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RIO DE JANEIRO – HÁ 100 ANOS 1908-2008 Parte II de III. Continuação da Parte I: 1908-2008 Continuação do trabalho do ano passado: 1907-2007. Textos em itálico: Ferreira da Rosa , 1928 (mantida a ortografia original).
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RIO DE JANEIRO – HÁ 100 ANOS 1908-2008 Parte II de III Continuação da Parte I: 1908-2008 Continuação do trabalho do ano passado: 1907-2007 Textos em itálico: Ferreira da Rosa, 1928 (mantida a ortografia original) Pesquisa, formatação e texto: Cau Barata (Carlos Eduardo de Almeida Barata) – 20.11.2008
Companhia Docas de Santos 28 de janeiro de 1908 Em 28 de janeiro de 1908, a Companhia Docas de Santos inaugura o seu vasto prédio na Avenida Central (hoje Av. Rio Branco, 46). Projeto do engenheiro Dr. Ramos de Azevedo. Construção de “Antonio Jannuzzi, Filho & Comp”. Solidez, beleza, elegância. Atualmente é a sede da 6.ª Superintendência Regional do IPHAN.
Monumento comemorativo da abertura dos portos 28 de janeiro de 1908 28 de janeiro de 1908 - Inauguração do monumento comemorativo da abertura dos portos, na balaustrada da Glória, como parte dos festejos do centenário. Obra do escultor francês Eugène Bénet, inspirada nas estátuas da praça da Concórdia, de Paris. Sobre pedestais de granito, duas belas mulheres de bronze, uma representando a “Navegação” e a outra, o “Comércio”.
ENQUANTO ISSO... EM PORTUGAL: Assassinato do Rei D. Carlos I (regicídio) e de seu filho. 1 de fevereiro de 1908 “O piquete de cavalaria que acompanhava os soberanos lançou-se imediatamente contra os assassinos. Alguns fugiram; outros, porém, sem arredar pé, continuaram disparando as suas armas. Êstes foram logo prêsos e aquêles, perseguidos pelo clamor público, correram em direção ao cáis, a fim de se atirarem ao rio. Os soldados que foram no seu encalço quiseram matá-los, mas os oficiais não consentiram. Três dos regicidas, no entanto, foram trucidados pelo povo” (Dunlop) Uma fuzilaria.... Tiros para todos os lados. O monarca tombava ao lado da esposa. “Às 5 horas da tarde do dia 1.º de fevereiro de 1908, o rei D. Carlos I, de Portugal, a rainha D. Maria Amélia de Orleans, o príncipe herdeiro D. Luiz Felippe (Duque de Bragança) e o infante D. Manoel haviam desembarcado na estação da estrada de ferro de Lisboa, vindos de Vila Viçosa, quando, ao atravessarem de carro a praça do Comércio, foram inopinadamente atacados por um grupo de homens mascarados que, armados de revólveres e carabinas, fizeram intensa fuzilaria sobre a carruagem imperial.” Manuel Buíça Manuel dos Reis da Silva Buíça, nasc. a 30.12.1876, em Bouçoães, e morto em Lisboa, a 01.02.1908, trucidado pelo povo. Foi um dos regicidas que alvejou de forma mortal, o Rei D. Carlos I. Alfredo Costa Alfredo Luís da Costa, nasc. a 24.11.1883, em Casével, Castro Verde, e morto em Lisboa, a 01.02.1908, trucidado pelo povo. Foi outro dos regicidas que alvejou mortalmente o Rei D. Carlos I e seu filho. D. Carlos I D. Luis Felippe (1863-1908) (1887-1908) “Enquanto isso, na carruagem real, o rei e o príncipe herdeiro, atingidos pelas balas, na cabeça e no peito, debatiam-se no estertor da morte. A rainha, que nada sofrera, de pé na carruagem, gritava desesperadamente, na maior aflição. O infante D. Manoel, levemente atingido, abraçava o corpo exânime de seu pai, beijando-lhe a fronte e as mãos” (Dunlop)
