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CAMILA MARES GUIA BRANDI E-mail: residecoadm.hu@ufjf.br

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA EM SAÚDE (ATS). CAMILA MARES GUIA BRANDI E-mail: residecoadm.hu@ufjf.edu.br. TECNOLOGIA EM SAÚDE. Prevenção: vacinação infantil. Procedimento: laparoscopia. Exame diagnóstico: Tomografia computadorizada. Aparelho : implante coclear.

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  1. AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA EM SAÚDE (ATS) CAMILA MARES GUIA BRANDI E-mail: residecoadm.hu@ufjf.edu.br

  2. TECNOLOGIA EM SAÚDE Prevenção: vacinação infantil Procedimento: laparoscopia Exame diagnóstico: Tomografia computadorizada Aparelho: implante coclear Medicamento: insulina para diabetes

  3. Tecnologia em Saúde Tecnologias em saúde são medicamentos, equipamentos, procedimentos e os sistemas organizacionais e de suporte dentro dos quais os cuidados com a saúde são oferecidos.

  4. TENDÊNCIAS ECONÔMICAS PRESSIONAM CUSTOS EM SAÚDE DEMANDA POR CUIDADOS DE SAÚDE RECURSOS DISPONÍVEIS • Mudanças demográficas (envelhecimento) • Transição epidemiológica • Incorporação de novas tecnologias • Variabilidade na prática médica • Restrição orçamentária Kobelt G. Health Economics: an introduction to economic evaluation. London: OHE, 2002

  5. Portanto, possui um enfoque interdisciplinar Tomada de decisão quanto ao abandono ou incorporação AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA EM SAÚDE O que avaliar? procedimentos, equipamentos e medicamentos, envolvendo aspectos de segurança, efetividade, eficácia, factibilidade e indicações para uso, custo, custo-efetividade, bem como consequências sociais, econômicas e éticas de qualquer ação em saúde.

  6. CONCEITO • Área do conhecimento interdisciplinar que estuda as implicações médicas, econômicas, sociais e éticas para desenvolvimento, difusão e uso de tecnologia em saúde.

  7. Tecnologia leve das relações Tecnologia leve-dura equipamentos Tecnologia dura TECNOLGIA EM SAÚDE saberes estruturados, normas, protocolos, conhecimentos Fonte:Merhy, (1997)

  8. Medicamentos Equipamentos ESPECTRO DA TECNOLOGIA DA SAÚDE Tecnologia Médica Tecnologia Biomédica Tecnologia de atenção à Saúde Procedimentos Sistema de suporte Organizacional No setor da saúde Tecnologia em Saúde Fora do setor da saúde

  9. CONTEXTO O que estabelece a Constituição Federal de 1988? Acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, garantido mediante políticas públicas... (art. 195) Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais. Reflexão necessária neste contexto: - Atendimento integral não significa incorporar todas as tecnologias disponíveis no mercado, mas avaliar a oferta segundo: - Necessidade social - Evidência científica - Prioridades da política nacional de saúde - Disponibilidade de recursos

  10. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS • Após a 2ª Guerra Mundial, os gastos com a saúde aumentaram significativamente nos países desenvolvidos em consequência do grande desenvolvimentos tecnológico; • A contenção de gastos implica a necessidade de se avaliar os custos decorrentes do uso dessas tecnologias;

  11. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS • Foi realizada uma comparação das recomendações terapêuticas de um livro texto de 1927 com as de outro de 1975. • Resultados: • 60% dos medicamentos recomendados em 1927 eram perigosos, duvidosos; • apenas 3% eram efetivos; • observou-se que número de medicamentos cresceu sete vezes e os duvidosos reduziram em dois terços nas recomendações de 1975. Fonte: Beeson (apud Banta , 2003)

  12. “Quando foi lançado, em 1999, o Vioxx foi anunciado como um dos remédios mais eficazes para tratar a dor das vítimas de artrite.” “Em 2006 essa história de sucesso foi interrompida. O motivo: o consumo diário de 25 miligramas do remédio, por mais de dezoito meses, dobra os riscos de infartos e derrames. “ Fonte: Revista Veja: 20/08/2006

  13. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS Surgiu como uma resposta às necessidades do sistema de saúde de melhor compreender as consequências da mudança tecnológica no processo de cuidado à saúde ATS é uma ferramenta de auxílio aos formuladores de política nas decisões relacionadas à tecnologia médica

  14. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS • O gestor deve decidir sobre a alocação de recursos limitados frente a uma demanda cada vez maior de intervenções. • Atendendo a princípios de equidade, deve considerar: • Quem irá se beneficiar; • Quem deveria arcar com os custos envolvidos; • Quem ficaria sem cobertura para seu problema de saúde.

