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Deformabilidade Elástica de Solos e Materiais de Pavimentação. Prof. Washington Peres Núñez LAPAV-UFRGS. Deformabilidade elástica de solos e materiais de pavimentação. 1. Conceito de resiliência 1955- Francis Hveem (California)
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Deformabilidade Elástica de Solos e Materiais de Pavimentação Prof. Washington Peres Núñez LAPAV-UFRGS
Deformabilidade elástica de solos e materiais de pavimentação 1. Conceito de resiliência 1955- Francis Hveem (California) • Resiliência: “elasticidade” em materiais de pavimentação (deslocamentos são muito maiores do que em outros sólidos elásticos) • Trincamento progressivo de revestimentos asfálticos deve-se à deformação resiliente (elástica) das camadas subjacentes, em especial o subleito. • Em misturas asfálticas rigidez (stiffness)
Deformabilidade elástica de solos e materiais de pavimentação 2. Ensaios de cargas repetidas • Ensaios tecnológicos procuram simular as condições reais de solicitações no campo • Tráfego gera: Carregamentos repetidos de Curta duração com intervalos de repouso em materiais que trabalham à: Compressão (confinada) Tração na Flexão • Não ocorre ruptura catastrófica e sim um progressivo enfraquecimento da estrutura, agravado (ou não) por condições ambientais
Ensaios de cargas repetidas 2.1Ensaio Triaxial de cargas repetidas • Deformabilidade elástica de solos e agregados • Corpos de prova cilíndricos compactados ensaiados em câmara triaxial • Materiais sujeitos à tensão de confinamento s3 • Aplica-se uma força vertical de compressão repetidamente que gera uma tensão desvio sD • Freqüência e tempo de carregamento : geralmente f = 1 Hz; Tcarga 0,1 s (reproduz o efeito de carga a 60 km/h à profundidade 40 cm)
Ensaio triaxial de cargas repetidas Considerando um elemento do subleito (base ou sub-base) sem carga externa s3 = sh = sv Quando o eixo carregado passa pela vertical acima do elemento s3 = sh e s1= sv = s3 + sD No ensaio aplicam-se várias combinações des1 e s3, tal ques1/s3 = 2; 3 e 4. O confinamento(s3) é aplicado com ar comprimido e a tensão desvio sD por uma haste que comprime verticalmente o corpo de prova
Ensaio triaxial de cargas repetidas Para cada combinação de tensõess1/s3, o corpo de prova com altura inicial H0, sofre um encurtamento elásticoDH e def. específica resiliente (elástica) er = DH/H0 Para cada combinação s1/s3o módulo de resiliência do material é dado por: MR = sD/er Durante o ensaio acumulam-se também def. permanentes (eP), mas o MR é calculado considerandoer(predominantes)
Comportamento resiliente de solos e agregados • Solos arenosos e materiais granulares MR = f (s3) O MR aumenta exponencialmente com s3 • Solos coesivos MR = f (sD) O mr diminui exponencialmente com sdadmitindo-se também um modelo bi-linear • Modelo combinado MR = f (s3 ; sD)
Fatores que afetam a deformabilidade elástica de solos granulares e agregados • Estado de tensões: fator de maior importância; quanto maior s3 ou q (q = si + 2s3) tanto maior MR Modelos MR = kis3k2 ou MR = kiqk2
Fatores que afetam a deformabilidade elástica de solos granulares e agregados • Teor de umidade (saturação): muito importante. Aumento da umidade pode reduzir MR à metade. Efeito mais grave em materiais bem graduados (saibros, BG) se S > 85%.
Fatores que afetam a deformabilidade elástica de solos granulares e agregados • Granulometria: menor importância; MR diminui ou aumenta com teor de finos (interação com teor de umidade). Cuidado com siltes! • forma da partícula: materiais britados tem >MR que pedregulhos. Textura rugosa aumenta MR • Energia de compactação: MR cresce com GC (deflexões podem ser usadas para avaliar a compactação) • Mineralogia: cuidado com micas!
