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Aspectos epidemiológicos da população idosa

Aspectos epidemiológicos da população idosa. E. Maranhão maranhao@ensp.fiocruz.br emaranhao@hotmail.com Material apresentado e discutido nos Cursos de especialização em saúde do idoso e envelhecimento nos anos de 2004,2005,2006-Dpto de Administração e Planejamento de Saúde-Ensp/Fiocruz.

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Aspectos epidemiológicos da população idosa

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  1. Aspectos epidemiológicos da população idosa E. Maranhão maranhao@ensp.fiocruz.br emaranhao@hotmail.com Material apresentado e discutido nos Cursos de especialização em saúde do idoso e envelhecimento nos anos de 2004,2005,2006-Dpto de Administração e Planejamento de Saúde-Ensp/Fiocruz

  2. Aspectos epidemiológicos da população idosa[1] • Introdução: O envelhecimento populacional foi um fenômeno inicialmente observado em países desenvolvidos, mas recentemente é nos países em desenvolvimento que a população idosa tem aumentado de forma mais rápida • Projeções recém- publicadas pela OMS estimam que entre 1990 e 2025, a população idosa aumentará cerca de 7 a 8 vezes em países como a Colômbia,Malásia, Quênia, Tailândia e Gana.Elas indicam que entre os 10 países em desenvolvimento com maior população idosa em 2025 , 5 serão países em desenvolvimento, incluindo o Brasil com um número estimado de 27 milhões de pessoas com 60+ anos de idade. • A proporção de pessoas com 60 + anos de idade no Brasil aumentou de 6,1 % em 1980[7.204.517 hab.], para 7,9 % em 1996[12.398.678 hab.], • O que corresponde em números absolutos a um aumento de 5,2 milhões de habitantes idosos

  3. Aspectos epidemiológicos da população idosa[2] • A razão : população com 65 + anos / população < 15 anos de idade(índice de idosos no Brasil), passou de 6,2 % em 1960, para 13,9 % em 1991 e estimativas apontam que este índice alcançará 106,8 % em 2050. • Neste período , a composição da razão de dependência demográfica (população com 65 + e <15 anos /população com 15-64 anos de idade) passa do predomínio da parcela jovem da população, observada atualmente, para a dependência idosa no final do período. • essa transição demográfica tem forte impacto sobre as demandas sociais, incorporando progressivamente às demandas por educação e emprego [dos jovens] aquelas associadas a saúde e previdência. • Os idosos particularmente os + velhos, constituem o segmento que mais cresce da população brasileira. Entre 1991 e 2000 o número de habitantes de 60 ou + anos aumentou 2 vezes e meia mais(35 %) do que o resto da pop. do país. • As condições de saúde da pop.idosa podem ser determinadas através dos seus perfis de morbidade e mortalidade, da presença de deficits físicos e cognitivos e da utilização de serviços de saúde, entre outros indicadores + específicos

  4. Aspectos epidemiológicos da população idosa[3] • A transição demográfica e dos perfis de saúde[transição epidemiológica]- no Brasil ,a passagem de uma situação de alta fecundidade e alta mortalidade para uma de baixa fecundidade e progressiva baixa da mortalidade, tem propiciado mudanças significativas na sua pirâmide populacional, caracterizada por um aumento progressivo e acentuado da população adulta e idosa.Estas mudanças significativas da pirâmide populacional começam a acarretar uma série de previsíveis conseqüências epidemiológicas, sociais, e culturais, para as quais ainda não estamos preparados para enfrentar adequadamente. • Dentro deste contexto tem-se desenvolvido , uma rápida transição nos perfis de saúde que se caracteriza:1- pelo predomínio das enfermidades crônicas não transmissíveis;2-importância crescente de fatores de risco para a saúde e que requerem , completamente, ações preventivas em diversos níveis. • As doenças infecto- contagiosas em 1950 representavam 40 % das mortes ocorridas no país e hoje são responsáveis por menos de 10 %, enquanto as cardiovasculares passaram de 12 % para 40%.