  15. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS • Os economistas em saúde desenvolveram métodos sistemáticos de associar efetividade e eficiência; • Inclusão da variável custo no processo de decisão; • Os custos ocupam um papel importante no processo de alocação de recursos; • Objetivo social é maximizar a saúde da população com equidade;

  16. DESENVOLVIMENTO E ADOÇÃO DA ATS • Nem tudo que é tecnicamente possível (seguro e eficaz) é útil (efetivo e eficiente) e conduz a melhoria na saúde individual e coletiva; • Controlar custos sem arbitrariedade reduz o acesso aos cuidados de saúde e implica em conhecer sobre: • Segurança; • Efetividade; • Uso apropriado de tecnologias em saúde.

  17. ATS NO BRASIL • Em 2003, o Ministério da Saúde (MS) organizou uma oficina para elaborar uma proposta para ATS no âmbito do SUS. • Objetivos: • Priorizar as ações de ATS no âmbito do MS; • Focalizar as avaliações nas tecnologias em processo de incorporação na tabela de procedimentos financiados pelo SUS; • Organizar a monitoração de tecnologias (emergentes, novas e em uso) no âmbito do SUS; • Atuar de forma coordenada e colaborativa com a SAS/MS e demais secretarias do MS.

  18. ATS NO BRASIL Foi publicada a Portaria MS nº 1.418, de 24/07/2003, instituindo o Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde, que tem como atribuição: “VI. Definir diretrizes e promover a avaliação tecnológica visando à incorporação de novos produtos e processos pelos gestores, prestadores e profissionais dos serviços no âmbito do SUS.” (BRASIL, 2003)

  19. ATS NO BRASIL Foi criado em novembro de 2003, o Grupo de Trabalho de Avaliação de Tecnologias em Saúde. A partir daí, uma série de ações foram feitas pelo Decit/MS em colaboração com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para fomentar a pesquisa em saúde no sentido de subsidiar o processo de incorporação e monitoramento de tecnologias em uso no SUS.

  20. CLASSIFCAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Quanto à natureza material: • Medicamentos • Equipamentos e suprimentos: ventilador, marca-passos cardíacos, luvas cirúrgicas, kits de diagnóstico etc; • Procedimentos médicos e cirúrgicos; • Sistema de suporte: bancos de sangue, sistema de prontuário eletrônico, etc; • Sistema gerenciais e organizacionais: sistema de informação, sistema de garantia de qualidade, etc.

  21. CLASSIFCAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Quanto ao propósito: • Prevenção: visa proteger os indivíduos contra uma doença ou limitar a extensão de uma sequela (vacinas); • Triagem: visa detectar a doença, anormalidade, ou fatores de risco em pessoas assintomáticas (mamografia, exame Papanicolau); • Diagnóstico: visa identificar a causa e natureza ou extensão de uma doença com sinais clínicos ou sintomas (eletrocardiograma, raio X); • Tratamento: visa melhorar ou manter o estado de saúde, evitar uma deterioração maior ou atuar como paliativo; • Reabilitação: visa restaurar, manter ou melhorar a função de uma pessoa com uma incapacidade física ou mental.

  22. CLASSIFCAÇÃO DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Quanto ao estágio de difusão: • Futura: em estágio de concepção ou nos estágios iniciais de desenvolvimento; • Experimental: quando está submetida a testes em laboratório usando animais ou outros modelos; • Investigacional: quando está submetida a avaliações clínicas iniciais (humanos); • Estabelecidas: considerada pelos provedores como um enfoque padrão para uma condição particular e difundida para uso geral; • Obsoleta: sobrepujada por outras tecnologias ou foi demonstrado que elas são ineficientes ou prejudiciais.

