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ARCADISMOArcádia – região montanhosa da grecia antiga que segundo a mitologia grega era habitada por poetas e pastores.Em Portugal foi criada a Arcádia Lusitana, academia literária que promovia reuniões periódicas para cultivar a poesia pastoril.A partir desta, várias arcádias foram criadas. Quando um artista passava a frequentar uma arcádia, era comum que ele ganhasse um pseudônimo, normalmente de inspiração pastoril.No Brasil, embora não tenham surgido arcádias, manteve-se a tradição dos pseudônimos. Prof. Nichele
Contexto Histórico e Características • A Companhia de Jesus perde cada vez mais espaço. • Obras de pensadores como Diderot, Rousseau, Voltaire e Montesquieu ganham força dando origem ao movimento filosófico de inspiração racional chamado Iluminismo. • O século XVIII fica conhecido como Século das Luzes. • O Iluminismo preparou o terreno para a ascensão da burguesia que se cristaliza com a revolução Francesa. • O Iluminismo representa o último suspiro da aristocracia e o primeiro da burguesia.
Características • Retorno a literatura clássica, revigorando valores como a clareza, a harmonia, o racionalismo, a perfeição formal e a simplicidade. • Um dos aspectos mais importantes é o pastoralismo (ou bucolismo) – valorização do equilíbrio e a tranquilidade da vida campestre. • Fugereurbem: “fugir da cidade” – repulsa à intranquilidade da vida urbana; • Locusamoenus: “lugar ameno” – busca da serenidade no mundo campestre; • Inutiliatruncat: “cortar o inútil” – crítica aos exageros da arte barroca; • Carpe diem: “colher o dia” – convite a aproveitar o momento presente.
Arcadismo no Brasil • A exploração do ouro desloca o eixo econômico do Nordeste para o Sudeste, mais especificamente Minas Gerais. • Inicia em 1768 com a publicação de Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa. • Foi um importante movimento no processo de formação de um público leitor brasileiro. • Os cenários apresentados nos poemas mostram sempre o mesmo padrão: campos verdes, árvores frondosas, ovelhas e gado pastando tranquilos, dias ensolarados, regatos de água cristalina e aves que cantam. • Este cenário foi a forma encontrada pelos autores para divulgar os ideais de uma sociedade mais igualitária e justa. Na simplicidade de pastores está aproposta de uma vida que valorize menos a pompa e a sofisticação, características das cortes europeias.
Autores árcades brasileiros: Na lírica: Claudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Silva Avarenga. Na épica: Basílio da gama, Santa Rita Durão e Claudio Manuel da Costa. Na sátira: Tomás Antônio Gonzaga Na ecomiástica: Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto. (Gênero poético destinado à exaltação ou homenagem a alguém)
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA • Considerado o poeta mais importante de todo século XVIII no Brasil. • Sua obra satírica criticava as elites mineiras. • Principais obras: • Marília de Dirceu – poema líricos • Em 1783 conheceu Maria Joaquina Doroteia de Seixas e escreveu para ela as 23 liras que compõem a primeira parte de Marília de Dirceu. Em 1789 seu idílio com Maria Joaquina termina bruscamente. Foi preso, levado para o Rio de Janeiro e em 1792 condenado ao exílio perpétuo na África. Na cadeia escreveu mais 32 liras que constituem a segunda parte da obra. • Cartas Chilenas – poema satírico • Preocupação com a vida social e a política arbitrária de Vila Rica. É um conjunto de 13 manuscritos em versos decassílabos brancos que circulavam entre intelectuais da época. A obra é um jogo de disfarces: Fanfarrão Minésio: é o pseudônimo do governador; chilenas equivale a mineiras; Santiago, de onde são assinadas equivale a Vila Rica.
OUTRAS IMPORTANTES OBRAS O URAGUAI – Poema épico de Basílio da Gama Esse poema narra a luta dos povos indígenas de Sete Povos das Missões, no Uruguai, contra os portugueses, que queriam apossar-se do local por conta de um acordo entre Espanha e Portugal. CARAMURU – poema épico de Santa Rita Durão Obra que narra o achamento da Bahia e incorpora o elemento indígena como elementos distintivo do Arcadismo brasileiro. O autor exalta a terra brasileira dentro dos mesmo padrões, valorizando a vida natural dos índios. É evidente a influência de Camões.