ENQUANTO ISSO... NO RIO DE JANEIRO: Exéquias do Rei D. Carlos I e do Príncipe Luis Felipe. 28 de fevereiro de 1908 “No centro da nave fôra armado um catafalco de cinco metros de altura, sôbre um estrado, para o qual dava acesso uma escada de dez degraus. Todo o catafalco era forrado de veludo negro com franjas prateadas e, do teto, descia sôbre êle uma cúpula, também negra, com lágrimas prateadas. Sôbre a cúpula estava um louterium e uma pequena cúpula encimada por uma cruz. “A notícia do atentado repercutiu dolorosamente no mundo inteiro. Correram os dias de luto” (Dunlop). “Um telegrama espalha na Cidade notícia lúgubre: Mataram D. Carlos, Rei de Portugal, e o seu filho, Luiz Felippe, Príncipe herdeiro!” Em um pedestal, dentro do louterium, ficava a corôa real, sôbre uma almofada. Em cima da cúpula haviam sido colocadas duas ricas urnas, representando os esquifes do rei e do príncipe assassinados. Uma grande aranha de fitas negras vinha do teto até ao chão. Os altares do templo estavam decorados com grandes sanefas de veludo com franjas de prata, bem como as tribunas, os pilares e as areadas. O Altar-mor também fôra revestido de negro.” (Dunlop) “A 28 de fevereiro, a colônia portuguêsa no Rio de Janeiro mandou celebrar na Catedral Metropolitana (Igreja do Carmo – Praça XV) solenes exéquias em sufrágio das almas do rei D. Carlos e do príncipe D. Luiz Felipe”. (Dunlop)
ENQUANTO ISSO... NO RIO DE JANEIRO 28 de fevereiro de 1908 “Ás 11 ½ da manhã já se achava presente todo o Corpo Diplomático e, poucos minutos depois, em carros do Estado, escoltados por um esquadrão de lanceiros, chegava o Presidente da República, Dr. Afonso Augusto Moreira Pena.” (Dunlop) A imagem mostra um aspecto da rua Primeiro de Março, vendo-se as tropas do Exército defronte a Igreja do Carmo, então Catedral, prestando honras fúnebres aos soberanos de Portugal.
Bonde na Galeria Cruzeiro 6 de março de 1908 A partir do dia 6 de março de 1908, os bondes da Companhia Ferro Carril Jardim Botânico passam a fazer ponto final no conjunto de prédios da mesma Companhia, então Avenida Central, números 152, 154, 156, 158, 160 e 162 (hoje Av. Rio Branco). Edifício de 5 pavimentos, com 34,30m de altura e 60m de frente, projetado pelo arquiteto Francisco de Azevedo Monteiro Caminhoá onde, depois, passou a funcionar o famoso Hotel Avenida. Os bondes circulavam no térreo, onde ficava a importante Galeria Cruzeiro, com suas lojas comerciais, bares e restaurantes. A Galeria Cruzeiro localizava-se no andar térreo do Hotel Avenida. Seu nome devia-se a duas galerias que se cruzavam. Era ponto inicial de todos os bondes da Zona Sul.
ESTÁTUA DE CHRISTIANO OTTONI 29 de março de 1908 O monumento foi erigido em frente ao edifício da estação D.Pedro II (atual Central do Brasil), sendo mais tarde transportado para o fundo da praça onde se encontra até hoje. No dia 29 de Março de 1908, foidesvendada, com muita festa, a estátua do Engenheiro Christiano Benedicto Ottoni, defronte da estação inicial da Estrada de Ferro Central do Brasil, da qual foi seu primeiro diretor. Obra do Escultor Bernadelli Bernardelli apresenta ao alto, de pé, a figura de Cristiano Ottoni, tendo uma das mãos sobre o peito. O pedestal, todo em granito, foi retirado da Terceira Residência, medindo 5, 30m de altura. Os quatro cantos do pedestal simbolizam chaminés de locomotivas, deitando grossos rolos de fumo e, nas quatro faces há semicírculos imitando rodas.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA 7 de abril de 1908 Primeira Diretoria: Presidente: Gustavo de Lacerda (O Pais), autor da iniciativa; "Foi na primeira sala do terceiro andar do edifício de O País, sede da Caixa Beneficente dos Empregados do mesmo jornal, da qual era eu secretário, edifício então apontado como uma das belezas arquitetônicas da época, o qual se erguia à esquina da rua Sete de Setembro e à avenida Rio Branco, esta, outrora, denominada Central, que teve lugar a reunião onde se fundou a Associação Brasileira de Imprensa, constante ideal acalentado por Gustavo de Lacerda que, como sabeis, era repórter do aludido jornal junto à Prefeitura. A sala onde se realizou a hoje memorável reunião foi por mim mandada limpar e arrumar, a pedido de Gustavo.” (Manuel Lourenço de Magalhães, no opúsculo “Gustavo de Lacerda e a fundação da ABI”). Vice-Presidente: Francisco Souto (Correio da Manhã); 1.