740 likes | 1.26k Views
TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS. TERAPIA GÊNICA. Genética Humana Prof a . Dr a . Ana Elizabete Silva. TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS. Na maioria das vezes o tratamento das doenças genéticas é somente paliativo: -aliviar a dor -melhorar a qualidade de vida .
E N D
TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS TERAPIA GÊNICA Genética Humana Profa. Dra. Ana Elizabete Silva
TRATAMENTO DE DOENÇAS GENÉTICAS Na maioria das vezes o tratamento das doenças genéticas é somente paliativo: -aliviar a dor -melhorar a qualidade de vida amenizando os sintomas ao invés de agir na causa primária: o gene
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DOENÇAS MONOGÊNICAS -Tratamento se baseia na reposição da proteína deficiente → melhora do funcionamento ou minimizando as consequências de sua deficiência -efetivo em 12% dos distúrbios DOENÇAS COMPLEXAS – MULTIFATORIAIS -se o fator ambiental é conhecido: oportunidade efetiva de intervenção → modificação ou não exposição ao fator ambiental -tratamento cirúrgico ou médico Quanto mais precoce o diagnóstico e instituído um tratamento → mais favorável será a evolução dos pacientes.
Transplante de órgão Ativação de um gene dormente Fornecimento da proteína Evitar o agente danoso Remoção do produto tóxico acumulado Dieta especial ADA e Talassemia: Medula óssea Talassemia Beta: Gene da cadeia da hemoglobina Hemofilia A/B: fator VIII/IX de coagulação. Diabetes: insulina Xeroderma pigmentosum: luz solar D. Wilson: acúmulo de cobre penicilamina e trientina Fenilcetonúria: dieta baixa de fenilalanina TRATAMENTO AO NÍVEL DO FENÓTIPO AFETADO
DOENÇAS MONOGÊNICAS COM TERAPIA EFETIVA • Hiperplasia adrenal congênita: reposição hormonal • Fenilcetonúria: restrição dietética de fenilalanina • Hemofilia: reposição do fator • Imunodeficiência combinada grave: transplante de medula • Cistinúria: ingestão de líquidos: D-penicilina • Agamaglobulinemia: reposição de imunoglobulinas • Acidúria metilmalônica: vitamina B12 • Doença policística adulta: transplante renal
DOENÇAS MULTIFATORIAIS COM TERAPIAS EFETIVAS • Fenda labial e palatina: cirurgia • Estenose pilórica: cirurgia • Cardiopatia congênita: cirurgia e medicação • Hidrocefalia: cirurgia e medicação • Hipertensão: medicação • Úlcera péptica: medicação e cirurgia • Epilepsia: medicação
CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS • Necessidade de uma avaliação a longo prazo: o tratamento aparentemente bem sucedido pode demonstrar-se imperfeito • Após longa observação apresenta inadequações: Ex. PKU Manifestam distúrbios de aprendizagem e comportamento → prejuízo no desempenho acadêmico Crianças bem-tratadas→ escapam de RM → QI normal
CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Tratamento bem-sucedido de mudanças patológicas em um órgão → podem surgir problemas inesperados em tecidos, antes não observados (pacientes não sobreviviam tempo suficiente). Ex.: Galactosemia galactose-1-fosfato UDPG GALT Quadro clínico: Problemas gastrintestinais Cirrose hepática Catarata RM grave Criança tratada: Problemas de aprendizagem Mulheres desenvolvem insuficiência ovariana → toxidez continuada de galactose
CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Outros exemplos: • Cistinose: acúmulo de cistina nos lisossomos → insuficiência renal → pacientes com transplante renal após envelhecimento → desenvolvem hipotireoidismo, diabetes e anomalias neurológicas • Retinoblastoma: tumor de retina → pacientes correm o risco de desenvolver outras malignidades independentes após a primeira década: osteossarcoma
CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO DAS DOENÇAS GENÉTICAS Efeitos colaterais a longo prazo: Exemplos: • Hemofilia: infusão do fator de coagulação → formação de anticorpos contra a proteína • Talassemia: transfusão de sangue → sobrecarga de ferro
Desvio Metabólico: Distúrbios do ciclo da uréia -conversão da amônia em uréia -defeito enzimático → hiperamonemia -benzoato de sódio → ligação da amônia com glicina → hipurato Inibição: Hipercolesterolemia Familiar Lovastatina: redução 40 a 60% nos níveis de LDL-colesterol do plasma nos heterozigotos
Terapia Gênica Envolve diversas tecnologias que têm em comum, um novo conceito terapêutico a introdução de material genético para atuar na causa fundamental da doença :o gene, fragmento gênico ou oligonucleotídeos • Descreve qualquer processo destinado a tratar ou aliviar doenças pela modificação genética das células do paciente.
