1 / 17

Interpretações do Brasil

Quanto vale ou é por quilo?. Interpretações do Brasil. Para Roberto DaMatta, o que faz do Brasil, o Brasil?. Interpretações do Brasil. Mestrado e phd em Antropologia por Harvard É o antropólogo de maior renome no Brasil e no exterior

miyoko
Download Presentation

Interpretações do Brasil

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Quanto vale ou é por quilo? Interpretações do Brasil

  2. Para Roberto DaMatta, o que faz do Brasil, o Brasil? Interpretações do Brasil

  3. Mestrado e phdemAntropologiapor Harvard • É o antropólogo de maior renome no Brasil e no exterior • Foi professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional UFRJ (1962- 1987) • É Professor Emérito da Universidade de NotreDame, USA de Antropologia (1987 – 2004) • Atualmente é Professor Titular da PUC- RJ • É autor de Carnavais, Malandros e Heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (publicado em 1979). • Contexto do gov. militar: intelectualidade dividida entre marxistas e não- marxistas (análise do Brasil sem o viés da luta de classes) • Preocupação com identidade nacional, não é recente. A novidade de DaMatta,em CMH, é a interpretação sobre o “dilema brasileiro”, entendendo o Brasil como um “drama, sem ter necessariamente um princípio, um meio e um fim”. Roberto DaMatta (1936, Niterói) Interpretações do Brasil

  4. Influências acadêmicas em DaMatta • Louis Dumont (Homo Hierarchicus) • - Alerta que “indivíduo” é socialmente construído (Séc. XVIII), ao estudar o sistema de castas na Índia • Distingue indivíduo empírico (existente em todas as sociedades) e o indivíduo como valor básico (cultura ocidental moderna) • Categorias analíticas: Individualismo (partes mais importante do que todo) X Holismo (todo mais importante do que as partes) • Universitas (comunidade como fonte do sentido) X Societas (entidade concebida como uma associação de cidadãos com múltiplos interesses) • Escola Sociológica Francesa (Durkheim e Mauss) • Par antinômico (eixo): Indivíduo e Sociedade (ênfase no papel social do indivíduo) Interpretações do Brasil

  5. Principais idéias de DaMatta • Uso da sociologia comparada • Brasil XEUA • “diferentes, mas juntos” “diferentes, mas separados” • “você sabe com quem está falando?” “quem você pensa que é?” • Busca o entendimento do Brasil por seus elementos invariantes • “Você sabe com quem está falando?” • Rito autoritário • representações rituais no Brasil: carnaval, semana da pátria, procissões religiosas (contexto de festa) e a expressão “você sabe com quem está falando?” • Def. ritos: “eventos culturais e sociais(...) que são bons para revelar processos também existentes no dia-a-dia e, até mesmo, para se examinar, detectar e confrontar as estruturas elementares da vida social” • (Mariza Peirano – “Análise Antropológica de Rituais” in O Dito e o feito) Interpretações do Brasil

  6. Principais idéias de DaMatta • Separação autoritária de duas posições sociais • - visão do mundo como foco de integração e cordialidade, • adaptativa (jeitinho, malandragem), mundo da casa (seguro) • - visão do mundo hierárquica, mundo da rua é “hostil” • (sentimento de desconfiança ) • “você sabe com quem está falando?” => • implícita - usada apenas em situação de conflito, “quando • alguém não reconheceu seu lugar” • É desagradável porque quebra o pacto “silencioso e • cordial” de uma sociedade onde cada um deve saber o seu • lugar. Interpretações do Brasil

  7. Principais idéias de DaMatta • indivíduo e pessoa => paradoxo brasileiro • Brasil:sistema social equilibrado e dividido entre duas unidades sociais (indivíduo: sujeito das leis universais e modernizadoras e Pessoa:sujeito das relações sociais e hierarquizantes) • Não é unitário como na Índia (renunciante) ou nos EUA (universal) • “(...) iguala em um plano e hierarquiza em outro, o que - como resultado- promove uma tremenda complexidade classificatória, um enorme sentimento de compensação e complementaridade(..)” • CMH, pág149 • “Qual é a nossa atitude diante da lei que deve valer para todos?” • Indivíduo é para quem as leis são feitas, o anônimo, o “João Ninguém” e se define por oposição a pessoa (sistemas de relações pessoais, de compadrio, de troca de favores). Interpretações do Brasil

  8. Principais idéias de DaMatta • “É como tivéssemos duas bases através das quais pensássemos o nosso sistema. No caso das leis gerais e da repressão, seguimos sempre o código burocrático ou a vertente impessoal e universalizante, igualitária do sistema. No caso das situações concretas, daquelas que a vida nos apresenta, seguimos sempre o código da relações e da moralidade pessoal, tomando a vertente do “jeitinho”, da “malandragem” e da “solidariedade” como eixo de ação. Na 1ª escolha, nossa unidade é o indivíduo; na 2ª é a pessoa. A pessoa merece solidariedade e um tratamento diferencial. O indivíduo, ao contrário, é o sujeito da lei, foco abstrato para quem as regras e a repressão foram feitos” • CMH, pág 169 Interpretações do Brasil

  9. Principais idéias de DaMatta • “Malandragem”, “Jeitinho” e “você sabe com quem está falando?” são modos de navegação social • Jeitinho : cantada, harmonização • “´jeitinho´ e ´você sabe com quem está falando?´ são, pois, dois modos de enfrentar uma mesma situação. O primeiro vai pelo caminho da paciência e conciliação; já o segundo apela para o conflito, fazendo com que a relação englobe a lei” (O que é o Brasil? Pág 50) • Malandragem: profissionalização do “jeitinho” • “O malandro, portanto, seria um agente profissional do jeitinho e na arte de sobreviver nas situações mais difíceis:naquelas que ele está claramente fora ou longe das leis” (O que é o Brasil? Pág51) • “O malandro, diferentemente do bandido, rouba com jeito, invocando simpatia, empatia e laços humanos” (pág 52) Interpretações do Brasil

