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4. O pós-fordismo e as novas teorias da firma e tecnologia

4. O pós-fordismo e as novas teorias da firma e tecnologia. Paulo Tigre Economia da Tecnologia. Os ciclos longos de crescimento econômico.

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4. O pós-fordismo e as novas teorias da firma e tecnologia

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Presentation Transcript


  1. 4. O pós-fordismo e as novas teorias da firma e tecnologia Paulo Tigre Economia da Tecnologia Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  2. Os ciclos longos de crescimento econômico • Nikolai Kondratieff (1925) foi pioneiro no estudo das ondas largas ao estudar o comportamento histórico dos preços de commodities com base na análise de séries cronológicas de preços no atacado, de 1790 a 1920, nos Estados Unidos e no Reino Unido. • Ele observou que, em períodos de crescimento econômico, os preços das matérias primas e insumos, cuja oferta é inerentemente inelástica em curto prazo, tendiam a subir rapidamente, enquanto que o inverso ocorria em épocas de crise. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  3. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  4. Schumpeter e os ciclos longos • Schumpeter atribuiu a ocorrência dos ciclos de Kondratieff ao processo de difusão de grandes inovações na economia mundial. Ele associou os períodos de prosperidade à fase de rápida difusão de inovações chaves no sistema produtivo, a exemplo da máquina a vapor e da eletricidade. O sucesso de empresários inovadores na introdução de novos produtos e processos proporcionariam uma onda de otimismo diante das perspectivas de grandes lucros. • Ao reproduzir as inovações bem-sucedidas, empresários imitadores realizariam investimentos produtivos e criariam novos empregos favorecendo o crescimento econômico. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  5. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  6. Ciclos longos de desenvolvimento • Schumpeter associou os períodos de prosperidade à fase de rápida difusão de inovações chaves no sistema produtivo. As oportunidades de lucros “supranormais” despertaria o espírito animal do empreendedor, levando-o a investir capital, contratar RH e assim estimular o crescimento econômico Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  7. A fase de declínio econômico • O boom terminaria dando espaço à depressão que se iniciaria quando o potencial de exploração das novas tecnologias se esgotasse. À medida que as inovações se difundem e seu consumo se generaliza, há uma tendência de redução das margens de lucro e geração de capacidade ociosa. • Consequentemente, os empresários reduziriam a produção, interromperiam investimentos e passariam a reduzir custos e a demitir mão-de-obra levando a economia a uma fase de recessão. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  8. Paulo Tigre, Gestão da Inovação Fonte: Freeman, 1997

  9. O processo de destruição criadora em ondas longas de transição Novo potencial tecnológico busca Exaustão do paradigma prevalecente Construção de um novo paradigma Pressão econômica e social para mudança Inércia do velho quadro sócio-institucional Difusão do novo senso comum Construção do novo quadro sócio-institucional Recuperação do crescimento econômico Uso do novo potencial tecnológico Paulo Tigre, Gestão da Inovação Fonte: Carlota Perez

