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Caso Clínico: ANEMIA FALCIFORME. Ponte JK. Estudante: Cecília Guimarães Villela Orientadora: Drª Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 21 de abril de 2009. IDENTIFICAÇÃO.
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Caso Clínico: ANEMIA FALCIFORME Ponte JK Estudante: Cecília Guimarães Villela Orientadora: Drª Luciana Sugai Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF www.paulomargotto.com.br Brasília, 21 de abril de 2009
IDENTIFICAÇÃO I S S, 7 anos, masculino, pardo, natural e procedente do DF QUEIXA PRINCIPAL “dor abdominal e amarelinho há 1 dia” 23/03/2009
HDA Criança iniciou há 4 dias quadro de dor abdominal periumbilical de moderada intensidade, do tipo cólica, que melhorava com o uso de tylex. A mãe refere surgimento concomitante de icterícia. Nega associação da dor à alimentação, nega febre, colúria, acolia fecal, prurido e vômitos. Como a dor persistiu sem alteração e a icterícia se agravou, procurou assistência médica no HRAS.
REVISÃO DE SISTEMAS Hiporexia há 2 dias ANTECEDENTES FISIOLÓGICOS G4 P2 A2 A mãe refere sangramento no 1º trimestre da gestação Nasceu a termo de parto natural, com Apgar 8/9 Peso: 2970 Comprimento: 47,5 * Vacinação completa (inclusive anti pneumococo e anti meningococo)
ANTECEDENTES PATOLÓGICOS AVE aos 2 anos quando recebeu o diagnóstico de anemia falciforme (SS). Faz acompanhamento no Hospital Apoio. Usou Pen V oral até os 5 anos e atualmente em uso de ácido fólico. Em função do AVE relatado, faz hemotransfusão crônica (21/21 dias). 1ª internação- pneumonia e AVE 2ª e 3ª internações- crise álgica 4ª internação- atual
EXAME FÍSICO Ectoscopia: BEG; consciente; colaborativo; ictérico (4+/4+); afebril; eupneico em ar ambiente. AC: RCR em 2 tempos, sopro sistólico (3+/6+) com epicentro em foco tricúspide. FC= 84bpm; pulsos amplos AR: murmúrio vesicular fisiológico presente sem RA; FR= 28irpm; taquidispnéia leve Abdome: algo distendido; RHA presentes; normotimpânico; muito doloroso em hipocôndrio direito; fígado 3cm do RCD, baço 4cm do RCE; sem sinais de peritonite Extremidades: boa perfusão Pele: ictérica, escleras ictéricas Oroscopia e otoscopia sem alterações
MANEJO HD: 1)Anemia falciforme + hepatite (fulminante?) 2)Colestase obstrutiva Conduta: 1) Solicitado eco abdominal, proteínas totais e frações, hemograma completo, amilase, TGO e TGP, bilirrubinas totais e frações, TAP e INR, PCR 2) Vitamina K 5 mg IV/ dia durante 5 dias
RESULTADOS ECO abdominal (24/03): dilatação de colédoco com cálculo em topografia de cabeça de pâncreas. Vesícula biliar de paredes espessadas com lama biliar e microcálculos .