1º Passo: Gene de interesse Organismo-alvo
Gene + Redulagores 2º Passo: 3º Passo: Tecnologia DNA Recombinante - Virais - Não- virais Gene Vetor Organismo- alvo In vivo Transferência dos vetores Ex vivo
TERAPIA GÊNICA EX VIVO x IN VIVO http://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/2bachillerato/genetica/contenido14.htm
PROCEDIMENTO BÁSICO PARA TERAPIA GÊNICA Doença apropriada Estratégia de transferência: ex vivo ou in vivo Células alvo Vetor
CÉLULAS ALVO Características: acessíveis, tempo de vida longo no corpo, alta taxa de proliferação Tipos de células alvo: • Células tronco (medula óssea- cordão umbilical) • linfócitos • fibroblastos de pele • células musculares (mioblastos) • células vasculares endoteliais • hepatócitos
Vetor Ideal • Capacidade de acomodação de um transgene ilimitado; • Baixa imuno e citotoxicidade; • Expressão estável do transgene; • Direcionamento específico para células e tecidos; • Baixo custo; • Fácil produção e manipulação; • Regulação do gene exógeno no tempo e/ou quantidade
1. Inserção de um gene em um vetor 2. Contato Vetor / Célula 3. Entrada e transporte do gene até o núcleo da célula 4. Transcrição do RNAm a partir do gene 5. Tradução do RNAm em proteína 6. Secreção, fixação na membrana ou expressão citoplasmática da proteína
http://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/2bachillerato/genetica/contenido14.htmhttp://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/2bachillerato/genetica/contenido14.htm
Escolha do Protocolo de Terapia Gênica • Patologia célula/tecido-alvo tamanho e tipo de transgene expresso tempo e quantidade de expressão desejada. • Exemplos: Fibrose Cística Parkinson Retinite Pigmentosa Tratar diretamente Órgão específico Tratar Sistemicamente Fígado e Músculo Hemofilia Doenças Metabólicas
Escolha do Protocolo de Terapia Gênica Doenças monogênicas recessivas Expressão do gene funcional Silenciamento do gene anormal DNA Antisense Doenças Monogênicas Dominantes Doenças Adquiridas: HIV, Câncer, Cardiovasculares Mas também podem ser tratadas:
CASO CLÍNICO Parte I: Criança com 8 meses é levado a emergência devido batida na cabeça. O levantamento da história médica mostrou que teve vários episódios de sangramentos nasais. O médico suspeitou de um distúrbio de coagulação e solicitou exame de triagem. Parte II: Os resultados da triagem de coagulação mostraram a análise de tempo de protrombina e funcionamento das plaquetas normais. Porém mostraram um tempo prolongado de protromboplastina parcial ativada, suspeitando de alteração de fator de coagulação. Os resultados mostraram que Ethan tem menos de 1% de atividade do fator IX de coagulação, consistente com diagnóstico de hemofilia B.