  23. CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM ATIVIDADE HOSPITALAR • TIPO I (investimento com retorno garantido) • Tecnologia Madura com potencial de retorno financeiro positivo independentemente da essencialidade; • TIPO II (reposição de tecnologia operacional) • Tecnologia Essencial ao Processo, independente do Retorno Financeiro da Atividade ser Positivo ou Negativo;

  24. CLASSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM ATIVIDADE HOSPITALAR • TIPO III (inovação tecnológica) • Tecnologia Inovadora em Medicina cuja Aplicabilidade Prática ou Potencial de Uso ainda não foram totalmente estabelecidos; • TIPO IV (infra-estrutura) • Tecnologia Necessária à Manutenção de Padrões de • Segurança Minimamente Aceitáveis no Ambiente Assistencial.

  25. CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Poucas tecnologias se mostram como uma resposta definitiva para um problema de saúde; • Cada vez mais surgem novas tecnologias; • Um conjunto complexo de mecanismo inter-relacionados é posto em movimento a partir do momento em que ela se difunde e é utilizada; • Eventualmente ela será abandonada por uma série de razões.

  26. CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE

  27. CICLO DE VIDA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE • Inovação – Ideia inicial, pesquisa básica, pesquisa aplicada, desenvolvimento, testes clínicos; • Difusão – divulgação pelo meio médico; • Incorporação – reconhecimento da eficácia da nova tecnologia; • Utilização – utilização plena da nova tecnologia; • Abandono – com o surgimento de novas tecnologias ocorre o abandono de outras.

  28. TOMADA DE DECISÃO - Escolha Decisões Determinam a utilização e a alocação de recursos; - Trade-offs(gastar mais em alguma coisa, nos deixa com menos para gastar em outras);

  29. INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS • Em alguns setores barateia custos e aumenta a eficiência, substituindo empregos; • Na saúde, esta incorporação não descarta a anterior e se sobrepõe a ela; • Custos crescentes.

  30. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE

  31. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE - São técnicas analíticas formais para comparar propostas alternativas de ação, tanto em termo de seus custos como de suas consequências, positivas ou negativas .

  32. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE - Recursos são finitos e o universo existente de tecnologias em saúde excede a capacidade de oferta por parte da sociedade. Como consequência, fazem-se necessárias escolhas quanto ao uso dos recursos escassos.

  33. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE > Os objetivos centrais de uma avaliação econômica são: • - Identificar • - Mensurar • - Valorar • - Comparar > Quando se analisa apenas uma intervenção ou programa, estamos somente descrevendo-a: Avaliação Econômica requer comparação. > Se não há alternativas a serem avaliadas, não há necessidade de fazer escolhas, consequentemente, não há necessidade de avaliações econômicas.

  34. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE DEFINIÇÃO: Avaliação econômica é um processo pelo qual os custos de programas alternativos são comparados com suas consequências, em termos de melhora da saúde ou de economia de recursos. É também conhecida como estudo de rentabilidade. Engloba uma família de técnicas, incluindo análise de custo-efetividade, análise de custo-benefício e análise de custo-utilidade.

  35. ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE - Comparam duas ou mais estratégias alternativas de intervenção para prevenção, diagnóstico ou tratamento de determinada condição de saúde. - Usado para comparar alternativas que competem entre si (Ex: escolha entre 2 anti-hipertensivos).

  36. ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE - Não atribui valor monetário aos impactos das intervenções. - Unidades de medição: nº de doenças evitadas, internações prevenidas, casos detectados, nº de vidas salvas. - Razão de custo-efetividade: CE 12 = Custo2 – Custo1/ Efetividade 2 – Efetividade1

  37. ANÁLISE DE CUSTO-BENEFÍCIO - Relação entre os custos totais de cada intervenção e os benefícios diretos e indiretos gerados. - É a forma de análise mais abrangente - Custos e benefícios são relatados usando uma métrica comum - atribui-se valor monetário aos benefícios ou impactos de uma ação. - “É socialmente rentável investir no projeto x?”

