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Professora Flaviana Eufrásio Disciplina: Literatura Brasileira. Arcadismo no Brasil. [Carlos Julião , Extração de diamantes. 1776. Aquarela colorida]. O Arcadismo.
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Professora Flaviana Eufrásio Disciplina: Literatura Brasileira
[Carlos Julião, Extração de diamantes. 1776. Aquarela colorida]
O Arcadismo A partir da segunda metade do século XVIII, ao lado das profundas transformações sociais e econômicas que anunciam revoluções intelectuais nas sociedades europeias, surge um novo estilo literário, o Arcadismo.
O Arcadismo Propunha uma volta à natureza, à vida simples do campo, reverenciando o bucolismo (poesia pastoral, que descreve qualidades rurais). Opondo-se aos dilemas, exageros e rebuscamentos do Barroco. Retorno aos modelos greco-latinos e sua mitologia.
O Arcadismo A palavra Arcadismo foi inspirada em Arcádia, uma lendária região grega habitada por pastores que cultivavam a poesia e a música, vivendo de modo simples e espontâneo. Os poetas do Arcadismo adotavam pseudônimos pastoris em homenagem à vida simples dos pastores da Arcádia, que viviam em comunhão com a natureza.
O Arcadismo Também é chamado de Neoclassicismo, ou seja, um novo Classicismo. No Brasil, considera-se 1768 como a data inicial do Arcadismo, ano de publicação de Obras de Cláudio Manuel da Costa e da suposta criação da Arcádia Ultramarina, cuja existência física não foi comprovada.
Arcadismo - características A valorização da natureza, a reverência ao bucolismo e o lirismo pastoril são traços marcantes O pastor é o representante de um mundo natural e simples, equivalente a uma evasão da cidade para o campo.
Arcadismo - características A idealização do modo de viver campesino cria um ambiente imaginário de paz e perfeição; Fugereurbem– fuga da cidade Carpe diem – colha o dia AureaMediocritas – áurea mediocridade Inutilia truncar - cortem as inutilidades
Arcadismo - características As imagens típicas da poesia árcade pastoril são: um eu poético “pastor” dissimulado em um pseudônimo; um eu poético “pastor”, que descansa e medita sobre sua musa;
Arcadismo - características a própria musa inspiradora, uma mulher também identificada com o mundo natural um eu poético “pastor”, que descansa e medita sobre sua musa; a louvação da natureza, como lugar da ventura, da vida saudável, longe do luxo.
Arcadismo - características apego aos valores da terra, pela localização geográfica do “grupo mineiro”; incorporação do indígena, em dois poemas épicos: O Uruguai, Basílio da Gama narra a luta contra indígenas e jesuítas; e Caramuru, em que Santa Rita Durão narra as aventuras do português Diogo Álvares Correia, que aprisionado pelos tupinambás, viveu entre selvagens.
Arcadismo - características sátira à corrupção, fez circular manuscritos anônimos (as cartas chilenas) de crítica aos tempos da exploração portuguesa e à corrupção dos governos coloniais, representa outra peculiaridade do Arcadismo brasileiro.
O Arcadismo A POESIA LÍRICA Cláudio Manuel da Costa Em 1768, publicou Obras, iniciando o Arcadismo no Brasil e apresentando seu lirismo. Também deixou uma obra épica inspirada em epopeias clássicas, o poema Vila Rica.
O Arcadismo “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e de sóis queimado.” [Tomás Antônio Gonzaga]
O Arcadismo A POESIA SATÍRICA Cartas chilenas Uma das mais curiosas e perspicazes sátiras da literatura brasileira de todos os tempos, as Cartas foram compostas em versos decassílabos brancos; Quem as assina é Critilo, que as endereça ao amigo Doroteu, pseudônimos
O Arcadismo [...] Não cuides, doroteu, que vou contar-te por verdadeira história uma novela da classe das patranhas, que nos contam verbosos navegantes, que já deram ao globo deste mundo volta inteira.
O Arcadismo A POESIA ÉPICA José Basílio da Gama Autor do poema épico O Uruguai, escrito em versos, sem estrofação, mas dividido em proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo (como a epopeia clássica)
O Arcadismo [...] É fama então que a multidão formosa Das damas, que Diogo pretendiam, Vendo avançar-se a nau na via undosa, E que a esperança de o alcançar perdiam Entre as ondas com ânsia furiosa Nadando o esposo pelo mar seguiam, E nem tanta água que flutua vaga O ardor que o peito tem, banhando apaga.