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Figuras de Estilo. O que são figuras de estilo?. As figuras de estilo são recursos utilizados para enriquecer um texto, tornar a linguagem mais original, fora do vulgar e mais expressiva. Figuras de fonologia. Aliteração.
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O que são figuras de estilo? As figuras de estilo são recursos utilizados para enriquecer um texto, tornar a linguagem mais original, fora do vulgar e mais expressiva.
Aliteração Repetição de fonemas consonantais, como recurso para a intensificação do ritmo, ou efeito sonoro significativo. Ex: « Galgam os gatos, guturais, gritando» António Feijó O Rato roeu a rolha da garrafa do Rei da Rússia.
Assonância Repetição de sons vocálicos. Ex: “Sino de Belém, pelos que inda vêm! Sino de Belém bate bem-bem-bem. Sino da Paixão, pelos que lá vão! Sino da Paixão bate bão-bão-bão.” (Manuel Bandeira, Poesia Completa e Prosa)
Onomatopeia Recurso fonético que consiste numa tentativa de imitação dos ruídos naturais, através de fonemas da língua. Ex: “Bramindo o negro mar de longe brada.” (Camões) Zás, pumba, psiu. (atchim, cuco, pouca-terra)
Rima Correspondência de sons de sílabas finais de palavras, a partir da sílaba tónica. Ex: Baladas de uma outra terra, aliadas Às saudades das fadas, amadas por gnomos idos Retinem lívidas ainda aos ouvidos
Ritmo Cadência agradável que resulta da sucessão alternada de sons tónicos e átonos, regularmente repetidos. Ex: «Amor é fogo que ar/de sem se ver,// É ferida que dói/ e não se sente;// É um contentamen /to descontente // Camões
Anáfora Repetição de uma ou mais palavras no início de versos ou frases. Ex:Ela corre, ela nada, ela joga ténis, ela joga futebol, ela pratica qualquer tipo de desporto. Música é paz, música é alegria, música é vida.
Anástrofe(cf. hipérbato) Inversão da ordem directa das palavras. Ex: Esses seusmuitolongos cabelos. «De Sol no ocaso um raio derradeiro,/que apenas fulge, morre,/escapa à nuvem que, apressada e espessa, /para apagá-locorre», Herculano
Assíndeto (polissíndeto) Omissão da conjunção coordenativa. Ex: “Eu hoje estou cruel, frenético, exigente.” (Cesário Verde) Levantou-se, vestiu-se, calçou-se, saiu.
Hipérbato Separação de palavras ligadas sinta(c)ticamente, pela interposição de outros membros da frase. Ex: Casos, que o namorado teve passados. “Casos/Duros que Adamastor contou futuros.” (Camões)
Paralelismo Repetição do esquema ou construção da frase ou do verso. Ex: O João comprou um carro./ O Manuel vendeu uma mota.Meu amor! /Meu amante!/ Meuamigo!”/ (Florbela Espanca)
Pleonasmo Repetição de uma ideia já expressa. Ex: Subir para cima, descer para baixo. “Vi, claramente visto, o lume vivo.” (Camões)
Polissíndeto Repetição intencional da mesma conjunção coordenativa. Ex:E ri e chora e canta e salta. E come e bebe e fala.
Quiasmo Utilização de quatro elementos apresentados dois a dois, segundo uma estrutura cruzada. Ex: Eu vou à loja e ao banco e tu vais ao banco e à loja. “Mais dura, mais cruel, mais rigorosa, (…) Mais rigoroso, mais cruel, mais duro.” (Jerónimo Baía)
Animismo ( cf. prosopopeia, personificação) Atribuição de características de seres animados a coisas que não as possuem. Ex: Eu sou como as rochas que acordam depois de um sono muito demorado. “Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos de calor.” (Virgílio Ferreira)
Antítese Confronto de dois elementos ou ideias antagónicas, no intuito de reforçar a mensagem. Ex: O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) Eles são como a noite e o dia.
