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UTILIAZAÇÃO DA BIOMASSA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA Engº Sidney Pessoa. PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. PROCESSOS PARA A FABRICAÇÃO DO CARVÃO VEGETAL
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UTILIAZAÇÃO DA BIOMASSA NA INDÚSTRIA SIDERÚRGICA Engº Sidney Pessoa
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. PROCESSOS PARA A FABRICAÇÃO DO CARVÃO VEGETAL O carvão vegetal pode ser produzido por vários processos, que podem ser divididos em duas categorias: processos de forno, nos quais o calor necessário para manter o processo é fornecido pela queima de parte da madeira em carbonização, e processos de retorta, nos quais a madeira é transformada em carvão vegetal no interior de um reator fechado, usualmente uma torre alta, o calor necessário sendo fornecido por uma fonte externa. Os processos de retorta para a carbonização da madeira exigem o corte da madeira com um máximo de 25 cm de comprimento. Nos processos de forno a madeira é usualmente carregada em toras com até 2 m de comprimento. Fornos de alvenaria “Retangulares” em operação: Poluição a vista… CO, CO2, H2, CH4, hidrocarbonetos gasosos e vapores de alcatrão , de metanol, de ácido acético e do licor pirolenhoso. Somente metano, esses fornos liberam 45 a 50 Kg/t de carvão produzido. Os processos de forno e os de retorta limitam o teor da umidade da madeira para um máximo de 30% (b.u.). Logo após o corte a madeira contem em média 50% de umidade (b.u). A madeira deve ser adequadamente empilhada ao ar atmosférico durante um período de 100 a 120 dias com a finalidade de reduzir a umidade da madeira da faixa de 50 para a de 30% de umidade. Esse empilhamento envolve um custo de mão de obra e financeiro.
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. PROCESSOS PARA A FABRICAÇÃO DO CARVÃO VEGETAL No Brasil somente o primitivo processo de forno tem sido usado na fabricação de carvão vegetal, que tem as seguintes desvantagens: • Queima de parte da madeira enfornada para fornecer a energia necessária ao processo. • Baixo rendimento gravimétrico. • Baixa eficiência energética. • Emissão de gases condensáveis muito prejudiciais ao meio ambiente. • Tempo longo para o processo de carbonização, de 8 a 12 dias, produtividade baixa. • Não aproveitamento dos constituintes gasosos combustíveis (condensáveis e não condensáveis) emitidos durante o processo. • Controle do processo totalmente empírico, dependendo exclusivamente da habilidade do operador. • Insalubridade. Fornos de alvenaria chamados “Rabo Quentes” em operação: Poluição a vista… CO, CO2, H2, CH4, hidrocarbonetos gasosos e vapores de alcatrão , de metanol, de ácido acético e do licor pirolenhoso. Somente metano, esses fornos liberam 45 a 50 Kg/t de carvão produzido.
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL.
Figure 1 PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. O PROCESSO DPC Os conceitos básicos do processo DPC são: 1 – Utilização dos gases emitidos – condensáveis e não condensáveis – como uma fonte da energia necessária ao processo de carbonização. 2 – Utilização dos gases emitidos pela madeira em carbonização como um fluido térmico para a transferência de calor durante a fase endotérmica da pirólise. 3 – As funções de secagem da madeira, carbonização e resfriamento do carvão vegetal se processam simultânea e independentemente em no mínimo três reatores, ver figura ao lado. Os gases emitidos durante a pirólise, com um poder calorífico significativo, são queimados em uma câmara de combustão, onde geram gases quentes, que são transportados para o reator no qual se processa a secagem da madeira. Qualquer reator pode desempenhar as funções de secagem, pirólise e resfriamento. O processo pode ser efetuado em mais de três reatores, dependendo da capacidade final desejada para a planta de carbonização. A figura no próximo slide mostra os conceitos do processo DPC aplicados a 10 reatores.
