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Imunologia Clínica. Doenças auto imunes do trato gastrointestinal. Auto imunidade. Auto-imunidade é a falha em uma divisão funcional do sistema imunológico chamada de auto-tolerância , que resulta em respostas imunes contra as células e tecidos do próprio organismo.
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Imunologia Clínica Doenças auto imunes do trato gastrointestinal
Auto imunidade Auto-imunidade é a falha em uma divisão funcional do sistema imunológico chamada de auto-tolerância, que resulta em respostas imunes contra as células e tecidos do próprio organismo. Qualquer doença que resulte deste tipo de resposta é chamada de doença auto-imune, são doenças que surgem quando a resposta imunitária é efetuada contra alvos existentes no próprio individuo.
O trato gastrintestinal Por estar em estreita proximidade com os inúmeros antígenos potenciais existentes na microbiota residente e no fluxo alimentar, constitui um local de intensa atividade imunológica. Nos indivíduos normais, essa atividade não costuma induzir respostas efetoras imunológicas capazes de mediar à inflamação. O sistema imunológico da mucosa distingue-se por sua capacidade de restringir as respostas a antígenos inócuos da microbiota e dos alimentos, sem, contudo excluir sua capacidade de desencadear uma resposta efetora contra patógenos.
Infelizmente, essa regulação imunológica é algumas vezes desregula devido à presença de certos fatores genéticos adversos ou devido às condições ambientais adversas. Quando essa situação é observada, pode haver desenvolvimento de doenças imunologicamente relacionadas do trato gastrintestinal.
Doença Celíaca A doença celica é um disturbio do intestino delgado, caracterizado por má-absorçao, atrofia das vilosidades e intolerancia a gluten, uma proteina encontrada no trigo, na cevada, na aveia. Também conhecida como enteropatia glúten-induzida ou enteropatia sensível ao glúten. É uma patologia auto imune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos. Resulta de um estado contínuo de resposta imune anormal ao glúten (um composto do trigo). O glúten é formado por quatro componentes protéicos: gliadinas, gluteninas, albuminas e globulinas. Desses, a gliadina é a responsável pela "toxicidade" do trigo. O centeio e a cevada têm na sua composição estruturas protéicas semelhantes à gliadina, denominadas prolaminas, que também causam doença.
A doença é muito comum, embora seja significativamente não-diagnosticada, por causar sintomas mínimos ou ausentes. Fatores genéticos estão implicados no desenvolvimento da doença celíaca, a parte genética responsável pela doença está no cromossomo 6. Ele contém genes responsáveis pela codificação de proteínas de classe II, que apresentam antígenos aos linfócitos T. Capazes de apresentar a gliadina como antígeno. A ingestão do glúten de alto peso molecular e suas substancias relacionadas(gliadina) resulta em acumulo de peptídeos tóxicos inadequadamente digeridos, que provocam lesões nas células absortivas.
Outra hipótese seria a deficiência enzimática, em que uma digestão incompleta do glúten resultaria em acúmulo de peptídeos tóxicos capazes de causar dano à mucosa, e infecção pelo adenovírus 12. A infecção viral sensibilizaria o indivíduo, e o contato posterior com glúten seria o gatilho para o início da doença. A teoria imunológica baseia-se na presença de um infiltrado de células mononucleares,reativos com a gliadina especifica da mucosa e no soro.
Patogenia • Apresentam anticorpos antigliadina no soro, detectados pelo ELISA, que pertecem principalmente a classe IgA. Cerca de 60% dos anticorpos IgA antigliadina no soro são diméricos, sugerindo a sua origem na mucosa intestinal. Anticorpos antiemdomísio e anti- reticulina, que tipicamente pertencem á classe IgA, também são encontrados na maioria dos pacientes com a doença celíaca e nos parentes de primeiro grau que, na presença ou ausência da atrofia da mucosa, compartilham os mesmos antigenos .
As lesões inflamatórias do trato gastrointestinal ocorrem, em grande parte, no intestino delgado, a área de maior contato com a gliadina ingerida. Depois da apresentação do antígeno ao linfócito T helper, tem início toda a cascata da resposta celular e humoral. A mucosa do trato gastrointestinal é a área que mais se modifica neste momento. Grande parte dos pacientes são assintomáticos ou têm sintomas inespecíficos que não chegam a ser investigados.