  5. [4] • O Brasil vem atravessando 2 grandes processos que se encontram intimamente relacionados: • um ligado à estrutura populacional • outro a prevalência de doenças • Como muitos outros países, o Brasil vem apresentando , nas últimas décadas, acelerado crescimento em números absolutos e relativos de sua população com + de 60 anos de idade. A transição demográfica no Brasil inicia-se na década de 1940, com a redução da mortalidade por doenças infecto-contagiosas(Monteiro,1997). Progressiva e consequentemente, vem ocorrendo um aumento no número de óbitos por doenças cardiovasculares, neoplasias e causas externas.

  6. [5] • Muitas pessoas vivem além dos 65 anos se mantém, saudáveis e ativas, pois o período de doença e dependência, em especial nos países desenvolvidos, geralmente compreende os 3 -4 anos que antecedem á morte, independentemente da idade em que esta ocorra. • Nesta faixa etária , as doenças mais comuns são: • as cardiovasculares • diabetes • neoplasias • Alzheimer • Obs: embora ainda incuráveis, são passíveis de cuidados que podem diminuir a rapidez da evolução, o número e a gravidade das complicações, diminuindo o sofrimento tanto dos pacientes quanto daqueles que deles cuidam.

  7. [6] • O grande problema é que no Brasil as condições sócio-econômicas determinam um número maior de idosos doentes e/ou inválidos, em conseqüência da má nutrição, más condições assistenciais e de trabalho, fazendo com que a invalidez na velhice tenha como substrato os efeitos cumulativos dos acidentes, doenças crônico-degenerativas, doenças agudas e carênciais. • As características regionais influenciam diretamente a sobrevida . Obviamente, quanto melhores as condições de vida, maior o número e/ou percentual de idosos sadios. As diferenças regionais são marcantes no processo de envelhecimento da população brasileira, interferindo na mortalidade por grupo etário e por causa do óbito, no comportamento reprodutivo, na qualidade e quantidade dos serviços de saúde

  8. Estudos e Informações epidemiológicas [7] • As informações epidemiológicas sobre as condições de saúde da população idosa e suas demandas por serviços médicos e sociais são fundamentais para o planejamento da atenção e promoção da saúde • As condições de saúde da população idosa são praticamente desconhecidas no Brasil. • Estudos epidemiológicos com base populacional[estudam idosos residentes na comunidade] fonecem este tipo de informação , mas ainda são raros no país • Estudos epidemiológicos com base populacional[tanto seccionais/transversais e estudos prospectivos, são caros,exigem tempo, e equipes especializadas para o seu desenvolvimento. • Mas são essenciais para o conhecimento das condições de saúde da população idosa e/ou dos seus determinantes. • A sua condução rotineira ou mesmo o seu desenvolvimento em grandes áreas geográficas é difícil

  9. Bancos de dados e sistemas de Informação[8] • O país, possui importantes bancos de dados secundários: • Sistema de informações sobre Mortalidade(SIM); • Sistema de Informações sobre Autorização de Internações Hospitalares(SIH); • obs: que são produzidos pelo MS e podem e devem ser utilizados, desde que conhecidas as suas limitações , para realizar diagnósticos da situação de saúde da população idosa. • É necessário responder as seguintes perguntas: • 1-Onde?[macrorregiões]; • Quem?[faixa etária e gênero]; • De que? [causa básica] morrem os idosos brasileiros • 2-Por que?[causa] são internados • 3-Quanto custam as internações hospitalares desta população nas diferentes regiões • e qual seu impacto no sistema público de saúde?

  10. Diagnóstico da situação desaúde da população idosa Brasileira:um estudo da Mortalidade e das Internações Hospitalares Públicas [IESUS] • Autores: • Maria Fernanda F. Lima e Costa- Fiocruz/ Universidade Federal de Minas Gerais • Henrique L. Guerra- Fiocruz • Sandhi M. Barreto- Fiocruz/Universidade Federal de Minas Gerais • Renato Maia Guimarães- Universidade de Brasília