Fatores que afetam a deformabilidade elástica de solos coesivos • Estado de tensões: é o + importante; quanto maior sd tanto menor MR Modelo exponencial MR = kisdk2 mas k2 < 0 Modelo bi-linear identifica mudança de comportamento (maior deformabilidade inicial)
Fatores que afetam a deformabilidade elástica de solos coesivos • Teor de umidade (saturação): muito importante. MR diminui com saturação (umidade). • Solos lateríticos bem compactados experimentam pequenas variações de umidade; mesmo assim MR pode cair à metade (importância da drenagem!)
Como estimar as tensões para os modelos de MR? Equações de Boussinesq a = 16,8 cms0= 5,6 kgf/cm2
Ensaio de cargas repetidas para misturas asfálticas e cimentadas 2.2 Ensaio de compressão diametral com cargas repetidas • Deformabilidade elástica de misturas asfálticas e materiais cimentados (BGTC, solo-cimento, etc) • Corpos de prova tipo Marshall ensaiados sem tensão de confinamento s3
Ensaio cargas repetidas para misturas asfálticas e cimentadas • Aplica-se repetidamente uma força vertical F distribuída em um friso que gera compressão na direção vertical e tração na horizontal(st30% RT) • F = 1 Hz e tcarga = 0,1 s
Ensaio de compressão diametral com cargas repetidas • 200 repetições de carga F • Calcula-se MR • D = deformação horizontal elástica; • H = espessura do CP m = coef.de Poisson (0,25 a 0,30) • Idem para 300, e se preciso 400, repetições, calcula-se a média
Ensaio de compressão diametral com cargas repetidas • Ernesto Preussler (1983) CAP 50/60 MR 35.000 - 45.000 kgf/cm2 e RT de 7 - 9,5 kgf/cm2 CAP 85/100 MR 20.000 - 30.000 kgf/cm2 e RT 4,5 - 6,9 kgf/cm2 • Em misturas asfálticas O importante é uma boa relação MR/RT (2.500 a 4.000). • MR muito altos identificam misturas frágeis!
Ensaio de compressão diametral com cargas repetidas • MR de misturas asfálticas depende fortemente da temperatura. • Ensaio realizado a temperaturas 40°C (acima desta temperatura predominam ep) • Salomão Pinto (1991) log MR = 5,38 – 0,03 T
Fadiga de misturas asfálticas • Repetição de cargas gerando tensões de tração no revestimento asfáltico dá origem, geralmente na parte inferior do revestimento, a trincas que se propagampara cima até atingir a superfície
Ensaios de fadiga • Ensaios de fadiga de tensão controlada: aplica-se carga constante (10 a 50% da tensão de ruptura tensão estática) repetidamente; etaumenta até a ruptura física do CP • Vários CPs, vários níveis de tensão vários N, obtém-se modelos si ; ei:tensão e deformação no início do ensaio N: número de repetições até a ruptura do CP
Ensaios de fadiga em misturas asfálticas convencionais e modificadas
Ensaios de fadiga em misturas asfálticas convencionais e modificadas
Vida de fadiga de misturas asfálticas (Pinto, 1991) Ensaio em CPs cilíndricos (compressão diametral) Ds = st – scno centro do CP; como sc = -3 st, Ds = 4 st
Fadiga de misturas asfálticas • Para aplicar em projeto é necessário considerar um fator laboratório-campo, geralmente adota-se 104 ou 105 • Ensaios podem ser realizados em CPs cilíndricos (mesmo equipamento do ensaio de módulo) ou em vigotas prismáticas (flexo-tração). ensaios TC em CPs cilíndricos são os mais severos. • Aumento da temperatura diminui MR e aumenta et ao mesmo tempo que diminui Rt e a relação st/Rt aumenta diminui vida de fadiga
Fatores que afetam o comportamento à fadiga de misturas asfálticas
Análise Mecanística de Pavimentos Prof. Washington Peres Núñez LAPAV-UFRGS
