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Investiga ção de Surtos de Infec ção Hospitalar e Implementa ção de Medidas de Controle. Dra. Cristiana Toscano Universidade de São Paulo Secretaria de Políticas de Saúde/Minist é rio da Saúde. Objetivos. Reconhecimento, investiga ção e controle de surtos de infec ção hospitalar
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Investigação de Surtos de Infecção Hospitalar e Implementação de Medidas de Controle Dra. Cristiana Toscano Universidade de São Paulo Secretaria de Políticas de Saúde/Ministério da Saúde
Objetivos • Reconhecimento, investigação e controle de surtos de infecção hospitalar • Rever etapas na condução de uma investigação de surto hospitalar • Discutir implementação de medidas de controle em uma situação real e seu impacto
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares • Investigação preliminar e Estudos descritivos • Investigação definitiva e Estudos comparativos
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados
Infecção de Corrente Sanguínea em Pacientes Submetidos a Transplante de Medula Óssea em Regime Ambulatorial Cristiana M. Toscano, M.D. Hospital Infections Program Centers for Disease Control and Prevention
CDC Dr. Michael Bell Dr. William Jarvis Hospital A Carol Zukerman Will Shelton Dr. W. Garrett Nichols Dr. Lawrence Corey Agradecimentos Secretaria de saúde, WA • Dr. John Kobayashi Secretaria municipal de saúde • Dr. Jeff Duchin
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Histórico • Agosto 1998 - Hospital A • Aumento do número de pacientes com infecção de corrente sanguínea (ICS) por gram-negativos • Vigilância ativa para ICS de determinadas etiologias • Gram negativos • S. aureus • Streptococcus Grupo A • Enterococcus spp.
Histórico • Setembro 1998 • Estudo microbiológico realizado localmente • Inconclusivo • Outubro 1998 • Mudança de práticas • Casos de ICS continuaram • Hospital A convida CDC para auxiliar na investigação do surto
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Hospital A • EUA, estado na costa oeste • Centro de referência mundial para transplante de medula óssea (TMO) • ~ 400 TMO’s por ano • 60 leitos para transplante • Regime de internação e ambulatorial • ~150 pacientes de TMO em seguimento ambulatorial
Informações Solicitadas • Exames laboratoriais? • Microorganismos isolados? • Características dos casos • O que havia sido feito?
Informações Existentes • ICS por gram negativos • Pseudomonas spp. • Strenotrophomonas spp. • Klebsiella spp. • E. Coli • Enterobacter spp. • Mais frequente em pacientes de regime ambulatorial • Todos pacientes com cateteres de acesso central • Uso de dispositivos para acesso venoso sem agulha iniciado em Julho 1998
Pacientes de Transplante de Medula Óssea • Mais suscetíveis à infecções • Tempo prolongado de tratamento • Mudanças recentes em TMO - Alta hospitalar precoce - Regime ambulatorial - Hospitalização intermitente se necessário - Terapia de infusão em domicílio
Dispositivos para Acesso Venoso Sem Agulha • Usados para acessar sistemas intravenosos sem uso de agulhas • Diminui acidentes pérfuro-cortantes em profissionais de saúde • Amplamente usados nos EUA • Relatos de associação com ICS • Impacto destes dispositivos na segurança do paciente?
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Confirmação do diagnóstico • Clínico • Rever anotações médicas • Examinar e conversar com os pacientes • Vigilancia • Laboratorial • Identificar diagnósticos errados • Rever metodologia laboratorial • Mudança no tipo ou rotina? • Solicitar ao laboratório para guardar cepas
Etapas da Investigação de Surtos Hopitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Identificar e Contar os Casos Definição de caso • Simples e fácil • Incluir tempo, lugar e pessoa • Abrangente ou refinada • Alteração à medida que investigação progredir • Aplicada sem viés em todos investigados • Incluir critérios clínicos e/ou laboratoriais
Definições Definição de Caso • Definição do CDC para infecção primária de corrente sanguínea (ICS) • ICS primária por gram-negativo em paciente de TMO em regime ambulatorial, com cateter de acesso central, durante o período epidêmico Período Epidêmico • 01 de Agosto - 30 de Outubro 1998
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Fontes de InformaçãoIdentificar e Quantificar Casos • Busca sistemática • Diversas fontes Registro do laboratório Registro de CCIH Registros de enfermagem (UTI, centro cirúrgico, etc) Planilhas do dept. de cobrança/custos Registros de admissão hospitalar
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Investigação de Surtos Organizar dados por Tempo • Curva epidêmica (histograma) • Simples • Número de casos por início de sintomas • Magnitude do surto e tendência temporal • Permite inferências acerca dos períodos de incubação
Distribuição de Pacientes com ICS por Gram-negativos Unidade ambulatorial de TMO, Hospital AJaneiro - Outubro 1998 Uso de dispositivo 1998
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmica e Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Estabelecer a Existência de um Surto • Determinar número de casos observados • Determinar número de casos esperados • Calcular taxas de incidência de ICS nos períodos epidêmico e pré-epidêmico • Demonstrar que houve aumento na incidência de ICS no período epidêmico acima do esperado
