivíduos a fim de moldar o comportamento pela manipulação do pensamento
massificam o pensamento auxiliando assim a manutenção do status quo na organização
sistema formal de divulgação (jornais, informes, comunicados, boletins, treinamentos, entre outros)?
focaremos nos Treinamentos
15. A Pesquisa – Controle Ideológico Transmissão Ideológica via Treinamentos
contém duas facetas: a técnica e a ideológica
ao mesmo tempo em que fornecem um conjunto de saberes para que o funcionário possa melhor desempenhar suas atividades, promovem a inculcação de valores e ideais que interessam à organização e à manutenção das relações de poder.
opera em dois níveis:
“apenas o primeiro diz respeito mais diretamente às habilidades técnicas ligadas ao exercício da função. O segundo nível, mais propriamente ideológico, se refere à internalização pelos membros da empresa de determinados comportamentos necessários. Esses comportamentos contribuem para a mudança da imagem que os indivíduos têm de si próprios” Motta (1984a)?
16. A Pesquisa – Controle Ideológico Treinamentos na Receita Estadual
técnicos, instrumentais e estratégicos (comportamentais)?
pragmatismo e mal da modernidade
treinamentos ideológicos
cooptação: integração, cooperação, colaboração, motivação, trabalho em equipe, adaptação, cuidado com a imagem da organização, pró-atividade, responsabilização, assertividade
técnicas de cooptação: de comunicação; de administração de conflitos; de administração de mudanças; de motivação; de liderança
matador frio: ser “funcionário executivo”, criador de ilhas de excelência, fornecedor de qualidade
17. Controle Ideológico – a Cooptação
18. Controle Ideológico – a Cooptação
19. Controle Ideológico – as Técnicas de Cooptação
20. Controle Ideológico – o Matador Frio
21. A Pesquisa – Controle Ideológico Importância dos Treinamentos
“Existe uma grande desagregação quando o gerente não valoriza, não conscientiza a importância do papel que aquela pessoa desempenha na organização, então a metáfora é exaustivamente usada, da pessoa que gira parafuso no chão de fábrica, ela é potencialmente alguém muito desestimulado porque é extremamente rotineiro o que ela faz, mas talvez uma forma de deixar ela mais motivada sem necessariamente tocar na questão do salário é mostrar o que esse parafuso que a pessoa está fazendo é no quadro geral, esse parafuso, olha o carro que está saindo lá na frente que saiu graças ao parafuso que você colocou no lugar certo”
22. A Pesquisa – Controle Ideológico Importância dos Treinamentos
modificação/manipulação do comportamento
favorece posturas submissas
crescimento treinamentos ideológicos sobre os técnicos
intensificação dos treinamentos ideológicos em época de contratação de funcionários (concurso)?
23. A Pesquisa – Considerações Finais Tensão entre capital e trabalho está presente
Estado contraditório, estrutura heterogerida
Existência de várias formas de controles para manutenção do status quo
Controles repressivos (disciplina) e Controles sutis (treinamentos ideológicos)?
punho de ferro x luva de veludo
Medo e submissão (cordeirinho, cachorrinho, ovelhinha, capachinho)?
24. A Pesquisa – Considerações Finais Mistificação das relações de trabalho
Mortificação do eu (modificação/manipulação do comportamento)?
Reificação da organização; psicologização dos problemas
Envenenamento das relações de trabalho
Precarização do trabalho
Pulsão de morte (compulsão para a repetição)?
25. Fim