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Paisagem de Interesse Turístico

Paisagem de Interesse Turístico. Elementos Físicos- naturais Prof.Nara Santos- UFPel. Caracterização Física do Brasil Ecossistema : é o conjunto de seres vivos e de fatores ambientais de determinada área que interagem em equilíbrio, realizando trocas de energia e de matéria;

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Paisagem de Interesse Turístico

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  1. Paisagem de Interesse Turístico Elementos Físicos- naturais Prof.Nara Santos- UFPel

  2. Caracterização Física do Brasil Ecossistema: é o conjunto de seres vivos e de fatores ambientais de determinada área que interagem em equilíbrio, realizando trocas de energia e de matéria; Biomas: são ecossistemas que atingiram o grau máximo de adaptação às condições ambientais de uma área; Diversidade e semelhanças da paisagem natural: elementos definidores A primeira dificuldade quando se pretende dividir um território em paisagens naturais é que os limites dos seus elementos em geral não coincidem. Domínio: conjunto natural em que há interação entre os elementos e um deles – relevo,clima ou vegetação – é determinante. Domínios Morfoclimáticos (morfo =forma (relevo); climático=clima) Ou paisagem natural - importância dessas variáveis na formação de cada conjunto. Podemos entender domínio morfoclimático como “um conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial, de centenas de milhares a milhões de Km2 de área, onde existam semelhanças de formas de relevo, tipos de solos, formações vegetais e condições climático-hidrológicas (AB’SABER: 1975).”

  3. OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS apresentam áreas homogêneas centrais (áreas core) com extensas faixas de transição entre si, nas quais se distribuem formações vegetais mistas. “Os domínios morfoclimáticos brasileiros não apresentam uma distribuição zonal. O que define cada um deles é um conjunto de variáveis semelhantes cuja distribuição pode ser azonal”.Pelo conceito de Ab’Saber, um domínio tem dimensão temporal, isto é, não depende apenas do clima atual, como também, dos “efeitos acumulados dos climas do passado”. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL  CONTI e FURLAN (1995) - essa classificação associa a FITOGEOGRAFIA DO BRASIL: 1 OS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E FITOGEOGRAFIA DO BRASIL: 1.1 AS TERRAS BAIXAS FLORESTADAS DA AMAZÔNIA 1.2 AS FLORESTAS COSTEIRAS 1.3 AS DEPRESSÕES INTERPLANÁLTICAS E SEMI-ÁRIDAS DO NORDESTE ( Caatinga, Agreste e Campos Secos) 1.4 CHAPADÕES COBERTOS POR CERRADOS E PENETRADOS POR FLORESTAS DE GALERIA 1.5 PLANALTOS DE ARAUCÁRIA E MATA SUBTROPICAL 1.6 REGIÃO GAÚCHA DE COXILHAS E PRADARIAS MISTAS 1.7 PANTANAL MATOGROSSENSE

  4. 1- AS TERRAS BAIXAS FLORESTADAS DA AMAZÔNIA A Amazônia representa a maior extensão de florestas tropicais-úmidas contínuas do mundo e já se tornou centro de atenção dos ambientalistas desde o século passado. A Amazônia é uma grande bacia hidrográfica que se estende da cordilheira andina e avança por todo o norte do Brasil e se constitui num mosaico de formações vegetais. Ela se formou a 420 milhões de anos, na era paleozóica. O clima da Amazônia é quente e as temperaturas são regulares durante o dia e o ano todo. Não há variação climáticas por altitude(exceção à região andina). As precipitações são levadas favorecendo a pujança da vegetação amazônica. Área zonal ao longo do Equador, ampliando do lado ocidental; - Área de mais de 2 milhões de Km2. Drenagem: “traço que caracteriza esse domínio” - rio em variedade de águas perenes, com rios negros, brancos e de águas cristalinas; - complexa rede de canais, lagos e lagunas que drenam dos Andes, das Guianas e do Brasil Central Formas de relevo: - tabuleiros - morros baixos em formas de meia laranja (mamelonares) nas áreas onde afloram os terraços cristalinos; - terraços com cascalhos e formação de laterita.