Manifestações clinicas • Outra parcela desenvolve quadros atípicos levam ao diagnóstico da doença mais comum na infância como diarréia, esteatorréia, flatulência, dor abdominal, aumento de volume abdominal e déficit de crescimento são os achados mais freqüentes. • O duodeno e jejuno proximal estão sempre acometidos, levando à deficiência de ferro e ácido fólico. • A esteatorréia leva a um déficit de B12 e de vitaminas lipossolúveis indicam envolvimento ileal. A presença de úlceras aftóides recorrentes da cavidade oral é outra manifestação descrita. A anemia é multifatorial. • Verifica –se a presença, anti-reticulina e antiendomisio,pertecentes a classe IgA.
Tratamento Consiste da retirada do glúten da dieta. Alimentos contendo trigo, cevada, centeio e aveia devem ser evitados. Suplemento vitamínico e de cálcio devem ser feitos em todos os pacientes. Alguns pacientes não respondem à dieta sem glúten. A hipótese mais provável é a transgressão da dieta.
Anemia Perniciosa É uma doença auto-imune órgão especifico caracterizada por inflamação crônica do fundo e corpo gástrico e pela reação auto-imune dirigida as células parietais gástricas. É uma anemia megaloblástica típica causada pela deficiência de vitamina B12 em decorrência da má absorção. Afeta principalmente adultos entre 50 e 60 anos e são raras em crianças.
Esse disturbio se origina quando o estomago não produz secreções suficientes de fator intrínseco necessárias para a absorção de vitamina B-12, o que ocasiona uma baixa desta vitamina no corpo.
Patogenia • Através de um ensaio de imunofluorescência indireta, detectamos anticorpos anticélulas parietal gástrica.Esse anticorpo cora-se no citoplasma das células gástricas,ligado ao antígeno nos canalítos secretores de FI. • A natureza do antígeno ainda não foi elucidada. • Existem dois tipos de anticorpos dirigidos contra o FI: anticorpo bloqueadores que reage com o sítio de combinação da vit B12 no FI; e o anticorpo de ligação reage com o epítopos (o FI se liga a vit B12 e este complemento se liga ao anticorpo que impede de fazer ligação, com o receptor da vitamina).
Sintomas e Achados laboratoriais • Os principais sintomas da anemia são aqueles de qualquer anemia grave.Palidez e ligeira icterícia. • Os achados laboratoriais revelam macrocitose,VCM aumentado superior a 100fl. • Um dos principais exames para a determinação dos níveis de vit B12 é o teste de Schilling. Administra vit B12 radioativa por via oral e avalia-se a absorção da vit B12 radioativa presente na urina dentro de 24 hs.Apresentando-se anormal na anemia perniciosa devido a má absorção.
Tratamento • Através de reposição da vitamina B12 corrige todos os problemas.
Doença intestinal inflamatória • Pode ser classificada em dois grupos: • Colite ulcerativa:delimita-se e só afeta a mucosa do cólon, a superfície da mucosa é destruída. • Doença de Croh:pode afetar qualquer parte do trato gastrintestinal,classicamente a regiao ileocecal Embora se impossível separa as duas condições com base nos achados laboratoriais, as duas patologias compartilham mecanismos patogênicos comuns.
Patologia • Na colite ulcerativa a reação inflamatória recorrente resulta no aparecimento de lesões crônicas, fibroses.Causando febre,dor abdominal,perda de peso constipação mais do que a diarréia e tenesmo. • A doença de Crohn as ulcerações penetram nas mucosas produzindo fístulas e fissuras.Dores, febre, diarreia
Patogenia • As reações inflamatórias recorrente e crônica reflete uma resposta apropriada a um estímulo persistentemente anormal(ex: alteração estrutural do intestino ou agente causal do meio ambiente) ou uma resposta anormal prolongada a um estímulo normal(resposta imunologia aberrante). • Na doença de Crohn e colite ulcerativa algumas alterações sugerem que o sistema imunológico reage como um papel patogênico. O aumento dos Linfócitos B e T e dos macrófagos.Foi observada a expressão inapropriada de antígeno da classe II de MHC sugerindo que essas células apresentam antígenos próprios.
Achados laboratoriais • Sinais inespecíficos perda de sangue e inflamação,anemia,aumento da velocidade de hemossedimentação,distúrbios eletrolíticos na presença de diarréia intensa. • A determinação da proteína C-reativa pode ser útil no monitoramento das doenças. • Mas os procedimentos de diagnósticos em ambas as doenças são radiologia,endoscópicos e histológicos.
Tratamento • Antiinflamatório sulfasalazina para os casos menos graves enquanto os corticosteróide são utilizados para casos graves.