930 likes | 1.71k Views
Distúrbios Eletrolíticos. Distúrbios do Potássio. Potássio. Maior reservatório são as células musculares esqueléticas Normal: 3,5 a 5,5 mEq /L Potássio da dieta é todo absorvido no TGI entra na célula pela bomba Na-K-ATPase armazenado Hormônios reguladores
E N D
Potássio Maior reservatório são as células musculares esqueléticas Normal: 3,5 a 5,5 mEq/L Potássio da dieta é todo absorvido no TGI entra na célula pela bomba Na-K-ATPase armazenado Hormônios reguladores Insulina (influxo de K para célula) Adrenalina (influxo de K para a célula) Aldosterona (promove retenção de Na e excreção de K e H+) - aporte de Na ao TCD é determinante da excreção de K
Hipocalemia - Causas Baixa ingesta ou reposição insuficiente de K (associado a outras causas) Perdas externas de potássio Perdas TGI acima do piloro: vômitos, SNG, fístula gástrica (alcalose metabólica aumento da reabsorção de H+ nos rins aumento da excreção de K) Perdas TGI abaixo do piloro: diarréia, uso abusivo laxantes (perda direta de K) Diuréticos tiazídicos, de alça e inibidores da anidrase carbônica (acetazolamida) Hipomagnesemia (efeito caliurético, presente em 40%, refratariedade às medidas) Anfo B, aminoglicosídeo e penicilina Alcalose metabólica Poliúria (diuréticos, DM e manitol - aumento do fluxo de água ao TCD) Hiperaldosteronismo primário (HAS + Hipocalemia + Alcalose metabólica) Hipertensão reno-vascular (aumento da produção de renina) Hipercortisolismo Sd. genéticas (Bartter, Gitelman, Liddle) Diálise, plasmaférese, suor
Hipocalemia - Causas Entrada de potássio na célula Insulina (estimula diretamente a bomba Na-K-ATPase) Adrenalina (ativação dos receptores beta-2-adrenérgicos) Beta-2-agonistas Alcalemia - Alcalose metabólica ou respiratória: troca de H+ por K+ na tentativa de manter a eletronegatividade do meio extra-celular. Muitas vezes a patologia de base também contribui (diuréticos, vômitos, hiperaldosteronismo) Hipotermia Controle da anemia megaloblástica e uso de GM-CSF Paralisia periódica hipocalêmica origem genética ou decorrente de tireotoxicose episódios agudos de paraparesia ou tetraparesia devido a súbitas quedas da calemia por influxo intracelular episódios tendem a ser desencadeados por dietas ricas em carboidratos (insulina) ou estresse (adrenalina) melhora espontânea em 6 a 48 horas tratamento: reposição imediata de K
Hipocalemia – Manifestações Clínicas Intensidade das manifestações clínicas são decorrentes do grau e da velocidade de desenvolvimento da hipocalemia. Sempre considerar patologia de base Raramente há sintomas quando potássio maior 3mEq/L Fraqueza muscular generalizada até tetraplegia flácida Parestesias, câimbras e hiporreflexia Constipação, distensão abdominal, íleo paralítico Poliúria (diabetes insipidusnefrogênico, principalmente quando a perda é crônica) Alcalose metabólica Arritmias cardíacas (extra-sístoles, taquiarritmias, AESP) e distúrbios de condução Onda U Achatamento onda T Depressão segmento ST Rabdomiólise Anormalidades renais
Hipocalemia - Diagnóstico Diagnosticas a causa da hipocalemia(maioria é multifatorial) Potássio urinário quando < 20 mEq/L – sugere perda extrarrenal ou baixa ingestão Perdas digestivas pós-pilóricas Diálise quando > 30 mEq/L – sugere perda renal ou pré-pilórica dosar cloreto urinário Cloreto urinário quando < 15 mEq/L – sugere perda pré-pilórica quando > 25 mEq/L – sugere perda renal Diuréticos, Anfo B, Aminoglicosídeo Hipomagnesemia Hiperaldosteronismo, hipercortisolismo
Hipocalemia - Tratamento Suporte clínico: tratar desidratação, vômitos, estabilização hemodinâmica e respiratória Tratamento doença de base Reposição de potássio Sempre preferir reposição via oral (todo K ingerido é absorvido) Evitar soluções de potássio muito concentradas em veias periféricas (flebite) Evitar reposição de potássio em soluções contendo glicose Após normalização do potássio sérico, continuar reposição via oral por várias semanas com a finalidade de repor o déficit corporal (cada 1mEq/L de redução – déficit corporal total de 150 a 400mEq de potássio) Uptodate 2009
