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FUNDAÇÃO FACULDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS DISCIPLINA DE GENÉTICA BÁSICA Neurofibromatose tipo 1: do genótipo ao fenótipo. Ana Luiza Berwanger da Silva Cássia Gomes da Silveira Melissa Pacheco do Nascimento Tamara Azambuja da Silva
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FUNDAÇÃO FACULDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE PORTO ALEGRE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS MORFOLÓGICASDISCIPLINA DE GENÉTICA BÁSICANeurofibromatose tipo 1: do genótipo ao fenótipo Ana Luiza Berwanger da Silva Cássia Gomes da Silveira Melissa Pacheco do Nascimento Tamara Azambuja da Silva Monitora orientadora: Carolina Dutra
INTRODUÇÃO • FACOMATOSES Doenças neuroectodermais que envolvem a pele e/ou os olhos, SN e um ou mais sistemas do corpo • Peculiaridade: Hamartomas e outros tumores • História natural e manejo semelhantes
QUATRO FACOMATOSES CLÁSSICAS • NF1 • NF2 Genes supressores • Esclerose Tuberosa de Tumor • Síndrome de von Hippel-Lindau
NEUROFIBROMATOSES • Tecidos derivados da Crista Neural 1os afetados Doença de von Recklinghausen • Extrema heterogeneidade Nova • Clonagem dos genes específicos classificação
HISTÓRICO - Neurofibromatoses • Séc.:XIII mais antigo portador de NF: Heinricus (Áustria) • 1793 Tilesius: 1a descrição de Tu fibrosos múltiplos da pele “wart man” • 1882 Frederich D. von Recklinghausen identificou NF como entidade nosológica individualizada • Séc.: XIX Joseph Carey Merrich - “Homem Elefante” • 1987 Barker et al. e Sezinger et al. Mapearam os genes da NF1 (cromossomo 17) e da NF2 (cromossomo 22)
NF1 -“Neurofibromatose Periférica ou Doença de von Recklinghausen” • Doença autossômica dominante • Alto grau de variabilidade da expressão clínica • Penetrância 100% • Expressividade relacionada à idade
EPIDEMIOLOGIA • Distúrbio genético dominante mais freqüente • 1:3.000 a 1:5.000 nascidos vivos • 50% dos casos representam mutações novas • Taxa de mutação para o gene NF1 = 1/10.000 NV
EPIDEMIOLOGIA • Mais de 80% das novas mutações são de origem paterna exceto deleções amplas (5%) • Não foi estabelecida relação: Idade paterna X Mutações novas
EPIDEMIOLOGIAIdade • Prevalência > em jovens morte precoce dos adultos subinvestigação dos pacientes com idade mais avançada • Incidência mundial • Sexo masculino = feminino
EPIDEMIOLOGIA • Raça glioma óptico Raça branca Tu carcinóide Raça negra • Manifestações clínicas com a idade • Taxa de fertilidade é 1/2 valor normal (< homens)
CLÍNICA • Expressão clínica variável múltiplos sistemas orgânicos • 3 principais manifestações: Neurofibromas cutâneos 90%dos Manchas café-com-leite pacientes Nódulos de Lisch durante a puberdade
CLÍNICA CRESCIMENTO • Não há complicações pré-natais • 1/3 apresentam retardo de desenvolvimento pós-natal • Macrocefalia • Puberdade precoce Neurofibromas • Alta estatura Plexiformes
CLÍNICA DESENVOLVIMENTO E COMPORTAMENTO • Retardo mental (4 a 8%) grande deleção no gene NF1 ( genes contíguos ? ) • Déficit de Aprendizagem orientação visoespacial memória a curto prazo
CLÍNICA MANCHAS CAFÉ-COM-LEITE • 1ªs manifestações a aparecer durante os 1ºs 2 anos de vida • 0,5 a 50 cm diâmetro • Coloração Raça Exposição solar • EFÉLIDES
CLÍNICA NÓDULOS DE LISCH • sinal patognomônico • Inofensivos e assintomáticos • Infância • Exame lâmpada de fenda • com a idade • Úteis para confirmação diag. em pctes sem HF
CLÍNICATUMORES NEUROFIBROMAS Tu benignos derivados das bainhas nervosas Disseminados Idade adulta/progressivos • Neurofibromas Dérmicos cutâneos ou subcutâneos pequenos e discretos
CLÍNICA etiologia e patogênese ñ compreendidas níveis neurofibromina etapa necessária, mas não suficiente • Neurofibromas Plexiformes Tu grandes e amorfos Início da vida Propensão à malignidade
CLÍNICA TU MALIGNOS PERIFÉRICOS DE BAINHA NERVOSA • = neurofibrossarcomas • um dos principais tu encontrados • 2-4% provêm de N.plexiformes • forma agressiva c/ alto índice de Mtx à distância • prognóstico pobre
CLÍNICA TU VIA ÓPTICA • 2º tu mais comum • 15% dos pctes c/ glioma envolvem tu de via óptica • 1/2 sintomáticos • 1ºs anos da infância • não são malignos perda da visão
CLÍNICA LEUCEMIA MIELÓIDE JUVENIL CRÔNICA • Associação significativa entre 2 entidades 10% das crianças com LMJC tb possuem NF1 • Homens que herdam NF1 das mães > risco • Único tipo de Tu, cuja oncôgenese consiste: • mutação de inativ. gene NF1 • ativação do gene Ras
DIAGNÓSTICO • Clínico • Dificuldades: variabilidade fenotípica • Critérios estabelecidos em 1988 por National Institutes of Health Consensus Development Conference- NIH • 2 ou + características são suficientes p/ estabelecer o diagnóstico