EVOLUÇÃO 24/03 Clínica mantida. Conduta: Solicitar CPRE Iniciado ampicilina com sulbactam Parecer à cirurgia pediátrica (aguardar CPRE) APRESENTOU 1 PICO FEBRIL ÀS 18H DE 38,2°C
EVOLUÇÃO 25/03 Febre no dia anterior, mas resolução da dor abdominal, aceitando parcialmente a dieta. Sem acolia, colúria, vômitos ou prurido. Mantinha icterícia ao exame físico, porém o exame abdominal era normal. Conduta: Novo USG abdominal Transfusão de concentrado de hemácias
EVOLUÇÃO 26/03 Melhora parcial da icterícia (2+/4+). Mantendo bom estado geral. USG abdominal: “não se observa mais o cálculo no colédoco na topografia da cabeça do pâncreas. O colédoco encontra-se hoje com calibre normal para idade.” Conduta: Novos exames de controle Suspender CPRE Novo parecer à cirurgia pediátrica (cir eletiva) Solicitado colangiorressonância
EVOLUÇÃO 27/03 Realizou colangiorressonância no HBDF sem inrercorrencias. Permanece sem queixas clínicas Conduta: Alta hospitalar Amoxicilina + ácido clavulâmico Encaminhamento à cir pediátrica
Epidemiologia • A anemia falciforme é a doença hereditária monogênica mais comum do Brasil, ocorrendo, predominantemente, entre afro-descendentes. • A distribuição do gene S no Brasil é bastante heterogênea, dependendo de composição negróide ou caucasóide da população. • Mutação pontual no gene da cadeia da globina
FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME Hemoglobina A Hemoglobina S
FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME
FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME
FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME
FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME
COLELITÍASE Dor no HD Falcização hepática Sequestro hepático Colestase intra-hepática Colelitíase Coledocolitíase Colecistite Hepatites Virais
DIAGNÓSTICO hematócrito, hemoglobina e eritrócitos reticulocitose de 3-15% hiperbilirrubinemia indireta LDH haptoglobina corpúsculos de Howell-jolly e de Heinz hemácias em alvo
DIAGNÓSTICO • Eletroforese de hemoglobina em pH alcalino e ácido • Teste de solubilidade
TRATAMENTO • Antibioticoterapia se infecção suspeita ou documentada • Hidratação vigorosa • Analgesia potente em crises álgicas (incluindo narcóticos) • Intervenção cirúrgica (priapismo)
TRATAMENTO • Hemotransfusão: • Crise anêmica (aplásica, seqüestro esplênico) • Crise álgica refratária • Hematúria prolongada • Pré-operatório (manter Hb > 10g/dL)
PROFILAXIA • diagnóstico neonatal seguido de orientação e programa de educação familiar através de regular acompanhamento ambulatorial • profilaxia medicamentosa com penicilina • vacinação contra pneumococos, Hibe meningococo nas idades apropriadas • identificação precoce e manejo apropriado dos episódios febris, considerando-os como potenciais eventos sépticos • Ácido fólico 1-5 mg/dia
PROFILAXIA • Penicilina V oral na dose de 125 mg em crianças menores de 2 anos e 250 mg em maiores de 2 anos, diariamente, de 12 em 12 horas • penicilina benzatina a cada 21 dias, na dose de 300.000 UI em crianças com peso inferior a 10 kg • 600.000 UI naquelas com peso entre 10 e 27 kg, e 1.200.000 UI naquelas acima de 27 kg.
PROFILAXIA • Hemotransfusão crônica: • Historia de AVE • Retinopatia grave • Doença renal progressiva • Pacientes com alteração do Doppler intracraniano
Novas propostas terapêuticas • Hidroxiuréia • Transplante de medula óssea
Referências bibliográficas Morais M B, Campos S O, Silvestrini W S. Pediatria-Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Barueri, SP: Manole, 2005 Behrman R E, Kliegman R M, Jenson H B. Nelson- Tratado de pediatria.RJ: Guanabara Koogan, 2002 Lorenzi T F. Manual de hematologia, propedêutica e clínica. RJ: Medsi, 2003 Robbins e Cotran. Patologia. RJ: Elsevier, 2005 Cançado R D, Jesus J A. A doença falciforme no Brasil. Rev. bras. hematol. hemoter. 2007;29(3):203-206 Di Nuzzo DVP e Fonseca SF. Anemia falciforme e infecções. Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº5, 2004. Naoum F A. Manifestações clínicas da doença falciforme e tratamento específico. Disponível em: http://www.hemoglobinopatias.com.br/d-falciforme/clinica.htm (acessado dia 04/04/09) Naoum FA, Naoum PC. A falcização. Disponível em: http://www.hemoglobinopatias.com.br/d-falciforme/fisio-falci.htm (acessado dia 04/04/2009) Traina F, Saad STO. Complicações hepáticas na doença falciforme. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.29 no.3 São José do Rio Preto July/Sept. 2007