  5. Compreende as planícies inundavéis da Amazônia, que divide-se: • a) TERRA FIRME • - ocupam as terras mais altas, em 90% do total da bacia amazônica, as árvores são altas (60-65m), carregadas de cipós, compactas, perinifólias e higrófilas. • - nas copas formam um dossel que retém 95% dos raios de sol, • - exemplos: castanha-do-pará, cedro, palmeiras, acapu, etc; • - no meio da floresta aparecem campos e a “caatinga”amazônica, próximos a Boa Vista, e no Amapá as campinaranas (gramíneas)

  6. Matas de Terra Firme Situadas em terras altas, distantes dos rios, sujeitas a alterações. São formadas por árvores alongadas e finas, apresentando espécies como a castanha-do-pará, o cacaueiro e as palmeiras. Possuem grande quantidade de espécies de madeira de alto valor econômico.

  7. Vegetação Vegetação exuberante, higrófila, latifoliada, perenifólia e com grande estratificação

  8. Emergentes: árvores mais altas adaptadas a maiores intensidades luminosas. (30m a 50 m de altura)

  9. Dossel (abóbada): maioria das árvores altas, com grande epifitismo (lianas, orquídeas, bromélias e samambaias). (25 m a 30m de altura)

  10. b) VÁRZEAS: • - cobrem 55 mil Km2, sobre terrenos periodicamente alagados, sendo a composição da vegetação de acordo com a duração do período; • - são árvores de grande porte, como a seringueira, entre outras; • - várias plantas são utilizadas para produzir a borracha

  11. Matas de Várzea: são próprias das áreas periodicamente inundadas pelas cheias dos rios. Apresentam maior variedade de espécies. É o habitat da seringueira e das palmáceas.

  12. c) MATA DE IGAPÓ: • - de solos alagados, terrenos baixos próximos aos rios; • - os solos e a água dos igapós são ácidos; • - sua vegetação permanece verde, árvores de até 20m de altura; • - as mais típicas: taxi, o arapati e a mamorana • - sobre as águas aparecem flutuando as folhas da vitória-régia, que pode atingir até 40 m de diâmetro; • quando secam dão origem as praias arenosas.

  13. Matas de Igapós: situam-se em áreas baixas, próximas ao leito dos rios, permanecendo inundadas durante quase o ano todo. As árvores são altas, com raízes adaptadas às regiões alagadas. A vitória-régia é muito comum nestas matas.

  14. 2 - AS FLORESTAS COSTEIRAS (MATA ATLÂNTICA) Esse domínio corresponde ao Domínio dos “mares de morros”florestados de Aziz Ab’Saber (1975). Características: - predomínio de rochas magmáticas e matamórficas derivadas do granito, como o gnaisse, que sofrem a atuação do clima tropical (quente e bastante úmido), tomando formas de morros arredondados que se assemelham a meias-laranjas. - onde houve o derrame de lavas basálticas, tem-se solo de terra roxa; Essas florestas ocorriam ao longo das costas brasileiras acompanhando as montanhas desde o Nordeste (RN) até o RS, adentrando pelo interior da Bahia, MG e SP. A devastação das matas pela ocupação humana, deixou restringida sua área à região das serras do Mar e da Mantiqueira, no SE do Brasil. De cerca de 1,1 milhão de km2; hoje não chega a 5% desse total. Foram substituídas pela cana-de-açucar no NE, e café no Sul. Também pela urbanização e industrialização, que exigiram a extração de madeiras de extensas áreas. Hoje a floresta sede lugar ao turismo predatório, principalmente nas planícies litorâneas, onde além das matas de baixadas também vêm sendo destruídas as restingas e os manguezais (ecossistemas associados à Mata Atlântica).

  15. Características da Mata Atlântica: • ventos carregados de umidade são barrados na zona orográfica costeira, favorecendo as precipitações, sendo na região sudeste onde ocorre a maior pluviosidade do Brasil; • apesar da devastação, possui a maior biodiversidade por hectare entre as florestas tropicais, pois a distribuição azonal e em altitudes variáveis favorece a diversificação das espécies; • - grande quantidade de matéria orgânica que se decompõe sobre o solo, fertilizando a vegetação.Ex: canelas, jequitibás, cedros, ipês, etc.