  11. Figura 1 e tabela 1[taxas de mortalidade nos anos 1980,1991 e 1996] • 1- A sobremortalidade masculina foi observada em todas as regiões do País, em todas as faixas etárias e em todos os anos considerados, com 2 únicas exceções[na região sul em 1980 e na região norte em 1991] as taxas de mortalidade foram semelhantes entre homens e mulheres com 80+ anos de idade; • 2- as taxas de mortalidade foram menores nas regiões norte e nordeste do país [em conseqüência, as taxas de mortalidade para o Brasil aumentaram quando as regiões norte e nordeste foram excluídas do seu calculo]; • 3- as taxas de mortalidade em ambos os sexos aumentaram com a idade em todas as regiões e períodos estudados[em 1996 a taxa de mortalidade aumentou cerca de 2 vezes a 3 vezes a cada década de vida- entre homens, de 25,7 % aos 60-69 anos para 53,4 % aos 70-79 e 118,7 % aos 80+ anos de idade e entre mulheres de 15,8 % para 37,8 % e 106,6 %, respectivamente]; • 4- as taxas de mortalidade entre homens e mulheres diminuíram em 1991 e 1996 quando comparadas às observadas em 1980[esta tendência foi mais acentuada nas faixas etárias de 70-79 e 80+ anos].

  12. Figura 2 e tabela 2, [estão apresentadas as mortalidades proporcionais por sintomas,sinais e afecções mal definidas para os anos 1980 e 1991(CID-9) e aquelas p/sintomas, sinais e achados anormais ao exame clínico e laboratorial p/ o ano 1996(CID-10) • 1- as proporções de óbitos por essas condições foram razoavelmente semelhante entre homens e mulheres; • 2- essas proporções foram mais altas nas regiões norte e nordeste quando comparadas às demais regiões do país; • 3- para o conjunto do Brasil, o indicador apresentou tendência declinante durante o período considerado[1980,1991 e 1996]; • 4- para o conjunto do país e em todos os anos considerados, a mortalidade proporcional por causas mal definidas em ambos os sexos foi maior na faixa etária de 80+ e menor naquela com 60-69 anos;

  13. Causas de morte entre idosos brasileiros • As doenças do Ap.circulatório foram a primeira causa morte entre os idosos brasileiros[ 44,7 ; 40,0 ; 38,1 % dos óbitos entre pessoas com 60+anos de idade em 1980,1991 e 1996, respectivamente]. • As Neoplasias foram o segundo grupo de causas de morte desta população[11,5 ; 12,9 ; e 13,3 % dos óbitos em 1989,1991 e 1996, respectivamente] • Seguidas por doenças: • do Ap.respiratório • Endócrinas, nutricionais e metabólicas • do Ap.digestivo • causas externas • Infecciosas e parasitárias • Obs: a ordem de importância destas doenças não se alterou quando se fez a análise global para o Brasil excluindo-se as regiões norte e nordeste.

  14. Figura 3, estão apresentadas as taxas de mortalidade por doenças do Ap.circulatório entre idosos • As taxas de mortalidade por doenças do Ap.circulatório aumentaram com a idade em ambos os sexos e em todos os anos considerados. • Essas taxas apresentaram tendência declinante entre 1980 e 1996 em homens e mulheres • Esta tendência tem sido mais marcante nas faixas etárias mais velhas[70-79 e 80+ anos] • O risco de morte por doenças do Ap.circulatório entre homens na faixa etária de 60-69 anos do que entre as mulheres[1.106 vs 744, em 1980; 970 vs 600, em 1991; 942 vs 550 % 0 0 0 ,em 1996] • Nos + velhos[ 80 + anos], entretanto as taxas de mortalidade por doenças foram razoavelmente semelhantes entre homens e mulheres[6.049 vs6.233 em 1980; 4.548 vs 4518 em 1991; e 4779 vs 4.288 %0 0 0 em 1996] • quando as regiões norte e nordeste foram excluídas da análise, os valores das taxas de mortalidade por doenças do Ap.circulatório aumentaram, mas as tendências ao longo do tempo e os diferenciais entre os sexos forma os mesmos já mencionados.