CASO CLÍNICO Parte III: Os pais foram encaminhados a um hematologista e uma equipe de genética para explicar as características da doença (recessiva ligada ao X) e opções de tratamento. • Mutação no gene do fator VIII (Hemofilia A) ou IX (Hemofilia B) de coagulação • afeta 1:5000 homens • Sintomas: sangramento espontâneo nas juntas, nos tecidos moles e órgãos vitais • Tratamento: injeções regulares de fator VIII ou IX
CASO CLÍNICO Parte IV: O hematologista explica sobre o tratamento usando uma infusão intravenosa de fator IX recombinante ou derivado de plasma. Devido a herança ligada ao X também solicita o teste genético na criança e na mãe. Geralmente uma mutação sem sentido que leva ao término de leitura prematuro da tradução da proteína. Mais de 2100 mutações diferentes http://maxianarellidebemcomavida.blogspot.com/2009_03_01_archive.html
CASO CLÍNICO Parte V: Após 18 anos, Ethan foi internado várias vezes. Os pais ficaram sabendo sobre a terapia gênica e procuraram o hematologista para ser incluído no ensaio clínico. Neste ensaio a terapia é injetada diretamente no músculo 6 pacientes submetidos à terapia gênica • Procedimento: • extração de células da pele (fibroblastos) • inserção do gene normal em plasmídeo (não provocam rejeição pelo organismo) inseridos nos fibroblastos por choque elétrico clonagem dos fibroblastos • pacientes receberam implantes dos fibroblastos no abdomem, após pequenas incisões • aumento de 1 a 4% do fator VIII (melhora qualidade de vida dos pacientes) • benefícios foram temporários: apenas 10 meses
CASO CLÍNICO Parte VI: Ethan participou de um ensaio de terapia gênica usando AAV recombinante direcionado ao fígado pela veia porta. Houve um pequeno aumento nos níveis de fator IX, mas ainda não o suficiente.
Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica - Imunodeficiência (ADA) Lewis, R., 2004.
Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica - Imunodificiência (ADA) • Deficiência da Adenosina Desaminase (1990) – Primeira Terapia Gênica • Duas meninas uma 4 e outra de 8 anos com SCID receberam seus próprios leucócitos intravenoso após tratamento com TG introduzido o gene normal para ADA; • Nos anos seguintes elas permaneceram relativamente saudáveis, mas com tratamento sendo repetido; • Uma precisou de PEG-ADA (enzima sintética) e a outra apresentou 25% de suas células T normais. • Desde 1991: > 90 pacientes foram tratados usando células fronco do cordão umbilical ou medula óssea • Os pacientes têm sobrevivido, a maioria sem terapia complementar
Sucessos e Insucessos da Terapia Gênica Imunodeficiência Combinada Severa Ligada Ao X – XSCID • Devido mutação do gene IL2RG: codifica a cadeia do receptor IL-2 • Pacientes faltam células T e células B prejudicadas • Paris: 10 crianças selecionadas para terapia gênica: células da medula óssea retrovírus • 9/10 crianças apresentaram células T com o gene transduzidos • Duas crianças desenvolveram leucêmia de células T (~ 3 anos após a terapia) inserção do retrovírus próximo ao promotor do oncogene LMO2 • Londres: 17/20 pacientes apresentaram benefícios da terapia gênica (seguimento por 10 anos) após: 1 paciente desenvolveu leucêmia • Desses casos 1 paciente morreu devido leucêmia
VÍTIMA DE TERAPIA GÊNICA • Universidade de Pensilvania: rapaz de18 anos faleceu durante triagem de TERAPIA GÊNICA faleceu 4 dias após a terapia falência múltipla de órgãos • Doença: deficiência de ornitina transcarbamilase (OTC): doença ligada ao X distúrbio do ciclo da uréia (fígado) causa níveis impróprios de amônia no sangue Vetor adenoviral (alta dose- 38 trilhões de adenovírus) injeção no fígado altos níveis de IL-6 consequências sistêmicas síndrome de resposta inflamatória sistêmica letal
VÍTIMA DE TERAPIA GÊNICA • Julho/2007: mulher de 36 anos com artrite reumatóidefaleceu 22 dias após receber a segunda dose de um gene terapêutico para artrite. Após investigação pela FDA não foi possível atribuir a morte da paciente a terapia
TERAPIA GÊNICA DO CÂNCER • Cerca de 650 protocolos: triagem clínica • 2/3 dos protocolos de terapia gênica em estudo envolvem cânceres não herdados • introdução de genes supressores de tumor para restaurar a função perdida. • Ex.: inserção do gene TP53 normal em tumores de pulmão bloquear a progressão tumoral e apoptose