  10. O paradigma das tecnologias da informação • O último quartil do século XX vivenciou o início de uma nova revolução tecnológica, protagonizada pelas tecnologias da informação e da comunicação (TIC). • Ao contrario do fordismo que é intensivo no uso de energia e materiais, a nova onda de destruição criadora é intensiva em informação e conhecimento. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  11. Marcos do esgotamento do fordismo e advento do novo paradigma • Aumento nos preços do petróleo, a partir da crise de 1973, que mostrou que o modelo de crescimento baseado no consumo crescente de materiais e energia barata não era sustentável. • Esgotamento do modelo fordista de produção, baseado na exploração excessiva dos princípios da padronização e divisão do trabalho. • Onda de inovações iniciada com a invenção do transistor no final da década de 1940 que desencadeou, nos 60 anos seguintes, uma série de inovações subsequentes tanto tecnológicas quanto organizacionais. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  12. O esgotamento do fordismo e as crises do petróleo • As sucessivas crises do petróleo interromperam um longo ciclo de crescimento e provocou uma crise do paradigma produtivo intensivo em energia e materiais. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  13. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  14. Esgotamento do modelo fordista de produção • O modelo baseado na exploração excessiva dos princípios da padronização e divisão do trabalho foram questionados pela rigidez e incapacidade de responder as novas características do mercado global. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  15. A origem da microeletrônica • O transistor foi inventado nos Laboratórios da Bell Telephone em 1948. É considerado uma das maiores descobertas ou invenções da história moderna, tendo tornado possível a revolução dos computadores e equipamentos eletrônicos. • A chave da importância do transistor na sociedade moderna é sua possibilidade de ser produzido em enormes quantidades usando técnicas simples, resultando preços irrisórios Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  16. O transistor é um componente eletrônico que começou a popularizar-se na década de 1950, tendo sido o principal responsável pela revolução da eletrônica na década de 1960. São utilizados principalmente como amplificadores e interruptores de sinais elétricos. O termo vem de transferresistor (resistor/resistência de transferência), como era conhecido pelos seus inventores. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  17. Fator – chave do novo paradigma • O transistor é considerado por muitos uma das maiores descobertas ou invenções da história moderna, tendo tornado possível a revolução dos computadores e equipamentos eletrônicos. • A chave da importância do transistor na sociedade moderna é sua possibilidade de ser produzido em enormes quantidades usando técnicas simples, resultando em preços irrisórios • Na medida que sua tecnologia evoluiu de forma exponencial, passou a ser aplicado em um número crescente de industrias e serviços. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  18. A difusão do transistor Nos anos 50/60 os transistores bipolares passaram a ser incorporados a diversas aplicações, tais como aparelhos auditivos, seguidos rapidamente por rádios transistorizados. A indústria norte-americana não adotou imediatamente o transistor nos equipamentos eletrônicos de consumo, preferindo continuar a usar as válvulas cuja tecnologia era amplamente dominada. Foi através de produtos japoneses, notadamente os rádios portáteis fabricados pela Sony, que o transistor passou a ser adotado em escala mundial. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  19. Um circuito integrado, também conhecido por chip, é um dispositivo microeletrônico que consiste de muitos transistores e outros componentes interligados capazes de desempenhar muitas funções. Suas dimensões são extremamente reduzidas, os componentes são formados em pastilhas de material semicondutor. A importância da integração está no baixo custo e alto desempenho, além do tamanho reduzido dos circuitos aliado à alta confiabilidade e estabilidade de funcionamento. Uma vez que os componentes são formados ao invés de montados, a resistência mecânica destes permitiu montagens cada vez mais robustas a choques e impactos mecânicos, permitindo a concepção de portabilidade dos dispositivos eletrônicos. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  20. Evolução tecnológica dos circuitos integrados Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  21. A microeletrônica serviu como base técnica para a imbricação das tecnologias de informática, telecomunicações, optoeletrônica, software e broadcasting e suas múltiplas aplicações que retro-alimentam o processo inovativo. Esta “revolução em miniatura” caracteriza uma trajetória de inovações associada à aplicação das TIC a produtos, processos e servicos. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  22. Fordismo Trabalho fragmentado e padronizado Low-trust/low-discretion majority employed in manufacturing sector/blue collar jobs. Little on the job training required for most jobs. Small managerial and professional elite. Fairly predictable labour market histories Pós-Fordismo Especializacao flexível, trabalhadores polivalentes. High-trust/high-discretion majority employed in service sector/white collar jobs. Regular on the job training, greater demand for knowledge workers. Growing managerial and professional service/class. Unpredictable labour market histories due to technological change and increased economic uncertainty. Impactos do novo paradigma sobre o mundo do trabalho Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  23. Impactos econômicos e organizacionais • Nova estrutura industrial: “wintelismo” (Windows + Intel) • Aumento do conteúdo informacional: ciclos de vida dos produtos cada vez mais curtos. • Economias de velocidade: a redução do tempo necessário para completar um processo permite transformar custos fixos elevados em baixos custos unitários. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  24. Fordismo Mercados nacionais protegidos Produção em massa de produtos padronizados Organizações burocráticas hierarquizadas Competição pela plena utilização da capacidade instalada e cortes de custos Pós-fordismo Competição Global Sistemas flexíveis de produção/pequenos mercados de nicho Estruturas organizacionais flexíveis e horizontais Competição pela inovação, diversificação e subcontratação. Impactos do novo paradigma sobre a economia e os mercados Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  25. O Japão liderou a nova trajetória de inovações organizacionais voltadas para: redução de desperdícios aumento da qualidade, cooperação intra e inter-industrial uso intensivo de informação e conhecimento. Esgotamento do fordismo e as novas práticas de produção Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  26. Origem das teorias econômicas evolucionistas ou neo-schumpeterianas • Chris Freeman resgata o estudo dos ciclos econômicos de Schumpeter, mostrando como a difusão de inovações está no centro dos movimentos cíclicos da economia mundial. • Nelson e Winter (1982) iniciaram uma linha de investigações, apoiada em Schumpeter, Simon, Penrose e Marris e em conceitos transpostos da biologia evolucionista, visando incorporar a questão tecnológica das teorias da firma. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  27. Neo-schumpeterianos e evolucionistas • Charles Darwin: “Não é o mais forte da espécie que sobrevive, nem o mais inteligente; mas sim, o que melhor se adapta às mudanças.” • A competitividade de uma empresa em uma atividade particular é definida como um conjunto de competências tecnológicas diferenciadas, de ativos complementares e de rotinas. • Tais competências são geralmente tácitas e não transferíveis, conferindo à firma um caráter único e diferenciado. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  28. A competitividade de uma empresa em uma atividade particular é definida pelos evolucionistas como um conjunto de competências tecnológicas diferenciadas, de ativos complementares e de rotinas. Tais competências são geralmente tácitas e não transferíveis, conferindo à firma um caráter único e diferenciado. A evolução da firma depende da transformação das competências secundárias em centrais, à medida que surgem oportunidades tecnológica Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  29. Diferenças entre as teorias evolucionistas neoclássicas e das teorias da organização industrial • Consideram que dinâmica econômica é baseada em inovações em produtos, processos e nas formas de organização da produção. • descartam o princípio de racionalidade invariante (ou substantiva) dos agentes econômicos. • rejeita qualquer tipo de equilíbrio de mercado, conforme proposto pela teoria neoclássica, na medida em que não é possível alcançá-lo em ambiente coletivo de flutuações de agentes individuais com rotinas e capacitações distintas. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  30. Paradigma Estrutura, Conduta e Desempenho • Tem origem na obra de Joe Bain como ferramenta básica de análise que argumenta que o desempenho é resultado da conduta das firmas, que por sua vez é determinada pelas características da estrutura de mercado • A Estrutura descreve as características e composição dos mercados e indústrias na economia, ou seja, refere-se ao grau de concentração, e das condições básicas deoferta e demanda. • Conduta refere-se ao comportamento das firmas no mercado e busca responder como se estabelecem os preços. • Desempenho busca avaliar se as operações das firmas Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  31. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  32. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  33. Críticas ao paradigma E-C-D • Schumpeter criticou a excessiva preocupação dos economistas contemporâneos com a estrutura dos mercados – concorrência e oligopólio: A busca de posições monopólicas não é considerada em si uma prática danosa à concorrência, mas o seu móvel principal. • Implicações para as políticas de concorrência: A cadeia de causalidade entre estrutura da industria, a conduta da empresa e o desempenho econômico, que passou a admitir a influência mútua dos fatores: O desempenho, assim como a conduta, também influencia a estrutura de mercado. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  34. Abernathy e Utterback (1975) • A evolução tecnológica causa um padrão particular de evolução da firma e da estrutura da indústria. Nos estágios iniciais de uma indústria, firmas tendem a ser pequenas e a entrada no mercado relativamente fácil, refletindo a diversidade de tecnologias empregadas e sua rápida mudança. • Contudo, quando um padrão dominante emerge, e processos de produção especializados são desenvolvidos, barreiras à entrada começam a crescer e aumentam a escala e o capital necessários para produzir competitivamente. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  35. Modelo de inovação processo e produto de Abernathy-Utterback • Fluidphase: Antes da emergência de um padrão ou projeto dominante há pouco P&D orientado para melhorar o processo produtivo, porque o projeto do produto é instável e o mercado para cada produto é pequeno. • Transitional phase Um padrão dominante emerge na, e processos de produção especializados são desenvolvidos aumentando a escala e o capital necessários para produzir competitivamente. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  36. Aprendizado Cumulativo • Processo no qual a repetição e a experimentação faz com que, ao longo do tempo, as tarefas sejam efetuadas de forma mais rápida e melhor e que as novas oportunidades operacionais sejam efetivamente experimentadas. • A aprendizagem é cumulativa e coletiva (no âmbito da firma) e depende fundamentalmente de rotinas organizacionais codificadas ou tácitas. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  37. A Visão Neo-Institucionalista da Tecnologia • Aspectos institucionais afetam o comportamento econômico North (1990), atribui o desenvolvimento das nações à natureza de suas instituições. As instituições de hoje guardam fortes conexões com as de ontem; daí a importância da trajetória institucional ou path dependency. • Nenhum arranjo institucional pode ser definido como “ótimo”, pois eles são frutos de contingências culturais e políticas típicas de cada país. Em alguns países as instituições se desenvolveram de forma a favorecer o progresso econômico, enquanto em outros países não. O ambiente institucional determina as oportunidades de lucro, direcionando as decisões e o processo de acumulação de conhecimentos das organizações, gerando trajetórias virtuosas ou viciosas. Paulo Tigre, Gestão da Inovação