  16. Mata Atlântica

  17. Mata Atlântica

  18. Plantas da Mata Atlântica Heliconia bromélias

  19. 3 - AS DEPRESSÕES INTERPLANÁLTICAS E SEMI-ÁRIDAS DO NORDESTE ( Caatinga, Agreste e Campos Secos) São matas secas, abertas, deciduais, que se desenvolvem em clima cuja estação de chuvas é bem marcada e o volume atual está abaixo de 700mm. Mas a falta de água não é constante em toda a região. As caatingas são um mosaico de vegetações, formando uma diagonal que separa a floresta tropical da Amazônia a noroeste e a Mata Atlântica a leste. A baixa pluviosidade, está associada aos fortes ventos alísios, que não trazem umidade para a região, influenciando na forte evaporação. A Caatinga A vegetação da Caatinga é uma mata seca adaptada ao clima seco. São plantas xeromórficas, possuem tecidos para reter a água. Possui várias espécies e se dá sobre solos férteis (litossolos). Podemos distinguir a caatinga de mata seca e de campos: Exemplos: juazeiro, palmeira, angico, etc

  20. Vegetação xerofítica, caducifoliar, aciculifoliada e aberta, bem adaptada para suportar a falta de água. Cereus jamacuru - Mandacaru, cardeiro - Cactácea

  21. Adaptações vegetais: • Folhas finas ou inexistentes. • Armazenamento de água, como os cactos • Outras possuem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Visão da Caatinga na Época de Estiagem

  22. Visão da Caatinga na Época de Chuva

  23. O Agreste : O Agreste transita para matas pluviais costeiras de elevações nos sopés dos morros. De matas poucos densas, o Agreste possui árvores e folhas grandes, que ocorrem sobre solos pedregosos e arenosos, com pouco desenvolvimento de húmus. São bosques com árvores tortuosas que não formam dossel. O Agreste também perde a folhagem durante a seca Vegetação de Campos Secos das Chapadas As chapadas se estendem por grandes áreas da região das Caatingas. São planaltos de grandes extensões de campos xeromórficos, predominando os arbustos e as herbáceas. As gramíneas recobrem o solo pedregoso. As cactáceas estão presentes e a região em que elas predominam é o Sertão do Seridó.

  24. 4 - CHAPADÕES COBERTOS POR CERRADOS E PENETRADOS POR FLORESTAS DE GALERIA • Formas de relevo: • - ocupam terrenos planos ou levemente convexizados do Brasil Central, com algumas ocorências isoladas na Amazônia, em São Paulo e Minas Gerais. • a drenagem influencia muito na topografia, onde os rios são ladeados pela mata de galeria. • Características do Cerrado: • - os arbóreos são árvores tortuosas e espaçadas, com troncos de cortiça espessa e folhagem coriácea e pilosa. • - apesar do aspecto xeromórfico, no cerrado não há escassez de água durante o ano; • - os cerrados brasileiros, em relação as savanas africanas são úmidos apesar da sazonalidade da umidade. • - as estações chuvosas e secas são bem marcadas, e as precipitações anuais estão acima de 1 000mm; • - as espécies são adaptadas para retirar água no subsolo, com raízes que atingem mais de 15 metros; • - Os solos dos cerrados são, naturalmente, pobres em nutrientes, devido a sua origem associada a depósitos sedimentares antigos, que vêm sofrendo pedogênese há milhares de anos. • Os cerrados do Brasil ocorrem em solos fracos em nutrientes e com altas concentrações de alumínio, tóxico para as espécies agrícolas.

  25. 5 - PLANALTOS DE ARAUCÁRIA E MATA SUBTROPICAL Compreendem as terras altas dos planaltos e serras do sul do Brasil, nos Estados do RJ, RS, SC, PR e SP, dos remanescentes de floresta de coníferas do Brasil: as florestas de Araucárias. Coincide com o setor do Planalto Meridional brasileiro. São planaltos de altitudes médias entre 800 e 1 300m, revestidos por bosques de Araucárias de diferentes densidades e dimensões, incluindo mosaicos de pradarias mistas; As matas de Araucárias ocorrem em transição com as matas subtropicais nas regiões mais baixas do relevo. Características da floresta: - As florestas de Araucárias ocorrem em solos férteis, sob climas de temperaturas moderadas a baixas no inverno (17 e 19ºC), dependendo d atuação das massas de ar polares, pode haver geadas e queda de neve no inverno. Mas são matas de climas úmidos, a precipitação sempre está acima de 1400mm anuais; - O limite inferior do bosque está a 500-600m de altitude, no sul do País, na serra da Mantiqueira acima de 1 200m.