Hipocalemia - Tratamento Limites para a infusão Não ultrapassar velocidade de infusão de 40 mEq/h (preferência abaixo de 20 mEq/h) Concentração de KCl no soro não deve ser maior que 40 mEq/L ou 60 mEq/L, em caso de veia periférica Soluções KCl xarope 6%: 15ml apresenta 12mEq de potássio. Dose usual 10 a 20 ml após refeições 3 a 4 vezes ao dia KCl comprimido: 1cp apresenta 6mEq de potássio. Dose usual 1 a 2cp após refeições 3 a 4 vezes ao dia KCl 19,1% (IV): cada 1ml tem 2,5mEq de potássio. Ampola 10ml Uptodate 2009
Hipercalemia - Causas Infusão excessiva de potássio (iatrogenia) Retenção de potássio IRA causa mais importante em pacientes hospitalizados renal oligúrica (NTA, sepse, rabdomiólise, lise tumoral, GNRP) pré-ranal (baixo fluxo) IRC (mecanismos de adaptação conseguem manter a normocalemia até TFG atingir 10ml/min) Acidose metabólica (retenção de K e expoliação de H+ TCD) Drogas diuréticos poupadores de K (espironolactona, amiloride) IECA, antagonista AT II, heparia (provocam hipoaldosteronismo leve) AINH, ciclosporina Insuficiência de supra-renal primária (Doença de Addison, AIDS, TB, sepse – depleção de cortisol e aldosterona) HipoaldosteronismoHiporreninêmico (principal causa de hipercalemia crônica inexplicada – ATR tipo IV)
Hipercalemia - Causas Saída de potássio da célula Aumento do catabolismo (exercícios físicos extenuantes, RT, QT, traumas) Acidose metabólica (mais na acidose urêmica) Rabdomiólise Hemólise maciça Drogas digitálicos beta-bloqueadores succinilcolina Paralisia periódica hipercalêmica doença autossômica dominante crises episódicas de fraqueza muscular generalizada (poupa musculatura respiratória) desencadeadas pelo frio, repouso após exercício e após alimentação copiosa melhora espontânea dos sintomas em 1 a 2 horas Pseudo-hipercalemia Venopunção, longo tempo de estoque Doenças mieloproliferativas, leucemias, esferocitose
Hipercalemia – Manifestações Clínicas Sempre avaliar a causa, a velocidade de elevação e o grau da calemia Maioria dos sinais e sintomas tendem a ocorrer com níveis séricos acima de 7,0mEq/L ou quando a elevação ocorre de forma aguda Efeito muscular – fraqueza muscular ascendente e progressiva, podendo levar à paralisia flácida Efeito cardíaco – relacionado a anormalidades de condução elétrica elevação de onda T diminuição do intervalo QT achatamento de onda P e alargamento de QRS desaparecimento de onda P e QRS em forma S BRD, BRE, BAV avançado e evolução final para FV e assistolia
Hipercalemia – Tratamento Uptodate 2009 Sempre monitorar o potássio sérico, força muscular e ECG Sempre avaliar história clínica para relacionar a hipercalemia com quadro agudo ou crônico
Hipercalemia – Tratamento Uptodate 2009 Cálcio antagoniza a ação do K sobre a membrana celular gluconato de cálcio 10% 100mg, infundir em 2 a 3 minutos, com constante monitorização cardíaca, podendo ser repetido após 5 minutos se persistir a alteração ECG Contra-indicação: intoxixação digitálica Solução polarizada promove a queda de 0,5 a 1,5 mEq/L, efeito inicia em 15 minutos com pico em 60 minutos – forma mais rápida e eficaz de baixar a calemia Insulina R 10U + Glicose 50% 100ml correr em 20 minutos IRC tende a ser menos responsivos a essa medida Bicarbonato de sódio efeito maior quando em presença de moderada a severa acidose metabólica NaHCO3 8,4% 50ml (50mEq) correr em 20 minutos Beta-2-agonista promove a queda de 0,5 a 1,5 mEq/L efeitos-colaterais: taquicardia e possível indução de angina (evitar em pacientes com ICo)
Hipercalemia – Tratamento Uptodate 2009 Diuréticos efeito transitório, sempre sendo necessário terapêutica concomitante IRC tende a não responder a essa medida Resina de troca efeito em 5 dias Diálise realizada quando as medidas anteriores não apresentaram o efeito desejado ou quando a hipercalemia é muito grave Hemodiálise é mais eficaz Pacientes com IRC apresentam resposta mais discretas às mediadas adotadas para hipercalemia. A redução também deve ser feita de forma mais lenta e gradual quando comparada a indivíduos normais. IRC deve evitar dieta rica em K, determinadas drogas (IECA, betabloqueadores não seletivos)
