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MINKA a casa do povo. Residência Takaito Osawa / Gozo Okiyama. MINKA. Em tradução literal significa “casa do povo”, no Período Edo era as residências populares que abrigavam os agricultores, pescadores, artesãos, mercadores e samurais de província. Tipos de MINKA:
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MINKA a casa do povo Residência Takaito Osawa / Gozo Okiyama
MINKA Em tradução literal significa “casa do povo”, no Período Edo era as residências populares que abrigavam os agricultores, pescadores, artesãos, mercadores e samurais de província. Tipos de MINKA: NOKA - habitação rural tradicional MACHYA - habitação tradicional das vilas rurais GYOKA - casa das vilas de pescadores
SENNENYA HAKOGI A CASA DOS MIL ANOS A Guerra de Onin iniciou-se em Kioto no ano de 1467 e durou 10 anos. O morador dessa residência cujo nome foi apagado da história era um pobre samurai de província e foi requisitado pelo seu senhor feudal para a guerra onde morreu em combate. A viúva e filhos continuaram a viver nesta casa rural de apenas três ambientes: os dois primeiros com piso elevado de madeira denominado i-ma servindo de sala e dormitório com 10 m² cada e um terceiro de chão batido que era o setor de serviços com 16 m², servindo de cozinha, área para atividades domésticas denominado doma.
O filho continuou a viver nessa pequena casa cultivando a terra nos períodos de paz revezando com a guarda do castelo do seu senhor daimyô. Em 1580 o senhor feudal dessa pobre família de ji-samurai foi derrotados pelo famoso guerreiro Toyotomi Hideyoshi (construtor do Castelo de Osaka). A partir daí abandonaram a vida militar e se fixaram como granjeiros. A propriedade passou a pertencer ao shogun Tokugawa, quando foi recenseado por um inspetor que a registrou como sennenya ou “a casa dos mil anos”. Foi considerada uma relíquia pela sua aparência de antiguidade desde esse registro governamental, mas hoje os especialista a datam do século XIV. É a mais antiga MINKA do Japão.
A arquitetura residencial popular no Japão se origina das minkasde difícil tradução, que seria algo como “casa da gente do povo”, cuja tradição remonta dez séculos, mas os exemplares mais antigos conservados são do século XV com permanência dessas construções até o início do século XX. Mesmo sendo uma arquitetura formada no meio rural existem exemplos de minkas em áreas urbanas. Havia dois sistemas de modulação das estruturas independentes dessas residências populares a partir do século XVI. Na costa ocidental do Japão predominava a modulação do tatami medida no vão das colunas ou paredes, enquanto na costa oriental a modulação era medida entre os eixos das estruturas.
Com a restauração Meiji a partir de 1868, ocorreu o deslocamento dos mestres-carpinteiros, e os dois sistemas passaram a conviver. A dimensão do tatami ( 1 ken de comprimento) também variava no tempo e no espaço como, por exemplo, o Kyoto tatami 1,91 x 0,95 m, o Hizen tatami 1,88 x 0,93 m, Aki tatami 1,84 x 0,92 m, Chukyo tatami 1,82 x 0,91 m, e com a implantação do sistema decimal moderno passou a ser 1,80 x 0,90 m. A modulação em muitos casos pode mostrar a origem do carpinteiro. O modelo de construção fornecido aos imigrantes pelo KKKK era medido pelos eixos. Modelo de casa fornecido pela KKKK para os imigrantes de Registro: Minka medindo 5 ken x 3 ken (9.00 m x 5,40 m)
A era Meiji iniciada em 1868 foi um marco da abertura do Japão para o comércio internacional. A influência da cultura européia e da sua arquitetura, também modificou a tradicional minkamedieval até o seu desaparecimento completo. A Minka passou a ser um sinônimo de atraso da época feudal com a invasão da arquitetura europeia no Japão. Em Registro encontramos um raro exemplar dessa transição: uma Minka tradicional que sobrevive na casa construída por Takaito Osawa e a residência edificada pelo outro proprietário Gozo Okiyama que mostra as modificações que esse tipo de arquitetura sofreu até a sua substituição pela morada moderna.
A revalorização da Minka foi uma ação decorrente dos precursores do Movimento Moderno no Japão. Essa construção milenar serviu para validar a nova ideologia do modernismo. A simplicidade, a estrutura independente, as paredes leves e móveis configurando a “planta livre”, a ausência de ornamentação com a modulação estrutural marcando a estética da composição e o controle da luz nos ambientes, a integração entre o interior e exterior, todos essas características da Minka foram invocadas da tradição como justificativa histórica da nova arquitetura. Não se considerou que a Minka era muito mais do que uma construção, pois carrega em si os maiores significados simbólicos da cultura tradicional japonesa. Até mesmo a arquitetura sofisticada da Casa de Chá a Sukiya, não buscou o seu modelo nos castelos ou templos. Desde o início se inspirou na Minka.
As marcações ou banzuke são classificadas em quatro tipos: Aimon-banzuke emprega símbolos geométricos como crescentes e triângulos; Mawari-banzuke emprega os números do alfabeto hiragana e se inicia em um cunhal e segue o perímetro do edifício e acompanha uma ordem em espiral no sentido horário; Jiko-banzuke também segue o sistema rotativo em espiral com símbolos específicos; Kumiawase-banzuke da região de Kyoto é o mais empregado com marcações em sistema de coordenadas horizontal (alfabética) e vertical (numeral) como o empregado no mundo ocidental, porém a seqüência alfabética obedece a ordem antiga. Os carpinteiros autodidatas podem empregar marcações mais simplificadas.
Museu Meiji-Mura Residência Kubota Registro SP - Brasil A Minka considerada hoje Patrimônio da Humanidade pela UNESCO é a denominada GASSHÔ-ZUKURI “estilo mãos em prece”, e são preservadas no Japão Central. Shirakawa (Prefeitura de Gifu), Gokayama (Prefeitura de Toyama). O Museu a céu aberto Nihon Minka-en na Prefeitura de Kawasaki preserva exemplares de Minkas de várias regiões, enquanto o Museu Meiji-Mura guarda os exemplares das construções da era Meiji (depois de 1868).