TERAPIA GÊNICA DO CÂNCER • Imunoterapia: introdução de lipossomos com DNA para HLA-B27 em melanoma: • expressão de HLA-B27 na superfície das células e destruição pelas células T citotóxicas regressão do melanoma em alguns casos
Terapia Gênica no Brasil - Em 2004 foi criada a Rede de Terapia Gênica • 14 grupos de pesquisa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, financiados pelo Institutos do Milênio do CNPq/MCT. • Pesquisas: introdução de genes com efeito terapêutico Qual o alvo do Brasil? - terapia gênica em câncer - doenças graves do metabolismo - doenças degenerativas e cardiovasculares - vacinas de DNA profiláticas para doenças infecciosas e vacinas de DNA terapêuticas para HPV
Terapia Gênica no Brasil • Rede é composta por: • Rio de Janeiro: o Instituto de Biofísica da UFRJ, o Instituto Oswaldo Cruz e o Instituto Nacional do Câncer (InCa); • São Paulo: os Departamentos de Microbiologia e Biologia Celular e Desenvolvimento da USP, o CINTERGEN da UNIFESP, o InCor e o Instituto Butantã; • Rio Grande do Sul: os Departamentos de Genética e de Biofísica e o Hospital de Clínicas da UFRGS, bem como o Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
TERAPIA MOLECULAR • Gleevec (Imatinib):bloqueia proteína quimérica abl-bcr na LMC • Herceptin (Traztuzumab): anticorpo monoclonal boqueia os receptores c-ERBB2 (Her-2/neu) em câncer de mama metastático • Gefitinibe (Iressa) inibidor do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) inibe ligação do ATP da tirosina quinase ao receptor intracelular câncer de pulmão • Erlotinib (Tarceva) inibidor potente de EGFR câncer de pulmão associado a quimioterapia • Cetuximab ou C225 (Erbitux) anticorpo monoclonal contra sítio de ligação extracelular do EGFR câncer de cólon • Bevacizumab (Avastin) anticorpo humanizado ação antiangiogênica bloqueio do fator de crescimento endotelial vascular circulante (VEGF) câncer de pulmão e colorretal
TERAPIA ANTISENSE • TERAPIA ANTISENSE (AS): inibição da expressão de um produto gênico usando uma sequência de DNA complementar • sequência de 15-20 pb ou complementar ao mRNA inteiro bloqueiam os fatores de iniciação da tradução ou interação do mRNA e ribossomos. SILENCIAMENTO GÊNICO Terapia do Câncer: Genes alvos oncogenes, genes supressores mutantes e moléculas de sinalização
TERAPIA ANTISENSE (AS) AS Oligos nucleases-resistentes
TERAPIA ANTISENSE Aprovado em 1998 contra retinite induzida por citomegalovírus injeção local Oligonucleotídeo antisense: VitraveneTM Vários oligos AS em triagem clínica fase III doenças infecciosas e câncer - Ex.: Oblimersen (Genasense) alvo gene Bcl-2 (vários tipos de câncer) C-Raf, H-Ras, c-Myc, c-Myb, TP53, VEGF ainda não aprovados pelo FDA Validação dos efeitos dos oligos AS: -imuno -Western blotting -RT-PCR Efeitos colaterais: resposta imune; coagulopatias e danos no fígado
RNA interferência - miRNA -considerados como drogas que induzem apoptose e bloqueio do ciclo celular -introduzidos em vetores: adenovírus, vírus adeno-associados (AAV), retrovírus, lipossomos, injeção do RNA, nanopartículas Camundongos: -miR-15a e miR-16-1: tratamento da leucêmia -família miR-29: suprimir câncer de pulmão e leucêmia (LMA) Triagem clínica: alvos -IL-10: tratamento da preeclâmpsia -VEGF e VEGFR-1: degeneração macular -BCR-ABL: LMC
microRNA e Câncer • Ambros et al (1993): descobriram o gene lin-4 (small non-protein-coding RNA) regulação do desenvolvimento de Caenorhabditis elegans • Identificação de ~1000 microRNAs (miRNAs) 20-22 nucleotídeos não codificadores de proteínas • Reguladores negativos da expressão gênica • Regulam >30% de RNAm: função em processos como desenvolvimento, diferenciação, proliferação celular, apoptose e resposta a estresse • Presentes em: C. elegans, D. melanogaster, plantas e mamíferos (humanos) • miRNA: implicados em vários cânceres humanos tanto perda como ganho de miRNA contribuem para o desenvolvimento do câncer
Biogênese do microRNA miRNA: gerado pela transcrição de um longo precursor (pri-miRNA) processado para produzir um segundo precursor (pre-miRNA) 60-100 nucl. Transportado citoplasma processado RNase III Ligação 3’UTR RNAm inibição tradução miRNA final duplex http://www.gene-quantification.de/micro-rna.html#def