  38. Velhos Institucionalistas: A Escola Americana • A Escola Institucionalista surgiu no final do século XIX nos Estados Unidos por meio de ThorsteinVeblen, John Commons e Wesley Mitchell e foi muito influenciada pela Escolas Historicistas alemã e inglesa.   • Eles criticaram as teorias econômicas neoclássicas e principalmente os apologistas que dominavam a cena americana, que teriam pretensões universalistas sobre o funcionamento das “leis” econômicas. • Os Institucionalistas argumentavam que o mundo econômico não era imutável e sim condicionado pela influencia de uma história em constante mutação que afeta o indivíduo, as instituições e a sociedade que o cerca. Consideram que o mundo econômico é afetado por fatores históricos, sociais e institucionais que limitam as teorias sobre o seu funcionamento. PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO

  39. Novos Institucionalistas • A Nova Escola Institucionalista se refere as correntes de pensamento que procuram explicar instituições políticas, sociais e econômicas tais como governo, leis, mercados, firmas, convenções sociais, família, etc. a partir da teoria econômica neoclássica. • Os novos institucionalistas são influenciados pela Escola de Chicago e usam a economia neoclássica para explicar áreas sociais normalmente consideradas fora da esfera econômica. Por isso, podem ser vistos como a antítese da velha Escola Institucionalista Americana que procura aplicar os princípios de outras ciências sociais na economia. PAULO TIGRE, GESTÃO DA INOVAÇÃO

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