  15. Figura 4-estão apresentadas as taxas de mortalidade por neoplasias entre idosos • As taxas de mortalidade por neoplasias entre homens de todas as idades aumentaram em 1996, quando comparadas a 1980 e 1981 • Entre as mulheres as taxas permaneceram razoavelmente estáveis durante o período estudado • O risco de morte por neoplasias aumentou com a idade e foi maior entre os homens do que entre as mulheres nas faixas etárias de 60-69 anos[411 vs 274 em 1980; 437 vs 276 em 1991; e 454 vs 289 % 0 0 0 , em 1996] , 70-79 anos[729 vs 551, em 1980; 710 vs 477, em 1991; e 1375 vs 778 % 0 0 0 , em 1996] • A exclusão das regiões norte e nordeste não modificou essas tendências, embora tenha aumentado a magnitude das taxas de mortalidade por neoplasias

  16. Figura 5-Taxas de mortalidade por doenças do Ap. respiratório • As taxas de mortalidade do Ap.respiratório aumentaram com a idade em homens e em mulheres nos períodos1980 ,1981 ,1996 • Essas taxas apresentaram tendências ascendentes entre homens do que entre mulheres nas faixas etárias de 60-69 anos[ 178 vs 95, em 1980 ; 205 vs 103, em 1991; e 265 vs 146 % 0 0 0 , em 1996] , 70-79 [ 469 vs 291, em 1980; 567 vs 321, em 1991; e 711 vs 411 % 0 0 0 , em 1996] e 80 +anos de idade[ 1265 vs 974, em 1980 ;1541 vs 1128 em 1991, e 2136 vs 1493 %0 0 0 , em 1996] • Quando se excluiu as regiões norte e nordeste não se modificou essas tendências,embora tenha aumentado a magnitude das taxas de mortalidade por doenças do Ap. respiratório

  17. Tabela 4 -estão listadas as principais causas básicas de morte entre homens idosos no ano de 1996, agrupadas segundo a CID-10 • As doenças que predominaram foram as doenças cérebro vasculares seguidas pelas doenças doenças isquêmicas do coração. • As neoplasias malignas mais freqüentes foram • as da traquéia, brônquios e pulmões,seguidas pela da próstata • Entre as doenças do Ap. respiratório, a principal foi as doenças pulmonares obstrutivas crônicas e em seguida as pneumonias • A cirrose hepática e a úlcera péptica forma as mais freqüentes entre as doenças do Ap.digestivo • Diabetes mellitus e desnutrição foram as causas + freqüentes de morte por doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas • Atropelamentos e exposição a outros fatores e aos não especificados foram as principais causas de morte por causas externas • Entre as D. infecciosas e parasitários , as mais comuns foram as septicemias e a doença de Chagas

  18. a exclusão da região norte e nordeste aumentou as taxas de mortalidade no Brasil por todas as doenças,mas não alterou a ordem de importância delas,exceto para D. cérebro-vasculares.

  19. Tabela 5, estão listadas as principais causas básicas de morte entre mulheres no ano de 1996[CID-10] • As causas de morte + freqüentes entre as mulheres foram as mesmas observadas para os homens , exceto em relação as neoplasias, doenças do Ap. digestivo e causas externas. • No grupo das neoplasias , predominaram as neoplasias malignas de mama, seguidas pelas do estômago • Entre as doenças do Ap. digestivo , a primeira causa continuou sendo a cirrose hepática, mas a segunda passou a ser transtornos vasculares do intestino • Entre as causas externas , a exposição a outros fatores e aos não especificados ocupou o primeiro lugar e as quedas o segundo • como o observado para os homens , a exclusão das regiões norte e nordeste aumentou as taxas de mortalidade no Brasil por todas as doenças, mas não alterou a ordem de importância

  20. Em 1995, 1996 e 1997 ocorreram respectivamente , 10,7 ; 10,2 ; e 12,0 milhões de internações hospitalares do tipo 1 pelo SUS no Brasil • Destas 1,7 (16,3 %); 1,5 (15,8 % ) e 2,2 milhões ( 18,3 % ) ocorreram em pessoas com 60 ou + anos de idade.

  21. Tabela 7- proporções(%) de internações hospitalares de idosos, segundo os capítulos da CID-9, Brasil, 1995,1996, 1997 • Quando analisadas por capítulos da CID, as doenças do Ap. circulatório foram as causas + freqüentes de internações hospitalares entre idosos em 1995(32,5 %) ;1996 (31,6 5) e 1997( 31,5 %) • As doenças do Ap. respiratório foram a segunda causa de internações ( 19,6 ; 21,0 e 20,1 % em 1995, 1996 e 1997 ) seguidas pelas doenças do Ap.digestivo ( 8,9 ; 9,0 e 9,0 % respectivamente), pelas doenças infecciosas e parasitárias ( 6,3 ; 6,1 ; 5,8 % respectivamente)