Cálcio Mediador de diversas reações enzimáticas, da cascata da coagulação e da transmissão neuromuscular Diminuição de 1g/dL de albumina Diminuição concentração Ca total 0,8mg/dL Alcalose diminui Ca ionizado, Acidose aumenta Ca ionizado ∆ 0,1 U pH sérico ∆ 0,12mg/dL Ca ionizado
Cálcio Transporte ativo (principalmente duodeno) do cálcio é mediado pela ação do calcitriol Transporte passivo ocorre quando a concentração de cálcio no intestino é alta Reabsorção de cálcio ocorre: 60% TCP (absorvido juntamente com o Na), 20 a 25% ramo ascendente da alça de Henle e 20 15% TCD Metabolismo é regulado Calcitriol – aumenta o transporte de Ca no intestino PTH – aumenta a atividade dos osteoclastos, aumenta a reabsorção de Ca no TCD e estimula a produção de calcitriol pelos rins
Hipocalcemia Diminuição dos níveis séricos de cálcio estimula a paratireóide a secretar PTH PTH Rins estimula a formação de Vitamina D ativa enterócitos aumento absorção de Ca e P PTH TCD aumentar reabsorção Ca PTH Ossos ativa osteoclastos desmineralização liberação Ca e P Hipocalcemia Presente em 50 a 65% no meio hospitalar em UTI Pacientes graves apresentam uma diminuição fisiológica da calcemia como mecanismo protetor da apoptose celular (provavelmente mediado por IL), não devendo ser corrigida ao menos que haja uma queda maior 20% ou surjam sintomas paciente crítico sempre preferir Ca ionizado
Hipocalcemia - Causas Ambiente hospitalar Alcalose metabólica – maior afinidade Ca ionizado à albumina Sepse – causa desconhecida Hipomagnesemia – níveis séricos muito baixo de Mg atuam sobre a paratireóide, diminuindo a liberação e a ação do PTH, reduzindo a mobilização do cálcio nos ossos e inibindo a ação deste nos túbulos renais Hiperfosfatemia – promove diminuição da produção de calcitriol (diminui a absorção intestinal e óssea de Ca) Drogas – anticonvulsivantes, gentamicina, rifampicina, isoniazida, heparina, cetoconazol, bifosfonatos IRC – retenção de P e diminuição da produção calcitriol (hiperparatireoidismo secundário) Sd. fome óssea Pancreatite Transfusões, queimaduras, rabdomiólise
Hipocalcemia - causas Ambiente ambulatorial Hipoparatireoidismo Idiopático Pós-cirúrgico – cirurgias CCP Pseudo-hipoparatireoidismo – resistência periférica (ossos e rins) à ação PTH Raquitismo dependente vitamina D Doença hepática crônica – deficiência hidroxilação e absorção intestinal vitamina D Sd. nefrótica Doenças malignas – câncer próstata, mama e LMA Disfunções tubulares renais
Hipocalcemia – Manifestações Clínicas Sintomas correlacionam-se mais com a velocidade de queda da calcemia do que com o valor absoluto dessa Afeta principalmente sistema neuromuscular e cardiovascular
Hipocalcemia - Diagnóstico Dosar cálcio Sempre preferência pelo Ca ionizado Ca corrigido = Ca total + 0,8 x (4 – albumina em mg/dl) Sempre correlacionar com pH Sempre confirmar a dosagem Solicitar K, Na, P, Mg, glicemia, uréia e creatinina ECG Investigar a causa
Hipercalcemia - Causas Alta reabsorção óssea Excessiva absorção TGI de cálcio Diminuição excreção renal de cálcio Outros
Hipercalcemia - Causas AUMENTO DA REABSORÇÃO ÓSSEA Hiperparatireoidismo primário – ativação exagerada dos osteoclastos pelo excesso de PTH, acarretando grande reabsorção ósssea. Causa mais comum é o adenoma de paratireóide Hiperparatireoidismo secundário – poucos pacientes com IRC podem apresentar hipercalcemia em decorrência do uso de carbonato de cálcio para tratamento hiperfosfatemia Hiperparatireoidismo terciário – poucos pacientes com IRC podem apresentar hipercalcemia devido à hiperplasia das paratireóides, levando à produção autônoma e excessiva de PTH. Após o transplante renal, normalmente, há regressão da hiperplasia com normalização da calcemia