  38. ANÁLISE DE CUSTO-BENEFÍCIO - Limitação: transformação monetária do benefício clínico. Atribuir valores monetários a impactos para a saúde  difícil e controverso: - “Quanto vale salvar uma vida?” - “Qual a disposição da sociedade a pagar para reduzir a probabilidade de morte?”

  39. ACE X ACB - ACB é de máxima utilidade nos casos de programas de saúde que têm efeitos importantes no desenvolvimento econômico. - ACE é útil para avaliar diferentes métodos de luta contra a doença.

  40. ANÁLISE DE CUSTO-UTILIDADE >Medidas dos efeitos de uma intervenção considera a medição de qualidade de vida relacionada com a saúde. >Utilizado para estudos destinados a comparar diferentes tratamento aplicados. >Unidade de medida em Anos de Vida Ajustados por Qualidade (AVAQ).

  41. AVALIAÇÃO ECONÔMICA DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE

  42. CONCEITOS BÁSICOS Avaliação de intervenções em saúde - Segurança – os resultados esperados excedem os prováveis riscos; - Eficácia – resultado em condições ideais (laboratórios); - Efetividade – resultado em situações reais; - Eficiência – relação entre os custos (desconforto, incapacidade e monetários) e os benefícios; - Disponibilidade – para as pessoas que necessitam; - Distribuição – quem ganha e quem perde; - Utilidade – é útil quando melhora a qualidade de vida.

  43. O PORQUÊ DAS AVAILAÇÃO ECONÔMICAS • Preocupações com a elevação dos gastos em saúde têm aumentado as pressões sobre os gestores nas decisões sobre a alocação de recursos; • Os fabricantes estão sendo cada vez mais exigidos na demonstração dos benefícios de suas tecnologias; • Observa-se significativo incremento no número de avaliações econômicas na literatura, bem como tem existido um refinamento dos métodos envolvidos com sua execução.

  44. OBJETIVOS DA ATS - Promover estudos de ATS para subsidiar a tomada de decisão no SUS. - Subsidiar as decisões de incorporação e utilização de tecnologias em saúde, com base em critérios de segurança, eficácia, efetividade, impacto econômico e social, ética e equidade. - Monitorar a utilização de tecnologias já incorporadas no SUS e as emergentes. - Capacitar os gestores e profissionais de saúde. - Disseminar resultados de ATS para gestores.

  45. AVALIAÇÕES ECONÔMICAS DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE Os três principais elementos de um uso eficiente dos recursos são: 1° - Não desperdiçar recursos; 2° - Produzir cada produto/intervenção de saúde ao seu menor custo; 3° - Produzir os tipos e quantidades de produto/ intervenções de saúde que tem mais valor (no sentido, de necessários) para as pessoas.

  46. AVALIAÇÕES ECONÔMICAS DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE Análise Econômica em Saúde

  47. IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE • Identificar demanda: paciente, médico e público; • Analisar população alvo e potencial de consumo; • Estabelecer programas de trabalho e de operação; • Elaborar cenários de retorno do investimento e/ou qualquer outra técnica de avaliação que implique em mensuração da relação custo/benefício; • Classificar opções para decisão / priorizar recursos.

  48. TENDÊNCIAS DA APLICAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE • Aumento da capacidade resolutiva; • Indução à redução do tempo de internação; • Ênfase em tecnologias que previnam doenças e permitam a reabilitação e reinserção social; • Redes e sistemas de informação médica; • Desenvolvimento de “linguagens” de uso comum para transmissão de dados e imagens.

  49. AVALIAÇÕES ECONÔMICAS DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE Custos e benefícios oriundos de uma intervenção em saúde Fonte: Adaptado de Greenhalgh (1997).

  50. ANÁLISE PARA INCORPORAÇÃO TECNOLÓGICA Grande vantagem de C em relação a todos os demais produtos: • Salvando mais vidas a um custo absoluto e relativo menor; • • Isolando-se apenas A e B, vemos que B tem um menor custo • absoluto, mas um maior custo na relação custo-efetividade (R$ • 5.000,00 contra R$ 3.000,00 de A).

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