  22. Tabela 8, estão listadas as 20 principais causas de internações hospitalares entre homens e mulheres idosos no ano de 1996[CID-9: 3 dígitos] • As principais causas de internações hospitalares entre homens foram: • Insuficiência cardíaca[13,3 %] • obstrução das vias respiratórias não classificadas em outra parte [5,7 %] • oclusão das artérias cerebrais[5,1 %] • infecções intestinais mal definidas[2,9 %] • bronco pneumonias por microorganismos não especificados • Ao somar as bronco pneumonias e as pneumonias [CID 485 , 486 e 452] verifica-se que este conjunto foi responsável pela segunda causa de internações hospitalares entre idosos[ contribuindo com 6,8 % das internações- n = 68.813]

  23. Entre as mulheres, as principais causas de internações foram: • insuficiência cardíaca[13,9 %] • oclusão das artérias cerebrais[4,8 %] • obstrução crônica das vias respiratórias[ 4,6 %] • hipertensão essencial [4,0 5%] • infecções intestinais mal definidas[3,9 %] • obs: como o verificado para os homens , somando-se as broncopneumonias e as pneumonias ( CID 485 , 485 e 482) estas se tornam a segunda causa de internações entre idosas

  24. Discussão • Este trabalho é uma esforço para realizar de forma sistemática o diagnóstico de saúde da população idosa brasileira • utilizando-se informações existentes nos grande bancos de dados nacionais sobre mortalidade e internações hospitalares • as vantagens deste tipo de estudo é: o baixo custo; a possibilidade de inferência para o país e comparações ao longo do tempo. • Obs; estudos deste tipo são limitados aos dados e informações disponíveis e a qualidade destes dados e informações

  25. Limitações • 1- subnumeração de óbitos diferencial entre as regiões do país • 2-ausência de um denominador adequado para cálculo das taxas de internações hospitalares públicas, uma vez que a cobertura do SUS não é completa • 3-grande proporção de óbitos por causas mal definidas, sobretudo nas regiões norte e nordeste do Brasil • Obs: apesar dessas limitações, os resultados do trabalho mostram consistência interna e coerência com os conhecimentos existentes sobre a população idosa, reforçando a necessidade de maior utilização das informações existentes no Brasil sobre esta população

  26. As condições de Saúde no Brasil- Retrospecto de 1979 a 1995autores: Maria Helena P. de Mello Jorge e Sabina Léa Davidson Gotlieb- Ministério da Saúde • Ao se analisar a representatividade dos óbitos dos idosos no perfil de mortalidade por algumas causas no Brasil, alguns aspectos chamam atenção: • de todos os óbitos por tuberculose em 1990 e 1995, cerca de 28% ocorreram em indivíduos com, no mínimo 60 anos • 61 % dos óbitos por hanseníase referem-se a idosos • em relação as mortes por tripanossomíase[ doença de Chagas], em torno de 50 % são óbitos de 60 anos e + • a participação dos óbitos de idosos nas mortes por câncer de pulmão cresceu de 66 % para 99 %; em relação`a localização do tumor na próstata , a proporção de óbitos de 60 anos e + é de 92 % • o infarto do miocárdio como causa de morte nesse grupo etário correspondeu a cerca de 68 % de todos os óbitos por infarto; comparativamente, as causas cerebrovasculares representaram 72 % • quanto as causa externas, os óbitos de idosos perfizeram, respectivamente , 12 % , 41 % e 15 % das mortes por acidente de transito, quedas e suicídios

  27. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Autor • Maria Isabel C. A. Parahyba- pesquisadora do DEPIS/IBGE • XI Encontro Nacional de estudos Populacionais da ABEP

  28. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • A redução da mortalidade por doenças infecciosas em todos os grupos de idade e o aumento das doenças crônicas e degenerativas, por causa do envelhecimento da população , mudaram o perfil de mortalidade da população, deslocando os óbitos para a faixa de idade de 60 anos ou + .Em 1990, cerca de 60 % dos óbitos registrados no Município do Rio de Janeiro referiam-se a população idosa. • Assim, devido a tendência de crescimento deste grupo e de sua representatividade no total de óbitos, é importante conhecer as principais causas de morte desta população e sua evolução no tempo.