Hipercalcemia - Causas Neoplasia – acarreta hipercalcemia mais acentuada quando comparada com aquela que ocorre no hiperparatireoidismo. Pode ser decorrente da presença de citocinas inflamatórias que provocam ativação direta dos osteoclastos (metástases ósseas, mieloma múltiplo), decorrente da secreção de PTHrp (tumores sólidos não metastáticos) ou devido à produção extra-renal de calcitriol estimulada por linfoma
Hipercalcemia - Causas Tireotoxicose – ocorre em 15 a 20% dos pacientes. O hormônio tireoidiano aumenta a reabsorção óssea. Há resolução do quadro após tratamento da causa Outros – imobilização prolongada, Doença de Paget, tratamento com estrógeno ou tamoxifeno em pacientes com câncer de mama e extensas metástases ósseas, hipervitaminose A AUMENTO DA ABSORÇÃO DE CÁLCIO PELO TGI Aumento da ingesta de cálcio – causa rara. Normalmente ocorre acompanhada de outra patologia como, por exemplo, IRC e Sd. leite alcalino Hipervitaminose D – altas doses de calcidiol ou calcitriol podem acarretar hipercalcemia
Hipercalcemia - Causas DIMINUIÇÃO DA EXCREÇÃO RENAL DE CÁLCIO Diuréticos tiazídicos – tende a provocar hipercalcemia quando associado a patologia que promova aumento da reabsorção óssea (hiperparatireoidismo) OUTROS Uso crônico de lítio Feocromocitoma Insuficiência adrenal aguda Rabdomiólise Intoxicação por teofilina Hipercalcemia hipocalciúria familiar
Hipercalcemia - Causas PTH – não dependente Neoplasia PTHrp metástases ósseas produção extra-renal de calcitriol Hipervitaminose D Medicações diuréticos tiazídicos uso crônico lítio hipervitaminose A intoxicação teofilina Outros Tireotoxicose Feocromocitoma Insuficiência adrenal aguda Sd. Leite alcalino Nutrição parenteral Imobilização prolongada Rabdomiólise PTH –dependente Hiperparatireoidismo primário Familiar NEM I e NEM IIa Hipercalcemia hipocalciúria familiar Hiperparatireoidismo terciário
Hipercalcemia – Manifestações Clínicas Musculoesquelético Fraqueza muscular Dor óssea Osteopenia/osteoporose Neurológico Diminuição concentração Confusão mental Torpor, coma Cardiovascular Dimuição intervalo QT Elevação segmento ST Bradicardia Renal Poliúria Polidipsia Nefrolitíase Nefrocalcionose ATR tipo I Diabetes Insipidus Nefrogênico IRA ou IRC TGI Anorexia, náuseas, vômitos Constipação Pancreatite aguda DUP
Hipercalcemia - Diagnóstico 1. Avaliação clínica história clínica e exame físico dieta e medicações 2. Avaliação laboratorial confirmar hipercalcemia e corrigir resultado pela dosagem de albumina dosagem PTH intacto dosagem PTHrp dosagem vitamina D - 25-hidroxivitamina D (calcidiol) e 1,25-diidroxivitamina D (calcitriol) outros: eletroforese de proteínas, TSH, vitamina A dosagem fósforo e calciúria raio-x
Hipercalcemia – TratamentoUptodate 2009 Hidratação restaurar volemia e elevar excreção renal cálcio avaliar: severidade hipercalcemia, idade paciente, comorbidades (renais e cardíacas) Soluçõesisotônicas 200 a 300ml/h manter débito urinário de 100 a 150ml/h Diurético de alça elevam excreção urinária cálcio por inibir a reabsorção do mesmo na alça de Henle Furosemida 20 a 40mg IV 4/4h Glicocorticóide diminui a produção de calcitriol indicado em pacientes com intoxicaçãoporvitamina D, doençasgranulomatosas e doençasresponsivas a corticóide Hidrocortisona 100 a 200mg 8/8h ouPrednisona 40 a 100mg VO 1xdia
Hipercalcemia – Tratamento Uptodate 2009 Bifosfonados inibem a reabsorção óssea por interferirem na ação dos osteoclastos mais potentes que hidratação e calcitonina em abaixar a calcemia efeito máximo em 2 a 4 dias Pamidronato: diversos estudos comprovaram a eficácia no tratamento da hipercalcemia em situações como: neoplasia, hiperparatireoidismo primário, imobilização prolongada, hipervitaminose D e sarcoidose. Início do efeito em 48 horas. Pode ser repetido em 21 dias Ca < 13,5mg/dl – 60mg Ca > 13,5mg/dl – 90mg Ácido Zolendrônico: considerado mais potente que o pamidronato, principalmente para uso em neoplasia. Dose de 4mg Efeitos colaterais: febre, artralgia, mialgia, fadiga, uveíte, hipocalcemia, hipofosfatemia. Potencial nefrotóxico