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. O PROCESSO DPC Na fabricação do carvão vegetal pelo processo DPC a madeira pode ser alimentada nos reatores com qualquer comprimento, de acordo com as conveniências do conjunto floresta – planta de carbonização. Já foram realizados ensaios com madeira de 5,7 metros de comprimento. O processo se caracteriza entre outros aspectos pela utilização dos gases emitidos pela madeira em carbonização como fonte de energia. Não há queima da madeira, o que aumenta o rendimento gravimétrico, isto é, a relação (kg de carvão vegetal) / (t de madeira seca). Os processos de carbonização da madeira disponíveis até hoje exigem madeira com um máximo de 30% de umidade (b.u.). Quando a madeira é derrubada na floresta a umidade é no mínimo 50%. Os gases emitidos durante a carbonização da madeira têm um conteúdo energético suficiente para secar a madeira com 50% de umidade, o que permite eliminar o ônus financeiro e de manuseio da madeira para a secagem ao ar atmosférico. Não há limitação da umidade da madeira no processo DPC. O carvão vegetal pode ser feito a partir de qualquer tipo de biomassa no processo DPC. Madeira, coco de babaçu, casca de coco, ossos, capim elefante e uma variedade de outras substancias podem ser utilizadas. Planta DPC com 10 reatores interligados. Energia limpa.
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. O PROCESSO DPC O equipamento é adequado para qualquer grau de mecanização e automação. Num desenvolvimento recente colocamos a madeira ou o capim elefante dentro da caçamba de um caminhão “roll on”. O caminhão transporta a biomassa na caçamba e a coloca dentro do reator. Findo o processo, o caminhão “roll on” retira a caçamba do reator, e a transporta para o silo onde o carvão vegetal é descarregado. O processo pode ser interrompido após o período de secagem para a produção de madeira anidra, um combustível muito conveniente. Caminhão tipo “roll on roll off” retirando container contendo produto acabado de um reator DPC.
PROCESSO DE ALTO RENDIMENTO PARA A CONVERSÃO DE BIOMASSA EM UMA FONTE DE ENERGIA LIMPA E RENOVÁVEL. O PROCESSO DPC As vantagens do processo DPC são: 1 – Não há emissão de gases nocivos para a atmosfera. 2 – Não é necessário serrar a madeira em pequenos toletes. 3 – Não é necessário armazenar a madeira durante um longo tempo com a finalidade de reduzir sua umidade. 4 – Rendimento gravimétrico mais elevado. 5 – Custo de mão de obra inferior. 6 –Controle preciso do processo de carbonização, o que permite obter carvão vegetal de acordo com as especificações do consumidor. 7 – Uma significativa redução no custo da produção de carvão vegetal. 8 – É um processo de elevada produtividade, o tempo de residência da madeira recentemente cortada é de aproximadamente 60 horas. 9 – O custo de investimento expresso em reais por tonelada de carvão vegetal é inferior ao dos processos de retorta. 10 – Trabalho seguro e salubre. Plantação de capim elefante e o carvão produzido a partir dele sendo retirado do reator DPC
(Fonte: Guide Technique de la Carbonisation - La Fabrication du Charbon de Bois. BRIANE, D. DOAT, J. - Édisud – 1985)
PEQUENO EXERCÍCIO ECONÔMICO Premissa: Duas empresas que possuem, cada uma, um alto forno operando com capacidade de produzir 120.000 toneladas de ferro gusa por ano, por questões estratégicas, resolvem ser auto-suficientes em carvão vegetal, seu termo-redutor. Elas pretendem alcançar esse objetivo em sete anos, através de implantação de florestas cultivadas em áreas degradadas e posterior carbonização da madeira obtida.
PEQUENO EXERCÍCIO ECONÔMICO Elas necessitarão, cada uma, de aproximadamente 84.000 toneladas de carvão vegetal por ano.
PEQUENO EXERCÍCIO ECONÔMICO Dados financeiros da florestas considerados:
PEQUENO EXERCÍCIO ECONÔMICO Nesse ponto uma das empresas faz a opção pela carbonização em fornos de alvenaria tradicionais, o chamado “Rabo Quente” a outra, por estar sendo pressionada pelo Ministério do Trabalho devido a insalubridade daquele processo, faz opção pelo “Processo DPC”.
PEQUENO EXERCÍCIO ECONÔMICO Como a empresa que fez opção pelo processo tradicional terá que plantar 413 ha/ano a mais que aquela que fez opção pelo processo DPC, ela terá os custos adicionais mostrados na tabela abaixo, que corrigimos a taxa de 1,5% ao mês, entre o plantio e a colheita:
Quadro comparativo do custo gusa produzido a partir dos fornos rabo quente e DPC.
OBRIGADO Engº Sidney Pessoa