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VANGUARDAS EUROPEIAS. Arte e Literatura no Sec. XX Profa. Érica.
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VANGUARDAS EUROPEIAS Arte e Literatura no Sec. XX Profa. Érica
Ao se iniciarem os anos de 1900, a Europa apresentava duas situações antagônicas, mas complementares: euforia exagerada diante do progresso industrial e dos avanços técnico-científicos (ex: eletricidade); e as consequências desse avanço no processo burguês-industrial: uma disputa cada vez mais acirrada pelo domínio dos mercados fornecedores e consumidores, que resultaria na 1ª Guerra Mundial.
Contexto histórico cultural • Assim, contrastando com o clima eufórico da burguesia, também vamos encontrar o pessimismo característico do fim de século, representado pelo decadentismo simbolista. Essa contradição gera um clima propício para a efervescência artística, favorecendo o aparecimento de várias tendências preocupadas com uma nova interpretação da realidade.
A essa multiplicidade de tendências – Futurismo – Expressionismo – Cubismo – Dadaísmo – Surrealismo -, convencionou-se chamar Vanguarda Européia, responsável por uma verdadeira inundação de manifestos, escritos entre 1909 e 1924, ou seja, durante a guerra e nos anos imediatamente anteriores e posteriores.
VANGUARDA Vanguarda: do francês avant-garde, a palavra significa “o que marcha na frente” (termo militar). Artística ou politicamente, se chama de vanguardas aos grupos ou correntes que apresentam uma proposta e/ou uma prática inovadora. No campo das artes e das idéias, designa aqueles que estão à frente de seu tempo.
EXPRESSIONISMO • Paralelo ao Futurismo e Cubismo. • Surge em 1910 pela revista “Der Sturn”. • A arte brota da vida interior; do íntimo do ser. • A obscuridade do ser é transportada para a expressão. • As telas retratam o patético, os vícios, os horrores, a guerra. • Protesta contra a violência e usa cores explosivas. • Reflete a crise de consciência gerada pela guerra.
POEMA EXPRESSIONISTA A noite – Augusto dos AnjosA nebulosidade ameaçadora Tolda o éter, mancha a gleba, agride os rios E urde amplas teias de carvões sombrios No ar que álacre e radiante, há instantes, fora. A água transubstancia-se. A onda estoura Na negridão do oceano e entre os navios Troa bárbara zoada de ais bravios, Extraordinariamente atordoadora. A custódia do anímico registro A planetária escuridão se anexa... Somente, iguais a espiões que acordam cedo, Ficam brilhando com fulgor sinistro Dentro da treva omnímoda e complexa Os olhos fundos dos que estão com medo!
CUBISMO • Decomposição da realidade em figuras geométricas. • Manifesta-se a partir de 1917, na literatura. • Seu divulgador foi Appolinaire. • Decomposição da imagem em diferentes planos. • Desintegração da realidade gerando uma poesia ausente de lógica. • Linguagem caótica.
Poema Cubista Poema de Sete Faces Carlos Drummond de Andrade Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
DADAÍSMO • Surge em 1916, em Zurique. • Promove um certo terrorismo cultural. • Contraria todos os valores vigentes até então. • Valoriza o niilismo (descrença absoluta) • Mundo ilógico. • Cultua a realidade mágica da infância. • Seu principal divulgador foi Tristan Tzara.
Poema dadaísta Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público. Tristan Tzara
SURREALISMO • Surge em 1924 com o Manifesto Surrealista de André Breton. • Propõe que o homem se liberte da razão, da crítica, da lógica. • Adere a filosofia de Sigmund Freud. • Expressa o interior humano investigando o inconsciente.
As realidades Era uma vez uma realidade com suas ovelhas de lã real a filha do rei passou por ali E as ovelhas baliam que linda que está a re a re a realidade. Na noite era uma vez uma realidade que sofria de insônia Então chegava a madrinha fada e realmente levava-a pela mão a re a re a realidade. No trono havia uma vez um velho rei que se aborrecia e pela noite perdia o seu manto e por rainha puseram-lhe ao lado a re a re a realidade. CAUDA: dade dade a reali dade dade a realidade A real a real idade idade dá a reali ali a re a realidade era uma vez a REALIDADE. (Louis Aragon) Poema Surrealista