Apóstrofe ou invocação apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada) Ex: -Ó meu Deus! «Ó tu, guarda divina, tem cuidado/ De quem sem ti não pode ser guardado.» Camões
Comparação Aproximação entre dois conceitos através de uma partícula comparativa (ex: “como” ou verbos semelhantes (parecer, lembrar, etc). Ex: Os teus olhos parecem estrelas. “ O tempo gasta a minha voz, como se fosse o seu pão” Vitorino Nemésio
Elipse Omissão de palavras que estão subentendidas no sentido da frase. Ex: A Antónia trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas. Ele nadou 11 metros e ela, (nadou) apenas 5 metros.
Eufemismo Expressão ou frase com que se atenuam ideias tristes ou chocantes Ex: Ele foi desta para melhor (ou seja, ele morreu). “…Só porque lá os velhos apanham de quando em quando uma folha de couve pelas hortas, fazem de nós uns Zés do Telhado!” (Aquilino Ribeiro)
Disfemismo Dizer de forma violenta aquilo que poderia ser apresentada de uma forma mais suave. Ex: “Esticar o pernil.” Vais apodrecer aí se não vieres!
Gradação Consiste em encadear as palavras ou ideias numa ordem progressiva ou regressiva. Ex: Ele conquistou o mundo, o país, a cidade, o bairro. Joana encantou, os colegas, a turma, a escola.
Hipálage Atribuição a um ser ou coisa de uma qualidade ou acção logicamente pertencente a outro ser. Ex:As tias faziam meias sonolentas.” (Eça de Queirós)
Hipérbole Exagero da realidade para a tornar mais saliente. Ex: Vou morrer a rir! Se aquele mar foi criado num só dia, eu era capaz de o escoar numa só hora.” (Agustina Bessa - Luís)
Imagem Recurso a aspectos sensoriais para, a partir daí, provocar uma forte evocação afectiva Ex: “Um polvo de pânico desdobra-se pelos fios.” (José Gomes Ferreira) Desciam folhas pelos ares.
Ironia Utilização de palavras com sentido contrário ao verdadeiro. Ex: Que belo presentes de aniversário…fui assaltado!Que excelentes notas…..tudo 2!
Metáfora Comparação de dois elementos sem o uso de uma partícula comparativa. Ex: Os teus olhos são o mar. O Afonso é um burro!
Metonímia Emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma relação de contiguidade (o continente pelo conteúdo; o lugar pelo produto, o autor pela sua obra, etc.). Ex: Um copo de água (o copo, o continente, é feito de vidro e não de água, que é o conteúdo). Beber um Porto (=um cálice de vinho do Porto).
Perífrase Designação através de várias palavras daquilo que se poderia dizer através de menos. Ex: Nos meses em que o sol é tardio ( Ou seja no Verão). “Tenho estado doente. Primeiramente, estômago – e depois, um incómodo, um abcesso naquele sítio em que se levam os pontapés…” (Eça de Queirós)
Personificação Atribuição de qualidades ou comportamentos humanos a seres que o não são. Ex: “Havia na minha rua/Uma árvore triste.” (Saúl Dias) As flores sorriem na Primavera.
Enumeração Apresentação sucessiva de vários elementos. Ex: “Deu sinal a trombeta castelhana/Horrendo, fero, ingente e temeroso.” (Camões)
Paradoxo Atribui a uma realidade uma característica que lhe é contrária, pondo em evidência a sua complexidade. Ex: Amo-te e odeio-te! “Que puderam tornar o fogo frio.”
Sinédoque Consiste em tomar o todo pela parte e a parte pelo todo, o plural pelo singular ou o singular pelo plural. Ex: Não receio o inimigo (os inimigos).
Sinestesia Fusão de sentidos. Ex: A ondulação sonora e táctil entrava pelos meus ouvidos. “Tinha um sorriso amargo.” (Eça de Queirós)
Antonomásia Substituição de um nome próprio por um nome sugestivo. Ex: O desejado (D. Sebastião) não mais voltou. O Dragão (F.C.P) mantém-se sempre à frente dos restantes clubes.
Zeugma (cf. elipse) Omissão de termos que já ocorreram anteriormente no enunciado. Ex: Uns querem doces, outros, salgados.Depois ninguém se entende.
Colégio Municipal de Adustina Ramalde.no.comunidades.net Centro de Estudos Informal C . E . I