º Secretário: Luis Honório (Jornal do Brasil) 2.º Secretário: Artur Marques (Gazeta de Notícias) Tesoureiro: Alfredo Seabra (O Pais) Procurador: Noel Batista (Jornal do Brasil) Em 7 de abril de 1908, fundou-se a Associação Brasileira de Imprensa - ABI, com o nome de Associação de Imprensa, na sala de sessões da Caixa Beneficente dos Empregados, do jornal O Pais.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA 7 de abril de 1908 A Associação foi despejada do velho prédio de O Pais, por falta de pagamento. Ganhou nova sede no primeiro andar de um sobrado da avenida Rio Branco. Transferiu-se para o prédio da Sociedade Propagadora das Belas-Artes que, por necessitar de espaço, desalojou a ABI. Finalmente, devido à constante fragilidade, por falta de sede, a Associação construiu um edifício, projeto dos arquitetos M.M.M. Roberto, em linhas arquitetônicas audaciosas, para a época. A nova Diretoria foi aclamada na mesma reunião, tendo comparecerido os fundadores: Belisário de Souza (O Pais); Amorim Júnior (O Pais) e Mário Galvão (Diário do Comércio). Belisário de Souza A nova sede ... “Projeto escolhido em concurso nacional de anteprojetos (1936) e que, após a sua conclusão (1938), torna-se a primeira obra de grandes proporções da arquitetura contemporânea no Brasil.” (Alfredo de Brito)
QUARTEL CENTRAL DO CORPO DE BOMBEIROS 23 de maio de 1908 “Depois dessa minuciosa visita, dirigiu-se para uma das varandas internas (próxima imagem) a fim de apreciar um exercício de simulacro de incêndio (primeira imagem). Ao sinal de alarme, os bombeiros puseram-se imediatamente em movimento, simulando a tôrre das mangueiras o prédio incendiado. Funcionou uma bomba com cinco linhas, várias escadas, sacos de salvamento e salva-vidas, com praças do Corpo fingindo de moradores da casa sinistrada. Terminado o exercício com grande perícia e agilidade, os bombeiros receberam muitas palmas e elogios. A seguir, o Presidente da República subiu os 268 degraus da tôrre central, de onde apreciou o imponente panorama da cidade que dali se descortina.” (Dunlop) “Renovado, melhorado e ampliado, inaugurou-se no dia 23 de maio de 1908, o quartel central do Corpo de Bombeiros. O vistoso edifício amanheceu todo ornamentado de bandeiras e folhagens. À 1 hora da tarde teve lugar a cerimônia da inauguração, com a presença do Presidente da República, Dr. Afonso Augusto Moreira Pena, Ministros de estado e altas autoridades civis e militares, além de muitos convidados. Nessa ocasião, as bandas de música tocaram o Hino Nacional. Em seguida, acompanhado das autoridades e convidados, o Dr. Afonso Pena visitou tôdas as dependências do novo edifício, detendo-se a observá-las com atenção, e recebendo explicações do comandante Souza Aguiar.” (Dunlop) “Inaugura-se renovado, melhorado, ampliado, no mesmo lugar – Campo de Santana – o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, com 14.800 m2. Custou 1.302.000$.” A estatística do ano de 1908 registrou 119 incêndios no então Distrito Federal (Rio de Janeiro). No mesmo ano de 1908, em virtude da Exposição Nacional (ver Parte I), o Corpo de Bombeiros montou uma estação, instalada em Pavilhão especial e ao lado do Teatro. O edifício é todo de madeira, em dois andares, claros e espaçosos, tendo 25 metros de comprimento por 15 de largura. É flanqueado por duas torres envidraçadas e iluminadas, apresentando aspecto garrido. Treinamento no pátio interno do Quartel Central do Campo de Santana – foto de 1908.