Hipercalcemia – Tratamento Uptodate 2009 Calcitonina eleva excreção urinária de cálcio e diminui a reabsorção óssea por interferir na maturação dos osteoclastos droga segura e não tóxica ação rápida, abaixando a calcemia em 4 a 6 horas após administração eficácia limitada a 48 a 72 horas (taquifilaxia) Dose 4 a 8 U/kg IM ou SC 12/12h maior benefício em pacientes assintomáticos com Ca > 14mg/dl, associada a hidratação e bifosfonados Outros Nitrato de gálio Calcimiméticos (cinacalcet – patologias mediadas pelo excesso de PTH como carcinoma paratireoide) Diálise (hipercalcemia severa e IRC ou ICC grave)
Magnésio Fundamental para o metabolismo energético celular, funções enzimáticas, síntese de ácidos nucléicos, condução nervosa, transporte de íons, atividade dos canais de cálcio e funções imunológicas Eletrólito predominantemente intracelular Mais da metade está armazenado nos ossos, apenas 1% extracelular Concentração de magnésio depende: absorção pelo TGI (jejuno e íleo) – processo ativo e passivo excreção pelo rim – 65% da reabsorção de magnésio ocorre na parte espessa da alça de Henle e 25% no TCP. Magnésio intracelular afeta de forma direta o metabolismo cálcio – magnésio compete com o cálcio, mantendo os níveis intracelular deste íon baixo, modulando, assim, o tônus muscular potássio – magnésio funciona como co-fator na via Na/K ATPase Na depleção de magnésio, há aumento intracelular de potássio e cálcio
Hipomagnesemia - Causas Distúrbio frequente, estando relacionado com maior mortalidade e piores evoluções clínica Perdas TGI Drenagem por SNG prolongada Vômitos e diarréia aguda ou crônica Desnutrição grave Sd. mal absortivas Esteatorréia Fístula intestinal Pancreatite aguda Causas endócrinas Hiperparatireoidismo Hipertireoidismo SIADH Cetoacidose diabética
Hipomagnesemia - Causas Perdas renais Hipervolemia Hipercalcemia e hipercalciúria Depleção de fósforo Correção de acidose metabólica crônica (álcool, desnutrição) Diurese osmótica (manitol, DM) Nefropatia intersticial, transplante renal Medicações Diuréticos tiazídicos e de alça Aminoglicosídeos Cisplatina Anfotericina B Outras Sd. fome óssea Alcoolismo Grande queimado Transfusão sanguínea excessiva
Hipomagnesemia – Manifestações Clíncas Maioria dos sinais e sintomas ocorrem quando a hipomagnesemia é de moderada a grave. Tendem a ser bastante inespecíficos e associados a outros distúrbios eletrolíticos como hipocalcemia, hipocalemia e alcalose metabólica Neuromuscular hiperexcitabilidade – tremor, tetania, crises convulsivas, hiperreflexia, clônus, fasciculações, fraqueza muscular ataxia, vertigem, nistagmo depressão, irritabilidade, confusão, RNC, comportamento psicótico Arritmias taquicardia sinusal ou nodal, extra-sístoles ventriculares ou atriais, precipitação de arritmias principalmente quando associados a digitálicos, TV polimórficas (torsade de pointes) ECG: depressão segmento ST e inversão onda T TGI anorexia, vômitos, íleo paralítico
Hipomagnesemia - Tratamento Todos os pacientes que apresentem manifestações clínicas ou complicações decorrentes da falta de magnésio devem ser tratados Sempre investigar a possível causa e tratá-la Sempre preferir reposição por via oral. Realizar reposição parenteral quando houver hipomagnesemia grave (Mg < 1 mg/dL) Sempre avaliar se há hipocalemia ou hipocalcemia concomitante Monitorar a reposição de magnésio através do reflexo patelar (evitar toxidade) Uptodate 2009
Hipermagnesemia - Causas Renal(diminuição da filtração glomerular nos casos de insuficiência renal) Iatrogênica(principal causa em pacientes hospitalizados) Infusão exagerada de magnésio: tratamento eclampsia Ingestão oral excessiva de magnésio (laxantes, antiácidos): associado com disfunção renal Enema Outros: Raros casos de hiperparatireoidismo primário, hipotireoidismo Deficiência de mineralocorticóide Cetoacidose diabética Sd. lise tumoral Intoxicação por teofilina Uso abusivo de lítio