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Esporotricose linfocutânea de diagnóstico tardio

9508963. Esporotricose linfocutânea de diagnóstico tardio. Livia Arcanjo Fonteles Giselle Ribeiro Seabra José Joaquim Seabra Maria da Glória Carvalho Barreiros Beatriz Moritz Trope. Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF -UFRJ,

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Esporotricose linfocutânea de diagnóstico tardio

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  1. 9508963 Esporotricose linfocutânea de diagnóstico tardio Livia Arcanjo FontelesGiselle Ribeiro SeabraJosé Joaquim SeabraMaria da Glória Carvalho BarreirosBeatriz Moritz Trope Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro

  2. INTRODUÇÃO • A esporotricose é a micose subcutânea mais comum na América do Sul • É uma infecção subaguda ou crônica causada pelo fungo dimórficoSporothrixshenckii • Este fungo é encontrado no solo, restos de vegetais e material orgânico em decomposição. É patogênico e pode causar doença em humanos e animais. • Na maioria dos casos, o modo de transmissão é a inoculação traumática do fungo na pele. A transmissão zoonótica ocorre através da arranhadura ou mordedura de animais infectados principalmente, os felinos.

  3. INTRODUÇÃO • A apresentação clínica e evolução da doença são dependentes da resposta imune do hospedeiro, tamanho e virulência do inóculo • A lesão cutânea aparece de 7 a 30 dias após a inoculação • Os membros superiores e inferiores são as regiões mais afetadas • Há 3 formas de apresentação clínica: cutânea fixa, linfocutânea e disseminada. A forma linfocutânea é a mais comum presente em 80% dos casos. Caracteriza-se pelo surgimento semanas após o desenvolvimento da lesão inicial de nódulos eritematosos ao longo do trajeto da drenagem linfática

  4. RELATO DE CASO • Paciente masculino, 36anos, refere surgimento de lesão ulcerada em região infraescapular direita que evoluiu com aparecimento de nódulos eritematosos seguindo trajeto linfático até mamilo direito. Procurou serviço médico onde foi diagnosticado como herpes zoster infectado, sendo internado para tratamento com antibióticos e aciclovir endovenoso. Recebeu alta com prescrição de aciclovir oral o qual fez uso por 4 meses. Diante da piora progressiva da lesão cutânea, foi trazido ao Serviço de Dermatologia apresentando na região infraescapular direita ulceração irregular medindo cerca de 10cm, com fundo granuloso e bordas bem delimitadas e presença de orifícios de fistulização dando saída a exsudato purulento (Figura 1). Notávamos também nódulos eritematosos com distribuição zosteriforme no tronco (Figura 2). Com a hipótese diagnóstica de esporotricoselinfocutânea, realizamos biópsia de pele cujo exame histopatológico mostrou dermatite granulomatosa difusa com presença de elementos fúngicos redondos. A cultura micológica foi positiva para Sporothrixschenckii(Figura 3). Foi tratado com itraconazol200mg/dia por 4 meses seguido de 100mg/dia por 2 meses com cicatrização total da lesão (Figura 4).

  5. Figura 2 Figura 1

  6. Figura 3

  7. Figura 4

  8. DISCUSSÃO • A forma clínica aqui relatada tem como diagnósticos diferenciais principais pioderma gangrenoso, micobacteriose atípica, cromomicose e leishmaniose • O diagnóstico de certeza depende do isolamento do Sporothrixschenckiiem cultura de material obtido a partir de exsudato de lesões ulceradas ou biópsia de pele • O fungo cresce facilmente a 25°C em ágar sabouraud-dextrose com aparecimento das colônias dentro de 3 a 5 dias. Ao exame microscópico, visualizamos conídios em arranjo semelhante a uma flor. O exame micológico direto apresenta pouco valor. O exame histopatológico, embora não específico, pode orientar o diagnóstico. Observa-se reação granulomatosa com formação de corpúsculos asteróides que são leveduras envoltas por material eosinofílico. Os elementos fúngicos raramente são vistos

  9. DISCUSSÃO • O itraconazol é a droga de escolha na dose de 100 a 200mg por dia durante 3 a 6meses. É bastante eficaz, bem tolerado e com baixa taxa de recidiva • A solução saturada de iodeto de potássio, que não é um medicamento fungicida nem fungistático, tem sido utilizada com sucesso. Age no sistema imune do hospedeiro desencadeando reação contra o organismo. O custo é baixo, entretanto destacam-se alguns efeitos adversos como iododerma, supressão da tireóide e diarréia • A terbinafina é outra alternativa terapêutica. Nos casos graves, a anfotericina B é a droga de escolha • Devido à disposição zosteriforme das lesões o paciente foi erroneamente diagnosticado e tratado como herpes zoster acarretando diagnóstico tardio da esporotricoselinfocutânea além do uso desnecessário e por longo prazo de antiviral

  10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • CordeiroFN, Bruno CB, Paula CD, Motta Jde O. Familial occurrence of zoonotic sporotrichosis. An Bras Dermatol. 2011 Jul-Aug; 86(4 Suppl 1):S121-4. • FrancesconiG, Francesconi do Valle AC, Passos SL, de Lima Barros MB, de Almeida Paes R, Curi AL, Liporage J, Porto CF, Galhardo MC. Comparative study of 250mg/day terbinafine and 100mg/day itraconazole for the treatment of cutaneous sporotrichosis. Mycopathologia. 2011 May; 171(5):349-54. • Schechtman RC. Sporotrichosis: Part I. Skinmed. 2010 Jul-Aug; 8(4):216-20. • Schechtman RC. Sporotrichosis: Part II. Skinmed. 2010 Sep-Oct;8(5):275-80. • Ramos-e-Silva M, Vasconcelos C, Carneiro S, Cestari T. Sporotrichosis. ClinDermatol. 2007 Mar-Apr; 25(2):181-7.

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