JOÃO MAXIMIANO MAFRA 25 de maio de 1908 “O monumento está cercado por um majestoso gradil de ferro em forma octogonal que, artisticamente entre circulos e alternadamente, encontra-se ora a coroa imperial ora a legenda D. Pedro I, em letras de ouro, em cada ângulo do gradil encontra-se uma coluna tendo no seu topo um lampião de gás e uma coroa. O gradil não existia quando o monumento foi inaugurado, pois só em 1865 foi colocado. Nas colunas acima referidas, estão registradas as datas seguintes: Nas suas faces principas, abaixo da estátua de D. Pedro I, encontram-se quatro alegorias que simbolizam os rios Amazonas, Paraná, Madeira e São Francisco. Tomou parte nas Exposições Gerais de Belas Artes em 1842, 1843 (Tomás Gonzaga no Cárcere), 1845, 1846, 1847... e 1884. Teve relevante atuação como Secretário da Academia entre 1854 e 1890. Substituiu Vitor Meireles em 1874, na cadeira de Pintura Histórica, quando Vitor foi a Pernambuco em comissão. Autor da tradução, junto com Antonio Francisco Dutra de Mello, do Novo curso pratico, Analytico, Theorico e Synthetico da Límgua Ingleza por T. Robertson. Traduzido e Applicado à Língua Portugueza por ...”. Rio de Janeiro, 1842. Em 26 de Junho de 1855, na Academia de Belas Artes, foram expostas as maquetes e desenhos de 35 artistas, que se apresentaram como candidatos na elaboração da estátua de D. Pedro I. Venceu o concurso o projeto n.º 28, com o pseudônimo de “Independência ou Morte”, de autoria de João Maximiano Mafra. Em terceiro lugar, ficou o escultor francês Louis Rochet. Em 1856, foi firmado contrato para a execução da obra de Mafra com o concorrente francês, Rochet. Houve contestação de Mafra. O monumento tem 15,70m de altura. O peso total do bronze é de 55 tolenadas, sendo: 28 toneladas, o pedestal; 12 toneladas, a estátua eqüestre; 10 toneladas os dois grandes grupos de alegorias e 5 toneladas os dois pequenos grupos de alegorias. “Matriculou-se na Academia Imperial das Belas Artes, na classe de Desenho, em 1835, com 12 anos. Em 1838, distinguiu-se em Pintura Histórica, tendo sido aluno junto com Manuel de Araújo Porto-Alegre. Medalha de Ouro na Exposição Geral de 1847. Por Decreto de 07.05.1856, foi nomeado para o lugar de professor da recém-criada cadeira de Desenho de Ornatos. Foi jubilado em 1890. Com a reforma de 1890, a cadeira de Desenho de Ornatos foi extinta.” Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 25 de maio de 1908, o escultor João Maximiano Mafra, carioca, nascido em 1823. Filho, do alfaiate Zacarias Duarte Mafra e de Rita Renovata da Ressurreição. “Importante frisar que o estatuário francês, Louis Rochet propôs algumas modificações no projeto do monumento, principalmente a modificação do pedestal, que era em forma retangular, passando para octogonal e também representou D. Pedro I segurando o auto da independência, ao invés do chapéu conforme desenho de Mafra. Em 19 de outubro de 1861, chegava da França, no navio “Reine du Monde”, o monumento, e, a 17 de novembro, Louis Rochet. Em 1.º de janeiro de 1862, era lançada a pedra fundamental e já estava marcada a data da inauguração do monumento para 25 de março do mesmo ano.” (Sergio A. Fridman) O Rio Amazonas é representada por uma índia com uma criança, às costas, dormindo, por um índio, por um jacaré, uma cobra, um tigre, um tamanduá e uma arara. O Rio Paraná (imagem),é representado por um índio, segurando uma flecha, por uma índia tocando maracá, por uma anta, um tatu e duas grandes aves. O Rio Madeira é representado por um índio, com arco e flecha, pronto para a ação, por uma tartaruga, uma ave e peixes. O Rio São Francisco(imagem) é representado por um índio sentado, por um tamanduá bandeira e uma capivara. “Distinto desenhista, tendo consagrado toda sua vida ao professorado, sendo lente do primeiro ano do curso de ciências naturais da Escola Politécnica, lente de desenho de ornatos da Academia de Belas-Artes e lente de desenho do Instituto dos Surdos-Mudos. Oficial da Ordem da Rosa e 1.º tenente honorário do exercício.” (Sacramento Blake) À direita, o Catálogo da Academia das Belas Artes, de 1884, com participação do Prof. Mafra. (Acervo: Cau Barata) 12 de outubro de 1798 - nascimento de D. Pedro I 6 de novembro de 1817 - data do casamento de D. Pedro I 17 de outubro de 1829 - data do segundo casamento de D. Pedro I 9 de janeiro de 1822 - Dia do Fico 13 de maio de 1822 - D. Pedro I aceita o título de Defensor Perpétuo do Brasil 12 de outubro de 1822 - D. Pedro I é aclamado Imperador 1.º de dezembro de 1822 - Sagração e Coroação de D. Pedro I 25 de março de 1824 - Juramento da Primeira Constituição do Imério 7 de setembro de 1822 - Independência do Brasil “Caim amaldiçoado – 1851” Óleo sobre tela, 113 x 83,5 cm. Museu D. João VI (EBA/UFRJ) “Retrado de D. Pedro II – 1851” Museu do Estado de Pernambuco “Estátua de D. Pedro I – 1861” Museu do Estado de Pernambuco
Em 06.06.1908, sai o primeiro número da Revista Careta. Revista humorística brasileira que circulou de 1908 a 1960. Periódico fundado por Jorge Schmidt. Entre os colaboradores, os chargistas Raul(Raul Pederneiras) e J. Carlos(José Carlos de Brito e Cunha). J. Carlos Rau
FIM DA SEGUNDA PARTE 1908-2008 (Continua) Pesquisa, formatação e texto: Cau Barata (Carlos Eduardo de Almeida Barata) 20.11.2008