Etapas da Análise • Definir estrutura base pré-dimensionamento, por ex: MDPF do DNER • Determinar características elásticas dos materiais MR de laboratório ou de retroanálise, n arbitrado • Determinar respostas estruturais do pavimento s, e, deflexões estimadas c/software, por ex: ELSYM5 • Comparar respostas estruturais com valores admissíveis valores admissíveis = f(N)
Análise estrutural com ELSYM5 Dados de entrada: • Número e espessuras das camadas (até 5) • MR e n de cada camada • Número (até 10) e coordenadas (x, y) das cargas • Carga por roda e pressão de contato • Coordenadas dos pontos de avaliação (x, y, z) Software calcula: • Tensões, deformações e deslocamentos (deflexões)
Exemplo de Análise estrutural com ELSYM5 Características do pavimento
Exemplo de Análise estrutural com ELSYM5 Características do carregamento Dados do carregamento • Carga por roda 20.500 N (2.050 kgf = ¼ da carga de eixo padrão) • Número de cargas: 2 • Pressão de contato: 0,56 MPa (80 psi) • Coordenadas dos centros das cargas: x = 0 ; y = 0 x =0 ; y =300 mm
Exemplo de Análise estrutural com ELSYM5 Respostas estruturais
Exemplo de Análise estruturalValores admissíveis para N = 2 x 107 • Deformação de tração (fadiga) em misturas asfálticas (Pinto, 1991) NCampo = 105 NL NL = 2 x 102 eadm 144 x 10-6 et eadm Não OK! REDEFINIR A ESTRUTURA
Exemplo de Análise estrutural com ELSYM5 Características do novo pavimento
Exemplo de Análise estrutural com ELSYM5 Respostas estruturais do novo pavimento
Exemplo de Análise estruturalValores admissíveis para N = 2 x 107 • Deformação de tração (fadiga) em misturas asfálticas (Pinto, 1991) NCampo = 105 NL NL = 2 x 102 eadm 144 x 10-6 et =eadm OK! • Deformações verticais no topo do subleito (Modelo da Shell 1999, c/ confiabilidade de 95%) ev= 1,9 x 10-2 (Nf)-0,21 eadm 557 x 10-6ev = 209 x 10-6 OK!
Exemplo de Análise estruturalValores admissíveis para N = 2 x 107 • Deflexão admissível (Preussler e Pinto, 1994) log Dadm = 3,148 – 0,188 log N Dadm = 59 x 10-2 mm D = 22 x 10-2 mm OK! • Tensões verticais no topo do subleito (Heukelom e Klomp, 1962) svadm = 0,196 MPa sv = 0,046 MPa OK!
Desafios para o avanço da Análise Mecanística Necessidade de modelos de previsão de desempenho (MPD) que contemplem estruturas, materiais e as peculiaridades do clima e do tráfego locais; o que pressupõe: • Ensaios laboratoriais que permitam obter parâmetros para análise (MR, vida de fadiga) confiáveis • Informações confiáveis sobre espessuras e materiais constituintes das camadas, bem como GC e teor de umidade (as built) • Medidas de deflexões, irregularidade, etc. logo após a execução do pavimento • Monitoramento contínuo de pavimentos com tráfego real • Contagem e pesagem de veículo comerciais (N?) • Fatores de equivalência de carga representativos • Estabelecimento de fatores laboratório-campo mais confiáveis
Ensaios Acelerados de Pavimentos Ferramenta indispensável para estabelecer MPD
Isso também é feito no RS! Área de Pesquisas e Testes de Pavimentos UFRGS, DAER/RS, AREOP, Concessionárias e Meio Empresarial Trabalhando pelo avanço da tecnologia de pavimentação
Medidas de deflexões para avaliação estrutural e projeto de reforços de pavimentos flexíveis Prof. Washington Peres Núñez LAPAV-UFRGS
Bacia de deflexões Linha de influência ou deformada Fornece elementos para avaliação estrutural: • Deflexão máxima • Raio de curvatura Permite estimar módulos de resiliência in situ (retroanálise)