  26. 6- REGIÃO GAÚCHA DE COXILHAS E PRADARIAS MISTAS O Brasil possui várias extensões de campos que se diferem pelo tipo de solo, clima e relevo. No entanto a maior extensão ocorre no Rio grande do Sul. Ocupam a porção sudoeste do Rio Grande do Sul, são os campos naturais de gramíneas do interior e formações herbáceas, com extensos banhados ao redor de lagos e lagunas na região costeira. O domínio morfoclimático das pradarias mistas abrange terrenos sedimentares de diferentes idades, terrenos basálticos e pequenos setores de metamórficas inseridas no Escudo Uruguaio- Sul-riograndense (Serras de Sudeste) O relevo caracteriza-se por apresentar formas tubulares, levemente onduladas, em forma de colinas denominadas de coxilhas. O clima predominante é o subtropical, com chuvas bem distribuídas durante o ano todo, assemelhando-se aos Planaltos. A vegetação são de campos, onde dominam as herbáceas.É a continuação dos campos que ocorrem na Argentina e no Uruguai. Também conhecida como Campanha Gaúcha ou Pampa Gaúcho. A rede de drenagem é pequena e de modo geral é meândrica pela pouca declividade. Os rios pertencem a bacia do rio Uruguai. Os solos são pouco férteis, que para o cultivo exige adubação. Aparecem em determinados trecho paisagens típicas de regiões desérticas, intensificadas pelas atividades agropecuárias e as ventos frios constantes. Predominam as atividades criatórias de gado e nas grandes propriedades - as estâncias.Atualmente é uma área muito devastada, aparecendo alguns bosques nas nascentes dos rios.

  27. 7- PANTANAL MATOGROSSENSE No Brasil, correspondem às planícies sedimentares inundáveis da depressão da bacia hidrográfica do rio Paraguai. São terrenos muito baixos que se estendem pelo Chaco paraguaio e se prolongam pelas planícies pampianas da América do Sul. A depressão do Pantanal formou-se, provavelmente, após a separação da antiga Gonwana e o soerguimento dos Andes, dando origem a bacia do rio Paraguai. Os pantanais ocorrem em clima tropical com temperatura elevadas e estação seca prolongada (mais quente novembro - dezembro) Florestas, cerrados, campinas higrófilas ocorrem em mosaicos habitados pela mais rica avifauna do planeta. É o paraíso faunístico da América do Sul.

  28. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante da caracterização dos domínios morfoclimáticos brasileiros, podemos perceber sua relação com as grandes unidades de paisagem. Cada domínio morfoclimático possui uma característica mais marcante, no caso do Brasil é a fitogeografia vinculada fortemente a morfologia e ao clima. Dessa forma, não podemos deixar de associar as feições fisiográficas e ecológicas, que formam o conjunto morfoclimático, sua natureza, suas vinculações genéticas e suas implicações sócio-econômicas e regionais. A combinação da estrutura geológica, da ação fluvial e da ação climática resultam nas formas de relevo. Estes fatores, agiram de forma diferente, em se tratando da história geológica da Terra, chegando a um equilíbrio, que permitiu a ocorrência da vida do nosso planeta. O clima atual não é o mesmo do passado, a sua ocorrência em outras épocas deixaram vestígios que estão presentes na superfície da terra. A ação do clima e do relevo combinados, em determinadas regiões pode ser denominados de PROCESSOS MORFOCLIMÁTICOS ou DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Assim, os DOMÍNIOS CLIMÁTICOS associados aos processos morfogenéticos classificam as regiões da Terra em DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS, que são famílias de formas de relevo associadas ao clima. Os elementos climáticos possuem papel importante sobre os processos morfogenéticos, ou seja, fazem parte da gênese, da estruturação e da e esculturação do relevo terrestre. A exploração irracional do ambiente preocupa os cientistas de todas as áreas. É necessário conhecer o ambientes físico, saber como eles funcionam e se organizam, para explorá-los de uma forma sustentável.

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