DIAGNÓSTICO Considerar idade no momento de aplicar os critérios diagnósticos ! • Idade p/ apresentação clínica • Se HF + tendência de diagnosticar parente c/ apenas 1 sinal clínico • Exames complementares
DIAGNÓSTICO MOLECULAR • Viável para apenas algumas famílias • Análise Direta do DNA diag. pré-natal rastreamento de pré-sintomáticos c/ HF + • Estudos de Ligação com Marcadores DNA • FISH »»» microdeleções
DIAGNÓSTICO MOLECULAR Protein Truncation Test ( PTT) • Rastreamento de mutações do gene NF1, quando o diag. clínico é duvidoso • Leucócitos (DNA) • Transcrição e tradução in vitro • Eletroforese • DETECTA: Erros que alteram completamente o produto do gene NF1
DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL • Recomendado nas gestações c/ um dos progenitores afetados • Análise Direta do DNA mutação identificada na família • Estudos de Ligação nº razoável de familiares afetados - marcadores conhecidos
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Manifestações Cutâneas (manchas café-com-leite) • S. de Russel-Silver • S. de Bloom • S. de Noonan • S. de Watson • LEOPARD • S. de Sotos e Proteus
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Hamartomas • S. de Bannayan-Riley-Ruvalcaba • S. de Carney • S. de Proteus • S. de Maffucci • D. de von Hippel-Lindau • Polipose adenomatosa familiar
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Neoplasia endócrina múltipla 2B • Schwannomatose • Lipomatose múltipla • Neurofibromatose espinhal familiar »»» neurofibromas para-espinhais Manifestações Esqueléticas • S. de McCune-Albright »» pseudo-artrose na NF1
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Síndrome de Noonan ou Síndrome Neurofibromatose-Noonan ? • Doença autossômica dominante • Manchas café-com-leite S. de Noonan clássica • Manifestações da S. de Noonan variabilidade de NF1 clássica ?
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Neurofibromatose tipo 2
ASPECTOS MOLECULARES • A estrutura do gene NF1 1987 Mapeado na r. pericentromérica do braço longo docromossomo 17 (estudo de ligação) 1990 Isolado pela primeira vez (clonagem posicional) Recentemente Seqüenciado inteiramente e localizado na r. proximal de 17q (17q11.2)
GENE NF1 • Compreende mais de 350 kb de DNA • Região cromossômica 17q11.2 • Codifica um RNAm de 11-13 kb • Contém, no mínimo, 59 éxons
GENES DENTRO DE GENES • 3 genes contidos em um dos íntrons do gene NF1 (íntron 27) EVI2A, EVI2B, OMGP Pseudogene AK3 • Transcrição ocorre no sentido oposto à do gene NF1 (3´ 5´) Mecanismo envolvido na gênese da NF1?
GENES DENTRO DE GENES Evento fisiológico normal ! Transcrição Transcrição EVI2A, gene NF1 EVI2B, OMGP (5´ 3´) (3´ 5´) Eventos independentes que ocorrem em momentos diferentes !
GENES DENTRO DE GENES • Contribuição incerta na gênese da doença. • Função das proteínas codificadas por esses genes, as quais diferem da neurofibromina, permanecem desconhecidas até o momento.
GENES DENTRO DE GENES • Contribuição na variabilidade de expressão da síndrome? • Gene EVI2A cérebro, m. óssea, céls. sangue • Gene EVI2B m. óssea, céls. sangüíneas • Gene OMGP codificador da glicoproteína mielina dos oligodendrócitos (OMGP), expressa somente nos oligodendrócitos do SNC.
ASPECTOS MOLECULARES • Origem distinta dos tecidos afetados clinicamente • Hipóteses: Não se conhecem as funções dos produtos dos 3 genes contidos no gene NF1 Apenas 10% da neurofibromina possuem função conhecida
SPLICING ALTERNATIVO • Splicing remoção de íntrons presentes em meio a regiões codificadoras de genes eucarióticos, gerando um RNAm maduro, que pode ser traduzido em uma proteína funcional. • Formas alternativas de splicing remoção de éxons e/ou permanência de íntrons. • Isoformas do produto do gene NF1 = proteínas muito similares entre si NEUROFIBROMINA
SPLICING ALTERNATIVO • 4 formas alternativas de splicing: GRD II no éxon 23a da NF1-GRD 3´ALT no éxon 48a da terminação 3´ 5´ALT1 no éxon 9 5´ALT2 Isoforma específica dos neurônios, contendo o éxon 9a restrita aos neurônios do cérebro, hipocampo, tálamo e corpo estriado
EXPRESSÃO DO GENE NF1 • NF1 se expressa em muitos tecidos do corpo • Neurofibromina detectada: cérebro, rim, fibroblastos da pele, leucócitos, baço, pulmão, músculos melanoma, neuroblastoma, timoma, neurofibroma, neurofibrossarcoma, ca cólon e pulmão As células que mais expressam as mutações do gene NF1 são aparentemente derivadas da crista neural.
O PRODUTO DO GENE NF1 = A NEUROFIBROMINA • Gene NF1 codificador de uma proteína análoga à Ras-GAP (proteína de ativação GTPase) NEUROFIBROMINA • Peptídeo intracitoplasmático de 240 kDa, com 2818 aminoácidos
O PRODUTO DO GENE NF1 = A NEUROFIBROMINA • Promove a hidrólise intrínseca da GTP ligada à Ras • Põe fim à sinalização intracitoplasmática da proliferação celular Regulador negativo da via de transdução de sinal mediada pela Ras • MUTAÇÕES INATIVAÇÃO GENE NF1 SINALIZAÇÃO Ras CRESC. CELULAR