  29. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Evolução do risco de mortalidade dos idosos • Por doenças do aparelho circulatório[G; 4.3; 4.4; 4.5]: Este é o grupo de causas com maior participação na mortalidade da população idosa, apresentando riscos mais elevados para a população masculina que para a feminina. • As principais causas de óbito são: • doença hipertensiva • doença isquêmica do coração[principalmente o infarto agudo do miocárdio] • doença da circulação pulmonar • doença cerebrovascular • outras doenças do aparelho circulatório como a aterosclerose • Quando observamos as taxas específicas de mortalidade da população idosa por doenças do Ap.circulatório,suas taxas de mortalidade apresentaram no período de 1983 a 1994, uma redução de 29,5 para 23,2/1000, entre homens e de 24,0 para 18,3/1000 entre mulheres, com 60 anos ou +,mantendo-se a sobremortalidade masculina.

  30. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por neoplasma[G 4.6 ]: este é o segundo grupo de causas em importância para a população idosa • Os tipos + freqüentes de câncer são: • neoplasmas malignos da traquéia, brônquios e pulmão • neoplasmas malignos do estômago, • neoplasmas malignos da mama feminina [entre as mulheres] • neoplasmas malignos da próstata [entre os homens] • As taxas específicas de mortalidade da população idosa por neoplasmas, mantiveram-se praticamente estáveis de 1983 a 1994.

  31. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por doenças do aparelho respiratório[ G 4.7; 4.8;4.9 ]: neste grupo as principais causas são • a pneumonia, • a bronquite, • o enfisema • e a asma • De 1983 a 1994 houve aumento das taxas específicas de mortalidade por estas doenças do aparelho respiratório em ambos os sexos. A taxa específica de mortalidade por doenças do Ap. respiratório é de cerca de 50 % maior entre os homens do que entre as mulheres.Além disso,o aumento deste risco foi um pouco mais elevado entre a população masculina, elevando ligeiramente a sobremortalidade masculina.

  32. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por doenças do aparelho digestivo[ G 4.10 ]: Neste grupo , as principais causas de morte entre idosos são: • as doenças crônicas do fígado e cirrose • as úlceras gástricas e duodenais • A população masculina é a que suporta maiores riscos de morrer por doenças do Ap. digestivo • A evolução deste grupo de causas, entre 1983 e 1994 não apresentou mudanças estatisticamente significativas, nem entre os homens e nem entre as mulheres.

  33. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo e transtornos imunitários[ G 4.11 ]: • a grande maioria de óbitos deste grupo é por diabetes mellitus • deficiência nutricional • Estas taxas taxas sofrem variações no período entre 1983 a 1994. • Não houve mudança estatisticamente significativa neste período

  34. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por causas externas[ G 4.12 ]: • Acidentes • Violências • obs- Apesar da idade, os idosos não estão livres das mortes violentas, a maioria vítima de acidentes de transporte. • a não ser entre os mais idosos, com 80 anos ou +, as principais causas externas são as quedas acidentais • verifica-se também uma sobremortalidade masculina[ o dobro em relação as mulheres] • não houve mudança significativa entre 1983 a 1994, no risco da população idosa morrer por causas externas

  35. Evolução da mortalidade dos idosos[no município do RJ] • Por doenças infecciosas e parasitárias[ G 4.13 ;4.14 ;4.15 ]: • A importância deste grupo de causas é devida a suas características de doença + facilmente preveníveis, que estão associadas fortemente as condições de vida. • Incluindo condições de habitação, de nutrição e de acesso aos serviços de saúde • a partir de 1990,revela-se uma situação grave, o risco de morrer por D. infecciosas e parasitárias aumentou constantemente tanto para homens como para mulheres • no período todo, de 1983 a 1994,este risco dobrou. • o aumento da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias ocorre principalmente entre os mais idosos, com 80 anos ou +. Para os homens o risco aumentou mais que para as mulheres.

  36. Observações • A mortalidade proporcional detecta corretamente a mudança na estrutura de mortalidade, mas não o risco • As taxas específicas de mortalidade, cujo denominador é a população no meio do período, são indicadores que medem risco de morte especificamente para uma idade ou causa de óbito

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