  10. “Você sabe com que está falando no Brasil e • nos Estados Unidos?” • Um dos artigos da coletânea Tocquevilleanas. Notícias da América, publicada em 2004. • Tais artigos foram escritos para O Estado de São Paulo (2001-2004) e para o Jornal da Tarde (1993-2001), quando o autor se encontrava lecionando nos EUA • O que ocorreu no vôo nos EUA? Interpretações do Brasil

  11. Alexis de Tocqueville (1805-1859): • A democracia na América • “ Parece-me indubitável que, mais cedo ou mais tarde, chegaremos como americanos à igualdade quase completa das condições. Não concluo daí que sejamos chamados necessariamente um dia a tirar, de semelhante estado social, as conseqüências políticas que os americanos tiraram. Estou longe de acreditar que eles encontraram a única forma de governo que a democracia possa dar (...) • Confesso que vi na América mais que a América; procurei nela uma imagem da própria democracia, de suas propensões, de seu caráter, de seus preconceitos, de suas paixões (....)” • Tocqueville vive na América recém-independente por cerca de 1 ano e a compara com a França • A Igualdade na América é considerada extrema porque eles não assistem a própria revolução, já nascem dela. Interpretações do Brasil

  12. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Questão do autor • “Neste trabalho, pretendo discutir a seguinte questão: se o conceito de cidadania implica, de um lado, a idéia fundamental de indivíduo (e a ideologia do individualismo), e, de outro, regras universais (um sistema de leis que vale para todos em todo e qualquer espaço social), como essa noção é percebida e vivida em sociedade onde a relação desempenha um papel crítico na concepção e na dinâmica da ordem social?” (pág 65) • É possível falar de cidadania no Brasil? • No Brasil a cidadania pode ser pensada da mesma forma que nos Estados Unidos e nos países europeus? Interpretações do Brasil

  13. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Cidadania:historicamente localizada e socialmente construída • Premissas iluministas (igualdade e liberdade) e ideais da Rev. Francesa e da independência norte-americana (contestação aos privilégios da nobreza e do clero) • “grande transformação” (terra, dinheiro e trabalho são transformados em mercadoria. Karl Polany em A grande transformação) • T Marshall – As etapas da conquista da cidadania pelo operariado inglês (direitos legais => direitos políticos => direitos sociais). Brasil inverte isso, segundo José Murilo de Carvalho (Cidadania no Brasil. Um longo Caminho) • Concepção de cidadania: o foco é o indivíduo, o caráter é universal e nivelador (todos são iguais em direitos e deveres) Interpretações do Brasil

  14. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Estados Unidos: tipo ideal de sociedade igualitária • Ideologia do mérito, do “homem que se faz por si mesmo” • Alto grau de associativismo • referência ao clássico A Democracia na América (1835, 1º vol. e 1840, 2º vol.) de Tocqueville • Para driblar a ética igualitária => “sociologia do convite” (que permite a discriminação e recria o privilégio) • Cidadania no Brasil: ambigüidade como marca • Dual: conjuga os ideais igualitários e liberais com outra hierárquica, relacional e paternalista. • Idéia de um Estado-Pai (provedor) Interpretações do Brasil

  15. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • “No Brasil, o individualismo é criado com esforço, como algo negativo e contra as leis que definem e emanam da totalidade. Nos Estados Unidos, o individualismo é positivo e o esforço tem sido para criar a unidade ou Union: a totalidade” (pág 76) • “Nos Estados Unidos a idéia de comunidade está fundada na igualdade e homogeneidade de todos os seus membros, aqui concebidos como cidadãos (...) No Brasil, por contraste, a comunidade é necessariamente heterogênea, complementar e hierarquizada. Sua unidade básica não está baseada em indivíduos (ou cidadãos), mas em relações e pessoas, famílias e grupos de parentes e amigos. Sendo assim, nos Estados Unidos, o indivíduo isolado conta como uma unidade positiva do ponto de vista moral e político; mas no Brasil o indivíduo isolado e sem relações (...) é algo considerado altamente negativo (...)” (pág 77) Interpretações do Brasil

  16. “Cidadania – a questão da cidadania em um universo relacional” Roberto DaMatta • Brasil: “casa” e “rua” complementares e compensatórias • “Se no universo da casa sou um supercidadão, pois ali tenho direitos e nenhum dever, no mundo da rua sou um subcidadão, já que as regras universais da cidadania sempre me definem por minhas determinações negativas: pelos meus deveres e obrigações, pela lógica do ‘não pode’ e do ‘não deve’” (pág 93) • Dilema Brasileiro • “Nãohábrasileiroquenãoconheça o valor das relaçõessociais e quenão as tenhautilizadocomoinstrumentos de solução de problemasaolongodasuavida. Nãohábrasileiroquenuncatenhausado o “vocêsabe com quemestáfalando?” dianteda lei universal e do risco de umauniversalizaçãoqueacabariatransformandosuafigura moral num meronúmeroouentidadeanômica (…)” (pág 94) Interpretações do Brasil

  17. Qual é a diferença entre os conceitos de Roberto DaMatta (jeitinho e você sabe com que está falando) e de Sérgio Buarque de Holanda (o homem cordial)? Interpretações do Brasil

More Related