Estabelecer a Existência de um Surto • Incidência de ICS no período pré-epidêmico (01 Janeiro - 31 Julho 1998) 0,7/1.000 cateteres-dia • Incidência de ICS no período epidêmico (01 Agosto - 30 Outubro1998) 2,1/1.000 cateteres-dia • Aumento na incidência de ICS acima do esperado no período epidêmico RR=3,17 (p-value<0,001)
Taxa de ICS por Gram-negativos em Pacientes Submetidos a TMO, regime ambulatorial, Hospital AJaneiro - Outubro 1998 surto p-value <0.001
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação preliminar e Estudos descritivos • Rever informações existentes • Determinar natureza, local e gravidade do problema • Confirmar o diagnóstico • Estabelecer uma definição de caso (tempo/lugar/pessoa) • Identificar e quantificar os casos • Solicitar ao laboratório que guarde as amostras/cepas de casos suspeitos • Curva epidêmicae Listagem de casos • Estabelecer a existência de um surto • Implementar e avaliar medidas de controle emergenciais
Epidemiologia Descritiva • Exame dos pacientes • Características avaliadas • sexo • idade • quadro clínico • complicações • letalidade • tipo de TMO • conduta • medicação recebida • presença de outros procedimentos invasivos
Dados Descritivos • 31 episódios de ICS primária em 29 pacientes • 10 (32%) polimicrobianas • 20 (64%) sintomáticas • 21 (67%) internados pela ICS • 13 (48%) perderam cateter de acesso central • 52 cepas bacterianas isoladas em hemocultura • Todos os episódios foram identificados em pacientes com dispositivos para acesso venoso sem agulha
Organismos Identificados Outros gram positivos (7.7%) Staphylococcus coagulase negativa (11.5%) Enterobacteriacea (38.5%) Gram negativos hidrofílicos (42.3%)
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados
Formular e Testar Hipóteses • Objetivo: Explicar o problema • Deve abordar a origem do surto e o modo de transmissão • Hipótese deve ser consistente com fatos observados e conhecimento científico • Epidemiologia Analítica - Estudos comparativos • Caso controle • Coorte
Hipótese • ICS polimicrobianas, com predominância de organismos gram-negativos hidrofílicos • Pacientes TMO em regime ambulatorial • Pacientes com cateter central (Hickman), recebendo terapia de infusão domiciliar • Todos os casos com dispositivos para acesso venoso sem agulha Exposição a água de torneira?
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados
Tabela Matriz: 2X2 Total A B C D Total Investigação de Surtos Testar Hipóteses Doente Sadio Exposto Não-exposto
Epidemiologia Analítica Métodos • Taxas de ICS antes e depois da introdução de dispositivos para acesso venoso sem agulha • Caso-controle I - Análise inicial de fatores de risco • Caso-controle II - Análise detalhada de exposição a àgua e cuidados do cateter em casa
Epidemiologia Analítica Caso-Controle I • 31 casos, 31 controles • Potenciais fatores de risco avaliados características demográficas características do transplante imunossupressão dias de cateter de acesso central manipulação de acesso venoso medicações visitas ambulatoriais/internações • Resultado: Número médio de manipulação do acesso venoso (24hs pré-ICS) 11.3 para casos / 9.3 para controles - Não significante
Epidemiologia Analítica Caso-Controle II • Entrevistas telefonicas • 17 casos, 34 controles • Avaliação detalhada de fatores de risco • Exposição a àgua água de torneira / gelo / banho / natação outros • Cuidados com o cateter lavagem de mãos / proteção do cateter áreas de infusão EV / uso de filtros frequência de troca do dispositivo
Resultados • Casos tinham maior número de manipulação do acesso venoso (24hs pré-ICS) que controles • Média de 11.3 para os casos • Média de 9.3 para os controles • Não significativo • Hipótese de exposição a água e manipulação do cateter em casa como fator de risco
Fatores de Risco para ICS Variáveis categóricas, Casos ControlesOR p-value número n=17 n=34 Auto-infusão EV 13 4 6.8 <0.01 Banhos de banheira 3 14 3.4 NS (somente) Variáveis contínuas, média Número de duchas/semana 4.8 6.3 - 0.01 Número de trocas de 2.0 2.4 - 0.01 dispositivo/semana
Fatores de Risco para ICSAnálise Multivariada Variáveis Odds Ratio p-value Auto-infusão EV Sim 6.2 0.016 Não Ref. Menor frequência de troca de dispositivos por semana 1 vez 15.2 0.028 >1 vez Ref. Número de banhos (banheira) por semana 1.4 0.05
Conclusões Dispositivos para acesso venoso sem agulha Associação temporal com aumento de taxas de ICS Práticas de controle de infecção em relação ao uso destes dispositivos Fatores de risco para ICS Hábitos de banho Associados com maior risco para desenvolvimento de ICS
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados
Estudos Laboratoriais • Culturas • solução de “flushing” pré-preparadas • catéteres de Hickman • dispositivos de acesso vascular sem agulha • Estudos de biofilmes • catéteres de Hickman • dispositivos de acesso vascular sem agulha
Etapas da Investigação de Surtos Hospitalares Investigação definitiva e Estudos comparativos • Rever prontuários dos casos • Formular hipótese • Testar hipótese em estudos comparativos (caso-controle ou coorte) • Conduzir estudos laboratoriais • Conduzir estudos adicionais quando necessário: - Observacionais - Inquéritos - Experimentais • Implementar medidas de controle • Comunicar os resultados